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Sunday, September 21, 2008

 
PARA MELHORAR O TURISMO RECEPTIVO
por Humberto Salvador Ferreira (Sagres, Agosto 2008)
Andamos deprimidos. Causas: a subida do custo de vida, desemprego e insegurança, entre outros factores negativos. Voltamos à fase aguda da emigração nos anos 50/70, quando muitos activos sonhavam em dar o fora. A maioria ainda não interiorizou que se gasta mais do que se produz e que o valor do trabalho vai descendo com a estagnação económica. Outros andam amedrontados com a violência. Não há magia que torne o país mais atractivo ao investimento sem mudar este modelo. A União Europeia já não nos aponta a luz ao fundo do túnel. Somos a 16ª potência mundial em turismo receptivo sem tirarmos o devido partido. Mais de 20 milhões de entradas anuais de estrangeiros são uma boa fonte de vendas de imobiliário e compras. Basta um bom plano e controlar os resultados. Cabe ao PR, como professor de economia, explicar como distribuir mais justamente a riqueza produzida. De contrário cresce a miséria e a depressão por um lado, e a riqueza excessiva e a ostentação por outro. Pela minha parte não me canso de apontar opções aos governantes, deputados e estagiários.

DESPOLITIZE-SE O TURISMO

O Turismo não pode ser governado ao capricho do estado-maior de qualquer partido com uma maioria parlamentar pontual - obtida nas urnas em 2005 numa fase diversa do presente jogo económico global.

O Turismo é consumido por largas camadas sociais e etárias, oriundas de todos os cantos do globo, sendo a oferta garantida por empresários e profissionais conhecedores (alguns geniais), capazes de absorver a experiência de sete gerações, desde que Thomas Cook organizou em 1851 a primeira excursão em Inglaterra. Actualmente divide-se em seis ramos: transportes; hospitalidade; gastronomia; animação cultural, desportiva, social e temática; distribuição e operação. É um sector que não pode ser pasto de mau amadorismo nem de "boys" inadaptados sem experiência política ou técnica! Mas sofre-se agora o egoísmo (ou a ingenuidade) de alguns que levaram à politização do Turismo. Pois a iniciativa deixou de pertencer aos empresários e às respectivas associações. Muito menos aos técnicos, experientes ou jovens, mas sim a autarcas, deputados, alguns ministros (de variadas pastas menos do Turismo) e quadros da função pública, que mudam consoante a cor do inquilino de São Bento, ou o concurso aberto para promoção ou aumento. Os sindicatos ultra-politizados também perderam influência por pura pirronice. Tantas razões para quem gravita nesta esfera de elevado potencial de crescimento e retribuição económica, não dispensar sugestões fora da cartilha partidária. Todos não somos demais para manter o nosso turismo receptivo num nível elevado!

BLUEPRINT SOBRE PROMOÇÃO

Dois casos dirigidos á promoção oficial e ao Porto de Lisboa.

Cada reforma da orgânica turística oficial traz mais asneiras. 2008 fica na história como um ano perdido entre teimas regionais no jogo das cadeiras. Quando acabar a música só contam os sentados! Mas a promoção só resiste com a música dos que gritam ao som do Allgarve e Alloeste!

Não gostei da ideia dos 10 produtos impostos pelo PENT. Mas se vingassem programas nacionais de promoção para os desenvolver, vá lá ... Programas de Promoção Intensiva e Programas de Promoção Permanente, consoante o mercado. PPI e PPP dotados com meios e atribuídos às agências de promoção regional, evitando a concentração actual. Aprendi que em Turismo tudo dever ser simples e transparente. Por isso apelo à iniciativa e criatividade dos empresários e autarcas mais dinâmicos, dos Açores a Trás-os-Montes. Sem tabus nem conflitos, pois Turismo é a indústria da Paz!

BLUEPRINT SOBRE CRUZEIROS

Embarcar e desembarcar de um cruzeiro no porto de Lisboa continua a ser um pesadelo. Há malas trocadas para outro navio, quando há mais do que um a partir no mesmo dia. O embarque dura horas ao sol, calor, chuva, vento ou frio, sem se notar interesse em melhorar as operações nos dois belos terminais de Alcântara e Rocha - expoentes da arte moderna. Estão mal localizados: é verdade. Mas têm espaço para o parqueamento e circulação de dezenas de autocarros e táxis que milhares de pessoas exigem.

Em Alcântara, os navios ficam a uma centena de metros do edifício sem um canal protegido da chuva e vento. O projecto de 1950 previa (mal) que o embarque se faria do 1º andar nobre, com pontes móveis da varanda para os navios! Esqueceu-se a amplitude das marés!

As bancas de artesanato são do quarto mundo e os café-bares estão escondidos ou desfasados dos horários dos passageiros e tripulantes. Por fim, o empedrado dos recintos não condiz com as malas actuais de rodas. Mau exemplo: os técnicos de cruzeiros não têm voz activa junto dos donos do partido?

QUADRO DE HONRA

* Extinto o Inftur, promovem-se cursos em 17 escolas de Hotelaria e Turismo, em Caldas da Rainha, Coimbra, Estoril, Faro, Fundão, Lamego, Lisboa, Mirandela, Óbidos, Portalegre, Protimão, Porto, Santa Maria da Feira, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Vila Real de Sto. António. Um vasto programa sem recurso às novas oportunidades!

* Os Ministros da Agricultura e Economia publicaram (a 29 de Julho) uma portaria conjunta simplificando (e esclarecendo) as condições de higiene para pequenos produtores de receitas tradicionais poderem fornecer directamente unidades de restauração e consumidores, em pequenas quantidades. A Asae tinha condenado há dois anos o consumo de alheiras, ameixa de Elvas, amêndoas torradas, borrego e cabrito serrano, carne alentejana e mirandesa, castanha, cereja da Cova da Beira, azeite, chouriça e enchidos caseiros, citrinos, maçã bravo de esmolfe, ovos moles, queijo serrano, bagaceira, broa de Avintes, tripas do Porto, matança do porco, ginjinha e outros destilados. O governo admitiu, finalmente, não ser essa a via para se garantir a saúde pública. Há 116 produtos certificados, ficando aberta a porta para muitos mais.

