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Tuesday, December 28, 2010

 
CRÓNICA MATINAL: Em que país eles vivem?
À minha volta vejo vidas adiadas e carreiras desmoronadas. Depois leio o que por aí se escreve sobre um povo que não sabe viver com o sacrifício e pergunto-me: em que país vivem os nossos colunistas?
ANTES PELO CONTRÁRIO - Blogue de Daniel Oliveira - COLUNISTA DO EXPRESSO
Texto divulgado no Expresso.pt em 28Dez2010
Em frente a mim, um amigo com uma longa carreira almoça. Percebo que não o faz há dias. Demasiado velho (((ou será NOVO?))) para se reformar, demasiado novo (((ou será ENTRADO?))) para começar de novo, vive no limiar da sobrevivência. Mantém-se bem vestido para tratar das aparências. Tenta manter aquela dignidade que sempre me mereceu admiração.
No chat, converso com um amigo emigrado. Excelente no que faz, quando chegou a Lisboa parecia que a sua carreira não encontraria grandes entraves. Até que, cansado de viver de recibos verdes mal pagos em ateliers que tratam o talento como coisa irrelevante, decidiu partir. Sem nada que o esperasse no destino. Lá se está a safar. Mas, apesar disso, quer saber como isto vai porque ainda não perdeu a esperança de voltar.
Olho em volta e vejo os meus amigos mais promissores a dar aulas em universidades estrangeiras, com condições que aqui seriam virtualmente impossíveis. Outros a trabalhar em call-centers ou a viver de biscates, com as suas vidas adiadas para sempre. Vejo os pais deles a carregarem até à velhice o fardo de garantirem a sua sobrevivência. E a dos netos, quando os filhos tiveram coragem para tanto.
(((CRUZO-ME))) Diariamente cruzo-me com a angústia de vidas impossíveis, onde tudo é contado. De trabalhadores menos qualificados aos melhores quadros que o nosso sistema de ensino produziu. Tanto desperdício de talento que perco a esperança neste país.
Isto é o que vejo. Depois leio textos de colunistas e economistas. Vivemos acima das nossas possibilidades. Habituamo-nos ao bem bom. Perdemos a ética do trabalho. Já não sabemos o que é o sacrifício. Fico agoniado e assalta-me uma dúvida: sou eu que conheço demasiados azarados ou esta gente que escreve nos jornais e fala na televisão vive num País diferente do meu?
COMENTÁRIO DE HF – Daniel Oliveira é um dos colunistas mais “beneficiados” do nosso actual sistema de comentadores e colunistas da política, economia e do sistema em que vivemos. E não lhe nego talento, apesar de raramente concordar com as suas bizarras opiniões como esta. Escreve no Expresso e tem um blogue bastante popular. Faz parte, portanto, do rol de COLUNISTAS eleitos pelo mais conceituado semanário do nosso País.
Como classifica então Daniel de Oliveira um país que “consome” e “desperdiça” por ano o dobro do que produz. Sejam os privados, em bens, produtos e serviços que vendem no mercado interno ou ao exterior, seja o Estado em impostos, taxas, sobretaxas, coimas, multas, receitas ordinárias (na Justiça, Educação, Saúde, Segurança Pública, Museus e Monumentos, Portagens, Equipamentos Públicos, Ambiente, Segurança Social, Apoios Comunitários, etc.) e receitas extraordinárias (ainda há privatizações a fazer, vendas de imóveis do Estado e dos municípios, aumentos de impostos, taxas e sobretaxas, coimas, multas e outros serviços estranhos, pagos pelos utentes nas contas da electricidade, esgotos e outros)?
Talvez: um País Porreiro, Pá?
TRINTA E SEIS ANOS PERDIDOS
Estragaram tudo. O Ensino com cursos superiores que talentosos jovens tiraram com brilho e distinção mas que não servem para NADA A não ser para trabalhadores precários em centros de mau atendimento telefónico! Nem a Função Pública os quer! Nem os meios de comunicação social têm capacidade para absorver estes brilhantes compatriotas que passam a vida nos cafés, esplanadas e bares, sustentados pelos pais que lhes fizeram a vontade, para lhes evitarem traumas previstos pelos psicólogos!
Mas também estragaram a Saúde com maternidades instaladas numa centena de concelhos para agora haver dezenas de portugueses que nascem por ano nas ambulâncias enquanto outras centenas nascem em Badajoz e Tuy.
Estragaram a Agricultura e o Planeamento Demográfico, alimentando a vida de idosos nas aldeias mais pobres da Europa, instalando escolas, juntas, postos da GNR, guardas florestais, guarda-rios, cantoneiros e fiscais, ignorando que o minifúndio tradicional só gera pobreza e individualismo egoísta e até a rivalidade doentia.
E, assim, afectaram as esperanças das gerações activas futuras com uma dívida do tamanho da pá da lendária padeira de Aljubarrota ou da espada do Afonso Henriques!
E AINDA QUEREM CONTINUAR A MAMAR NA TETA DO CONTRIBUINTE URBANO?
Contribuinte velho, doente, abandonado, com reformas de miséria, e sacrificado até à medula?
Ou do pessoal entre 45 e 65 anos, desempregado, mal preparado e pouco produtivo, sem futuro à vista, que enchem os dormitórios das cidades mal planeadas, mal urbanizadas e mal aproveitadas?
Ou dos jovens que não estudaram cursos com futuro, ou nada estudaram, preferindo associar-se em gangues que geram violência em bairros onde nem a polícia entra?
ALTERNATIVAS MAIS INTELIGENTES
O QUE DANIEL OLIVEIRA poderia fazer (COMO EU TENTO, QUASE TODOS OS DIAS) era avançar com algumas sugestões para o Governo planificar melhor e preparar, desde já, um equilibrado plano de desenvolvimento a longo prazo, que possa suscitar a aprovação de uma responsável maioria partidária, nos planos económico, tecnológico, cultural, social e financeiro, para assegurar o futuro de Portugal e dos portugueses nos próximos 30 anos.
TODOS NÃO SOMOS DEMAIS PARA, NESTA BORRASCA, LEVAR PORTUGAL A BOM PORTO!

