BelaSagres.blogspot.com

Divulgar Sagres. Bem-vindos ao melhor surf, pesca, mergulho, ciclo-turismo, e às praias vicentinas. Comentar a actualidade. Debater Ambiente, cruzeiros, aviação, excursões, hospitalidade, eno-gastronomia, desportos, cultura, eventos, formação e conhecimento. Aberto a contributos e críticas.

Sunday, February 25, 2007

 
GOVERNO
LUSO RADIOGRAFIA EM 2007
- 36 GRUPOS ALVO SUJEITOS A ATAQUES DIÁRIOS
Governar um país e um povo, pensava eu, é, primeiro que tudo, uma vocação especial de serviço público à comunidade. Uma dádiva alicerçada numa capacidade pessoal invulgar e dotada, antes de tudo (como Guterres) de muita paciência, solidariedade e vontade de ajudar os diferentes núcleos comunitários que constituem a nação - ou seja, o binómio território-indivíduos da mesma nacionalidade, que habitam o mesmo espaço e possuem origem, tradições, cultura e interesses comuns.
É óptimo quando esses governantes ideais aliam às citadas qualidades humanísticas, bons conhecimentos da política, economia, estratégia internacional e um objectivo comum alargado. Visando melhorar o País, a região ou a autarquia e proporcionando às populações condições dignas para poderem estudar e trabalhar mais, produzir melhor, e especializarem-se em actividades mais compensadoras para a comunidade!
Tudo isto pode ser optimizado quando o indivíduo eleito tem um sonho e um plano, que se enquadra numa meta de rejuvenescimento e consolidação da identidade nacional, satisfazendo a auto-estima e os desejos da maioria dos eleitores. Mas se os desilude com sofisma e má-fé, perde a confiança e passa a ser um fantasma que os atormenta a toda a hora!
CARTILHA DO BOM GOVERNANTE
Governar nunca pode ser julgar nem prejudicar os conterrâneos com uma frequência incómoda mas, sim, produzir leis e normas justas, acessíveis, equilibradas e exequíveis, que possam proporcionar aos cidadãos melhores cuidados de saúde, educação, formação especializada, segurança pública, mobilidade, liberdade com formação moral e cívica; acesso ao trabalho e meios transparentes na administração da justiça imparcial a todos os grupos etários e a todos os escalões da sociedade.
Governar não é focar o seu ego na perseguição aos adversários políticos e aos cidadãos mais frágeis, nem amedrontar, marginalizar sempre os mesmos sacrificados - os trabalhadores por conta de outrém, muitos deles a título precário e descartáveis ao primeiro sinal de crise, criando um ambiente geral depressivo, desmotivador e injusto entre a população.
Mas governar deve ser, também, saber estimular os mais cumpridores dos compromissos sociais, para estes encontrarem força para colaborarem e intensificarem ainda mais as suas obrigações cívicas.
Para isso não são precisos prémios pecuniários - como o da infeliz ministra que vai distinguir o melhor professor do ano. Seria preferível o melhor professor de cada agrupamento de escolas, como agora foram rebaptizados e enquadrados os escassos recursos da gestão escolar lusa!
Basta saber distinguir e apontar os cidadãos que em cada ano, em cada região, em cada actividade, mais contribuiram para a melhoria das condições de vida colectiva e apontá-los como exemplo a seguir. Concedendo aos mais notáveis algum incentivo de honra e boa cidadania.
E, pelo contrário, não concedendo indultos ou amnistias aos foragidos da justiça ou marginais que continuam a defraudar o erário público, a ofender as autoridades e a fugir ao cumprimento da lei, pois sabem de antemão que são, quase sempre, beneficiados. Quanto maior for o seu descaramento e comportamento injusto, maior é a recompensa do sistema - prendem e condenam a seis anos de prisão um cidadão que tratou bem e salvou de uma vida de miséria uma menina de cinco/seis anos e deixam em liberdade homícidas, gatunos, assaltantes e corruptos contumazes. Esta é uma das maiores prioridades nacionais. Não o entende assim a equipa de JSPS!
Governar bem é, também, simplificar os procedimentos burocráticos mas, ao mesmo tempo, exigir rigor ao funcionalismo, às autoridades e às empresas. E é ir de encontro à esperança expressa pela maioria da comunidade, sem arrogância, sem autoritarismo, sem zanga, sem mau feitio, sem mentira e sem se apresentar irado ou agoniado. Estão a ver de quem é o retrato robot, que tentei aqui descrever?
MANDAR MENOS E GOVERNAR MELHO:
É DIFÍCIL MAS COMPENSA
Ora a situação desesperante que a governação em Portugal provocou nos últimos dois anos junto da classe média é contrária a todos estes desejos - que deveriam ser os primeiros propósitos de qualquer executivo consciente.
O homem eleito para salvar o País usa uma linha oposta, tal como alguns dos seus antecessores - arrisco mesmo: desde o Marquês de Pombal a Salazar - antagonizando, perseguindo e inventando formas de castigar os diversos núcleos da sociedade contemporânea. É um homem cada vez mais sòzinho, mais acantonado no canto obscuro da vida nacional.
Desiludindo inclusivamente muitos dos adeptos do seu partido matriz.Este homem não soube nem quer fazer o que fez o Infante D. Henrique no século XV, chamando a Portugal os sábios dessa época para o ajudarem a concretizar a estratégia dos Descobrimentos, que passados quase seis séculos continua a ser o farol que ilumina a projecção da cultura e da perseverança lusitana à escala global.
O Infante D. Henrique foi, de facto, o primeiro grande génio da actual estratégia da globalização - mas a "inteligência" dominante e instalada neste ciclo do poder tudo ainda faz para o esquecer e menosprezar! Veja-se a promoção que os OCS do Estado e os comentadores pagos pelo regime fazem quanto à opção Cunhal - Salazar, desprezando as outras oito nomeações no passatempo da RTP Os Grandes Portugueses!
A "promoção" do serviço público de televisão (que anda em festa na comemoração dos 50 anos da televisão em Portugal (foi em 1957 que os nossos hábitos mudaram com o acesso à caixa mágica do entretenimento no lar) escolheu para a figura do Infante D. Henrique - também conhecido à escala mundial pela Infante Navegador ou Infante de Sagres - a frase negativa: Empenhado ou interesseiro? São estes os actuais "educadores" do povo, protegidos pelos detentores temporários do poder e pagos com os nossos elevadissimos impostos!
Ora, "empenhado" tanto pode significar "dedicado à expansão ultramarina de Portugal" como "endividado". E "interesseiro" significa que "se guia apenas pelo seu próprio interesse". Seja para obter lucros, comissões, honrarias ou negócios! Pelo contrário, a História diz-nos que o Infante aplicou boa parte dos seus avultados bens pessoais na organização das expedições dos descobrimentos. Quem tem interesse em branquear hoje estas crónicas históricas? E em nome de quem?
Contra a corrente, penso que Os Grandes Portugueses se trata de um programa que pode contribuir para aumentar a auto-estima dos portugueses, num momento dramático da nossa vida! Pena que se desfoque o objectivo! Talvez para tentar manipular os votos para os dois vultos que ainda conseguem dividir mais os cidadãos: Cunhal e Salazar. Nunca mais nos livram desta dicotomia artificial esquerda-direita!
Para já o actual inquilino de São Bento ficará na história como mais um déspota potencial, arbitrário, temperamental, frio, irascível e intolerante! Um mau exemplo para as gerações vindouras! Por mais que procure não encontro uma virtude para o definir! É esta a minha opinião, exercida em liberdade e creio que encontra eco em muitos dos portugueses atingidos pelas suas perseguições quotidianas!
O seu lema é atacar antes de instalar alternativas! Deve ter ódio à classe média, da qual nasceu. Nesse aspecto imita Salazar - que nasceu de uma família rural e também atacou a burguesia. Todos menos a aristocracia! Mas este, agora, nem sabe disfarçar.
Vamos, por isso, reagir e votar no Infante D. Henrique para o Grande Português!
OS PRIMEIROS ALVOS
Aliás, após a vitória eleitoral deu logo uma ideia do que seria o seu estilo. Desde os discursos de vitória e de posse às suas intervenções posteriores, oficiais e casuais, aos súbditos deste pobre país europeu com 850 anos de história, tem sido um ataque constante aos direitos conquistados no 25 de Abril e, por tabela, àqueles que conseguiram ascender da classe pobre à dos remediados. Todos menos os marginais e corruptos. Esse continuam na maior!
Ele nem está disposto a pagar qualquer factura aprovada por Soares, Guterres, ou Sampaio.
Nunca soubemos, como povo, investir em pessoas com uma visão mais dinâmica sobre o futuro, nem nos bens reprodutores do trabalho e da riqueza, para nos podermos livrar da praga de governantes centralizadores!
A ordem de cada dia é atacar a eito os núcleos da depauperada sociedade média. Queimar tudo para começar do zero. E os cidadãos esquecem que enquanto uns caminham parra o abismo, assim nós caminhamos para a pobreza!
É curioso analisar a tendência doentia deste europeu, democrata e eleito, curiosamente, em nome do Partido Socialista - a quem devemos, em grande parte, o facto de Portugal não ter resvalado em 1974/76 para uma república socialista (leia-se comunista ortodoxa), sob a esfera da antiga URSS, tendo por isso, o líder socialista da época, o corajoso Mário Soares, alcançado com justiça o título de campeão da liberdade do povo português. Infelizmente, este e outros dos seus correligionários mais novos não lhe seguem o exemplo! Pelo contrário estão a destruir a classe média!
ALVOS A PERSEGUIR
Vamos agora, num exercício inédito, assinalar e percorrer os vastos núcleos de cidadãos perseguidos, ameaçados e prejudicados pelo equipa no poder - cujos expoentes máximos de arrogância e trapalhadas são os titulares da Saúde, Justiça (basta 0 caso do indulto a um cadastrado que conseguiu iludir as entidades prisionais), Educação (estamos fartos de experiências e de reformas feitas à pressa), Economia, Agricultura e Ambiente (o território está a ser engolido pelo mar na Costa da Caparica, Esmoriz, etc., mas alimenta-se a incompatibilidade entre a alegada conservação do Ambiente e TODOS os projectos de desenvolvimento económico, sejam tecnológicos, industriais ou turísticos).
Contei a analisei 36 classes impiedosamente pela equipa em causa:
1 - Juízes, magistrados e promotores de justiça - A primeira pedrada foi contra as férias judiciais estabelecidas - ou seja, contra os juízes, magistrados e promotores de justiça. Até pareceu, no seu primeiro discurso patético, que tinha sido um cidadão comum que redigiu, apresentou e defendeu a lei das férias judiciais para empatar a justiça, à margem do governo e do Parlamento? Para os intocáveis, a culpa é sempre dos outros.
Depois, continuou mais ataques à Justiça: a ameaça de um novo mapa judiciário, com a redução de tribunais, comarcas, varas e juízos pelo interior do país - de que resultará a concentração de mais alguns milhares de processos nos círculos e comarcas que ficam abertos. Ora se o pecado maior da Justiça lusa é a sua exesperante morosidade, esta iniciativa só poderá vir a agravar a situação. Quem sofre? Os governantes? Os dirigentes partidários? Nada disso! Os mais prejudicados continuarão a ser os cidadãos comuns, os empresários, os investidores (veja-se a demora na conclusão das Opas em Portugal! O recorde para o Guiness da morte dos empresários mais ousados. O sistema luso não permite aventuras a quem também veio da classe média!
Depois retirou o sub-sistema de assistência médico-social ao Ministério da Justiça, cujos agentes trabalham pelo país todo. Por todas estas perseguições: nota negativa para JSPS.
2 - Farmacêuticos licenciados - A segunda pedrada foi contra os farmacêuticos licenciados - atacados contra o exclusivo da propriedade das farmácias. Esquecendo que a lei vigente fterá sido aprovada por deputados e ministros socialistas! Agora, já foi mudada a lei, restando-nos aguardar se o sistema muda para melhor? Ou se os medicamentos baixam de preço?. Penso que voltamos ao tempo de Salazar, quando o governo tinha o poder (e o direito) de intervir, condicionar e tabelar os medicamentos - assim como o preço de quase todos os bens!
Depois atacou a Associação Nacional das Farmácias, tentando retirar-lhe o tapete da intermediação no pagamento dos medicamentos comparticipados. Entretanto, a ANF investiu em rendimentos que lhe permitem antecipar o pagamento das contas atrasadas do governo às suas associadas. Mas este governo, em vez de elogiar este apoio, zangou-se com a reacção corporativa da ANF à sua política (como se Portugal não continuasse a ser uma república corporativa?), quis passar a pagar directamente a cada farmácia. Só que a esmagadora maioria dos farmacêuticos titulares passou procuração à ANF para continuar a receber as contas do ministério mais caloteiro - provavelmente da Europa! Ora a guerra entre teimosos nunca acaba. Neste caso: nota negativa para ambos.
3 - Funcionários públicos - A terceira pedrada foi dirigida aos funcionários públicos. Fez saber que o número de efectivos tinha que ser reduzido, mas que não iriam ser despedidos. Entretanto, eliminou o Quadro de Adidos ou Supranumerários e criou o Sistema de Mobilidade, que permite a qualquer director geral ou chefe de repartição transferir funcionários para outro serviço, mesmo a longa distância da sua residência (decerto não em nome da lei de ajuda à concentração familiar - o núcleo duro da consistência de uma nação e um dos princípios exigidos a qualquer governo democrático).
Não satisfeito, complicou a passagem à reserva antes de cumprido o tempo de serviço activo, passando a idade da reforma para 65 anos (em nome da uniformização das reformas públicas e privadas, mas nivelando por baixo e não por cima, ou seja baixando o nível dos funcionários públicos ao patamar dos trabalhadores privados sem elevar o destes).