* O anúncio televisivo do azeite Gallo, a cantar desde 1919, é uma boa fórmula para retratar Portugal. Tomara haver outros spots assim a projectar Portugal por esse mundo fora. Tem os ingredientes que os turistas com mais poder de compra procuram e exemplifica a promoção com clusters associados!

* Adeus Joaquim Carlos Coelho, director comercial da EuroAtlantic desde a sua fundação, que faleceu após doença prolongada. Menos um amigo e grande profissional.

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Tuesday, September 16, 2008

 
EXPERIÊNCIA VIVA - CRIME NA CIDADE
Por Humberto Ferreira (CAPÍTULO para PAPALÉGUAS)

O verão de 2008 fica marcado pelo aumento da criminalidade violenta em Portugal. Passamos dos actos criminais amadores - roubos por esticão na rua, nos transportes e nas lojas, carteiristas, carros roubados de noite, assaltos a casas na ausência dos locatários, conto do vigário, etc. - para a fase da violência, em que se mata por matar, sem remorsos para subir na hierarquia do crescente número de gangues organizados ... à portuguesa.
Há muitas causas mas a principal é, sem dúvida, a falta de respeito à autoridade. Polícias e guardas são, aliás, as principais vítimas desta nova vaga. Atropelam-se propositadamente agentes da autoridade, atira-se a matar contra os perseguidores policiais, provocam-se as patrulhas, mostra-se aos cidadãos que os gangues não temem a lei nem a ordem. Nem a morte do assaltante do BES em Campo de Ourique dissuadiu outros assaltantes.
Outra causa incontroversa é o facto do surto de terrorismo no 11 de Setembro nos EUA mais os atentados posteriores em Londres, Madrid e um pouco por todo o lado, desde Bali à Rússia, ter vindo provar aos criminosos que, se associados em ganques, não há polícias nem exércitos que os consigam vencer!
A considerar, ainda, que os próprios terroristas (da ETA e outros) precisam de roubar carros, telemóveis, explosivos e outro material e equipamento para perpetrar as suas acções ilegais. Ou fazem eles este trabalho acessório, ou encomendam-no!
E o que fizeram os doutos especialistas lusos? NADA. Deixaram crescer o medo!
Qual reforçar as patrulhas policiais nos pontos nevrálgicos? Para quê? É melhor aguçar a capacidade de dedução à posteriori dos nossos "sherlocks", que nem recebem horas extras! À moda antiga, quando os patrões exploravam o pessoal!
Ora nem é preciso ser criminologista nem autor de livros de grande tiragem, para se distinguir os mentirosos, distraídos, preguiçosos, teimosos, inexperientes e incompetentes que temos visto passar pela cadeiras da segurança interna.
RECEIO INSTALADO
Este verão não foram os incêndios mas sim o receio dos assaltos e tiros soltos que se apoderou das pessoas mais fragilizadas: famílias com filhos - crianças e jovens -, idosos, mulheres e residentes em zonas periféricas ou isoladas. Temos receio de ir ao banco, ao supermercado, levantar dinheiro de uma ATM, meter gasolina, frequentar cervejarias ou esplanadas desconhecidas, passear nas ruas e nos espaços mais movimentados. Até a casa do PGR foi assaltada numa aldeia da Beira!
Eu próprio deixei de sair à noite. Uma situação de carjacking não me agrada. Mas também posso sofrer "homejacking"! Já não há é Madonnas nem Liedsons que me convençam a trocar a TV por espectáculos nocturnos ao vivo!
Mas tudo o que governantes, políticos, magistrados, polícias, advogados, comentadores, ou os chamados criminologistas nos dizem na televisão e nos jornais, não nos consegue sossegar!
Depois, cada um puxa a brasa à sua sardinha. Magistrados e polícias contra advogados.
Governantes contra a oposição e, em certos casos, até têm razão pois a oposição quando esteve no poder também não fez o que deveria ter feito: preparar o País para este tipo de crime. Polícias falam menos, mas creio que os planos de segurança interna vigentes, assim como os antecedentes, saíram mais da cabeça dos seus chefes do que dos legisladores de "política geral".
A vigilância virtual (vulgo: vídeo-vigilância) substituiu mal as patrulhas permanentes nas ruas e locais de intenso movimento. Foi criada mais burocracia para transformar os polícias em amanuenses. E, como sempre, em Portugal, só tem valor quem apresenta, aos sucessivos governos planos para poupar encargos no Orçamento de Estado. O nosso país nasceu para poupar eternamente. Se fossemos dar ouvidos aos ministros, seja de que partido for, nem subia o consumismo!
Desde que me entendo o discurso é sempre o mesmo: governar com rigor e pedir mais sacrifícios aos trabalhadores, contribuintes e reformados!
Ora um governo deve ter três ordens de prioridades. 1º. Governar para satisfazer as necessidades e aspirações dos empresários e profissionais activos. De todas as categorias e ramos. 2º. Governar para satisfazer um padrão de vida e de acesso a bens complementares e aos serviços públicos que competem ao Estado (Saúde, Justiça, Segurança e Protecção Civil, Ordenamento Territorial, Equipamentos Públicos, Cobrança de Impostos, Igualdade de acesso e formação, etc. Tudo que seja compatível com os rendimentos justos de cada agregado familiar. E compete a estes poder pressionar o governo para lhes satisfazer as necessidades básicas e complementares justas mais a segurança das crianças, doentes, dependentes idosos, estudantes, reformados e desempregados inadaptados. 3º. Por último, deverá atender aos desejos de melhoria de remunerações e condições de trabalho dos políticos, dentro dos condicionalismos existentes mas nunca como privilégio especial, como tem sido feito. Quem parte e reparte e não escolhe a melhor parte ... já passou à história e pode ser entendida como gerir fundos públicos em benefício próprio. O serviço político é um serviço público voluntário. Não uma fonte para enriquecer acima da média dos restantes cidadãos!
ESTATÍSTICAS A GOSTO
As estatísticas são grosseiramente manipuladas. Por exemplo, dizem que há hoje menos homicídios que há cinco anos. Pode ser que num ano ou noutro isso se tenha verificado. Mas o que interessa é fazer estatísticas por décadas e analisá-las. Quais os factores 11 de Setembro que permanecem sete anos depois? Dizem que deixou de haver crimes passionais. Talvez tenham descido (o caso do serial killer de Cerragal do Sal, reformado da GNR, não foi ficção, pois não?), mas continuam a haver alguns, enquanto outros podem levar classificação diferente segundo o critério do agente ou guarda de serviço!
E também passou a haver muitos mais casos de pedofilia. Mas, quanto a mim, ainda pouco penalizados pela lei lusa. Que quando é aprovada não beneficia todos da mesma forma.