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Friday, December 24, 2010

 
PORREIRO, PÁ!

Um Primeiro-Ministro de Portugal ao primeiro português Presidente da Comissão Europeia, quando o Tratado de Lisboa foi assinado em 13 Dez. 2007 ... já com bancos europeus a falir!

VAMOS TENTAR UNIR, EM 2011, O QUE MAIS IMPORTA A TODOS ... E NÃO APENAS AOS BANQUEIROS OU FACÇÕES POLÍTICAS E ECONÓMICAS

... votos de Humberto Ferreira na véspera do Natal 2010. A corrida ao Turismo, ao Mar, ao Ar e às actividades produtivas em geral, nunca foi tão fundamental para a nossa recuperação!

2010 deverá ser o melhor ano de sempre, diz Bernardo Trindade

23 de Dezembro de 2010 PubliturisOnline por Tiago da Cunha Esteves

O secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, disse hoje, em comunicado, que “não obstante as dificuldades sentidas na Região Autónoma da Madeira, temos todas as condições para perspectivar 2010 como o melhor ano de sempre”. A reacção surgiu depois do Banco de Portugal ter divulgado no Boletim Estatístico de Dezembro as receitas turísticas relativas a Outubro. No comunicado, divulgado pelo Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, é dito que a subida de 12% em relação ao ano passado reforça a “boa recuperação do sector face ao actual enquadramento macroeconómico desfavorável a nível internacional”. Brasil (+51,4%), Estados Unidos (+22,8%), Reino Unido (+17,1%) e França (+9,4%) foram os mercados emissores que mais se destacaram.

Turismo militar é uma potencialidade, diz Bernardo Trindade

9 de Dezembro de 2010 PubliturisOnline por Tiago de Cunha Esteves

O secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, disse esta terça-feira, em Tomar, que o turismo militar é mais uma potencialidade para o país. “É, sobretudo, mais uma solução relativamente à potencialidade que esta actividade económica turismo tem relativamente ao território”, disse, citado pela agência Lusa, nas primeiras Jornadas de Turismo Militar, uma organização do Instituto Politécnico local e da Escola de Tropas Pára-quedistas de Tancos. “Neste quadro, a circunstância de termos as instituições militares a disponibilizarem as próprias instalações em torno de mais uma experiência enriquece esta actividade económica, o turismo”, acrescentou Bernardo Trindade. O ilustre governante defendeu ainda que, cada vez mais, turismo e cultura devem unir esforços. “Tudo aquilo que pudermos fazer em torno do nosso território para garantir condições de fruição àqueles – nacionais ou estrangeiros – que optam por fazer uma opção de lazer no nosso país é de extrema importância”, afirmou.