Congelou as carreiras, promoções e os aumentos por diuturnidades. Ao mesmo tempo que foram surgindo campanhas (encomendadas às agências de comunicação contratadas pelo executivo) contra a lentidão das repartições públicas para influenciar, pela negativa, a opinião pública (incluindo a socialista) às invenções criativas do Simplex e da Empresa na Hora (centenas de procedimentos simplificados ou eliminados, que abriram buracos no controlo de fraudes - por exemplo dos "empresários" falidos que voltam facilmente a constituir sociedades e a poder enganar mais cidadãos e o próprio Estado). Tudo em cima do joelho, tudo para desprestigiar a Função Pública. Nota negativa para JSPS e apoio aos funcionários!
MAIS 33 CLASSES PERSEGUIDAS
Seguem-se nesta extensa relação de "súbditos a domesticar" as seguintes categorias, em todos os casos com NOTA NEGATIVA para JSPS e a minha solidariedade para com os profissionais e familiares atingidos:
4 - Militares das Forças Armadas: Exército, Marinha e Força Aérea (corte no subsistema de saúde, no apoio social e na recusa de pagamentos em atraso) -
5 - Professores das escolas públicas: do ensino básico, secundário e superior (todos conhecem o corte de direitos resultante do novo Estatuto da Carreira Docente, como o aumento de horas de presença nas escolas sem condições para pesquisarem matérias pela internet, para preparem as aulas nem para reverem e classificarem pontos e testes, ou prepararem material didáctico. Tudo para os abrigar a dar aulas de substituição sem pagamento extraordinário! E então vemos professores de educação física darem aulas de substituição num tempo de matemática, ´ciências, ou vice-versa. Uma desorganização à portuguesa, avalizada por JSPS. Aos professores assiste outra razão inacreditável: nunca houve tão elevado número de professores desempregados! Além disso, não constam das estatísticas do Ministério do Emprego e não têm direito a subsídio de desemprego para alimentar as famílias. Este é o Estado Português que temos 33 anos depois do 25 de Abril! Ou seja, um regime de sofisma oficial) -
6 - Polícias (retirada de assistência médica e outros apoios sociais a polícias e familiares) -
7 - Militares da GNR: brigadas territoriais, fiscal e de trânsito (idem) -
8 - Médicos do Serviço Nacional de Saúde: (forçados a a transferências para outras unidades, devido ao encerramento das suas ou à transferência das valências, por vezes para fora do concelho onde residem, constituiram família e trabalhavam. Mais falta de pagamento de horas extraordinárias ou excessivo atraso no mesmo. Mais a exigência do ponto electrónico em vez do tradicional livro do ponto - quebrando o reconhecimento e dignificação do estatuto profissional até aqui vigente. Etc.) -
9 - Enfermeiros e paramédicos do SNS: (idem) -
10 - Autarcas: (agravados pela Lei das Finanças Locais e não só) -
11 - Notários: (depois da recente privatização, retirou aos notários a maior parte das funções obrigatórias e exclusivas - reconhecimento de assinaturas a contratos e escrituras decompra e venda de propriedades, etc. Pensavam que tinham a vida garantida e mudaram as normas do jogo burocrático, invertendo-lhes as perspectivas da privatização) -
12 - Taxistas: (ameaçados da redução semanal dos dias de trabalho para poupar na emissão degases de estufa ... Na prática, mais desemprego e menos proveitos para mais esta classe) -
13 - Pescadores profissionais: (falta de apoio no defeso e durante temporais prolongados;mais a falta de assistência permanente, em casos de naufrágio a 100 metros da praia, comono acidente da Nazaré, em que ficou provado que as Capitânias não possuem o sistema rádio GPS europeu para localização das embarcações em perigo - o sinal foi recebido em Toulouse(França) e depois retransmitido para a Marinha Portuguesa!) -
14 - Pescadores lúdicos ou desportivos: (passatempo agravado com burocracia obrigatória registo, exame e carta oficial; sujeito a novas taxas, regras e limitações de pontos livres para pescar nos cais, portos, margens fluviais e praias). É certo que a actividade requer mais fiscalização (inicialmente pedagógica) e sinalização mais adequada à degradação das placas devido às intempéries a que o material é sujeito, assim como ao crescente vandalismo, na falta de autoridades nos locais de proximidade onde devem actuar, sensibilizando as populações)mas transformar um passatempo num colete de forças e num stress permanente - ofruto proibido acaba por ser sempre apetecido e, como tal, daí à transgressão vai umpasso. Se querem ajudar e expandir estas modalidade - verdadeiro escape para o stress - é lançar campanhas de sensibilização, destinadas à população ribeirinha e aos praticantes, sobre as boas práticas recomendadas pelas autoridades e pelas entidades desportivas,com o montante das taxas cobradas aos amadores!) -
15 - Jornalistas: (beneficiários de assistência da Casa da Imprensa e da Caixa de Previdênciados Jornalistas (oficialmente encerrada em 1 de Janeiro de 2007 sem que se saiba quem"herdou" os respectivos activos), além da proposta e aprovação (por meio da sua maioriaabsoluta na AR) da nova Lei de Imprensa - que mais se assemelha à nova censura do PS) 16 - Funcionários das autarquias e empresas municipais: (abrangidos pelos cortes orçamentais derivados da polémica Lei das Finanças Locais - depois dizem-nos que o desemprego público e privado está a baixar, quando nunca houve tantos professores nãocolocados como neste ano lectivo, ao ponto do Orçamento do Ministério prever uma baixa na rubrica pessoal, agora seguem-se os funcionários municipais a recibo verde e outros?) -
17 - Familiares de Funcionários Públicos, Militares, Polícias, GNR, advogados, jornalistas: (passam a engrossar as consultas e listas de espera dos Centros de Saúde do SNS, por causa da corte do apoio médico-medicamentoso através dos subsistemas eliminados este ano) -
18 - Bancários: (os bancos estão a fechar dependências derivado da concentração aprovada pelas entidades oficiais. Os bancários são confrontados com novas obrigações burocráticas num período em que a Banca está a reduzir os quadros e a congelar promoções. Há centenas de bancários com reformas antecipadas ou com contratos de emprego anulados por mútuo acordo - contra indemnizações mas ficam desempregados sem direito a subsídio) -
19 - Trabalhadores do sector privado: (com aumentos abaixo da inflacção - paralelos à Função Pública), mas sem direito a horas extraordinárias, com contratos precários e com obrigação de agradar ao patrão e/ou aos chefes, para não serem despedidos. Alguém viu a Inspecção Geral do Trabalho nas lojas, oficinas e escritórios (nem nas repartições públicas)? O reduzido contingente de inspectores está, praticamente, concentrado de piquete, para poder acudir em qualquer ponto do País a frequentes acidentes nas obras. No tempo do anterior regime as empresas tinham livros de horas extras e eram fiscalizadas com frequência. Agora, o Estado só exige mais deveres aos funcionários e os patrões copiam-no) -
20 - Pilotos da aviação civil: (a idade da reforma também passa para os 65 anos - é a nova lei portuguesa de segurança na aviação. E quantos pilotos há? Poucas centenas!) -
21 - Artistas: (baixaram os níveis de segurança para pessoal que trabalha a recibo verde,qualquer que seja a especificidade da actividade; apesar de descontar a 100% e as companhias dos teatros nacionais ou públicos foram eliminadas. O Teatro deixou de ter glórias! As restantes artes também são desprestigiadas. O país mais pobre da Europa a 20 não pode ter artistas protegidos pelo Estado e os mecenas querem sempre qualquer coisa valiosa em troca - a alma dos artistas que protegem!) -
22 - Jogadores profissionais de futebol: (passam a pagar IRS a 100% mas a receber reformas proporcionais aos 10/15 anos de carreira desportiva. Quantos craques há em Portugal a receber centenas de milhar de euros por mês? Talvez 80? Mas todos vão pagar acima do que seria justo) -
23 - Reformados (sector privado) e pensionistas (sector público): - (comecei a descontar mais IRS em Junho de 2006 e continuam os meus impostos de reformado a aumentar esteano - qualquer dia o meu poder de compra é o da indigência tendencial para que a maioria da classe média caminha sob a autoridade e determinação de JSPS!) -
24 - Deficientes: (o Orçamento de Estado para 2007 foi portador da grande novidade social deste governo socialista - uma fatia dos deficientes com pensões (muitos deles das ForçasArmadas, vitimados em África) foram considerados ricos e, como tal, o seu IRS subiu parao lado das Finanças - Fisco, Máquina Estatal das Receitas do Estado, Tesouro, etc.) -
25 - Sobreviventes (cônjuges ou filhos de reformados, que recebem pensão de sobrevivência): (passaram a ser sobrecarregados no IRS e não podem acumular duas pensões a 100% -terão de escolher entre a que têm direito por terem trabalhado e descontado na vidaactiva, ou a do ex-reformado - que também descontou para legar aos familiares, pelomenos, uma parte do bem estar a que têm direito por solidariedade do sistema) -
26 - Menores fragilizados ou abandonados: (idem - são judicialmente institucionalizados e seja o que Deus quiser ...) -
27 - Mediadores de seguros: (há 44 mil; o governo quer reduzi-los para 4000 - impondo-lhes novas obrigações (formação, abertura de empresa, cobertura de garantia bancária, pessoal,mais burocracia, mais taxas e ... mais desemprego! Com largos milhares de contribuintesque vêem os seus proveitos familiares serem reduzidos, enquanto outros engordam com onegócio construído pelos que não têm posses para satisfazer o polvo do Estado sofrego.Quem não trabalha tem direito ao Rendimento Mínimo de Inserção Social. Quem quertrabalhar a partir de casa numa actividade legal e lucrativa é perseguido e castigado! Já vianúncios a pedir mediadores de seguros com carteira de segurados para vender ... aos tubarões protegidos pelo partido) -
28 - Gasolineiros da fronteira: (com os combustíveis mais baratos e com o Iva menor emEspanha, as empresas distribuidoras de combustíveis nas zonas da raia perderam 60% domovimento. Neste caso, o próprio Estado é castigado, pois são impostos que vão paraMadrid, em vez de Lisboa. Eles lá sabem porquê! Mas há já pessoal dispensado e empresas lusas à beira da falência. Situação ignorada, de fonte oficial.) -
29 - Algarvios que vivem do Turismo: (têm falta de habitações condignas e compatíveis, por falta de uma política de habitação regional, que forçasse empreiteiros e investidores- apostados na especulação turistico-imobiliária, apesar da sobrecapacidade construída -atribuir uma parte dos novos edifícios a habitação dos residentes. Tão fácil, quando de conhecem casos de contrapartidas supérfluas exigidas aos promotores imobiliários!) -
30 - Bolseiros das universidades: (recebem as bolsas oficiais tarde e a más horas, e não têm direito a subsídio de desemprego - aliás, como 48 mil professores universitários, vítimasdo governo PS, que com maioria absoluta na AR inviabilizou a extensão deste subsídio a estaclasse ... é inacreditável e inqualificável a postura como vêm à TV dizer que terão umaproposta melhor lá para o fim do ano - até lá os filhos destes investigadores morrem defome ou comem fiado ou das esmolas???) -
31 - Proprietários de habitações (senhorios): (pagam taxas de IMI insustentáveis, taxas de esgoto(idem) e novas taxas de recolha e transformação de lixos urbanos, na factura da luz. Mas se querem alugar os fogos disponíveis (apesar da sobrecapacidade existente) têm que passar as passas da burocracia com a nova Lei das Rendas, claro, de inspiração socialista, que esqueceu haver muitas famílias com a vida organizada a partir do rendimento das rendas) -
32 - Consumidores: (subindo os preços da alimentação, roupa, transportes, água, luz, gás, pão,combustíveis e impostos, têm uma vida mais dura e inexplicável para os que se encontramno final das suas vidas!) -
33 - Funcionários consulares: (defrontados com o encerramento de diversos consulados -nos países de forte implantação da comunidade portuguesa, vêem o futuro, seu e dos filhos, comprometido em países estrangeiros, onde os jovens estão a estudar para prestigiarPortugal e, tantas vezes, a sua cultura, arte, tecnologia e ciência. E os luso descendentes ficam agora abandonados pela Pátria que os não quer contemplar! Refiro-me ao pessoal local contratado, pois os de carreira ficam no quadro e serão destacados para outros postos) -
34 - Idosos e doentes crónicos residentes no interior - que continua mal servido de estradas, transportes colectivos e assistência médica: (O Ministério da Saúde, depois de fechar as maternidades - ao ponto das grávidas de Elvas terem passado a ir parir a Badajoz - continua a poupar encargos públicos (será???) prometendo ou ameaçando fechar urgências na maioria das vilas e concelhos do País. Toda a assistência ficará concentrada nos hospitais de primeira linha - que todos sabemos (menos JSPS e o ministro) já rebentam pelas costuras. Além de um país pobre, vivemos num país europeu mas do Terceiro Mundo! Entretanto, no domingo, 25 de Fev. 2007, foi anunciado que o Ministério assinou protocolos com sete municípios desistindo do plano. Mas ficam oito já condenados e, pelo menos, os casos de Vendas Novas e Montemor por resolver?) -
35 - Automobilistas: (em vez da esperada junção, baixa por efeitos da taxa amniental (? - nunca acreditei deste optimismo dos stands) e eliminação da dupla tributação aos automóveis, o executivo está a preparar legislação para as receitas do Imposto Automóvel não baixarem e a IA vai continuar a ser tributado de IVA. O governo luso - tal como o dinamarquês - poderá vir a ser castigado pela Comissão Europeia por causa desta dupla tributação, mas até lá ... quem vier atrás que pague a coima a Bruxelas. Portugal continua a ser o Estado Membro com os carros e combustíveis mais caros, em proporção do PIB e dos salários médios. Outro recorde para o Guiness!)
36 - Gestores públicos: (depois de alguns abusos, os gestores públicos vão ter finalmente a vida mais controlada, nas despesas, nos salários e mordomias, nas estratégias e na respectiva concorrência aos privados. Oxalá! Tudo bem. Só não vejo como é que com menos funcionários e inspectores se aprovam medidas de maior e mais rigoroso controlo? Cheira-me a que seja apenas mais uma desculpa para não se cumprir o determinado! Uma operação de cosmética à portuguesa).