Dizem que há menos crimes por questões de partilhas e definição de propriedades. A maior parte dos terrenos está abandonada, as casas em ruínas, perderam valor, os proprietários já morreram, e os herdeiros nem querem pagar a décima (agora imposto autárquico, quantos nomes já fui obrigado a chamar-lhe). Diz-se muita coisa sem se pensar no que se diz!
Uma coisa é certa: outros países europeus têm vindo a reforçar as penas contra a segurança, após o 11 de Setembro, enquanto os nossos brandos costumes levaram os penalistas portugueses a propor o contrário a Sócrates. Quanto mais leves forem as penas, menos o Governo gasta nas prisões. O resto não interessa. A segurança das aldeias, vilas, cidades, pessoas, empresas e bens que se dane! VIVA O 25 DE ABRIL acima de tudo!
AOS TIROS NOS ESTADOS UNIDOS
A primeira vez que fui aos Estados Unidos foi a Nova Iorque em 1967. No segundo dia, estava num autocarro na 5ª avenida, em excursão, e comecei a ouvir tiros no passeio onde vi um tipo a fugir e dois polícias aos tiros atrás dele. Ninguém ficou ferido. Os "cops", na sequência dos "cowboys" e "sheriffs", treinam bem o tiro. Mas não gostei. Ofereceram-me vários empregos lá. Nunca aceitei.
Também tive a felicidade de calcorrear ileso e sem problemas, a pé os espaços da noite em Manhattan, San Francisco, Chicago, Detroit, Filadélfia, New Orleans, Saint Louis, Seattle, Orlando, etc. Incluindo as China Towns.
Uma vez, em NYC decidi ir à noite para Greenwich Village, bairro boémio dos artistas. Meti-me no Metro à porta do hotel e saí, onde, pelos meus cálculos, pensei que fosse Greenwich Village. Ao cimo da escada do Metro encontro um polícia enorme (de patrulha) e perguntei-lhe para que lado devia ir? Olhou-me do alto da sua estatura e disse-me numa acção pedagógica (não sei se própria se institucional): O quê! Queres ir sozinho para Greenwich Village? Nem penses! De onde vens? Lá lhe disse o Hotel. Então volta para trás, apanha o Metro e vai beber um copo no bar do hotel. Claro que não fui. Voltei, subi por outra escada e passei um agradável serão. Havia uma passagem de moda nas ruas (era Junho), muita gente, muito convívio saudável, jantei num restaurante grego. Uma bela recordação. Tive sorte!
A cidade onde tive mais receio foi Washington. Tinha lá dois amigos na Voz da América. Fui jantar a casa deles. Foi um caso sério. Identificação do táxi, minha, itinerário assinalado ao Police Department, horário. Uma cidade policial. Entende-se! Mas não se grama! Conheço cidades onde nem se pode andar a pé: Los Angeles, Houston, Phoenix, Dallas, Denver, etc. Hoje, viver nos EUA deve ser uma lotaria. Uma família tem os filhos na escola ou na faculdade e aparece um doido que começa a disparar e matar todos sem se saber a razão! Ora na Europa e em Portugal vamos também ter que controlar mais as armas e os atiradores se não quisermos isto!
ASSALTO AO SUPERMERCADO
Curiosamente, a primeira vez que fui ao Brasil, também fui recebido com tiros. Num assalto ao supermercado próximo do hotel em Copacabana. Todos encostados à parede com as mãos no ar. No hotel tinham-me dito, quando saíres leva sempre já não me lembro quantos cruzeiros (a taxa mínima a entregar aos assaltantes na praia, nas lojas, na rua), por isso o estrago não foi grande! Aluguei um carro da Avis e a funcionária perguntou-me: Já conduziu no Brasil? Não! Então, para si, não há sinal vermelho. Não pare, avance sempre, com cuidado. E nunca pare para ver um acidente... Fiquei grato pelo recado e cheguei a conduzir no Rio como se estivesse em Lisboa. A prática é a melhor professora. E nunca tive o mínimo percalço, nem a pé nem de carro. No Rio, em São Paulo, Salvador, Recife, Natal, ou Fortaleza. Porém, nunca me armei em turista! Em Roma faz como os romanos.
A LIÇÃO DO REINO UNIDO
Estudei quatro anos no Reino Unido: Inglaterra e Escócia. Newcastle-upon-Tyne e Glasgow. Uma cidade media e outra gigantesca, com três milhões de habitantes na época. Ambas cidades são portuárias, abertas a muitas nacionalidades. Mas constatei que os ingleses gostavam era de andar à pancada, talvez resultante dos filmes de cowboys da época. Eles provocavam e incomodavam. Eram mal criados, invejosos e maus. Professores e colegas. Eu e os meus colegas lusos era raro o dia que não tinhamos que andar à pancada.
Era uma época socialmente difícil, depois da segunda guerra mundial. Famílias destruídas, jovens sem objectivos de vida (muitos emigraram para os EUA, Canadá, Austrália, etc.), bastante desemprego por um lado e ostentação por outro. Um grande leque de categorias sociais em confronto. Os operários usavam boné e os chefes chapéu. Mas já as mulheres a dias também usavam chapéu, como as senhoras para quem iam trabalhar e que lhe davam os chapéus fora de moda. Mas havia muita gente rica a viver acima da média europeia. Da comparação com o nível da vida portuguesa ... então nem se fala! Hoje como há 55 anos.
ASSALTOS PROFISSIONAIS
Comecei então a notar, nos jornais, que os maiores assaltos e roubos do mundo eram praticados por criminosos profissionais de nacionalidade britânica, quase sempre à ponta de pistolas e espingardas (metralhadoras ainda eram um luxo). Assaltos a bancos, ao combóio Glasgow-Londres (até à pouco tempo o maior roubo da história), às estações de correios, às empresas (no dia dos pagamentos semanais à sexta-feira), etc.
Hoje, as cidades britânicas ainda não são seguras. Mas vê-se, de dia e à noite, patrulhas policiais (desarmadas) nos bairros e locais mais movimentados, a impor respeito. A noite em Inglaterra é lume! A crise em Inglaterra, como na Europa, também é endémica. No meu tempo não havia praticamente nem emigrantes dos antigos protectorados britânicos nem europeus - cuja integração constitui, agora, o maior problema social. Mas o país sempre teve um padrão de vida muito superior ao luso. Por isso, vivem lá algumas dezenas de milhares de emigrantes portugueses.
Mas o crime violento é uma constante na sociedade britânica. E a polícia, por exemplo, no caso dos atentados terroristas conseguiu, rapidamente, detectar os autores. Também há lá mais pedofilia, pois a actuação policial e da justiça parece ser mais leniente.
Aliás, aguardemos pelo resultado do processo da Casa Pia? Que já leva quatro anos ... para ver quem é, afinal, o país europeu mais liberal face à pedofilia?
Ora face a estas três experiências pessoais, não me venham os comentadores de serviço dizer que Portugal continua a ser um país altamente seguro. E os responsáveis do Turismo nem devem tocar neste ponto. Pode tornar-se perigoso. Para mim Portugal é tão inseguro como os outros países. Pior! Se não melhorarem rapidamente a lei penal e articularem as forças policiais, mais a vigilância policial de proximidade, está a aproximar-se do Brasil, EUA e Reino Unido! Onde, mesmo assim, não deixo de ir, sempre que posso!