Bernardo Trindade diz que China é aposta fundamental

7 de Setembro de 2010 PubliturisOnline por Tiago da Cunha Esteves

A China é uma aposta fundamental na estratégia de diversificação do governo português. Quem o defende é o secretário de Estado do Turismo, que se reuniu hoje em Xangai com um grupo de jornalistas chineses, no pavilhão português na Expo 2010, no âmbito da Semana do Turismo. “A aposta no mercado chinês assenta igualmente nas potencialidades identificadas pelas entidades oficiais dos dois países, considerando que são 500 anos de história e de relações que nos unem, nomeadamente através da presença portuguesa em Macau”, disse Bernardo Trindade, citado pela agência Lusa. No primeiro dia do lançamento da Semana do Turismo, segunda-feira, o responsável apresentou Portugal a alguns operadores turísticos de Xangai. Nos últimos dois anos, esta é a segunda campanha realizada por Portugal na China com o objectivo de divulgar o destino Portugal. A campanha, que termina amanhã (quarta-feira) surge em coerência com o Plano Estratégico Nacional de Turismo, no qual a China é identificada como um mercado de diversificação para o turismo nacional.



BOAS FESTAS, UM SANTO NATAL E UM SUAVE ANO 2011

São os votos enviados de Lisboa, em 24 de Dezembro 2010, do Humberto Ferreira ...

... aos AMIGOS ... do AR, MAR e TURISMO, no período mais grave do Euro, do projecto de convergência da União Europeia, e das Finanças Públicas e da Economia de Portugal. Logo:

DO ENDIVIDAMENTO, SACRIFÍCIOS E FALÊNCIAS

À EXPORTAÇÃO, TURISMO E ESPERANÇA

Título da crónica Turiscópio, de Humberto Ferreira, no Publituris, edição em papel, em 17 Dezembro 2010, também já editado neste blogue em Dezembro de 2010.

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Tuesday, December 21, 2010

 
TURISCÓPIO DE 17 DEZ. 2010
Do endividamento, sacrifícios e falências

à exportação, turismo e esperança


Humberto Ferreira

Esta é a síntese do ciclo 2008-2011. Não soubemos interpretar os sinais externos, a avisar-nos da insustentabilidade da nossa governação nas últimas décadas. Chegamos à situação de ficar à mercê da especulação dos credores e da incapacidade de resistir sem orientações rígidas do núcleo duro europeu.
Prestes a findar, o ano de 2010 foi caracterizado pelo choque com que interiorizamos o descontrolo orçamental e as medidas de austeridade, gradualmente impostas por políticos desacreditados.
Situação agravada pela constatação da Constituição quase obrigar esses políticos a errar até ao Verão de 2011, sem reconfirmar o voto popular expresso em 29 Set. 2009. O ano de 2010 foi duro no crescimento do desemprego e na quebra da auto-estima. Foi mais suave no consumismo, exportações e até nas estatísticas do turismo.
Mas o pior está para vir em 2011. Já em Novembro de 2010, o primeiro mês sem operações regulares da Tui e T. Cook, o Algarve registou a maior quebra sazonal de sempre, com uma ocupação de 24,4%.

O balanço geral da economia nacional em 2010, apenas foi compensado pelo aumento das exportações em drawback (automóveis e tecnologia) e de vinhos, cortiça e materiais que evitaram o descalabro.
Quanto ao ciclo da constatação do grave e elevado endividamento externo, foi ainda caracterizado pelo crescente desemprego, emigração e desorientação de gestores e trabalhadores. Resta-nos uma única esperança: que o ataque à crise seja, finalmente, bem reestruturado, cumprido e orientado.
Não se mexe em equipa vencedora, mas muda-se sempre uma equipa perdedora. E quanto mais cedo melhor.

PLANEAMENTO ESTRATÉGICO – Precisamos com urgência de uma estratégia nacional com as linhas de acesso e aproveitamento viável aos nossos vários trunfos.
Voltar ao Mar e às múltiplas e lucrativas variantes da Agricultura, Floresta e Indústria (mais adaptada, pois o exemplo da falência da Quimonda foi cruel). Fomentar as Minas, a gestão de Obras Públicas no exterior, os Transportes Internacionais, as indústrias da Ciência, Saúde-Bem Estar, Cultura, Espectáculo (com artistas nossos de projecção internacional como no desporto), Ambiente, Ensino, Desporto e Hospitalidade.
Com um governo que garanta proteger e baixar os custos operacionais das empresas produtoras de bens e serviços para exportar, sejam de dimensão micro, pequena, média ou grande. Portanto sem aumentar em 2011, 2012 e 2013, os custos da energia eléctrica, dos combustíveis, da água, dos transportes, dos encargos às empresas e trabalhadores.
Sem um trinómio unido entre empresários-trabalhadores-políticos (por esta ordem e sem supremacia política), não levamos a carta a Garcia.
E nesta abrangente sugestão estratégica, devem ainda os partidos apostar na dignificação e formação profissional, apurando a potencialidade das Novas Oportunidades e adaptando o Ensino ao futuro da economia, cultura e qualidade de vida. Como? Criando e comemorando Dias Nacionais das principais profissões técnicas e artísticas. Pois, precisamos de superar novos desafios, motivando iniciativas e propostas que surpreendam os consumidores externos e internos, individuais e colectivos.