FRANCAMENTE
Estou cansado desta pesquisa. Mas há mais profissões contempladas com estes ataques diários de JSPS e amigos! Mas a votação a favor da liberalização do aborto acaba de o colocar numa posição de invejável solidez política, por isso, todas estas 36 classes de cidadãos portugueses, alvo das referidas investidas, ou andam distraídos ou, afinal, isto tudo não passa de 'peanuts' para a maioria dos portugueses satisfeitos com esta liderança. Aliás, conforme apontam as sondagens ao fim do segundo ano da vitória socialista! Desculpem mas não posso dar-lhes os parabéns, por que sinto na pele as crescentes dificuldades da vida quotidiana!
Uma pergunta final: Já viram algum agravamento aos ministros, secretários de Estado, políticos, deputados e similares? Nada. Continuam a gozar de todas as mordomias e não são poucas.
Afinal a quem agrada JSPS? Sei! Às mulheres que votaram sim no recente referendo. E em especial às mais activas ... em termos de sexualidade e despreocupação sobre precauções anti-concepcionais! São elas a guarda avançada da concórdia lusa, do amor sem limites e da modernidade ibérica! Viva Portugal! Sempre!
Espero que tenham apreciado esta pesquiza sociológica sobre a radiografia da alma lusitana em 2007! Espero que a leiam, compreendam e comentem esta situação. Se possível com os olhos postos no futuro incerto que nos espera!
POSTED BY HUMBERTO ON SAT. 10 MAR. 2007 AT 17:45 (05.45 PM LOCAL TIME)
Labels: Luso Sociologia

