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Friday, May 11, 2007

 
ALGARVE PASSA HORAS DIFÍCEIS - II
DESAPARECIMENTO DE MENINA INGLESA NA PRAIA DA LUZ POR RESOLVER


Turismo e segurança: novo ciclo mais mediático


Vivemos um ciclo mediático com interacção global, por vezes violenta e estratégica. Leia-se: onde muitos não olham a meios para atingir os fins, seja por ardil para obter vantagens ou por agressão fútil. É o primado da esperteza sobre a inteligência. Deseja-se sol na eira e chuva no nabal e exigem-se 'milagres' políticos e empresariais. Com a oferta cresce a concorrência, mas persiste o sonho dos executivos: rebentar os rivais. É proibido o dumping mas crescem, em todos os quadrantes, as promoções a preços inferiores ao custo. Na aviação, a grande venda pela Ryanair, durante cinco semanas, de 10 milhões de bilhetes a 6,80, 10,20 e 13,60 euros incluindo taxas, serve para atacar as transportadoras europeias. Enquanto os euro-reguladores, indiferentes, ficam pasmados ou elogiam o primado do consumo, ignorando as bandeiras do desperdício energético e da sustentabilidade.

ROTA DAS CARAÍBAS, LESTE EUROPEU, MARROCOS, MÉXICO
O caso da menina inglesa desaparecida na Praia da Luz é paradigmático da violência que cresce no turismo mundial. O relato do meu servidor da revista diária da imprensa turística internacional sobre este caso é suave e objectivo, destacando a hospitalidade algarvia e contendo apenas um trecho negativo: «Much of the local talk was about whether police were doing enough». Persistem dúvidas sobre a rapidez e métodos da investigação lusa, apenas descartados pelo governo que inventou o Prace.
Das Caraíbas a Marrocos não faltam exemplos negativos de raptos e crimes, que ocorrem em qualquer país, destino ou viagem de férias. Alguns exemplos:
1 - Um relatório do Banco Mundial e da divisão da ONU sobre Crimes e Narcotráfego, de 3 de Maio, revela que a violência nas Caraíbas trava a recuperação sócio-económica e o crescimento do turismo. Jamaica, Trinidad-Tobago e Haiti são os maiores entrepostos de droga da Colômbia para a Europa e EUA. Ali a taxa anual de assassinatos é superior à de África, com 30 por 100 mil habitantes. Este padrão pode mudar, pois os cartéis colombianos foram tomados por mexicanos, focados nos EUA. O relatório elogia a Holanda pelo programa de detecção de droga à chegada a Amsterdão de Curaçau, Bonaire, Aruba, Suriname e Venezuela. Com base no banco de dados de traficantes, em 2003 uma média diária de 90 correios chegou a Schiphol com droga. Em 2005, a média baixou para 10. Agora é neutralizar as remessas na origem desde que os barões da droga deixem de governar as repúblicas da América de língua hispânica.
2 - Em Abril de 2004, os EUA alteraram a lei, permitindo a prisão de um americano, médico pedófilo, à chegada a JFK, assinalado pelas autoridades russas e checas. A lei anterior não permitia a detenção de suspeitos por crimes praticados fora dos EUA. O julgamento no tribunal de Atlanta deve prolongar-se até finais de Maio. O promotor diz que o seu PC é um catálogo de pedofilia internacional. Mais que um fenómeno é um vício que atinge uma dimensão global e ameaça qualquer família.
3 - Numa discoteca em Cancun, um turista canadiano foi agredido, a 7 de Maio, estando em estado crítico num hospital local. Estava acompanhado da mulher e de mais nove casais canadianos. As autoridades de Alberta queixam-se da falta de notícias, levando o ministro dos estrangeiros a contactar directamente o Presidente do México. As polícias latinas são brandas e discriminam os estrangeiros.
4 - A 9 de Maio, um casal australiano foi esfaqueado num hotel em Marraquesh, por um agressor disfarçado de pintor - com anteriores problemas mentais. O pessoal do hotel dominou o intruso, entregando-o à polícia e levou o casal ao hospital, esclarecendo os media que o caso isolado tinha sido superado com facilidade. As cadeias internacionais afirmam-se pelo profissionalismo na comunicação com consumidores e autoridades.

NOVAS TENDÊNCIAS: CUIDADOS REDOBRADOS
5 - A empresa Technology Wire Silicon realizou um estudo com a colaboração de 28 forças regionais da polícia britânica, revelando que cresceu o roubo de computadores portáteis em 2006. A Polícia Metropolitana de Londres vai à frente com 6579 furtos - mais 15% do que em 2005. Em Edimburgo subiu 31%, Manchester 16% e Liverpool 15%. A maioria dos furtos ocorre, curiosamente, à sexta-feira, e a análise, uso e venda dos conteúdos vale, por vezes, mais que o próprio PC furtado.
Consultando a internet consegui, facilmente, além do caso da Praia da Luz, apurar estes casos de assassinatos, narcotráfego, pedofilia, e assaltos a turistas. Haverá, agora, quem duvide que as autoridades lusas devem encarar estes problemas com maior ânimo? Sem enfiar a cabeça na areia!