QUADRO DE HONRA TURÍSTICO – Entre os PROGRAMAS DE TURISMO que impressionaram os mercados, destaco: PORTUGAL SENSACIONAL (2º ano) da Abreu – boa ideia para o turismo doméstico e receptivo; NÃO PERCA O SONO A PLANEAR AS SUAS VIAGENS. A TA TURISMO TRATA DE TUDO – proposta original no arranque da "ingénua" directiva Bolkestein, que liberaliza os serviços na Europa… sem “deslealdade, irregularidades ou fraudes”; PORTO MAIS BONITO – promoção do Porto e Gaia, cidades abraçadas pelo Douro, onde com segurança há mais turismo e novas oportunidades para compensar a Red Bull Air Race. E as capitais gémeas do vinho do Porto, querem atrair mais congressos internacionais e cruzeiros a Leixões; ALENTEJO – TEMPO PARA SER FELIZ – a nossa maior região renova a sua aposta em três trunfos: Agricultura, Mar e Turismo. Além dos excelentes vinhos, cavalos, artesanato, monumentos e turismo náutico no Alqueva e Litoral, assim como no sugestivo programa ALENTEJO RESERVA DARK SKY (em português: ALENTEJO – O MAIS BELO CÉU ESTRELADO) – seis municípios do Alqueva – Barrancos, Portel, Reguengos de Monsaraz, Alandroal, Moura e Mourão – visam criar “uma nova vida ao cair da noite” com a amenidade do grande lago.
Quanto a mim, falta ainda, por exemplo, um grande roteiro religioso: a ROTA MARIANA por Braga, Viana, Fátima, Lisboa, Vila Viçosa, etc. Agora que o Turismo Religioso está prestes a entrar no PENT 2011-2013.

Teremos que gerir com eficácia O MELHOR DE PORTUGAL, aproveitando os recursos de cada região e zona. Para isso, cabe à sociedade civil apurar e promover as "âncoras" de cada município turístico, formalizando os clusters associados ao turismo, para que regiões e zonas colaborem entre si através de uma renovada plataforma público-privada de promoção profissional. Em vez de se incentivar as rivalidades Interior-Litoral ou Norte-Sul, recomendo a organização de uma grelha alargada de roteiros capazes de atrair mais e melhores turistas, e projectando a originalidade do nosso meio rural e costeiro, das planícies e serras, cidades, vilas e aldeias. Por exemplo: criando as CAPITAIS da joalharia e filigrana; cristal e porcelana; azulejos e loiças típicas; mármore e pedras ornamentais; moda urbana e desportiva (enfoque na Slimwear para alta competição); calçado e peles; cortiça e enoturismo; termas e spas; Maravilhas da Natureza; Desportos de competição e de bem-estar; pecuária (do gado cavalar, bovino, taurino, e ovino, ao caprino); artes plásticas e antiguidades; móveis e tapetes, etc. Afinal,temos que optimizar o binómio Turismo-Produção Local.

ESTIMULAR PRÉMIOS INTERNACIONAIS – Depois das excelentes experiências dos WORLD TRAVEL AWARDS conquistados por destinos e empresas turísticas, um louvor para o 1º Emmy para Portugal. A novela Meu Amor ganhou em Nova Iorque o troféu da Melhor Telenovela Internacional em 2010. Produtos com rótulo Emmy passam a ser boas fontes de exportação. Também os acessórios de cortiça da Pelcor, de S. Brás de Alportel, marcaram ao oferecer peças inovadoras aos líderes da Cimeira Nato 2010 em Lisboa. Aliás, Sandra Correia, a criadora da NovaCortiça aplicada à moda, sempre que vêm a Portugal líderes nas artes, política ou negócios, surge com brindes geradores de exportações. Sem esquecer que Paula Rego foi em 2010 ordenada, pela Rainha Isabel II, Dama do Império Britânico, em reconhecimento da sua notável carreira.
Resta-me desejar que o Ano Turístico de 2011 seja mais suave do que as notícias negativas nos apontam, e apresentar votos de um Natal com Saúde e um Ano Novo com muita Esperança à equipa Workmedia, aos leitores do Publituris, e a toda a comunidade do Turismo em Portugal!