Labels:


Friday, February 23, 2007

 
OBSERVATÓRIO DA CONCORRÊNCIA TURÍSTICA - I:
- COMPARAÇÕES PORTUGAL/ESTADOS UNIDOS
E REACÇÕES SEMPRE TARDIAS À CRISE

- Texto para leitores conhecedores da problemática do Turismo - com experiência em órgãos de promoção, gestão ou licenciamento de iniciativas turísticas; em operadores ou agências turísticas; em transportadoras aéreas, marítimas, fluviais, ou terrestres; e em unidades hoteleiras ou em meios de alojamentos turísticos complementares, restauração e animação.

Resumo: A concorrência externa ao nosso Turismo deve ser mais estudada e travada a febre da mudança de leis para pior, quanto antes. Já os (poucos) contributos intersectoriais divulgados ao público, devem ser aproveitados para melhorar a formação, produtividade, competitividade, capacidade de valorização regional dos investimentos e antecipação ao mercado. Mas não! Ignora-se o avanço dos concorrentes na conquista de posições em segmentos vitais para a expansão das empresas e produtos lusos. E na falta de fundos para as extravagâncias públicas, aumenta-se o IVA de 17% para 21% em pouco tempo! Se os privados aumentam os preços caiem as vendas e adeus aos lucros! Esta é a dicotomia público-privado e o preço da inércia em não se desafiar a concorrência! Depois queixam-se repetidamente de assimetrias e crises!

(Texto original publicado no semanário PUBLITURIS em 9 de Fevereiro de 2007)

A concorrência externa deve ser mais estudada e a mudança de leis quando para pior deve ser travada. Pelo contrário, os contributos intersectoriais devem ser aproveitados para melhorar a formação, produtividade, competitividade, capacidade de valorização regional dos investimentos e antecipação à evolução do mercado. Mas não! Ignora-se o avanço dos concorrentes na conquista de posições em segmentos vitais para a expansão das empresas e produtos lusos. E na falta de fundos para as extravagâncias públicas, aumentam-se os impostos - o IVA subiu de 17% para 21% em pouco tempo! Se os privados aumentam os preços caiem as vendas e dizem adeus aos lucros! Esta é a dicotomia público-privado e o preço da resistência ao não se desafiar a concorrência externa!
TURISMO REGIONAL EM CRISE
O governo descartou todo o trabalho de agrupamento de municípios e coordenação do Turismo Regional, feito de 1980 a 2005, optando por um mapa de 10 "agências regionais de turismo" desenquadrado da prática. Despromove as Regiões de Turismo (RT) para ... agências e gera polémicas estéreis entre autarcas, empresários, profissionais e consumidores. Quer banir tudo sobre regional e regionalização. Quer governar o país por agências: estratégicas (CCDR), periféricas (RAM e RAA), de regulação (AdC, etc.), inovação, investimentos (API), elefantes brancos (Ota, TGV, Metros de Lisboa, Porto e Almada), etc.
Escondidas as 11 províncias e a fórmula das Áreas Metropolitanas, Comunidades Urbanas e Rurais (a pecar pelo voluntarismo de Relvas), amanhã acabam os 18 distritos e dezenas de freguesias! Rendido aos tecnocratas das estatísticas tardias, viveremos sob o império das NUT III = Nomenclatura de Unidades Territoriais para estatísticas. O mapa NUT I respeita ao Continente e Regiões Autónomas (nível nacional), o NUT II às cinco CCDR e duas autonomias, e o NUT III a 28 agrupamentos municipais (incluindo 315 concelhos) e dois na Madeira e Açores (com 30 concelhos). A aplicação do NUT III respeita à divisão litoral-interior e à atribuição de obras e verbas comunitárias de apoio (QREN). Daí a separação do turismo litoral do interior, quando são complementares, como no Minho, Grande Porto e Lisboa, Algarve, etc. E é desta matriz estatística - incluindo a divergência entre Serra da Estrela e Beiras - que Portugal vai enfrentar a concorrência internacional com sete "mantas" traçadas por burocratas. Só nos Açores, Madeira e Algarve, o NUT III e a geo-estratégia condizem!
Comprando tanta guerra como se ajuda o Turismo, Ordenamento e Ambiente, em época de contenção de gastos? Como pode o titular da Economia acudir à Indústria, Comércio, Exportações, Tecnologia, Investimento Estrangeiro (com a gaffe dos salários baixos?) e Turismo Receptivo? Do cenário interno passo ao externo.
TENDÊNCIAS MUNDIAIS
A UNWTO (nova sigla da Organização Mundial do Turismo) revelou (em Janeiro e não em Julho, como é prática do INE), que se registou, em 2006, um total de 842 milhões de chegadas de turistas às fronteiras - um crescimento homólogo de 4,5%, excedendo os 4,1% previstos. Para 2007, prevê-se pelo quarto ano a subida sustentada acima dos 4%, num ciclo até 2020. A Europa contribuiu com um aumento superior a 4% - destacando-se a Alemanha (efeito do Mundial) e Espanha. Nas Américas o Turismo cresceu 2% em 2006, sendo os elos mais fracos: EUA, Canadá e México. A América Central cresceu 6,1% e a América do Sul 7,2%, destacando-se, acima dos 10%, a consolidação do turismo no Chile, Colômbia, Guatemala, Paraguai e Peru.
REACÇÃO DOS EUA
Não tardou a reacção do turismo privado dos EUA, com o relatório anual Blueprint Discover America pela Travel Industry Association (TIA), destinado a fortalecer a segurança, reparar a actual imagem negativa do país, e atrair mais turistas estrangeiros. Os privados adiantaram-se sem subsídios. Entre 2004-2005, a quebra de turistas entrados nos EUA foi de 10% - melhor de que a queda média de 17% entre 2001-2005. E a quota receptiva americana para o turismo global caiu 36% em 14 anos (quando superou a Espanha).
A TIA apontou, entre os óbices ao crescimento, as dificuldades para obtenção de vistos, mau acolhimento nas fronteiras, e imagem negativa da administração. Nem o câmbio favorável euro-dólar tem sido favorável.
PLANO CHAVE NA MÃO
A TIA propõe um investimento de 300 milhões de dólares, capaz de gerar receitas compensadoras, impostos e novos empregos. Visa três reformas: o sistema de vistos, garantindo processos até 30 dias e acordos com os países-alvo do programa; a melhoria dos sistemas de segurança, dotando 12 aeroportos com meios avançados de segurança tecnológica e pessoal bem treinado e hospitaleiro - contratando 250 novos elementos - e garantindo o máximo de 30 minutos para entrada no país; e recriando a imagem de uma hospitalidade calorosa, através de um programa público-privado de relações públicas e media, sobre casos de sucesso de visitas à América. A TIA, Ministério do Comércio, Associação Nacional de Restaurantes e Shop America Alliance, propõem-se instalar portais multi-lingues (dirigidos aos países geradores de 75% de turistas), promovendo o melhor da América , em colaboração com os State Tourist Offices, Convention & Visitors Bureaux, Amexco, Travelocity, Yahoo, Fodor's Guides, etc. A TIA representa milhares de empresas turísticas avaliadas no conjunto em mais de 703 mil milhões de dólares e divulgou ainda o Barómetro do Turismo (TTB), fornecendo previsões das chegadas de turistas do Reino Unido, Alemanha e México - os três maiores mercados. Entretanto, o Congresso já marcou um debate sobre este problema. É um tema para os leitores exercitarem a sua vocação interactiva, na senda do desafio lançado na n/edição da BTL. Aguardamos as v/opiniões via e-mail. Para a semana espero voltar ao tema. Por fim, a TIA é a voz activa do Turismo americano, espelho de racionalização e operacionalidade, e avança com propostas ao governo, apoiada nos parceiros mais relevantes. Lá como cá, são precisas soluções geniais. Resta saber se este executivo de Washington é flexível e se, cá, os privados estão à altura do desafio?