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Thursday, September 11, 2008

 
POLÍCIA SEMPRE PRESENTE JUNTO DOS VENDEDORES AMBULANTES
E NAS MULTAS AOS AUTOMOBILISTAS DAS MINI INFRACÇÕES DE TRÂNSITO
não chega para os assaltos à mão armada nem para as contravenções perigosas na estrada

Por Humberto Ferreira

Aprecio a perspicácia socialista de António Vitorino, às segundas-feiras na RTP1. Ontem excedeu-se. Admitiu que o melhor seria o governo ter confirmado (ou avisado) a tempo sobre o crescimento do crime violento e o uso de novos métodos e novos protagonistas. O que pressupõe haver da parte das polícias um sistema de informações mais eficaz e fiável (será verdade? Duvido).
AV admitiu não ser adepto da prisão preventiva mas da melhoria das condições sociais capazes de refrear esta vaga de assaltos. Penso que o Reino Unido teve e tem melhores condições sociais do que Portugal (entre outras: um dos primeiros Sistemas Nacionais de Saúde e salários pagos aos desempregados desde a década de 50) e, todavia, desde que me entendo, sempre teve maior taxas de criminalidade violenta. Ainda hoje tem patrulhamento policial contínuo e elevado número de assaltos, homicídios e actos de terrorismo. Será produto do elevado número de imigrantes residentes? Ou será antes do inato caracter bélico de muitos ingleses? Sei o que escrevo, pois estudei quatro anos no Reino Unido e raro foi o dia que não tive de andar à pancada com um colega. Eram invejosos e brutos. Cá em Portugal não me lembro de ser obrigado a agredir colegas ou pessoas com quem me cruzo! Adiante!

ARGUMENTOS COM SOFISMA!
AV disse que não pode haver um polícia para proteger cada cidadão. Mas quem quer ou pediu esta situação bizarra? E disse mais que, em Bruxelas onde viveu como Comissário Europeu, há menos polícia na rua do que em Lisboa. Duvido, mas importa é saber se na Bélgica há tanta disparidade social em paralelo com tantos crimes violentos como está a acontecer em Portugal?
AV elogiou as recentes acções das forças policiais. Mas foram ou não uma reacção directa da vaga de assaltos? A qual vem, também, desde o final de 2007 e não apenas nas últimas semanas!
AV elogiou o novo código penal e respectivo processo, pedindo apenas um estudo sobre a taxa de reincidência dos presos preventivos libertados por via da redução dos prazos? Boa ideia, que o Governo deve levar em linha de conta? Basta ler os jornais e saber quantos arguidos, suspeitos e criminosos reincidentes, são libertados pelos tribunais, para voltar a atacar sem prestar contas! O crime em Portugal, afinal, compensa?

VÍDEO-VIGILÂNCIA PARA ENCAPUZADOS?
AV também apontou bem a ineficácia de muitos sistemas de video-vigilância instalados em Portugal. Dando como exemplo o caso dos atentados nas estações de metro de Londres, que permitiram reconstituir o percurso dos suspeitos nesse dia trágico.
Só que a luso video-vigilância nas estações de gasolina, bancos, ourivesarias e centros comerciais tem provocado algumas mortes, feridos e prejuízos na ausência da patrulha policial, ao contrário do que tenho visto em todas as grandes cidades europeias. O Plano Tecnológico é mais um instrumento de propaganda do governo de Sócrates, pois ainda há muitos funcionários públicas e guardas que não dominam minimamente as novas tecnologias. Aliás, se os "novos marginais lusos" já desmontam, levam e abrem máquinas ATM, umas atrás das outras, que estímulo têm para deixar de destruir as câmaras de video-vigilância? Pelo contrário, para "gozar" com a polícia tutelada pelo actual MAI, basta-lhes enfiar uma meia ou um boné pela cabeça!
A verdade negra e crua é que em Lisboa, a polícia só aparece "antes de" para multar os vendedores ambulantes junto aos mercados e os automobilistas em cruzamentos ou arruamentos urbanos difíceis, de preferência nas proximidades da residência de algum ministro!
Enquanto na Europa, se privilegia a prevenção e a caça aos verdadeiros criminosos, que já aparecem também em Portugal! Devem ter tirado algum curso de formação intensiva, sei lá, subsidiado por alguma ONG!