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Sunday, December 12, 2010

 
REVISTA DA IMPRENSA - NOTÍCIA DO DIA 11 DEZ. 2010:

Camarate de volta para 9ª tentativa enquanto Portugal se afunda
PSD e CDS-PP defendem a constituição da 9ª comissão de inquérito parlamentar
O general Eanes diz que documentos dos EUA podem ajudar no caso Camarate

Material da Agência Lusa para o portal do jornal Público,
com comentários de Humberto Ferreira


LEAD - O ex-Presidente da República Ramalho Eanes considerou "inaceitável” a ausência de uma conclusão final sobre Camarate, dizendo ser favorável a um inquérito parlamentar e alertando para a existência de documentos nos Estados Unidos que podem ajudar na investigação

A notícia do Público começa: “Entendo que hoje há comissões de inquérito a mais, mas se porventura se entende que esta pode ajudar a esclarecer as questões que estão em aberto que se constitua”, afirmação do general Ramalho Eanes, quando falou aos jornalistas, à entrada para um almoço organizado pela Associação de Ex-deputados da Assembleia da República.

E o general Eanes continuou “É perfeitamente inaceitável que trinta anos depois, esta questão não tenha sido resolvida.Julgo que a sua resolução era imposta pela democracia, pela informação correcta aos portugueses e também pelas memórias de Sá Carneiro, Amaro da Costa e dos outros cidadãos portugueses que morreram no acidente".
Mas pode ser interessante esperar mais algum tempo, porque este ano irão ser desclassificados “documentos confidenciais dos Estados Unidos em relação àquela época”.“Esses documentos iriam fazer muita luz sobre esta questão, porque os Estados Unidos da América acompanharam de perto tudo isto e inclusivamente, a pedido do Governo, mandaram cá um conjunto de peritos” na década de 80, acrescentou Eanes.

E a notícia do Público remata: "PSD e CDS-PP defendem a constituição de uma nova comissão de inquérito (a 9ª) ao caso do desastre de avião que matou, a 4 de dezembro de 1980, o então primeiro-ministro Sá Carneiro e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, entre outras pessoas.

COMENTÁRIO HF
Ora a oitava comissão de inquérito parlamentar, face aos novos dados apresentados, concluiu pela “tese do atentado na investigação ao desastre de Camarate”, mas teve que encerrar apressadamente os trabalhos, quando o anterior Presidente Jorge Sampaio decidiu, no final de 2004, dissolver a Assembleia da República, apesar da maioria PSD-CDS que suportava o governo de Pedro Santana Lopes, dirigente nº 2 da comissão política do PSD à época.

Convém relembrar que foi o próprio Presidente Sampaio que deu posse a Santana Lopes, como primeiro-ministro, apenas alguns meses antes. E que só depois de José Sócrates ter sido eleito secretário-geral do PS (em substituição de Eduardo Ferro Rodrigues que se afastou por não ter concordado com a recusa presidencial de convocar novas eleições para se resolver essa crise política), é que o Presidente Sampaio alegou que havia falta de condições de garantia para o desempenho democrático das instituições da República, na ausência de um governo legitimado pelo voto popular. Um comportamento bastante polémico.
Pois a mudança do governo Barroso para o gabinete Santana Lopes deveu-se apenas a um acto político da maior relevância, Foi por José Manuel Barroso ter tido a coragem de aceitar o grande desafio dos seus pares da União Europeia em se candidatar a presidente da Comissão Europeia.
Uns disseram que Barroso quis foi fugir da situação caótica que Portugal já vivia. Outros, como eu, diziam que Barroso e Manuela Ferreira Leite não tiveram foi tempo suficiente para endireitar o buraco pantanoso deixado por Guterres.
Seja como for, José Manuel Barroso foi à luta na Europa e venceu. Desempenha esse alto cargo desde 2005, tendo já renovado a eleição para o segundo mandato.
E convém não esquecer: foi a primeira vez que um português alcançou a indigitação e eleição para tão prestigiante e importante cargo, ao mais alto escalão da estrutura da União Europeia, de que Portugal faz parte integrante. Não foi uma saída precipitada mas mas uma distinção saufragada pela maioria dos europeus representados em Bruxelas e Estrasburgo.
Quem andou mal foi Sampaio. Aceitou e "despediu" Santana. Desacreditou e afastou Ferro (à data líder do PS)e abriu o caminho para o milhão de asneiras e teimosias que Sócrates continua a fazer à custa de erradas avaliações de Belém.

FRÁGIL DEMOCRACIA

Passados seis anos,afinal, quem acredita na boa-fé do nosso frágil “edifício” democrático?

OS FACTOS - Em 2004, um presidente favoreceu o seu partido, dissolvendo a AR quando havia uma maioria parlamentar sem fracturas, apoiante do governo em exercício.
Mas não deixou de exercer as competências constitucionais do seu alto cargo.
Logo o que há é algo errado na Constituição e que tarda a ser reparado ou alterado!