POSTED BY HUMBERTO ON FRIDAY, 23 FEB. 2007, AT 19h45 (7h45 pm) LOCAL TIME

Sunday, February 11, 2007

 
LUSO ABORTO II
PREFIRO QUE OS NOSSOS SALÁRIOS CORRESPONDAM À MÉDIA EUROPEIA
- Esse é que seria o nosso primeiro grande sinal de civilização avançada em direcção a um modelo de país mais justo, mais produtivo, mais compensador. Esse é que seria o grande passo que poderia baixar o número anual de abortos clandestinos - e também os legalizados - a breve prazo!

O SIM ganhou com 59,2% e o NÃO perdeu com 40,8%. Mas a Abstenção foi a opção escolhida por 56,4% dos eleitores inscritos. Estes são os resultados e os factos do histórico Referendo de 11 de Fevereiro de 2007, sobre a IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez).
Esta noite, entre outros disparates, os arautos do Sim diseram na TV que Portugal entra a 12 de Fevereiro de 2007 no Século XXI. E que os Católicos votaram, finalmente, em liberdade contra o Não. Dando a entender que os católicos lusos, afinal, discordam das orientações dos seus párocos e da hierárquia da Igreja. Ou, pior, que, optando pela abstenção, nem quiseram cumprir o dever cívico de expressarem nas urnas as preocupações dos que defendem o direito à vida, condenando legítima e publicamente o aborto. - Sem mais nem menos falam às massas pela televisão como se fossem os detentores da verdade única! Semore baseados na sua perversidade. Ponto final.
Por outro lado, achei sintomático que nenhum jornalista em voga soubesse perguntar aos entrevistados vitoriosos, qual a fonte usada para estes dados artificiais e ardilosos? Então a forte abstenção verificada também não conta como repúdio pelo inegável descuído e atraso político face a causas mais graves, prioritárias e que abrangem maior número de cidadãos?
Ele há cada "professor de economia de esquerda" a manipular dados e estatísticas!
Então em Portugal, em 2007, não há outras prioridades mais abrangentes por solucionar? Então vamos indiferentemente todos continuar a ter salários entre os mais baixos da Europa? Desemprego e trabalho precário crescente? Mais empresas a falir? Mais abandono escolar? Mais insegurança? E tantas outras chagas resultantes destas e outras situações que nos envergonham e que deveriam constituir a grande preocupação para os políticos e economistas, até agora incapazes de as superarem?
CONCLUSÕES A PONDERAR
Pelo menos, a primeira conclusão a retirar dos resultados é a de que se confirmou, mais uma vez, estarem os portugueses profundamente divididos sobre os princípios e sobre a política - respondendo ostensivamente a maioria pela Abstenção clara e inequívoca. Facto que agora se pretende branquear! Outra conclusão: cada português está firme mas de livre vontade num campo oposto à outra metade. E cada um dos campos está mais convicto da sua parcela de razão!
Houve uma diferença de 18,4% a favor do SIM mas não se pode ignorar que este indicador diz respeito apenas a um universo de 44% dos eleitores inscritos. Sabemos que nas eleições mais decisivas (para escolher o Parlamento e o Governo) também tem sido assim - o "partido" vitorioso tem sido a Abstenção! Mais uma razão para os políticos ouvirem as queixas, os anseios e as sugestões dos cidadãos! São sempre mais de metade os que não concordam, ora com as propostas do PS, ora do PSD! Tanta inteligência e será que ainda não perceberam isto? Ou preferem complicar e manipular tudo, para enganar os últimos incautos?
DIREITO DAS MINORIAS
Qualquer político bem formado não poderá, portanto, ignorar na matéria do aborto que para, pelo menos, cerca de 40% dos eleitores, o problema em causa não é prioritário! Por outro lado, os activistas mais motivados na campanha foram, evidentemente, os que perderam o referendo de 1998, reforçados pelo núcleo da geração jovem que não quer pagar propinas para poder de dispor de maior mesada para os seus vícios inadiáveis: a noite, o carro, a roupa de marca e a vida artificial de lazer, de rico e pouco produtiva. Reflexo do ensino laxista e dos pais contemporizadores!
A não ser que, afinal, lá no íntimo dos políticos contemporâneos, sempre impere a demagogia. O sistema vigente por muito desorganizado que seja, não iliba os políticos de cumprir a norma democrática de atender o direito das minorias - mais a mais tão significativa como esta do Não ao aborto, ou antes, do SIM pela vida!
Nas eleições partidárias, a repartição dos votos beneficia seis partidos parlamentares e ainda outros, dando raras vezes lugar a uma oposição tão expressiva como a do não ao aborto! Curiosamente, a demagogia e o autoritarismo cresce sempre que um partido (PS ou PSD) ou coligação atinge maioria absoluta para governar Portugal. Lá nisso são todos clonados!
CIVILIZAÇÃO É DEFENDER A VIDA
Digo eu e metade dos portugueses (entre votantes e ausentes): que mais uma vez
Portugal afastou-se da Civilização Cristã e da sociedade do futuro!
Digam o que quiserem, um maior apoio ao nascimento de crianças, a integração das famílias, o ensino e criação de postos de trabalho para as novas gerações são os grandes factores que identificam o futuro sustentável da nossa civilização e da própria Humanidade!
A única excepção que conheço é a da República Popular da China - onde o regime continua a condicionar o número de filhos por casal, criando dois tipos de população e de direitos: uma legal e recenseada (com papéis de identificação e de benefícios estatais no Ensino, na Saúde e na Justiça) e outra clandestina (dos filhos não registados mesmo de casais legalmente constituídos; que não passam de filhos supranumerários que, como tal, não podem frequentar escolas e hospitais, nem beneficiar de quaisquer serviços públicos).
O governo português faria bem melhor se anunciasse medidas para um maior apoio e carinho a todas as crianças concebidas nesta época de incerteza, desempregou ou trabalho precário!
Mas não! Prefere ficar na História em nota de rodapé, como o governo que optou pelo negócio do aborto! No SNS e nas clínicas privadas que já estão preparadas para abrir. Resta saber se amanhã se descobre que estas financiaram a campanha pelo Sim?
ENSINO DEFICIENTE DÁ MAUS GOVERNANTES
Tudo isto talvez seja reflexo do mau ensino proporcionado aos portugueses. Nas escolas públicas e, infelizmente também, em muitas particulares, pelo menos há quase 33 anos. Um período que não foi aproveitado para nos aproximarmos mais da Europa próspera. Que cresceu 2,9% no PIB conjunto em 2006 - incluindo o nosso escasso crescimento de 1,2%!
A conquista da liberdade trouxe ao ensino luso mais laxismo, favoritismo e facilitismo, acompanhado de demasiadas e frequentes mudanças para piores programas, conteúdos e objectivos curriculares. Têm sido ignoradas as vantagens da aprendizagem de competências práticas, indispensáveis para a vida profissional, assim como para melhorar a nossa média de produtividade sócio-económica - sem a qual adeus aos lucros das empresas, aos projectos e iniciativas vencedoras, assim como ao desejável superavit colectivo.
Além da teoria técnica-cultural, a escola deve ensinar noções de cidadania e os direitos humanos básicos, inerentes às mulheres e homens, adultos e activos, assim como a obrigação ética da comunidade em dispensar maior atenção e cuidados mais humanizados às crianças, doentes, idosos e minorias desfavorecidas! A democracia aprende-se e pratica-se nos países mais avançados a partir dos bons exemplos!
Neste caso, as mulheres não devem deixar-se influenciar pela moda. Devem, sim, poder decidir pela positiva - ou seja, pelo nascimento da criança, sem constrangimentos familiares, laborais e económicos.
A RIGIDEZ DA LUSO-ADOPÇÃO
Pelo contrário, os membros da Assembleia da República e do Governo devem ser apontados e responsabilizados por não terem aprovado já um pacote legislativo sobre a adopção, mais virado para os legítimos interesses das crainças oriundas de núcleos familiares fragilizados ou de mulheres abandonadas pelos companheiros. Fenómeno que nem o Referendo nem a nova legislação, agora em processo acelerado de implementação, vão poder eliminar!
Há que ter a coragem de encarar que a adopção rápida dessas crianças institucionalizadas (que termo tão cínico!) é a melhor saída para os lamentáveis casos que a Comunicação Social nos vai fazendo chegar todas as semanas. Se a legislação for melhorada para garantir a idoneidade dos pais adoptivos e afectivos, haverá milhares de crianças a viver melhor, a estudar e a contribuir para o tal Portugal moderno que anda na boca dos políticos mas longe dos interesses da burocracia!
Portanto, há boas soluções para tudo, excepto para a morte! Quem não conhece casos de crianças adoptadas que vivem muito felizes? E muitos outros casos de crianças que viven infelizes em asilos - agora hipocritamente chamados "colégios" de acolhimento de menores! Pois quando as crianças atingem os 18 anos são "despejadas" na selva da vida, com vícios incríveis! É esta a política que o actual PM nos garante? Não escrevo o governo, porque é ele que está a querer renovar o País à sua imagem!