VOLTA FILIPÃO QUE ESTÁS PERDOADO!
Mas o Povo continua sereno! Embalado! Pobrete! Só tristonho quando as selecções, ou os seus clubes, perdem algum encontro de futebol - que curiosamente reflecte bem o espírito luso contemporâneo: ignorar o colectivismo e desenvolver o individualismo!
Depois queixam-se que a selecção dos míudos de oiro nunca conseguiu ganhar qualquer taça importante, além dos Júniores! Mas isso foi há quase 20 anos. Agora nem isso. Os sub-21 deram-nos a maior vergonha, perdendo com a Irlanda no Funchal! E quanto à selecção AAA "volta Filipão, que estás perdoado!"

Friday, September 05, 2008

 
VERSÃO REVISTA EM 06 SET. 2008 PARA O BLOGUE sagresschool:

Turismo de Portugal desmente manchete do DN:
"O PIOR AGOSTO DE SEMPRE PARA O TURISMO"

1ª PARTE - Transcrição da notícia do AmbiturOnline de 05Set2008:

"Reposição dos factos da verdade". É desta forma que o Turismo dePortugal inicia o comunicado enviado esta sexta-feira às redacções,desmentindo a notícia avançada hoje (05 Setº) pelo Diário de Notícias, com o título ""Pior mês de Agosto de sempre para o turismo português". De acordo com o documento, a entidade (TPip) "vem rectificar formalmente a veracidade de tal notícia e o seu título sensacionalista".
O PIOR É DOS MELHORES DE SEMPRE: Segundo o Turismo de Portugal,"embora ainda não estejam disponíveis os números oficiais (INE) relativos a ocupação hoteleira e receitas turísticas em Agosto, é já possível garantir que o corrente ano e o próprio mês de Agosto terão sido, sim, dos melhores de sempre.
"TURISTAS INGLESES PRESENTES: "Mesmo em relação ao Algarve, onde o turismo inglês tem um peso significativo e sofreu com a desvalorizaçãoda libra face ao euro, é completamente infundado dizer "não há memória de um mês tão fraco". Basta comparar (O QUÊ?) com os anos de 2006 e anteriores para verificarmos que a situação está longe de confirmar aquela afirmação", lê-se no comunicado.
REACÇÃO OFICIAL POSITIVA: O Turismo de Portugal acrescenta ainda que, apesar das "razões conjunturais que levam a um decréscimo dos fluxos turísticos internacionais, tem sabido enfrentar esse desafio e reagir positivamente à crise internacional.
IMPERA O OPTIMISMO: Criticando a notícia publicada na primeira página do título da Controlinveste, o Turismo de Portugal acrescenta que "é ainda mais injusto publicar notícias e títulos alarmistas que criam um sentimento negativo totalmente contrário à realidade do sector turístico em Portugal, que é tudo menos pessimista.
ESCLARECIMENTOS A PEDIDO - "O Turismo de Portugal disponibiliza-se desde já para fornecer quaisquer elementos ou informações que lhe sejam solicitados, o que, a propósito da notícia em apreço, não aconteceu", conclui a entidade."
NOTA: OS ANTETÍTULOS SÃO DA MINHA RESPONSABILIDADE
PARA MELHOR SITUAR A POSIÇÃO DO TPip FACE Á NOTÍCIA DO DN
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COMENTÁRIOS SAGRESSCHOOL.BLOHSPOT.COM by HF:
1ª PARTE
TURISMO RECEPTIVO E DOMÉSTICO NO VERÃO 2008

