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Saturday, November 18, 2006

 
Título: Vida quotidiana em Portugal/2006

Lead: Temas quentes de Outono: duas entrevistas polémicas de Cavaco Silva e Santana Lopes; ruptura da coligação PSD/CDS-PP na Câmara Municipal de Lisboa; e contestações de estudantes, professores e militares contra medidas prejudiciais do Governo Sócrates

Na análise da edição de sábado, 18 de Nov. 2006, do semanário Expresso encontramos vasta matéria para reflexão sobre estes temas da actualidade portuguesa.

As audiências do serão televisivo de quinta-feira (18 Nov.) reflectem o baixo grau de mediocridade popular. As novelas da TVI (4º canal) "Doce Fugitiva" e "Tempo de Viver" (de produção doméstica) alcançaram à mesma hora um share de audiência de 41,9%, enquanto a entrevista do ex-primeiro ministro Santana Lopes na RTP1 registou 19,5% e a de Cavaco Silva na SIC apenas 18%. Terá sido prejudicada pela escolha da veterana jornalista Maria João Avilez para entrevistadora, apesar dela se ter saído muito bem!

Cavaco em directo: O Expresso titula, à cabeça da página 5: "O apoio "exigente" de Cavaco numa análise objectiva do jornalista Fernando Diogo. O Presidente da República estudou bem todas as eventuais perguntas e respondeu sempre com prontidão e determinação, mesmo às questões mais incómodas - como o seco "não comento" à sua interpretação das queixas de Santana Lopes sobre o efeito destrutivo do artigo que Cavaco Silva publicou no Expresso, em 2004, durante a a crise que conduziu à queda do governo PSD/CDS-PP. Artigo sobre a lei económica que confirma a tese de toda a boa moeda ter capacidade para expulsar a má, numa directa aos bons e maus políticos, que Santana considerou negativamente ter tido grande influência, no seu recente livro que dá conta da sua perspectiva de vitimazado por José Manuel Barroso, Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva, e que originou mais esta polémica nacional.
Outros esclarecimentos do PR destacados neste artigo: A confidencialidade dos seus encontros semanais com o PM são a garantia de estabilidade política - estabelecendo a demarcação com práticas de outros Presidentes, sem mencionar nomes (inclusivamente minimizando a sua experiência pesoal como PM com Mário Soares na PR, quando este lançou as mediáticas Presidências Abertas pelo País, como iniciativas de contrapoder ao PM e ao PSD na oposição). Cavaco acrescentou: "Não passo rasteiras ao Governo". E nas respostas apoiou abertamente algumas reformas de Sócrates, como a luta ao défice orçamental, as novas Leis das Finanças Locais e Regionais, e os trabalhos preparatórios para a Presidência Portuguesa da União Europeia no segundo semestre de 2007, assim como os grandes temas escolhidos para Portugal liderar a agenda europeia nesse semestre - a imigração na Europa; e a cimeira de cooperação Europa-África a realizar em Portugal. Cavaco confirmou, também, a cooperação estratégica anunciada na campanha eleitoral, que, nestes oito meses e oito dias, evoluiu para uma "colaboração leal e verdadeira", como escreve Fernando Madrinha, na sua coluna da pág. 9, intitulada "O que diz Cavaco". Bons trabalhos como estes dão sempre boa base de reflexão da situação política.

Cavaco teórico: Entretanto não param as reacções à sua primeira intervenção mediática depois de ter tomado posse. O líder do PSD, Marques Mendes, disse que Portugal precisa de mais acção e de menos retórica. Já o líder do CDS-PP, Ribeiro e Castro, disse que Cavaco continua fiel ao que prometeu ao eleitorado, durante a sua campanha, não se tendo afastado um milimetro da fórmula de cooperação estratégica. Outros políticos, outros programas, outros OCS e outros analistas vão continuar nas próximas semanas a dissecar as suas afirmações comparando-as com o défice ou superavit das suas promessas. O que está em causa é como sair da encruzilhada da economia, finanças públicas, desemprego e descontentamento contra as medidas do Governo lesivas dos seguintes sectores: empresários e corporações - Banca, grandes, médias e pequenas empresas, comerciantes, agricultores e turismo; juízes e magistrados do MP, farmaceuticos, médicos, advogados, professores, estudantes e universitários, funcionários públicos, polícias e GNR, jornalistas (uma das últimas caixas de previdência do antigo regime a perder os apoios da Segurança Social), contribuintes e trabalhadores em geral (pela perda do poder de compra no próximo ano e seguintes) e católicos (por causa da campanha de Sócrates e do PS a favor da liberalização do aborto e da sua prática alargada ao Serviço Nacional de Saúde, que já rebenta pelas costuras e onde há milhões de cidadãos sem médico de família e centenas de milhares de doentes em lista de espera nos blocos operatórios hospitalares - a maioria dos portugueses prefere que o recurso a abortos em clínicas legais seja despenalizado até às 10 semanas, mas que os abortos clandestinos feitos por curiosos em condições subhumanas continuem a ser penalizados). Aparentemente, nem Cavaco nem Sócrates entendem o que vai na alma dos portugueses em Novembro de 2006.
Cavaco retórico: Nesta entrevista Cavaco usou e abusou da sua pose de retórica catedrática. Não entendeu o que a jornalista quis que ele revelasse sobre o cansaço dos portugueses perante as mesmas teorias repetidas por sucessivos governos e políticos, pedindo sacrifícios há mais de 60 anos às famílias e empresas portuguesas para contribuirem para a recuperação do erário público, quando a luz ao fundo do túnel está cada vez mais longe! Têm que inventar outras desculpas! Todos os planos e todas as políticas de recuperação das finanças e tentativas para emagrecer o "monstro" da despesa pública, incluindo as formuladas por Cavaco quando foi PM, sairam ao inverso. Agora, o PR está esperançado que as nossas exportações e o nosso turismo continuem a subir. Como quem não sabe que as economias da Europa, América do Norte, Japão e Pacífico estão a entrar num ciclo de emagrecimento forçado, com mais desemprego, falências e deslocalizações. Uma das primeiras reacções é a contracção das importações de produtos lusos, tradicionalmente considerados suplementares!
Os salários portugueses são dos mais baixos da Europa a 25, como foram da Europa a 15 e a 12. É sempre a mesma coisa, sempre a mesma esperança e sempre a mesma desilução! Só com mais trabalho, mais poupanças no supérfluo, mais produtividade e profissionalismo! A retórica de Cavaco já cansa!
No Expresso, o colunista João Pereira Coutinho assina a crónica Santana vs. Santana, admitindo ter escolhido assistir à entrevista de Santana, apesar de ele o ter acusado de conspirar contra ele. Depois arrependeu-se. Eu preferi a de Cavaco e não me arrependi. Porque não perco tempo a ouvir falar pedantes! Com Cavaco sempre constatei que não mudou, nem de estilo nem de rumo! Só que teve 10 anos para levar a nau Portugal a bom porto mas não conseguiu dominar a tripulação rebelde!

Atenção: Segue, dentro de horas, as reacções relativas à entrevista de Santana, à ruptura no "governo" da Câmara de Lisboa e sobre as previstas contestações de estudantes, professores e militares!

POSTED BY HUMBERTO ON SAT. 18 NOV. 2006 (19H00) (7.00 PM in PORTUGAL)

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