OS EFEITOS - Agora, em 2010, um governo eleito a 29 de Setembro de 2009, através de falsas promessas eleitorais – como os aumentos precários dos salários do funcionalismo e outras ainda mais graves – tem governado o País para uma das mais graves crises de sempre, em termos de, em breve, correr o risco de não sustentar os encargos externos e internos.

PERFIL POUCO RECOMENDÁVEL PARA UM POVO COM 870 ANOS
AS CIRCUNSTÂNCIAS - o actual Presidente faz outra leitura conservadora da situação. Primeiro, porque também não se comove facilmente com os sacrifícios impostos aos portugueses, à conta de equilibrar as frequentes quebras de galhos nas finanças públicas. Todos os governos têm gastado mais do que aquilo que conseguem cobrar em impostos e taxas, aumentando sempre a dívida externa e interna, apesar dos INCOMPORTÁVEIS SACRIFÍCIOS aplicados aos cidadãos que cohabitam com as maiores injustiças da União Europeia.
Segundo, porque não se aplica suficientemente a MUDAR OS VÍCIOS INSTALADOS.
Para ele tanto faz que, por um lado, os portugueses sejam os trabalhadores fixos e precários com os salários mais baixos da Europa e os que trabalham mais horas, com a agravante do pagamento das horas extraordinárias, ter sido praticamente abolido nas empresas privadas, passando a ser prerrogativa para polícias e serventuários do Estado (maior). Mais outro exemplo negativo do alegado Estado Social instalado,
Por outro lado, quem se importa que os políticos enriqueçam mais rapidamente sem dar contas.
Ou que os políticos elegíveis não saibam fazer mais nada, além da intriga e da mentira politica.
Ou que a maioria dos gestores, embora também sejam mal preparados, nas escolas, universidades, organismos do Estado e empresas, possam, mesmo assim, auferir proveitos milionários. Casos específicos dos governadores do Banco de Portugal, TAP, EDP, Águas de Portugal, além de gestores de outras empresas públicas e semi-públicas com acções douradas, sociedades desportivas - as famosas SAD - etc. Desde que se aboliu praticamente a CARTEIRA PROFISSIONAL (e eu lembro-me bem do nome do governo (ir)responsável) que a incompetência, negligência, irresponsabilidade cresceram a um ritmo acelaradex. E quantos concursos públicos para nomeação de cargos oficiais não são sujeitos a contestação? Mas toleram-se títulos vitalícios, como os de gestor público (colocados ou em lista de espera), de formador das Novas Oportunidades, de comissário político (com direito a senhas de presença).
Ou, ainda, quem se mexe para acabar com a corrupção, o compadrio, a marginalidade e a crescente insegurança? Já se diz que,afinal, Portugal não é a WC da Europa (West Coast) mas sim o Faroeste da Europa!
Não, enquanto ministros, chefes das polícias, magos das estatísticas, e alguns magistrados esconderem tudo, desde as medidas de segurança "oxalá" aos processos judiciais anedóticos. É preciso um corajoso que divulgue os Wikileaks lusitanos!
O que todos gostam é de aplaudir algumas centenas de futebolistas e artistas que conseguem ganhar fortunas num dos ambientes mais miseráveis da Nova Europa.

A DITADURA DO CALENDÁRIO ELEITORAL
Quem manda neste país é o calendário eleitoral de cada ciclo e cada "reinado".
O actual Presidente está em plena campanha eleitoral para ser reeleito a 23 de Janeiro, próximo.
Mas quem se preocupa em rever a Constituição?
Como pode um país ser governado durante mais oito-nove meses, por um governo que descambou para uma espiral de endividamento externo, afectando várias futuras gerações?
Fala-se que serão precisos 10/12 anos de sacrifícios. Mas nem se poderá pagar toda a factura das despesas dos últimos anos num prazo destes.
Quando muito, poder-se-à reequilibrar o rácio "dívida externa-receitas públicas".
Mas quando se assumiram as obras do TGV, Aeroportos de Alcochete e Beja, da reconversão da bitola ibérica para a europeia da rede ferroviária nacional, das obras ferroviárias do Terminal de Contentores de Alcântara, do fracasso das portagens nas ex-Scuts, e de outras "âncoras da política nacional", ainda vai ser pior.
Só falta, depois, mudar a capital para a Costa da Caparica.
Para Sócrates poder ficar na história como o Presidente Juscelino Kubitcheck fez em 1960 no Brasil. Construiu uma nova capital e mudou o executivo do Rio de Janeiro para o Distrito Federal.
Neste caso singular, Lisboa muda-se para o Deserto do Lino Jamais! Nessa altura já dotado de alta velocidade, três aeroportos a sul do Tejo,as Polis da Costa da Caparica e Sesimbra, enfim a capital do socialismo lusitano.
O Brasil também era pobre nos anos 60, mas ficou alegremente endividado para toda a vida. Quanto custa manter uma capital artificial em Brasília, quando a vida económica do país se situa em São Paulo. Quanto custa a deslocação semanal de milhares de titulares de cargos públicos, funcionários e assessores para Brasília? São os políticos visionários e perdulários, os mais perigosos do mundo!

