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Vida quotidiana em Portugal
28 Nov. 2006

Press review - Diário Notícias

Título:
Calvário do IC19 (estrada Lisboa-Sintra)
só termina em Junho de 2008

Chamadas de capa:
Oito anos depois do início das obras
Ligação rodoviária Cascais-Sintra-CREL pronta em 2010
Governo investe 332 milhões de euros em mais quatro anos,
para melhorar acessos à capital

Comentário:
Para quê? São obras públicas à portuguesa, com certeza!
E notícias também à lusitana!
De facto, já existe há vários anos ligação por auto-estrada de Cascais
à CREL, e desta à A1 (em Alverca). Por sua vez, a CREL entronca em
Queluz de Baixo com o IC19 (Lisboa-Sintra). Portanto, a segunda das
chamadas de capa acima assinaladas deve querer dizer "o alargamento
do IC19 para três faixas em cada sentido" - o que se entende, aliás, pelo
título que a obra "só estará pronta em 2010".
Mas que grande confusão - a anunciar um suplemento de oito páginas,
dedicado a CIDADES e, nesta edição, cobrindo a Linha de Sintra. Os
próximos suplementos serão dedicados às CIDADES da Linha de Cascais,
Lisboa, Margem Sul, Setúbal, Norte de Lisboa (Oeste da Área Metropo-
litana de Lisboa, com sede em Torres Vedras).
Um bom trabalho jornalístico do DN, a coleccionar! Temos fé pela amostra
do conteúdo destas primeiras oito páginas!


Títulos das Pag. 2 e 3: Níveis dos rios são drama após as inundações

Comentário:
Num País onde o lóbi dos Verdes consegue uma notável influência sobre
a juventude sempre idealista e sobre o forte movimento dos ecologistas,
estranha-se que os seus populares líderes desaparecem dos media aos
primeiros sinais dos incêndios florestais de Verão e das cheias do Outono
e Inverno.
Choveu bastante em Portugal (e na Europa) neste mês de Novembro mas
parte do território de Portugal ficou submerso junto das bacias hidrográficas
dos principais rios - Douro, Mondego, Tejo, etc. Onde as populações são
ciclicamente sacrificadas sem apelo nem agravo. Neste caso de 15 em 15 dias.
Não faltaram casas e ruas inundadas, localidades isoladas pela água, muitos
prejuízos pessoais, comerciais, agrícolas, industriais e públicos. Ano após ano,
perante a passividade dos contribuintes, eleitores, empresários e cidadãos.
Mas sobretudo perante a incapacidade dos Ministérios do Ambiente,
Cidades, Ordenamento, Obras Públicas e Finanças incapazes de elaborar,
aprovar e executar um plano nacional contra as cheias (em articulação com
as autarquias e a gestão ibérica das albufeiras - que armazenam as águas das
barragem hidroelectricas e dos caudais dos rios internacionais, pela carência
de uma rede secundária de barragens e canais para garantir:
primeiro - que as chuvas desperdiçadas a um ritmo alucinante de descargas,
possam ser reaproveitadas;
segundo - o aproveitamento deste excesso de águas para produzir mais
energia alternativa aos combustíveis, nestes períodos do ano, por meio de
barragens intermédias.
Bem sei (não me esqueço) os ecologistas não querem mais barragens!
O seu lema é quanto mais atraso, quanto mais pobreza, quantas mais
dificuldades os portugueses (sofram e paguem) melhor! E basta de nos
dizerem que é para bem das gerações futuras. Quando chegar o tempo
dessas gerações beneficiarem dos nossos sacrifícios e erros, outros
inventarão novas ameaças, perigos e dificuldades, pedindo novos sacrifícios
como o de Foz Côa e do desperdício de milhões de metros cúbicos de água!
Os ecologistas fizeram queixa do governo português à Comissão e ao
Tribunal Europeu para suspender a construção da barragem do Sabor!
E o caso continua pendente, depois de cinco anos, a ser estudado e "julgado"
pelas ()competentes instâncias nacionais e comunitárias (eurocráticas q.b.!).
E lembro que os ecologistas também já tinham conseguido suspender a obra do Vale
do Côa - agora Património da Unesco! Posso perguntar quantos visitantes
(se possível com o "break-down" entre visitantes nacionais e estrangeiros)
se deslocam anualmente para observar as figuras de arte rupestre no
Parque Natural de Foz Côa? E, por outro lado, ao Ministério da Economia,
quanto custa o "crude" que importamos a mais (a 80 dólares o barril), para
substituir a energia perdida por causa de neste troço fluvial ter sido
abandonado o projecto desta barragem - o que teve também um dramático
efeito negativo, ao defraudar as expectivas dos jovens ali nascidos e residentes,
em termos dos anunciados empregos a abrir na central hidro-eléctrica
prevista? Em vez de ser produzir mais energia - temos agora o dispendioso
mas agradável prazer de contemplar as ditas figuras pré-históricas. O que,
aliás, poderia muito bem continuar a ser feito por meio de um (ou mais) mini-
-submarino/s e/ou um panorâmico túnel subaquático. No Mar Vermelho, nas
USA Ilhas Virgens e em Malta, foi assim que vi a flora e fauna subaquática
- classificada como reserva natural protegida! Com meios modernos e seguros, construídos e explorados pela iniciativa privada e com forte agrado e afluência de turistas
internacionais.
Mas em Portugal, 32 anos depois do 25 de Abril, quase tudo o que diz
respeito à iniciativa privada é imoral ou altamente suspeito. E tudo o que
é feito pelos governos é demasiadamente caro e, com frequência, inviável!
Só o que for construído à conta dos contribuintes é que (não) vale a pena!

POSTED BY HUMBERTO ON 28 NOV. 2006 AT 20H20 (8.20 pm)