BelaSagres.blogspot.com

Divulgar Sagres. Bem-vindos ao melhor surf, pesca, mergulho, ciclo-turismo, e às praias vicentinas. Comentar a actualidade. Debater Ambiente, cruzeiros, aviação, excursões, hospitalidade, eno-gastronomia, desportos, cultura, eventos, formação e conhecimento. Aberto a contributos e críticas.

Monday, November 20, 2006

 
Título: Câmara de Lisboa aprova revitalização da Baixa/Chiado
mas presidente fica sem maioria para governar a capital
20 de Novembro 2006
Outro tema em destaque nos últimos dias, na actualidade doméstica, é a situação da Câmara Municipal de Lisboa, onde foi aprovado um ambicioso plano de revitalização da Baixa/Chiado
com a maioria dos vereadores da coligação PSD/CDS-PP para poucos dias depois essa coligação ser desfeita, quando o CDS-PP vetou exactamente a personalidade proposta pelo Presidente da autarquia para a Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) da Baixa Pombalina. Caindo a câmara em crise e ficando sujeita a todas as suas futuras propostas e planos serem vencidos nas reuniões deliberativas da vereação.

Em Portugal a política faz-se, em grande parte, de protagnismos, vaidades e demonstrações efémeras do poder para nomear, demitir, escolher, rejeitar, vencer ou sair derrotado das pelejas administrativas, algumas delas criadas artificialmente. É o vale tudo ou nada. É o quero, posso e mando! Este foi mais um caso, que além do presidente Carmona Rodrigues e da vereadora Maria José Nogueira Pinto, também terá suscitado intervenções de Luís Marques Mendes, líder do PSD, Paula Teixeira Pinto, presidente da Assembleia Municipal e da Comissão Distrital do PSD Lisboa e outros. Ninguém quer abdicar de colocar o melhor possível os seus peões nos tabuleiros das influências políticas criadas para favorecer os boys & girls dos diversos partidos. Todos revelam, aliás, comportamento semelhante nesta dança das colocações de lugares públicos.

Mas mais que esta crise de choque de personalidades, interessa é analisar a proposta de revitalização da zona histórica da capital que abrange a Baixa e o Chiado.

O seguinte texto é o meu contributo para o debate público aberto pelo Diário de Notícias sobre este projecto da CML, a propósito da Revitalização da Baixa-Chiado

Lisboa Infeliz - Parabéns pela iniciativa! Sou lisboeta de gema e amo a minha cidade. Mas atravesso uma deprimente fase de indiferença. Ainda agora, ao ler as duas páginas dedicadas à revitalização da Baixa/Chiado fui passear ao local e vi uma zona terceiro mundista, a pedir a classificação de Lisboa Infeliz! Lembro o tempo em que me orgulhava de dizer aos meus amigos estrangeiros que Lisboa era a capital mais limpa do mundo! O que não andava muito longe da verdade. Hoje é uma desgraça!
Não dá mais gosto morar numa urbe tão desmazelada! De positivo, o debate proposto pelo DN!
Concordo com grande parte do artigo do António Mega Ferreira. Afinal AMF é conhecedor profundo da nossa cidade e experiente na gestão e lançamento do Parque das Nações. Foi uma boa escolha para a primeira opinião sobre o tema e uma boa saída para o debate.

Aparte: AMF foi bom companheiro numa viagem a Nova Iorque, quando fomos três jornalistas cobrir a Assembleia Geral da ONU, era Medeiros Ferreira MNE - que por sinal escreve nesta edição (6 Novembro) um artigo corajoso e coerente com o seu passado - não sobre este tema mas sobre o rumo que leva o PS - o qual também é um ponto alto da edição. Eu, nessa ocasião, fiquei mais tempo nos EUA a cobrir a campanha de Jimmy Carter.
Sobre os seis projectos principais destacados, apresento os seguintes comentários:

EDIFICADO - O aspecto da maior parte dos edifícios da Baixa/Chiado - apesar dos esforços de reabilitação iniciados há dezenas de anos - é péssimo! Não há artéria que não tenha uma construção em ruínas e outras quase abandonadas. A situação é bizarra face a plano tão ambicioso agora aprovado. Primeiro há que valorizar o edificado com leis e apoios exequíveis e não artificiais! Este plano também é teórico e visa um modelo equilibrado entre conservação e inovação. Mas o que dizer dos mamarrachos que surgem em Lisboa? Também há reabilitação. Na Rua dos Sapateiros vi um prédio pombalino transformado em residência universitária (o que até é uma óptima solução) mas pintado de cor de rosa assanhado! A contrastar a reabilitação do antigo edifício da Ordem dos Advogados no Largo São Domingos também não foi a melhor. De um edifício de traça nobre passou a parecer um prédio moderno a imitar o antigo! A estação do Rossio está demasiado branca (falta-lhe a patine, até por se tratar de um pastiche notável). A Loja do Cidadão, no edifício do Eden, é de um mau gosto que brada ao céu num edifício tão belo e bem recuperado! Aliás, os meus passeios pela Baixa deixam-me extremamente nostálgico ao ver antigas lojas e serviços desactivados, mudados ou falidos. Na sede da antiga Companhia Colonial de Navegação, na Rua da Prata, está uma Junta de Freguesia apontada para fusão devido à decrescente população residente! Enquanto a antiga agência de navegação e viagens Marcus & Harting (no Rossio) continua fechada, com jornais velhos de longos anos a forrar os vidros! As leis em Portugal são muito mal feitas apontando para a degradação do património sem permitir o usufruto dos bens e equipamentos por outros investidores interessados, anos depois das empresas encerrarem! Nos Restauradores, o palacete da antiga Pan American está devoluto, depois de ter sido loja da Renault e alojado um banco moderno! Faz pena não ser aproveitado e a loja de Artesanato Regional, na esquina seguinte, tem uma tabuleta de plástico terceiro-mundista. Se fosse turista não comprava ali nada!
Este plano de revitalização deve começar por requalificar as tabuletas do comércio! No Parque Mayer, o cartaz que anuncia as revistas em cena, anuncia agora o Bufete do Plaza, apesar de continuar uma revista em cena! Aliás, a única viabilidade do Parque Mayer - como pólo de entretenimento - seria garantida pelo Casino. Assim, foi para o Parque das Nações que ficou a ganhar em clientes e em fluxos turísticos. Com esta transferência, o centro de Lisboa perdeu talvez a única possibilidade de atrair uma rotatividade de frequentadores mais qualificados para a sua oferta nocturna! Mas ninguém é responsabilizado pela mudança. Só querem é mais milhões para novos projectos, mais obras e, oxalá não, mais erros!

FRENTE RIBEIRINHA TERREIRO DO PAÇO/CAIS SODRÉ - Este plano pretende e bem transformar este trecho num pólo urbano e turístico! Mas não diz como. Quanto a mim, o espaço que merece ser requalificado (depois de construída a sede da nova Agência Marítima Internacional, é a margem do Tejo entre o Terreiro do Paço e o Cais Sodré - outro jardim à beira Tejo, como em Belém, Junqueira e Parque das Nações. Mas, na própria margem que enquadra a Praça do Comércio, deviam ser fundeados quatro batelões adequados (com cobertura e defesa lateral contra vento e chuva - as marés permitem de seis em seis horas uma ampla vista do Tejo, mesmo quando estivessem oito embarcações atracadas) para ponto de desembarque e embarque de passageiros nos catamarãs (ou outros ferries) nas quatro rotas (Cacilhas, Montijo, Seixal e Barreiro). O movimento de passageiros chegados (e os de partida para a margem esquerda em sentido contrário) emcaminhar-se-ia para as entradas com acesso directo à estação do Metro, ou para as paragens de autocarros e táxis na P. Comércio, sem necessidade de percorrerem tanta distância desde o cais do Sul e Sueste - que seria adaptado para tráfego turístico ao serviço dos operadores de cruzeiros fluviais - ficando o Tejo e o índice económico da cidade valorizados com este fluxo (já existente para nascente). A zona recriaria o movimento dos vaporettos do Delta do Pó em Veneza, ou em Amsterdão, Paris, Londres, etc. Com vantagem panorâmica para Lisboa e Veneza, já se vê! Assim, seria também cumprido o próprio designío do plano duma forma simples e não muito dispendiosa. O terminal do C. Sodré - agora encerrado - seria usado, por sua vez, para duas segundas rotas para e de Cacilhas e Seixal, justificadas pelo movimento gerado e pela ligação directa a outra linha do Metro, ao CF de Cascais e à rede da Carris. Mas transformar aquela bela praça e as arcadas numa feira (nem de natureza cultural - por exemplo de antiguidades) - NUNCA!