MAIS VALE CAIR EM GRAÇA DO QUE SER ENGRAÇADO
Cá em Portugal, o actual PM Sócrates aumentou os funcionários 2,9% em 2010 mas vai-lhes reduzir, um ano depois, os vencimentos entre 5% e 10%, a partir de 2011. Baixou 1% do Iva em 2004 e, agora, aplica-nos aumentos semestrais, pois vamos sofrer um aumento generalizado do Iva em 3% (1% a partir de Junho e mais 2% a partir de Janeiro).
Mas não se ficam por aqui as maldades do actual PM: propõe-se aumentar a taxa média do Iva de 12% em 2009 para 23% em 2011, afectando a economia de empresas produtoras e distribuidoras tão diversificadas como restaurantes, ginásios, floristas.
E avança com o seu acto mais desumano de todos: retirando o abono de família aos pais que vencem acima de 529 euros/mês. Calcule-se, uma medida do Salazar fascista!
Além de retirar, ou reduzir, a partir de 1 de Janeiro de 2011, vários apoios sociais a idosos, jovens, doentes crónicos, desempregados (cujo número se aproxima dos 700 mil e não para de crescer) e pobres, tudo em nome do tal novo “Estado Social”, mas do desacreditado modelo patenteado por Sócrates!
Foi, de facto, sol de pouca dura, as promessas eleitorais inventadas por este líder do PS na trágica campanha eleitoral no Outono de 2009, quando conceituados especialistas em economia, finanças públicas e política, além dos comentadores das mais diversas correntes de opinião – incluindo a então derrotada líder do PSD, Manuela Ferreira Leite (tão criticada pela bancada do PS, onde estava o jovem Sócrates de serviço), lhe fizeram chegar repetidos avisos sobre as inevitáveis consequências do grave endividamento público e privado dos portugueses, agravadas pela insustentabilidade dos seus arriscados orçamentos internos, face ao Programa de Estabilidade e Crescimento Europeu, indispensável ao equilíbrio do EURO, moeda comum a 16 Estados Europeus.
Este Sócrates só nos tem dado desgostos, tal como o seu homónimo grego deu aos gregos. Mas teve um fim trágico. Cá foi Sá Carneiro em 1980. O tal inquérito político português, que não bastaram oito versões para se apurar se foi atentado ou acidente, com ou sem negligência!

APELO AO CONSUMO DESENFREADO
É evidente, que um povo bem informado e bem ensinado, deve assumir os seus erros e as suas responsabilidades. Mas os consumidores lusos foram, de facto, ludibriados pelos bancos e pelos grandes grupos responsáveis pelo consumismo instalado, não apenas nas grandes superfícies, mas também em todas as cidades e vilas, para vender largos milhares de primeiras e segundas habitações, automóveis, férias no estrangeiro, iates, festas e ostentação de riqueza sem fim … Sempre com a complacência do PS – que deixou em 2005 de ser o Partido Soarista para se tornar e institucionalizar como um facção socrática, neo-liberal encapuçada.

CÁ SE FAZEM CÁ SE PAGAM
É verdade que só se endivida quem quer, mas os portugueses foram muito mal conduzidos nos últimos 20 anos. A propaganda oficial e a intensa publicidade dos bancos e grandes grupos económicos, passaram a dar a entender que os portugueses tinham carta-branca para consumir ainda mais que os restantes europeus, cujos salários são três a cinco vezes superiores aos seus. Andava todo o mundo envaidecido e entusiasmado pelo euro e pelos volumosos quadros comunitários de apoio, cujo fim já era conhecido mas subtilmente encoberto!
Mas pior ainda foi o facto de não serem apenas os anónimos cidadãos levados a consumir sempre mais e mais ... pelos governos socialistas e sociais-democratas de Cavaco, Guterres e Barroso, em crescendo até Sócrates – o homem que sonhou com o TGV, talvez para poder fazer jogging semanal no Passeio da Castelhana e trocar segredos da Internacional Socialista com Zapatero!
E a “contabilidade” herdada por Teixeira dos Santos obriga a que a República se endivide em espiral para poder pagar os juros dos frequentes empréstimos contraídos, mais os salários e as reformas antecipadas do “monstro” criado pelo Estado Português desde o PREC

