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Thursday, July 17, 2008

 

TRAVAR PARA PENSAR ... sobre o programa TGV em Portugal

Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos Alfa por ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros.

A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demora cerca de cinco horas.

Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites orçamentais seriam mesmo uns tontos e atrasados.

Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza

A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu ensino superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade e nos incentivos à investigação científica e tecnológica.

Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque não constroem aeroportos em cima de pântanos (Ota), nem optam por ter comboios superrápidos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.

O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo tradicional.

É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem esses equipamentos e tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). Na Alemanha existe uma espécie de média

velocidade e entre Londres, Paris e Bruxelas o Eurostar. E é por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, Suécia, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Irlanda e outros países mais ricos que Portugal.

Tirar 30 ou 45 minutos ao percurso Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará benefício à economia do País.

Para além de que, dado hoje ser um projecto menos financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar com juros.

Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se mil escolas básicas (primárias) e secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia e lares para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um).

Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação da degradada rede viária secundária, dos portos e terminais de mercadorias e passageiros.

Cabe ao Governo reflectir. Cabe-lhe a si reencaminhar esta mensagem, ou deixar andar o país desgovernado numa vaga de consumismo.

By Undisclosed sender


COMENTÁRIO DE HF: NEM TUDO O QUE RELUZ É OIRO!

Eu acedi a este pedido, reencaminhando o excelente texto de Paulo Pereira, para os meus amigos, a quem peço para reflectirem sobre um tema tão importante e dispendioso. E para que, dentro da sua esfera de acção, exerçam (como eu estou a fazer) os seus direitos de cidadania activa.


ALTA VELOCIDADE DE MÉDIO OU ALTO GRAU?

Portanto, coloco, à partida, um senão: Portugal deve cumprir os seus compromissos internacionais, independentemente do governo legítimo e democrático que os tomaram e assinaram, como sucedeu no caso do TGV com a Espanha.

Escusa de ser uma rede de Altissima Velocidade. Aliás como a de Espanha, que adoptou uma velocidade mais moderada e suficiente para o AVE. Também penso que as ligações Lisboa-Madrid, Lisboa-Porto-Vigo (com continuação até Bilbau e Madrid) e Lisboa-Beja-Sevilha (com um ramal a Faro e continuação de Sevilha para Madrid - afinal, a linha do 1º AVE espanhol) fazem sentido. Especialmente hoje, se tivermos em conta a conjuntura de escassez das reservas de petróleo e da subida incontrolável do preço do barril (prevendo-se atingir 150 dólares por barril este verão e 200 dólares até ao final de 2008). Tudo para alimentar os especuladores dos mercados financeiros, depois da bolha do imobiliário ter rebentado nos EUA e ter-se alastrado a todo o mundo. Portugal desta vez nem ficou isolado, como é costume em tantas coisas. Até na segurança repetem, com desfaçatez, que cá não há perigo de terrorismo. Eles sabem lá!

AUTO-ESTRADAS ÁS MOSCAS

Quanto a estradas, devido à mesma tendência para travar o consumo de gasolina e gasóleo, bastam duas AE Lisboa/Porto, uma Lisboa/Madrid e uma Lisboa/Algarve (embora haja tráfego para duas). Mas como o óptimo é inimigo do bom, ajustes da rede viária apenas mais para o interior. Por exemplo, a AE Bragança/Vila Real de Santo António ou Tavira seria uma obra valente, a atravessar Portugal de Norte a Sul! Para as estradas secundárias de ligação entre vilas e aldeias, devem ser dados meios às autarquias para as melhorar ou construir, consoante o Plano Rodoviário Nacional (não ao critério de cada um, como AJJ que mandou fazer uma estrada para servir o quintal de uma sua antiga empregada).

ÁREAS PRIORITÁRIAS DE INVESTIMENTO

O mal dos nossos políticos contemporâneos é a sua inclinação para atender às reivindicações dos autarcas dos respectivos partidos, vendo apenas algumas árvores e ignorando a floresta.

Portugal não pode sobrecarregar as futuras gerações com o pagamento de dívidas sobre obras sumptuárias, as quais nem os países mais ricos da Europa fazem. Já bastou o betão na época de Cavaco como Primeiro Ministro.

Invistam antes mais na educação, na saúde pública, na justiça, na segurança pública, na prevenção e vigilância aos fogos florestais e às pragas e epidemias (dos pinheiros, das aves, do gado, etc.). Invistam no maior equilíbrio entre a produção e a procura na agricultura, pescas, indústria e comércio, sem esquecer a primeira área de crescimento sustentado positivo para o PIB - o TURISMO RECEPTIVO.


ENERGIAS ALTERNATIVAS AO GOSTO DA QUERCUS?

Precisamos de menos burocracia e menos politiquice. Mas mais incentivos às empresas nacionais que criam emprego e desenvolvem as exportações.

O resto é jornalismo especulativo, intriga política e marcar passo! Como as associações ecologistas, que não aceitam a energia nuclear nem as barragens hidroeléctricas, ou os bio-combustíveis derivados de culturas próprias. Os dirigentes da Quercus (sempre presentes na TV) pensam queum País moderno poderá sobreviver com energia eólica, foto-voltaica, ou com o aproveitamento do óleo de fritar para combustíveis. Bem poderiam oferecer-se para agricultores voluntários em África. Na Europa, Portugal deve ser o país, proporcionalmente à sua superfície, com mais terras abandonadas ao desleixo e à erosão. Enquanto a África é um continente gigantesco com a maior taxa de terras abandonadas, à espera de investimentos. Celeiro para o mundo mais populoso (Ásia e América Latina) e inaproveitado para a produção de vegetais próprios para bio-combustíveis.


INCENTIVO À TROCA DE IDEIAS
Agradeço também a vossa reflexão sobre os meus comentários, pois estando em princípio de acordo com o autor desta troca de ideias, creio que é através da recolha e conjugação de muitas opiniões que qualquer Governo pode chegar à solução mais equilibrada. Desde que não pretenda apenas recompensar os empreiteiros (associados aos nossos maiores grupos económicos) com os vultuosos investimentos públicos anunciados. Os estudos, lembro, são dinâmicos e não estáticos. As situações mudam consoante as crises e o crescimento dos fluxos de negócios ou as alterações dos mercados externos e internos.

NOVOS ESTUDOS SOBRE PREVISÕES DE TRÁFEGO

De início, este chefe do governo quis fazer valer os estudos originais da Ota (feitos há décadas - o tema arrastou-se durante 30 anos), quando a sociedade cívil lhe fez ver que se justificava um estudo mais recente. Foi feito e o resultado foi ter acedido a transferir o projecto da Ota para o Campo de Tiro de Alcochete, obrigando o MOPCT a engolir o sapo "jamais" em francês! Pois, agora, perante a crise financeira e energética global (notada há um ano), impõem-se novos estudos sobre as novas previsões da evolução do tráfego aéreo, rodoviário, ferroviário e até marítimo. Pois, creio que vamos voltar aos car-ferries de Inglaterra para Portugal, Marrocos e Sul de Espanha, para retirar camiões TIR, autocaravanas, autocarros de turismo e automóveis privados das estradas europeias.

Obrigado pela atenção e, por favor, comentem estas reflexões, divulgando as vossas opiniões por esta via, uma vez que coloquei estes textos, abertos à discussão pública, no blogue www.Sagresschool.blogspot.com


Humberto Ferreira - Lisboa 17 Julho 2008


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