1º - OUTSOURCING PÚBLICO E PRIVADO - É triste que o organismo central do Turismo de Portugal (TPip) não possa, a 5 de Setembro, dispor da projecção estatística do movimento das dormidas e das entradas nos aeroportos durante o mês anterior (Agosto). Tem de esperar pelos dados recolhidos, tratados e divulgados pelo INE (organismo dependente do Departamento Central de Planeamento, Finanças e Economia). Até há poucos anos (cerca de 1998) o SET (Vítor Neto) dispunha para este efeito de um serviço interno especializado: o Gabinete de Estudos da DGT (José Sancho e a equipa José Martins/Rente Fernandes). Agora, o cluster Turismo depende da tutela do INE para estatísticas públicas em outsourcing, descurando as estatísticas recolhidas pelos privados e parcerias público-privadas.
2º - ESTATÍSTICAS ATEMPADAS - As associações empresariais e regionais continuam a recolher estes dados, nas respectivas vertentes, divulgando-os com a brevidade hoje exigida pelas empresas, que representam o mercado, e pelas próprias estruturas do cluster. Com destaque para a AHETA, Adeturn, ex-RTA, ATL, ANA, etc.É triste que o Estado se tenha demitido, assim, do apoio oficial concedido nesta área aos media, aos destinos e às principais vertentes do cluster (hotelaria, transportes, animação, formação, turismo de incoming, outgoing e doméstico). E mais triste que as estatísticas oficiais sejam usadas para pura propaganda política.
As estatísticas ou são divulgadas com brevidade ou deixam de ter valor, pois se reveladas tarde impedem a implementação das indispensáveis reacções do mercado à flutuação da procura interna e externa.
Este ano diversos factores influíram no Turismo. O Euro (Áustria e Suíça), os Jogos Olímpicos (China), o câmbio mais favorável do dólar americano (logo ideal para se visitar destinos intercontinentais onde corre o dólar), e, em contrapartida, assistiu-se à quebra cambial da libra esterlina (o Reino Unido continua a ser o principal cliente da hotelaria lusa). Aqui está uma análise breve e directa que todos sabemos fazer, menos o ... TP ip e o INE!
3º - TEORIA E PRÁTICA - Outra coisa é a constatação entre as projecções trabalhadas nos gabinetes do INE à posteriori, e a constatação in loco da ocupação das esplanadas, restaurantes, discotecas, alojamentos complementares e comércio turístico, especialmente no Algarve, verificada por qualquer operador e observador atento.Uma coisa é falar com os empresários e profissionais destes ramos para se avaliar a situação, outra é a versão oficial divulgada alguns meses depois, com o propósito de defender a todo o custo as erradas políticas oficiais do modelo Allturismo.Quanto custou e que benefícios trouxeram essas acções?2008 foi também o ano da anulação do mega-evento Rali Lisboa-Dacar, com fortes prejuízos.
4º - FALTOU CONTRADITÓRIO, SOBROU LAUDATÓRIO - Dou nota negativa à referida reportagem do DN (de 5 Set. 2008) por outros motivos. A autora não ouviu o responsável do TPip nem publicou uma parte com a versão oficial de defesa. Falta de espaço? Não se entende, já que a peça teve honras de manchete no caderno principal e na capa do suplemento DNbolsa.O título estará exagerado, pois quedas de 3% na ocupação e de 2% no volume de negócios (obrigando as empresas a baixar os preços, apurados pela Aheta), relativamente a Agosto de 2007, não resultarão no "pior Agosto de sempre". Normalmente, os autores das peças não são responsáveis pelos títulos.
Por outro lado, lamenta-se que ainda haja serviços oficiais a querer controlar a informação sobre a respectiva actividade, como se depreende do estilo do comunicado oficial transcrito pelo Ambitur (e acima).Dá ideia dos relatos de futebol das nossas selecções e clubes, em encontros internacionais transmitidos na Televisão - seja em que canal luso for, onde os jogadores são "deuses" que tratam sempre a bola, os colegas e os adversários com fairplay e excelente técnica, quando todos os tele-espectadores vêem o contrário.Lembro esta analogia, pois acabo de assistir ao encontro Inglaterra-Portugal pelas selecções Sub-21, ganho pelos ingleses por 2-0, em que os jogadores lusos fizeram mais uma vez fraca figura. As selecções jovens têm andado ao invés da equipa A, desde a péssima prestação nos Jogos Olímpicos de Atenas ao não apuramento para os Jogos de Pequim.
Pois, mesmo à vista de tantos adeptos de futebol, a maioria dos portugueses gosta de ser enganada pelos comentadores desportivos. Podem dizer mal dos treinadores e dos dirigentes desde que os seus ídolos fiquem intocáveis! O Turismo oficial, assim, também está inteiramente ao serviço deste governo, a lembrar outras épocas!
O TP deve querer que os jornais e jornalistas elogiem exclusivamente a sua acção política ao serviço do modelo "Allturismo".
Quem aprovou, afinal, o texto deste convite para se esconder a verdade e se proibir notícias e títulos alarmistas, que provoquem sentimentos pessimistas e contrários à realidade?
Resta saber qual realidade? A do TPip? Ou a do mercado e dos próprios turistas?
O tempo dos três FFF já passou e o da censura também. Há outras formas de ganhar a boa vontade dos media. Com maior transparência! Por exemplo, admitindo que a situação interna e internacional não está propícia à expansão do turismo e que tanto a aviação como a hotelaria internacionais estão também a baixar lucros, receitas, vendas e taxas de ocupação.
A teoria de que Portugal é excepção acaba por ser negativa e o "jogo duplo" dá para televisão, não para esclarecer os leitores nem o mercado!
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2ª PARTE
NOVA AVIAÇÃO - SÉC. XXI: O CÉU É O LIMITE NAS ... TAXAS COBRADAS

Aliás, o DN pública na mesma edição, duas páginas com outra matéria polémica:
"O céu é o limite nas taxas cobradas nas viagens",
que, ao fim e ao cabo, pretende resumir as práticas e tendências da Nova Aviação (New XXI Century Air Trends).

LIVRE CONFUSÃO - Como as transportadoras estão proibidas de combinar preços, através da IATA e outras associações ou organismos reguladores, deixou de haver um mercado equilibrado de passagens aéreas. Passou a haver, sim, guerras suicidas de tarifas. Eis o resultado prático desta versão da concorrência para beneficiar artificialmente o consumidor e destruir as empresas. É a lei a favorecer os mais atrevidos!Até as companhias aéreas de serviço completo (Full Service Carriers) deixaram de o praticar (serviço completo), seguindo um tipo de publicidade enganosa que os reguladores toleram. Hoje não se descobre a fronteira entre Full Service e Low-Cost?
As FSC esmagam os preços para concorrer com as de baixo custo (Low Cost Carriers), passando a cobrar também taxas extras por tudo.Desde a forma escolhida para a reserva ao próprio bilhete.
Aplica-se, com efeito, uma taxa diferente se a reserva é feita pela internet, telefone, agência de viagens, GSA, ou loja da companhia (na cidade ou no aeroporto), assim como se o bilhete for impresso em papel ou electrónico (neste caso basta um papel branco impresso pela entidade vendedora, enviado por e-mail, ou até decorar apenas o código da reserva e do pagamento electrónico.
A bordo só há mordomias para os chamados passageiros "premium" (de primeira classe, executiva ou "business") tais como: jornal, cabide para agasalhos e/ou casaco, estojo de viagem, comidas e bebidas, assentos ou camas confortáveis, etc.E no terminal estes também dispõem de canal especial de atendimento mais rápido no check-in e na inspecção de raio-x da bagagem, acesso ao salão VIP de espera (com auto-serviço de bebidas e snacks), etc.
mAS Há outra tendência crescente: mais companhias que só transportam passageiros "premium" em voos exclusivos. Com mais espaço, conforto e serviço personalizado, muito prometido mas praticamente abandonado na aviação em geral!
A comprovar que há um nicho de mercado que não se compadece com o actual padrão da oferta, nivelado por baixo. Não faz sentido a ninguém, um voo low-cost Portugal/Londres custar 39/49 euros e pagar-se mais do dobro em taxas e sobretaxas! Enquanto o voo Lisboa/Madeira custa o dobro n a tarifa e sobretaxas!