QUAL APROXIMAÇÃO Á EUROPA?
Os activistas mais moderados nos debates do serão dominical dos três canais televisivos repetiram, alegremente, na noite dos resultados até à exaustão, o slogan pré-concebido: Portugal aproximou-se hoje, finalmente, da Europa civilizada e moderna!
Mas qual Europa? A Europa do terrorismo, na Espanha, Inglaterra, Irlanda e Itália? A Europa das lutas estudantis e das graves desobediências e atentados juvenis, repetidamente verificados desde Maio de 1968 ao Inverno corrente, em Paris e outras metrópoles? A Europa do hooliganismo no futebol, em Inglaterra, Bélgica, Alemanha e agora na Itália? A Europa da liberdade holandesa e alemã da prostituição nas montras, ou nas ruas principais de bairros residenciais uns e marginais outros, em Lisboa, à frente de toda a gente? A Europa do aborto clandestino ou oficializado, como passa a ser em Portugal? A Europa da liberdade de se fumar charros em cafés, ou injectar-se na via pública nas chamadas zonas da droga, como sucede nas principais cidades portuguesas? A Europa dos sem-abrigo? A Europa do crescente desemprego? A Europa what's next? Eutanásia? Clonagem? E outras experimentações científicas polémicas? Ou a Europa da ostentação, corrupção, vida dupla, e da lavagem de dinheiro proveniente das fraudes fiscais e outras praticadas em Portugal?
Mas para os executivos e profissionais da TV portuguesa o que interessa é que muita gente ficou satisfeita no domingo à noite - 11 de Fevereiro de 2007. Muita gente a pular e a festejar esta vitória contra a vida! É o custo do populismo! Que Deus lhes perdoe!

SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE TERCEIRO MUNDISTA
Eu prefiro festejar só quando um governo qualquer e um empresariado consciente consigam equiparar a média dos salários portugueses à média praticada (pelos seis países fundadores) na Comunidade Económica Europeia! Lembram-se da Europa a seis e a doze (quando Portugal aderiu)? Sim, porque esta Europa a 27 é uma manta de retalhos, vícios e assimetrias cada vez mais profundas, entre mafiosos muito ricos de Leste e não só, europeus remediados do Centro e Norte, e europeus pobres do Sul e Leste! Eu sei que todos os povos têm direito a uma vida melhor, mas Roma e Pavia não se fizeram num dia!
Eu prefiro festejar só quando puder marcar uma consulta no Serviço Nacional de Saúde na véspera, ou uma consulta de especialidade com menos de seis meses de antecedência - sem ter que ir passar a noite ou a madrugada para a porta dos Centros de Saúde do terceiro mundo - os exemplos fracassados do SNS que os sucessivos governos têm conseguido proporcionar aos contribuintes portugueses, "beneficiários" de uma assistência médica faz de conta, mas que recolhe receitas equivalentes a cerca de um quarto dos impostos cobrados sobre os proveitos anuais do total do trabalho remunerado no país. Apesar de ser um dos países com os mais baixos salários da Europa (como o ministro Pinho admitiu na China) e de ter as empresas europeias que mais abrem falência. Aliás, digam o que disserem os ministros, o cerco às empresas portuguesas aperta-se tanto que o seu futuro é muito problemático todos os meses! Daí a crescente série de salários em atraso, evasão fiscal e falências! Há organismos e empresas públicas que também se atrasam na liquidação das contribuições para a Caixa Nacional de Pensões e ADSE! É este o País sonhado pelos nossos pais e por nós para os nossos filhos e netos?
MANIA DAS GRANDEZAS
Mas, pelo contrário, os adeptos do SIM preferem um SNS ainda mais sobrecarregado com as candidatas ao aborto legalizado e livre (até às 10 semanas ... e tal). E dizem-se preparados para novos sacrifícios, ou seja, para enfrentar o acesso ainda mais difícil a uma consulta, tratamento, diagnóstico ou cirúrgia, à conta deste novo serviço adicional.
Sim, diga o Ministro Correia de Campos o que disser, não consegue enganar mais os portugueses. O SNS, rebentado que estava pelas costuras, está agora muito pior sob a sua tutela, com polémicos encerramentos de serviços de urgência e maternidades, cortes de horários, médicos, pessoal, encargos com medicamentos, exames e cirúrgias e todas as restantes reformas que diariamente anuncia. É sempre pior a emenda que o soneto! E, portanto, o SNS vai ficar muito pior com este contrapeso de mais cerca de 80 consultas diárias estimadas sobre o aborto, em cada posto/centro ou ambulatório.
Só quem fica convencido são os autores do programa eleitoral do PS em 2005, que tiveram a teimosia de legalizar o aborto, integrando-o num SNS que já funciona muito mal.
Pois felizmente ainda nem chegou a epidemia da gripe aviária a Portugal e já os próprios utentes - muitos dos quais votaram pelo Sim no domingo - é vê-los diariamente na TV e reclamar contra o encerramento nocturno ad hoc dos Postos de Atendimento Médico, contra os horários, as listas de espera, a demora para serem medicados contra a gripe, o sofrimento dos familiares desviados para dezenas de quilómetros de distância das suas terras, a desorganização em alguns hospitais carecidos de médicos, a maneira pouco civilizada como são atendidos e tratados, enfim um rosário interminável de protestos fundamentados, que só os ministros e os "yes boys & yes girls" é que teimam em não ver! Pela cegueira político-partidária que os atacou desde 1974, agravada pela recaída de 2005.
DÚVIDAS: TAXAS MODERADORAS E SUBSÍDIO DE REJEIÇÃO AO ABORTO
Quero ver se, agora, o ministro Correia de Campos vai, também,
ter coragem para aplicar taxas moderadoras de pequena cirúrgia às abortantes?
Por outro lado, os esforçados jornalistas lusos também são uns pândegos. Querem, exigem, insistem em apanhar ministros, deputados e políticos influentes em falta sobre as leis que vão ter que ser agora preparadas para aprovação na Assembleia da República - uma vez que o Referendo não foi vinculativo com 44% dos eleitores inscritos nos cadernos eleitorais!
Querem saber já quantos dias vai o PM obrigar as mulheres que querem abortar, a esperar no período de reflexão? Mesmo sem aconselhamento especializado! Para o governo poupar umas verbas ou para acelerar o aborto? É tudo uma farsa!
Os jornalistas torpedeiam sempre tanto os responsáveis da política como os leitores e telespectadores com as comparações europeias. Sempre adeptos de se copiar tudo que vem da Europa. Tudo menos nos salários, a produtividade mais elevada e a redistribuição da riqueza!
Na Alemanha o Estado só paga o aborto (cerca de 400 euros) quando se prova a incapacidade financeira do casal (ou da mulher sozinha) para suportar este custo. Os utentes mais folgados pagam uma parte calculada em função dos respectivos proveitos.
Mais uma vez os nossos jornalistas escondem que a média salarial na Alemanha é cerca de três/quatro vezes superior à portuguesa, mas o custo estimado do aborto oficial em Portugal é de 450 euros.
Esta é que seria uma "cacha" jornalística! Mas além da taxa moderadora, na Alemanha, o casal (não apenas a grávida) tem que ir a um dos Centros de Aconselhamento para as Grávidas em Conflito, para ser consultada por técnicos e clarificar o conflito emocional em causa. Nesta ocasião são prestados esclarecimentos sobre o apoio do Estado, a lei vigente (que dá o prazo de 12 semanas) e onde pode ser feito o aborto. A mulher tem então três dias para reflectir. O processo só será concluído neste prazo. Só em Berlim há 61 centros destes, o que dá ideia do volume de abortos! Este parece ser, assim, o modelo europeu que as mulheres adeptas do SIM querem ver adoptado em Portugal. Pudera!
Mas não foi isso que foi apresentado na campanha eleitoral. Mais uma vez este PM enganou os eleitores. É reincidente! Um perito em caçar votos por meios ardilosos. Para ele um voto vale tudo - pois antes e depois das urnas dá o dito por não dito. Prometeu que não aumentava os impostos, não despedia ninguém e que, pelo contrário, iria criar 75000 postos de trabalho. Não tem culpa de ser assim. Quem lho permite, dando-lhe carta branca nas urnas, é que se deverá arrepender! Agora até tem a desculpa para não cumprir o saneamento das finanças públicas com as despesas extras (não prevista no O E para 2007) para o aborto!
NOVOS DESAFIOS. NOVOS ENCARGOS!
Os apoiantes do NÃO também lançaram uma curiosa rasteira ao ministro Correia de Campos: desafiaram-no a criar um subsídio equivalente ao custo de cada aborto (como já referido, estimado para Portugal em 450 euros - certamente por causa dos altos "overheads" do governo luso) a todas as mulheres grávidas que rejeitam abortar! O ministro afirmou-se aberto a analisar este desafio em paralelo com outras reivindicações recebidas da sociedade civil: subsídio à maternidade (a mesma ideia?), mais apoios às crianças deficientes (este governo, no Orçamento de 2007, penalizou os adultos deficientes, agora opta por favorecer as crianças deficientes ... a prazo), maior apoio à adopção (afinal basta agilizar os procedimentos da Justiça e Segurança Social, que atrasam ad eternum os processos, beneficiando pais biológicos indesejáveis e leis obsoletas e injustas, defendidas pela hierárquia da Justiça). Correia de Campos admitiu, finalmente, que vai tratar da indispensável reorganização hospitalar para poder garantir a realização de todos os abortos que enquadrem a nova lei. Entretanto, por sua vontade, o Estado convencionará a prática de abortos com clínicas privadas, capazes de complementar as carências do SNS. Portanto, para o aborto nada poderá faltar! O resto logo se vê! Tudo pode ficar na lei, mas escusa de se cumprir. Não continua o Estado a ser pessoa de bem, mesmo quando não paga durante mais de um ano aos fornecedores privados, ou quando exige aos cidadãos as obrigações que não cumpre perante a Segurança Social, a lei do trânsito, e tantas outras! Já não há paciência para tanta incompetência e hipocrisia! Mas como digo, a responsabilidade é dos eleitores que preferem este regabofe!
Os jornalistas também mostram alguma indignação por não saberem já quem vai pagar os abortos às grávidas portuguesas que optem pela morte das crianças!
Sei lá, até podem vir a criar um novo impostos especial para o Fundo do Aborto! Hoje estão a taxar tudo. Já pagamos taxa municipal de esgotos, agora vamos pagar na factura da electricidade a taxa da remoção do lixo urbano - gostava de saber o que tem a ver a luz com a recolha do lixo? Uma coisa é certa! Os nossos governos estão habituados a dispor das empresas públicas para todos os serviços de "outsourcing" que não confiam ao aparelho de Estado. A taxa da televisão e rádio já era atribuição da antiga CRGE desde o Estado Novo. Os vícios não se perdem em 33 anos!
Mas voltando ao pagamento dos abortos, o pagador final é o contribuinte luso e trouxa. Pois há sempre espertos que arranjam maneira de dar a volta. Depois é uma questão do próprio executivo saber dar a sua volta e passar a obrigação desses encargos extraordinários, como é costume, para as autarquias e regiões autónomas. Bruxo!
Nada surpreende já. O direito ao aborto referendado exige urgência. E como cada vez há menos portugueses, entre activos, desempregados e pré-reformados, a descontar para a Segurança Social, acabam por ser sempre os mesmos (poucos) a pagar esta factura do aborto. Para já é superior à factura alemã! Mas o que é isso para os portugueses mais sacrificados? Uma refeição ou um remédio a menos para alguma doença crónica?
DEMOGRAFIA E ECONOMIA EM DÉFICE
Cada vez nascem em Portugal menos crianças e os jovens sentem grande dificuldade em trabalhar, seja em "part-time" ou "full-time". Contrato precário é uma certeza e uma defesa dos que se intitulam "empresários"! Por outro lado, cada vez há mais empresas a fechar e outras a despedir mais pessoal (incluindo as grandes empresa públicas que o Estado gere através da nomeação de gestores públicos da sua confiança).
Entretanto, não param de nos entreter com algumas mentiras inocentes (ou talvez não?). Dizem-nos que as novas tecnologias vão abrir empregos para todos: os desempregados, os jovens e os reciclados! Que grande mentira. Os génios da tecnologia e da ciência e da informática não abundam, nem são procurados aos milhares. As grandes empresas despedem pessoal à medida que vão resolvendo tecnologicamente a questão da concentração da mão de obra especializada. Outras recorrem ao literalmente ao "outsourcing" nos centros de atendimento na Índia, com salários ainda mais baixos que em Portugal.
E muitos portugueses, coitados, mal preparados para este choque anti-social, estão outra vez a recorrer à emigração! Até os imigrantes estão a procurar países com economias mais dinâmicas e empresários mais honestos - refiro-me especificamente aos que não pagam aos imigrantes ilegais, aproveitando a situação para os explorar! É fartar vilanagem! O último a partir fecha o portão. Na Ota ou na Portela!
PROCURA E PRIORIDADES ... HÁ MUITAS
Mesmo os portugueses que votaram SIM sabem que este ministro da Saúde vai ter que contar com um número desconhecido, mas que se prevê significativo, de médicos objectores de consciência em simultâneo com mais utentes prioritários nos citados sub-Centros de Saúde. As dez semanas não consentem adiamentos.
O infeliz e desajustado líder do PCP já avisou o governo para vedar aos médicos do SNS o direito à objecção de consciência. Então a Constituição permite este estatuto aos cidadãos contra a guerra e a própria vida militar e o governo vai obrigar, agora, os médicos a fazer abortos contra a sua consciência? Voltamos ao regime soviètico ou quê?
Mais uma vez os jornalistas optaram pela intriga política, desinteressando-se da grande questão: quando está prevista a contratação e colocação de médicos suficientes para a cobertura total dos utentes do SNS?
Por outro lado, ainda não vi, por exemplo, nem nos Hospitais de Santa Maria, São José, Amadora-Sintra, ou outro Centro de Saúde, um funcionário do Ministério "ler" um cartão de plástico dos utentes (que demora um ano ou mais para substituir ...!) num aparelho leitor adequado ao sistema informático oficial (?). Devem também ser cartões faz de conta! Para inglês ver! Gostava de saber quanto custou a introdução desta prioridade tecnológica? E quantos funcionários dispensou? Lá médicos a menos há? Pelo menos nas horas de consulta e de ponta! Serviços burocráticos a mais também há. Tanto para os médicos como para os administrativos!
Aliás, o cartão de utente do SNS é um instrumento de identificação condenado a desaparecer, após a anunciada introdução do cartão de cidadão (BI, NIF, eleitor, Utente do SNS e da S. Social, etc.) em 2008 - que se espera venha a custar 12 euros por cidadão! É assim que se decreta a recolha de uma fortuna de 12 milhões de euros, a receber para o erário azul?
Há sempre verba para modernices que depois são abandonadas na prática, por medidas alternativas entretanto introduzidas, ou então pela Comissão Nacional de Protecção de Dados, ou qualquer nova agência reguladora - que funciona contra o Estado, contra as empresas e contra os consumidores. Depois dizem que os cidadãos opositores é que são os grandes responsáveis pela baixa auto-estima nacional, a par do desperdício dos recursos do tesouro público! Quando, afinal é o Estado que alberga e alimenta estes conflitos!
Sobre as verdadeiras prioridades da vida nacional todos se esquecem delas! Desde contratar mais médicos para prestar melhor apoio à população interior mais carente. Apesar do ministro teimar em dizer que o SNS tem tudo previsto e programado para responder com eficiência às necessidades das populações!

