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Thursday, January 04, 2007

 
CITAÇÕES LUSITANAS - JANEIRO 2007

REGALIAS OBSCENAS - JORNALISTAS OU POLÍTICOS?
O eminente fiscalista e obcecado cobrador de impostos Saldanha classifica o subsistema de saúde - disponibilizado até 31 de Dezembro de 2006 a cerca de 5000 jornalistas portugueses - como uma regalia obscena na actual conjuntura de contenção deste governo. Regalia que se limitava, afinal, ao direito de escolha de médicos e postos clínicos particulares convencionados junto da Caixa de Previdência dos Jornalistas (aparentemente extinta na mesma data sem uma reunião prévia com os respectivos dirigentes). Ou à ida ao modelar Posto Médico da Casa da Imprensa (asociação mutualista também afectada por esta medida insensível de Sócrates) em Lisboa - agora também sujeita ao novo sistema de auto-sustentação imposto por Sócrates!
Os jornalistas e familiares pagavam as contas das consultas e exames, segundo as tabelas aprovadas, e a Caixa reembolsava-os seis meses (ou mais) depois segundo as normas vigentes. Significava isto que o governo não gastava mais dinheiro com este núcleo de famílias, libertando largos milhares de utentes do saturado, ineficaz e desumanizado SNS. Não eram apenas jornalistas os beneficiários destes subsistemas alternativos, pois estendia-se aos beneficiários da ADSE, dos SAM bancários e de múltiplas Caixas de Previdência (advogados e empregados da EPAL foram, juntamente com os jornalistas, os últimos prejudicados pela extinção das caixas pelo actual governo). Seguem-se os bancários. Querem uma aposta?
Também veio à TV um convicto secretário de Estado (cujo nome poucos conhecem) atacar os argumentos dos jornalistas, querendo fazer crer que o governo vai poupar milhões de euros com esta medida e que os jornalistas têm que passar a frequentar as filas e listas de espera dos Centros de Saúde e Hospitais, ou vão saber quanto é que custam os cuidados de saúde até agora cobertos pelo Estado no subsistema alternativo. E à produtividade disse nada!
Pelos vistos, para esta nova vaga de políticos no poder, os impostos pagos por estes profissionais e seus familiares, durante os últimos 50 anos, destinavam-se apenas a solidariedade, não para proveito próprio em caso necesidade de assistência médica, especialmente na última fase da sua vida! O princípio do direito adquirido deixou de vigorar na Democracia Lusa. Qualquer ministro, qualquer deputado, qualquer governo pode, em qualquer alture, revogar leis com dezenas de anos e cortar regalias para as quais trabalhadores por conte de outrém ou liberais e empresários tenham contribuído! Não está certo. Não é justo. E é indigno!
REGALIAS E ABUSOS
O sistema alternativo tinha sido criado pelo regime de Salazar, agora extinto por uma lei de Sócrates, para quem o SNS à imagem de Campos (cada vez mais restricto, burocratizado, congestionado, controlado, complexo e desumanizado - basta assistir aos frequentes casos de negligência médica ocorridos) satisfaz plenamente os portugueses. O que também é mentira! Pois nem os mais fragilizados se satisfazem com o generalizado mau serviço prestado pelo SNS, especialmente aos idosos e a crescente mancha de indigentes, desempregados e classes pobres, remediadas e médias. Sócrates e Saldanha preferem nivelar tudo a eito por baixo, desde que ambos fiquem de fora.
Quem vai "herdar" os activos da Caixa de Previdência dos Jornalistas e da centenária Casa da Imprensa - se esta não puder continuar a prestar a sua acção mutualista? E quem vai pagar os subsídios de desemprego e as reformas do pessoal a dispensar e alguns em idade de difícil recolocação profissional alternativa? Bruxo!
Não se pode ignorar, tão pouco, a preversão do sistema agora imposto pela tripla Sócrates/Campos/Vieira. Por um lado, há sempre acolhimento VIP para ministros e boys nos hospitais públicos. Para esses não há filas, nem listas de espera. Mas também porque tanto Sócrates como Saldanha podem, felizmente, recorrer ao sistema de "saúde privada" que, curiosamente, cresce à vista desarmada (com a construção de luxuosos lares, hospitais e casas de saúde em Lisboa e outras zonas mais adequadas a reformas douradas) visando atrair o nicho decrescente dos multimilionários. Curiosos estes investimentos privados e alargados à escala peninsular!
Faz lembrar os navios de guerra estrangeiros (ingleses, americanos ou holandeses) adquiridos por Portugal. Antes da entrada ao activo, os navios têm que ser sujeitos a alterações interiores para que uma dezena de oficiais disponha de metade do espaço habitável, enquanto a restante centena de sargentos e praças partilhem a outra metade. Quem disse que foram abolidos os hábitos de superioridade elitista de quem alcança e depressa detém o poder político, económico, intelectual ou militar? É mentira descarada! Aliás, um/dois ano/s de experiência em qualquer profissão representa uma vantagem incipiente, na avaliação dos currículos dos candidatos a uma vaga. Mas em política torna-se numa poderosa e resistente âncora! Quanto mais inexperientes e ousados mais sobem na hierárquia partidária e governamental!
Então o que é obsceno, dr. Saldanha? As regalias cortadas a jornalistas, advogados e, amanhã, aos bancários? Ou os abusos das classes dominantes, que persistem em todos os refúgios da sociedade portuguesa mas agora reservados aos especuladores, políticos, consultores oficiais e alguns futebolistas? Mas quem se vai virar contra a voz do dono? Certamente todos menos os requisitados autores de pareceres jurídicos bem pagos!
Voltando às frequentes intervenções televisivas do inefável consultor oficial de impostos: nem uma palavra de oposição às mordomias - essas sim obscenas - inerentes às condições de reforma e frequente actualização dos proveitos atribuídos aos políticos. A única alteração positiva foi a da obrigação dos titulares de cargos públicos, já beneficiários de reformas, terem que optar por um terço da reforma e pelo ordenado. Mas as eminências pardas do regime não param de apresentar propostas, habilmente redigidas e empurradas para a agenda política, visando mais regalias ou aumentos de proveitos e benefícios, sem o mínimo de vergonha. São assim os que têm assento em São Bento, que intervêm favoravelmente em causa própria, sem defesa ou recurso das outras classes prejudicadas. Tanta matéria para este fiscalista sempre às ordens das Finanças se debruçar e comentar!
Democracia assim? Não! Muito menos quando mal mascarada de esquerda!
POSTED BY HUMBERTO ON 04 JAN. 2007 AT 10H00 (LOCAL TIME)

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