INVENTORES DA PRECARIEDADE E REFORMAS ANTECIPADAS
Alguém já calculou qual o número total de reformados do Estado, do sector empresarial do Estado, das autarquias e das empresas do sector municipal, mais os reformados sector privado? Que percentagem da população representa?
E quantos deles foram reformados por antecipação?
Conheço casos sem fim de reformados desde os 51 anos!
Eu estou à vontade. Trabalhei e descontei de Outubro de 1955 a Maio de 2005 – são 50 anos – e estou aqui para as curvas! Até me “esqueci” de juntar à minha reforma os 25 meses em que servi no Exército, no gabinete do Ministro da Defesa Nacional. Achei sempre que o serviço militar era uma obrigação de cada português à Pátria. Não me preocupei com o que a Pátria não fez por mim, mas, sempre, com o que eu fiz pela Pátria nesse período, embora o País fosse então governado em ditadura por um núcleo poderoso. Nunca fui militarista, mas sinto honra em ter cumprido o meu dever num período difícil em que a antiga União Indiana invadiu Goa, Damão e Diu!
Mas quantos têm um passado de trabalho semelhante ao meu? Talvez alguns médicos, advogados, empresários e o cineasta emérito Manuel de Oliveira! Titulares de cargos públicos, não acredito! Sejam de que cor forem!
Mas agora? Não há um núcleo ainda mais poderoso que faz o que quer?
Simplesmente por estar apoiado por uma maioria sociológica eleitoral (obtida à custa de falsas promessas, conforme demonstrei acima), mas que difere bastante da matriz social que encontramos no dia-a-dia na rua, bairros, transportes, mercados, comércio, escolas, fábricas, repartições públicas, parques ou campos desportivos. Alguém dúvida das sondagens de opinião, e de que o descontentamento e a desilusão política alastram em todo o lado?
E ainda alguém confia nos dados e conselhos do governo e dos deputados?
Por isso não me admiro que o general Ramalho Eanes se queixe, agora, de que, em 30 anos, a classe política tenha desprezado apurar a tese do alegado atentado contra o então ministro da Defesa Amaro da Costa, que vitimou também o Primeiro-Ministro Sá Carneiro e mais cinco pessoas, na trágica explosão, queda e fogo no Cessna sobre o popular bairro de Camarate, num abortado voos entre a Portela e Pedras Rubras na fatídica noite de 4 de Dezembro de 1980. Passados 30 anos, poucos acreditam ainda na boa-fé da actual classe política. Nem posso dizer BEM FEITO, pois trata-se de um facto duplamente triste.
Por sinal, estive presente no último discurso público de Sá Carneiro, no Congresso das Agências de Viagens e Turismo, realizado dias antes em Tróia.
Chego agora à conclusão, através das declarações do general Eanes, que vai ser necessário, o governo norte-americano libertar, brevemente, a documentação secreta de 1974/84, para uma Wikileaks qualquer revelar o segredo do tráfego de armas para o Iraque, através de Portugal!


RECIBOS VERDES, TRABALHO PRECÁRIO E FUTURO INCERTO

Temos futuro? Teremos. Mas com crescentes sacrifícios. Dou graças a Deus por ter nascido com a grave Depressão de 1930, ter passado em Lisboa, a II Guerra Mundial com muitos sacrifícios, apesar da nossa neutralidade. E ter beneficiado de 65 anos de Paz na Europa nos últimos anos, presenciando a libertação do regime de Salazar e Caetano, a admissão na Europa e na moeda única, além de nunca ter passado um dia no desemprego, e de ter trabalhado em mais de 12 empresas ao longo de uma carreira de 50 anos.
Mas quem inventou os recibos verdes no Estado? O trabalho precário? A quebra nas prestações da Segurança Social? Os salários em atraso? E as reformas antecipadas?
Eu não fui. Mas faço ideia de quem permitiu tais disparates!
Creio que não falta muito para mais portugueses receberem salários e pensões com atraso! Pois, a actual situação vai tornar-se insustentável. Quantos meses faltam? Eu não quero ser o arauto da desgraça! Apenas o leal amigo que os avisa das ameaças que pairam sobre o nosso País. Se todos nos unirmos, se nos mobilizarem no bom sentido e no melhor rumo. E se trabalharmos em equipa. Estou certo que conseguiremos ultrapassar mais este vendaval socrático!

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