TERREIRO DO PAÇO - Acho muito bem que o uso preferencial deste local nobre seja de natureza politico-administrativa durante o dia. Mas à noite, que melhor local há em Lisboa para animação nocturna? Com esplanadas, shows musicais, teatrais, fogo de artifício, encontros de futebol projectados em videowalls gigantes e outros eventos de interesse popular - aliás como já se faz episodicamente durante o verão, com a cena da montagem prévia da feira, para dar a ganhar mais dinheiro aos armadores de feiras e festas. Que belos serões poderá a população e visitantes de Lisboa ali usufruir durante quase todo o ano!
Durante o dia NÃO! Até para não perturbar o trabalho nos ministérios - especialmente no das Finanças sempre em obras! O que também não quero ver mais é barracas no T. Paço, como aquela azul do "museu do triciclo", que lá se encontra e que mais parece uma feira de saltimbancos! Nem gosto de ver o chão vazio. As mesas, cadeiras e sombras das esplanadas (mesmo vagas durante os dias de trabalho) dariam um aspecto de utilidade à praça. Mas, por favor, não com cadeiras de plástico da Sagres, como há uma esplanada nos Restauradores. Sempre com equipamento de padrão europeu (em Portugal até temos bom design de mobiliário). Não podemos ser inferiores ao que se vê em Veneza, Paris, Viena, Bruxelas ou Amsterdão, Copenhaga, em matéria de esplanadas!
Sinceramente, não me agrada a ideia de abrir um hotel de charme no T. Paço! Misturar ministérios com hotelaria não é próprio. Há tanto palacete abandonado em Lisboa, com melhores condições! Nem se deve cair na tentação de ali abrir lojas e bancas de souvenirs debaixo das arcadas! Mais uma feira? A alguns portugueses puxa-lhes muito o pé para os chinelos. Ainda gostam de barracas, tascas, feiras, com empurrões e confusão no local mais nobre de Lisboa!
O Parque das Nações, as Docas, Junqueira e Belém, pelo menos até, agora são dois bom exemplos da vida contemporânea ao ar livre em Lisboa! Oeiras prepara outro local semelhante na antiga praia de Algés, com o aproveitamento da Doca de Pedrouços e o extenso espaço até ao Dáfundo-Cruz Quebrada.

CULTURA - Também não me agrada a saída do Governo Ciivil e, por inerência, do piquete da PSP do Convento de S. Francisco no Chiado. E já começo a ficar com os cabelos em pé com tantos planos para museus! Num período de crise nas finanças públicas (e privadas) nem é próprio dos políticos avançarem com tais investimentos! Uma escola de artes e ofícios num espaço nobre da cidade é desperdício! A cultura em voga são festivais de música rock, hi hop e desfiles de moda. Pouco mais! E esses não precisam de apoios. O resto é folclore e vontade de investir em pseudo criadores que em troca criam pouco (e mau)! Há exposições e iniciativas que são autênticos roubos! Promovam, sim, em cada ano em Lisboa uma grande exposição de clássicos do género o Triunfo do Barroco! Para mostrar às gerações contemporâneas o que á arte e cultura, assim como a herança patrimonial deixada pelos nossos ilustres antepassados! Isso é que é cultivar e preparar a juventude para os pesados desafios pela frente! Povo que renega o passado e só cria trabalhos manuais de qualidade duvidosa não vai longe. Os outros países continuam a ter grandes criadores e, por isso, dão-se ao luxo de terem outros sem talento que querem ser artistas à força. Nós, contamos com os dedos das mãos os verdadeiros talentos artísticos, quer nas artes plásticas quer no espectáculo, pelo que somos forçados a admirar estrangeiros. Poupem-nos os pantomineiros, pelo menos no Terreiro do Paço!