PASSAGEIROS DE TERCEIRA - Os passageiros de económica, discount ou lazer nas FSC pagam tudo. Por exemplo: 17,00 euros por uma segunda mala, 4,80 euros pelo aluguer de uma almofada ou cobertor, 5,00 euros por uma sanduiche, 3,00 euros por uma garrafa de água, ou 70 cêntimos por um café de bordo.
Há companhias que chegam a negar um copo de água para se tomar um comprimido!
Outro extra a explorar a bordo, em breve, será o acesso pago à internet e às chamadas de telemóvel. As companhias já esfregam as mãos na expectativa de cobrar milhares de milhões de euros, no seu conjunto, por estes novos serviços electrónicos. A bordo dos cruzeiros já sabemos quanto custam estas chamadas!

RIGOR E ÉTICA - Nesta reportagem do DN nota-se alguma falta de rigor e ética, pois apesar da "entrevistada" Inês Varela atacar fortemente o atendimento na Iberia, nem foi encarada a defesa desta empresa, através de um contacto ao seu responsável em Lisboa para apresentar a perspectiva da transportadora! Uma vez que se trata de uma reportagem, não de um texto de opinião!E a jornalista Rita Seabra Gomes escreve numa passagem: "O consumidor quando adquire o bilhete já tem conhecimento dos serviços a que tem direito". Ora, dantes era, de facto, assim. O titular de um bilhete de avião conhecia os seus direitos - semelhantes em todas as empresas e voos.
Aplicava-se então o AirSimplex. Havia, praticamente, apenas bilhetes de primeira e classe turística (mais tarde económica).
Agora, aplica-se o AirChance Complicadex, com milhares de opções no mercado (a TAP oferece cinco tarifas diferentes), ninguém sabe bem o que o espera em cada voo. Já tenho tido tudo (na low-cost Air Berlin) e já tenho viajado sem direito a nada (em companhias Full Service)! Por isso viajamos sob o risco AirChance! Agosto também foi farto nesta área!

ATENDIMENTO EM MASSA - Por outro lado, a reportagem ignora outro aspecto importante, pois não há mais milagres. Cada companhia e cada agência de viagens tem que vender sempre mais passagens para poderem sobreviver a esta crise universal na aviação (enquanto as receitas não superarem os custos). Por isso, a tendência é para um atendimento de passageiros sempre pior, independentemente das atraentes mensagens do marketing e da publicidade de cada empresa. A Ryanair é campeã nesta área.
A IATA prevê um recorde anual de prejuízos para a maioria das companhias associadas, enquanto as "low-cost" começam, finalmente, a imitar as mais antigas no que respeita a acumular prejuízos.
O texto em causa dá a entender que cabe ao agente de viagens informar exaustivamente o passageiro do serviço correspondente a cada tarifa. O que antes era possível e normal, uma vez que todas as companhias eram obrigadas ao mesmo pacote de serviço/tarifa.
A classe turística, por exemplo, não dava direito a bebidas alcoólicas grátis. Uma simples cerveja era paga como extra. Mas a TAP foi a primeira a "furar" esta norma IATA, provando que um copo de leite ou sumo em Portugal era mais caro que um copo de vinho.
Hoje todas as semanas e até todos os dias as centenas de novas e antigas empresas de aviação lançam tarifas, normas, taxas e sobretaxas diferentes, que é preciso conhecer, estudar e esclarecer para informar melhor os passageiros desses génios do transporte aérea, a troco de ... comissão zero!
Qual é o outro ramo profissional de turismo que trabalha por tão pouco? Talvez alguns jornalistas!

FUNÇÃO HISTÓRICO-PROFISSIONAL - Por outro lado, não é exclusivo da TAP as cinco categorias/tarifas diferentes em cada voo. Trata-se de uma técnica com décadas, designada como "flight/route fare yield management" (gestão da tarifa média por voo ou rota).
Aliás, muito bem trabalhada pela TAP em 2008, em termos de campanha de marketing.
A técnica consiste em alcançar em cada voo uma determinada receita total. Para isso, há um programa informático que coloca à venda os lugares que restam abaixo, ou acima, do valor médio, consoante o caso, para se atingir uma taxa de ocupação equilibrada com a receita estimada.
Turismo, hotelaria e transportes internacionais, são matérias muito sensíveis e que requerem muito estudo, experiência e uma análise profunda por parte dos jornalistas, editores e comentadores. A troco da satisfação ... pessoal e desejo de transmitir aos mais jovens a experiência adquirida!
O que nem sempre sucede no Novo Jornalismo (New XXI Century PressTrends).
OXALÁ ... que "Agosto 2008" não tenha sido o pior de sempre para o turismo em Portugal! E que o TPip não demore, agora, meses a apresentar as estatísticas e análises comprovativas da tese dos respectivos responsáveis! Aguardamos!

Tuesday, September 02, 2008

 
MAIS UM DIA NA VIDA DOS PORTUGUESES
Por Humberto Ferreira (Sagresschool.blogspot.com)

Com as restrições que uma parte dos cidadãos é forçada a cumprir em nome do velho-relho equilíbrio das finanças públicas (e em cujo grupo me incluo) estou a poupar nas despesas diárias. Há anos que vou perdendo poder de compra sem ver luz ao fundo do túnel. Por isso, hoje (terça-feira 2 de Setembro de 2008) só comprei o Correio da Manhã - um dos diários mais baratos do mercado e a cujo nascimento tive o privilégio de assistir, por dentro, nas primeiras instalações da Rua Andersen Leitão ao Príncipe Real. Já lá vai o tempo em que podia comprar o Público, DN e CM, mais O Jornal e o Expresso ao fim de semana. A democracia e solidariedade não é geral. Aproveitam principalmente os mais espertos!
Mas resolvi, neste dia cinzento, fazer um ligeiro resumo da vida nacional, pela leitura deste diário, dividindo-o em quatro capítulos: Insegurança e criminalidade; Justiça; acidentes; desporto; e Economia-Lazer.