NÓDOAS DA VIDA QUOTIDIANA
Lembro que gravidez não é doença. É apenas um estado transitório, exclusivo da mulher, que me merece todo o respeito e carinho. E como tal admito que as grávidas devem ter prioridade mesmo sobre casos de doenças menos graves.
Assim como respeito todas as políticas (que, pelo menos, este governo não tem desejado aprovar) de incentivo à maternidade, aos pais com maior número de filhos, à assistência das mães solteiras ou abandonadas, e às potencialidades de adopção legal mais célere (e mais virada para o interesse e bem estar das crianças do que para o egoísmo dos pais biológicos com comportamento selvagem - repito: selvagem - como tem vindo a público sobre praticantes de abusos sexuais, maus tratos e mortes por negligência, maldade ou irresponsabilidade). Basta ler o jornal ou acompanhar o telejornal para se ficar agoniado com tanta maldade e incúria por parte das autoridades responsáveis!
Uma coisa sabemos todos, desde já: o prazo das 10 semanas não é elástico e, sendo uma promessa pessoal do Primeiro Ministro, tratem agora os subalternos da engenharia financeira para garantir as verbas urgentes para a criação de todos os serviços propagandeados durante a sua interventiva e vitoriosa campanha.
Mesmo assim, espero daqui a uns meses ouvir queixas. Que as coisas não estão a andar tão depressa como os votantes do SIM exigem.
Outra coisa certa é o previsível aumento do número de abortos.
Realizados legalmente no SNS. Ou em clínicas privadas. Já há empresas estrangeiras preparadas para as abrir em Lisboa e ... Seguem-se, como sempre, muitas nacionais! E facilidades de licenciamento pelas autarquias PS, PSD e PCP/CDU também não faltarão!
Vão aumentar os abortos no estrangeiro. Pois muitas mulheres não vão querer ser identificadas em qualquer clínica nacional, muito menos em centros de conflito de grávidas!
E vão também aumentar, por tabela, os abortos clandestinos. Pela grande vaga mediática que vai pressionar mais a população jovem e, ainda, por sempre ser mais barato que nas clínicas legalizadas.
Querem apostar?
Aproveito, entretanto, para desde já requerer a SEXA o PM, em nome dos derrotados do NÃO: mais e melhor apoio às grávidas - sejam mulheres casadas, solteiras, abandonadas ou desempregadas - assim como às crianças nascidas de ligações familiares instáveis. Maior cuidado com o desvio de clínicos para atender à preparação e aconselhamento para o período de reflexão a que a nova lei deverá abranger. E com aconselhamento psicológico. Ainda bem!
O mal é que, sendo a manta curta alguém fica destapado! Quem? Sempre os mesmos. Os pobres, os desempregados, os reformados, os abandonados, os doentes crónicos, os doentes em geral e todos aqueles que continuam a não ter dinheiro nem para a habitação, alimentação e medicação receitada pelo SNS. Sem esquecer todos os que não têm cunha nem dinheiro para ser tratados nas crescentes unidades privadas de saúde! Lembram-se da anedota do subsídio especial aos maiores de 80 anos em 2006 e maiores de 70 anos em 2007. As exigências são tamanhas, que só 20 mil idosos com pequenas reformas conseguiram acabar o jogo da glória burocrática!
Cuidado: quem disse? Portugal entra, finalmente, no século XXI apenas por causa de um único referendo positivo ao aborto legal. Está visto que nem conhece o nosso país nem o nosso povo mais sofredor e mais céptico! Andam por aí muitos a ver menos que os cegos!

COMPORTAMENTO POLÍTICO NEGATIVO
Mas não posso deixar de estranhar e condenar o facto dos líderes do PCP/CDU, BE, PS, PSD e CDS/PP se terem esquecido, durante este serão televisivo, nas suas mensagens perante as câmaras e o País, de apelar ao governo e ao Primeiro Ministro centralizador, para as verdadeiras prioridades nacionais:
Combate ao desemprego com políticas eficazes de maior apoio às empresas; combate ao ensino desmotivador; e combate aos atrasos nos cuidados de saúde de urgência - como podem conviver tão despuradamente com mortes de doentes em autênticas "excursões" de ambulância pelas estradas e pelos céus de Portugal - nas últimas semanas lamentaram-se vários casos em que a política redutora de Correia de Campos ficou seriamente comprometida mas sem o mínimo sinal de arrependimento, recuo ou tolerância.
Os cinco líderes também se esqueceram de apelar (todas as oportunidades não são demais) à promoção intensiva a favor da compra de produtos, bens e serviços nacionais, às empresas e marcas lusas - para que a economia possa arrancar em força!
São estes os meios e objectivos que representariam, afinal, o verdadeiro e almejado avanço civilizacional da população portuguesa contemporânea e futura. O problema do aborto poderia então, sim, ser resolvido como nos países europeus mais desafogados. Assim é mais um remendo num País pobre, cujo Povo quer viver à rica sem produzir mais para viver melhor!
Com efeito, só se a maioria das famílias tiver maiores rendimentos,
poderá melhorar o padrão de vida em muitas áreas: na educação, saúde, orientação profissional, procura de emprego mais remunerativo, segurança pessoal, reforço dos laços entre o núcleo familiar, melhor comportamento cívico, participação comunitária e auto-estima!
De contrário, dificilmente levaremos a carta a Garcia! E seremos ultrapassados pelos 26 restantes membros da União Europeia! Só os clarividentes dirigentes partidários, que nos saíram no lotopolítico nacional, é que vão continuar a ter acesso às mordomias da outra Europa de que tanto falam e apreciam!
Cá estaremos, amanhã, prontos para receber novo choque, novo golpe baixo, nova taxa, novo aumento de custos, ou novo ataque aos nossos direitos adquiridos! O nosso dever de eleitor foi cumprido no domingo, logo pela manhã, numa sala vazia! Sobre o exemplo, acrescento que casei em 1957 - na chamada época do obscurantismo - e na minha família nunca se praticou o aborto!
POSTED BY HUMBERTO ON SUNDAY 11 FEB. 2007 AT 22h00 (10pm local time)
REVIEWED ON WEDNESDAY 14 FEB. 2007 AT 20h00 (8pm local time)

Tuesday, February 06, 2007

 

Labels:


Archives

October 2006   November 2006   December 2006   January 2007   February 2007   March 2007   April 2007   May 2007   June 2007   July 2007   October 2007   November 2007   December 2007   February 2008   March 2008   June 2008   July 2008   August 2008   September 2008   October 2008   November 2008   December 2008   January 2009   March 2009   April 2009   May 2009   June 2009   July 2009   August 2009   September 2009   October 2009   December 2009   January 2010   February 2010   March 2010   April 2010   May 2010   June 2010   July 2010   August 2010   September 2010   October 2010   November 2010   December 2010   January 2011   February 2011   March 2011   April 2011   May 2011   June 2011   July 2011   December 2011   February 2012   May 2012   June 2012   July 2012   September 2012  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscribe to Posts [Atom]