COMÉRCIO - O comércio da Baixa em decadência reflecte o inevitável fim de um ciclo. Mas afinal, quantas centralidades de compras querem os nossos bem intencionados autarcas dinamizar? Será Lisboa capaz de sustentar tanto comércio? Rico, remediado e pobre? Como é o da Baixa agora? Ou será sempre na tónica do projecto mais recente e mais mediático querer retirar clientela dos outros?
Lisboa tem já múltiplos pólos de comércio. Oito principais: Colombo (Benfica); Vasco da Gama e P. Nações; Amoreiras/Rato/Eduardo VII; Avenida da Liberdade (o mais caro segundo as estatísticas); Avenidas Novas (no eixo Fontes Pereira de Melo/António Augusto Aguiar - El Corte Inglés - República/Campo Pequeno); Avenida Roma/Olaias; Baixa/Chiado; e Almirante Reis/Areeiro. Outros em alguns bairros populares: Belém, Alcântara, Estrela, Campo de Ourique, Graça/Bairro das Colónias, Alfama/Sé/Castelo, etc.).
A vida não está fácil para ninguém, com este modelo político-económico fracassado! Mas custa-me ver tantas lojas (tradicionais e modernas) encerradas. Tanto dinheiro perdido. Tantos sonhos desfeitos! A Baixa/Chiado, incluindo as Ruas Augusta, Áurea, Prata, Fanqueiros e transversais, já constituem espaços de "comércio a céu aberto" durante os dias úteis. O problema é chamarclientes à noite e aos fins de semana. Sem mais residentes é difícil mas se a oferta for dinâmica, consegue! Terá que haver uma renovação de comerciantes.
A população local é idosa e sem meios! E duvido que em 20 anos a população suba de 5000 para 17000. Nem com atraentes incentivos fiscais e outros para aliciar jovens casais - num período em que «este governo só corta onde nos dói mais» - como constata o PCP nos cartazes que "ornamentam" a cidade!
RESTAURANTES - A Baixa - aliás como já sucede no Chiado/Bairro Alto - pode ser SIM outro dinâmico pólo de entretenimento e cultura - onde cabe a tal "escola de artes e ofícios" proposta e outras iniciativas num prédio vulgar bem requalificado e desde que o negócio seja viável!
Por exemplo, nesta minha ronda vi que os únicos restaurantes do meu tempo (trabalhei anos no Bairro Alto e Rua Augusta) é o Regional e o Palmeira (este uma sombra escura do que era). Ora bons restaurantes poderiam chamar à Baixa bons clientes, havendo espaço para estacionar? O futuro da Baixa/Chiado passa pela articulação entre serviços e lojas DE DIA e restaurantes, animação, cultura e entretinemento DE NOITE. Mais hotéis Sim. Mas não podemos esquecer que é mais vantajoso construir de raíz do que reconstruir um edifício oitocentista! Talvez antes residenciais, sedes de clubes e associações diversas - empresariais recreativas, culturais e sociais, pela sua centralidade!