INSEGURANÇA E JUSTIÇA fazem a manchete e sugerem notícias no interior - no total quatro temas na capa: Tribunal liberta traficantes de armas (dois magistrados em Castro dAire e Portimão fizeram ouvidos moucos ao apelo do PGR e do MAI, libertando suspeitos em posse de armas ilegais e destinadas a actvidades criminosoas - chamada para as notícias nas páginas 4 e 5). Outro título mais pequeno: Judiciária captura atirador que baleou turista no Algarve (chamada para notícia da contracapa. página 52).Na Madeira - Matou marido que lhe batia (página 13) e em Sesimbra - Homicida de João identificado (página 12).

DESPORTO - dois temas de capa com fotos: Leão de raça conquista liderança (talvez ficasse mais rigoroso o título: "leão com raça partilha liderança", pois o Nacional da Madeira fica com o mesmo número de pontos do SCP) e 'Diabo' agressor está arrependido (sobre o adepto to SLB que agrediu o segundo árbitro do Benfica-Porto no Estádio da Luz no sábado passado). Hooliganismo à portuguesa. Felizmente, mais visual que físico!

ACIDENTES: Menina espeta faca no coração - tragédia em aldeia de Ribeira de Pena. Exemplo de terceiro-mundismo.

ECONOMIA - LAZER: Apagão no multibanco prejudica milhares (pag. 21). Benedita grava cenas ousadas (chamada para a página 46). Não se trata de uma estreia nem de uma crítica mas de um modelo que se vai despir em cenas ousadas, recusando-se, afinal, a mostrar na novela Casos da Vida o que a chamada de capa sugere. Voieurismo quando se pratica nudismo nas praias!
Afinal, um retrato fiel da vida medíocre dos portugueses no início do século XXI.

OPINIÃO DIVERSIFICADA SOBRE JUSTIÇA
Na página 2 , o cartoon é dedicado à mais baixa intriga política. Os palpites de Santana e Marcelo. Pobre humor lusitano!
O dia-a-dia é uma espécie de editorial, assinado hoje pelo director-adjunto Eduardo Dâmaso sobre "Prisão preventiva". É um texto respeitável, como opinião, em que se pretende dizer aos leitores que não podem exigir sol na eira e chuva no nabal, em matéria de penas aplicáveis a casos de violência.
Duas notas contraditórias. Escreveu o jornalista: "No caso de violência doméstica, por exemplo, o problema não está na falta de medida de pena, já que ela se enquadra na definição de criminalidade violenta do artigo 1, alínea j, do Código de Processo Penal". E acrescenta: "Aqui a questão está mais na dependência económica em relação ao agressor..." É verdade, mas tanto os autores do chamado código de Algés, como os legisladores que o aprovaram e quem o promulgou, deveriam ter tido o cuidado de estudar os prós e contras antes de ... O que é inadmissível é terem feito ouvidos moucos às numerosas críticas e alertas que foram surgindo da sociedade civil. Mas já esquecia, foi JS que disse que, para ele, tanto valia uma manifestação de protesto contra as suas políticas de duas centenas como de duas centenas de milhares de funcionários públicos ou professores exasperados nas ruas de Lisboa e outras cidades! O homem é insensível!
E, já agora, a título pessoal, se a definição de criminalidade violenta passa pelas bofetadas e nódoas negras que cônjuges e familiares infligem uns aos outros, como é que há magistrados portugueses que libertam suspeitos de tráfico de armas?
Escreveu ainda Eduardo Dâmaso no CM: "...em todos os casos a que não é aplicada a 'preventiva' quando os indícios da prática do crime são fortes, o que a polícia tem de demonstrar é que há risco de fuga do suspeito, quando a este basta indicar uma morada" (ao juiz, acrescento). Ora aqui está outro erro. Nem deve ser a polícia a demonstrar ao juiz de instrução ou do tribunal de turno se há risco de fuga. São os magistrados que, de posse dos dados apresentados, devem avaliar o risco. E mais, no caso de violência doméstica e de furtos ou assaltos, a libertação com termo de identidade e residência é um convite legal para os agressores, ladrões ou assaltantes continuarem a repetir crimes idênticos, no dia seguinte. Logo temos demasiadas leis erradas, talvez para diversificar as polémicas públicas que nos impingem diariamente e para justificar a importância dos políticos, juristas e comentadores. A culpa é nossa, ao alimentar um sistema falido!

A CENSURA LUSA NO SÉCULO XXI
O articulista convidado é Teresa Caeiro, deputada do CDS-PP, que também escolheu o tema da violência doméstica sob outra perspectiva, com o título A censura no Séc.XXI.
Introduz a teoria de que a Esquerda tem conseguido penetrar em todos os patamares da vida nacional nos últimos 34 anos e instituir a cartilha dos temas que lhe são mais queridos, apesar de obsoletos (pois datam dos séculos XVIII e XIX), instituindo uma monitorização pavloviana sobre a opinião pública para condenar todas as ideias oriundas da direita e do centro. Não me admiro! Mas pelo menos o CM dá na margem esquerda a opinião do seu director-adjunto (mais social) e de um deputada da direita que luta hoje pelo agravamento para seis anos de prisão, da pena mínima sobre violência doméstica comprovada. Cabe aos leitores do CM tirar as respectivas ilações.
Teresa Caeiro conclui: "... chegámos à crença colectiva de que os criminosos são as vítimas da sociedade e que tudo é uma questão de ressocialização". Acertou no alvo! Os líricos!
Com efeito, desde Jorge Sampaio, Manuel Alegre a Cavaco Silva, já estou farto das teorias da ressociliazação. Para me convencer terão de me apresentar dados, factos, ou exemplos concretos, a começar pelos efeitos positivos e a análise custo/benefício do Rendimento Mínimo Garantido (os títulos originais são sempre mais directos que as invenções posteriores dos sucessivos governos). Parabéns Teresa Caeiro - articulista que poucas vezes me tem convencido! Foi desta! Importa reformar os meios e critérios da ressocialização europeia, pois o barril está cheio!

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