O SEGURO MORRE DE VELHO, O AUTISMO NÃO
Neste dias, Portugal também surgiu na imprensa com casos com projecção externa.
1 - O adiamento de 180 dias concedido ao instrutor do inquérito policial de Portimão sobre o caso Intermezzo - um veleiro socorrido ao largo de Sagres em 17 de Agosto de 2006, com o dono morto a bordo.
2 - A detenção do presumível violador da uma turista inglesa no Pico das Cruzes (local panorâmico), Lagoa das Sete Cidades, S. Miguel Açores, a 5 de Maio. Em 2006, 13 mil turistas britânicos visitaram os Açores - mercado importante mas que se posiciona atrás da Escandinávia e Finlândia.
3 - E o resumo do palmarés infeliz do Algarve - sobre os casos de Joana (2004) e de uma inglesa de 10 anos, morta por um amigo da família, numa praia, em 1990 - voltaram a todas as televisões e jornais britânicos, cujas equipas assentaram 'arraial' na Praia da Luz. A promoção menos proveitosa do nosso turismo.
Para um país pequeno, que raramente consegue colocar uma notícia positiva nos écrans da TV ou nas capas da imprensa internacional, é péssimo. Inclusivamente, perdeu-se o impacto da cimeira mundial do WTTC (World Travel & Tourism Council, reunida em Lisboa, com as maiores figuras mundiais da hotelaria, transportes e distribuição. Não fora a presença do Primeiro Ministro, este evento que custou perto de dois milhões de euros ao TP ip e à CML, passaria despercebido!

NOVO CICLO ENFRENTA APOSTA NA COOPERAÇÃO
É preciso ter mais cuidado, mais planeamento e mais intercâmbio com as polícias estrangeiras. Sabe-se que em Portugal residem (ou têm casa) cerca de 150 pedófilos ingleses, que actuam à vontade.
Em matéria de segurança, a nossa polícia deve ter maior autonomia operacional e uma coordenação integrada mais forte e com rosto. Ninguém conhece o responsável que comanda a investigação da Praia da Luz e que compreende vários ramos da GNR, Polícia Judiciária, Polícia Marítima, autarquias, forças de protecção civil e bombeiros, sem esquecer voluntários. Só se conhece o inspector-chefe que contacta os jornalistas, por dominar o inglês.
Duvida-se da eficácia do modelo burocratizado e do controlo da política criminal, sob a orientação de São Bento. Nestes casos, os investigadores precisam de ser expeditos logo nas primeiras horas da participação de qualquer rapto. Os responsáveis das unidades hoteleiras e de animação devem comunicar imediatamente qualquer incidente suspeito e dispor de sistemas eficazes de vigilância electrónica e humana, assim como dar instruções precisas aos hóspedes sobre normas elementares de segurança.
É preciso prevenir. Há temas que não são propagandeáveis, como a segurança e a aposta pontual no sol. E campanhas polémicas como o Allgarve devem ser abandonadas. 'Experiências que marcam' vidas como esta, são muito negativas para todo o Turismo!

NOVO DECÁLOGO DO ALGARVE
O Hawai (destino com problemas) tenta recuperar e lançou uma campanha curiosa: 10 razões para marcar reuniões no Hawai.
Adaptando, proponho o slogan 'Meet, Sport, Relax & Party in Algarve' e a aposta nas suas 10 principais vantagens regionais:
1 - Melhores praias e marinas da Europa = melhor surf, vela, motonáutica, pesca e treino; 2 - Hospitalidade = abasteça-se de sorrisos algarvios na Primavera, Verão, Outono e Inverno;
3 - Acessibilidades modernas e frequentes aproximam a Europa ao Algarve, por via aérea, marítima (só importa captar mais cruzeiros) e terrestre;
4 - Clima mais ameno da Europa = revelando as médias climáticas e da água do mar nas quatro estações, e contratando com as cadeias internacionais de TV a presença diária dos destinos turísticos portugueses nos principais boletins meteorológicos;
5 - Parque hoteleiro e spas com seis categorias distintas e incomparáveis = cresce a procura por resorts de excelência 6 estrelas e o Algarve já tem alguns (operacionais e em projecto), a integrar nesta categoria; é o arranque do 'upgrade' destino Algarve;
6 - Meeting Place = Auditórios, centros de congressos e reuniões, estádios e centros de treino desportivo de nível internacional, sede de grandes eventos desportivos náuticos, auto, futebol e atletismo - com imagens do calendário desportivo e cultural;
7 - Património histórico e cultural de raiz multicentenária = justificando potenciar a lenda da Escola de Sagres e a sua candidatura a Património da Unesco, como desígnio nacional;
8 - Festivais e festas com projecção mediática, nas quatro estações do ano = do fim do ano e carnaval às galas especiais para médicos, advogados, engenheiros, arquitectos, catedráticos, militares, artistas e investidores;
9 - Gastronomia saudável = Mariscos, peixe, legumes e fruta do Algarve, servidos com sofisticação nos melhores restaurantes de Portugal - uma verdade ignorada por nós mas atestada pelos roteiros internacionais;
10 - Profissionalismo e experiência = o Turismo no Algarve foi internacionalizado em 1906 pelo Times de Londres, com notícias das amenas temperaturas na primavera e outono na Praia da Rocha - é mau quando os dirigentes regionais e centrais ignoram a história e hipotecam o futuro! 1906 passou despercebido em Portugal e nos mercados emissores turísticos.
Como sempre, qualquer crítica minha tem, como objectivo, melhorar a situação através de alternativas, resultantes da pesquisa diária e da experiência acumulada. O que em Portugal vale zero!
* Texto original, a partir do qual será formatada a crónica Turiscópio para a edição de 17 de Maio do PUBLITURIS - jornal semanal da indústria do Turismo. Humberto Ferreira

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