TRÂNSITO - Essa mania de dificultar o trânsito em LISBOA é velha. Especialmente quando se tem direito a parque grátis junto do emprego! Como AMF muito bem escreve é radicalismo puro querer eliminar a circulação até 2010. Assim não vão desenvolver nem a imobiliária residencial e de serviços, nem os restaurantes, comércio e animação. E o desejo expresso para a valorização de uma oferta abundante e diversificada de transportes públicos faz-me rir! Por ser uma promessa sem pés nem cabeça, nunca cumprida. Analisem esta recente mudança parcial da rede da Carris! Atrapalha toda a gente. Trabalhadores, estudantes, novos, idosos, saudáveis, doentes! No 10 de Junho não esqueçam de propor os autores para uma comenda!
E a ideia da Circular das Colinas (deixou de ser Sete Colinas?) será boa e importante, especialmente para facilitar o acesso ao Hospital de São José em caso de uma emergência! É que se fecharem o Rossio e as sete ruas que ligam ao T. Paço, só resta o Chiado (que já está condicionado e ... saturado!). Não há dúvida: é uma circular de difícil concepção e realização prática - só vejo a alternativa pela Infante Santo-Estrela ou pela Diogo Couto/Vale de Santo António? Também será muito dispendiosa e quanto a desviar o tráfego do centro, duvido. Já se viu alguma capital assim? O que se vê é cidades que cobram taxa a quem circula no centro! Veremos os prós e contras deste radicalismo! O importante é regular, controlar e melhorar cada dia a circulação e o estacionamento por todas as diferentes coroas da cidade! Ninguém referiu o estado dos pavimentos e da sinalização horizontal e vertical da cidade. Outra miséria que urge remediar! Afinal, uma questão simples e essencial mas de que as sucessivas gestões camarárias apenas se lembram (e pouco) em vésperas de eleições!

FINANCIAMENTO - Esta entrada é da autoria do próprio AMF. Onde é que a CML vai arranjar 642 milhões de euros de 2007 a 2020? Depois de pagar o Túnel do Marquês? E as dívidas herdadas? Os privados investem apenas em planos bem testados! Vai ser uma promessa difícil de arrancar nos próximos anos.

CONCLUSÃO - Vamos SIM melhorar Lisboa. Sem dúvida, todos apoiamos essa proposta! Mas o Governo e a CML devem começar por eliminar a frequência dos incidentes resultantes das cheias - cada vez que chove a cidade transforma-se num caos ainda maior; por valorizar o património construído (e vergonhosamente decadente) - deve haver mais incentivos para quem puder recuperar edifícios e agravamento social para quem quiser construir de novo nas coroas centrais; garantir maior cuidado com a aprovação dos projectos de novas construções e de reabilitação - uma vez que proliferam exemplos de total descaracterização do estilo em que se enquadram; e, sobretudo, mais limpeza urbana! Já era uma grande ajuda se estes autarcas eleitos garantissem estes desideratos comuns à maioria! O plano em questão deve ser usado apenas como masterplan, com a condição de todos os projectos em curso, ou a apresentar por privados e serviços públicos, devem ser enquadrados na filosofia e grelhas traçadas, a aprovar pela Câmara. Quanto às indispensáveis infraestruturas - como a Circular das Colinas - serão construídas à medida que a autarquia vá juntando verbas! O que em épocas de crise e sacrifícios à população não será muito fácil.
Se os privados quiserem adaptar prédios pombalinos para hotéis na Baixa é uma boa ajuda que merece ser apoiada! O Hotel Bairro Alto é um bom exemplo! Mas, por favor, senhores autarcas, não se substituam aos promotores imobiliários e aos donos das obras! Os privados têm as suas competências e os autarcas e técnicos camarários outras! Cada galho, cada competência!

Comments: Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]





<< Home

Archives

October 2006   November 2006   December 2006   January 2007   February 2007   March 2007   April 2007   May 2007   June 2007   July 2007   October 2007   November 2007   December 2007   February 2008   March 2008   June 2008   July 2008   August 2008   September 2008   October 2008   November 2008   December 2008   January 2009   March 2009   April 2009   May 2009   June 2009   July 2009   August 2009   September 2009   October 2009   December 2009   January 2010   February 2010   March 2010   April 2010   May 2010   June 2010   July 2010   August 2010   September 2010   October 2010   November 2010   December 2010   January 2011   February 2011   March 2011   April 2011   May 2011   June 2011   July 2011   December 2011   February 2012   May 2012   June 2012   July 2012   September 2012  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscribe to Posts [Atom]