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Saturday, May 12, 2007

 
DIAS DIFÍCEIS NO ALGARVE - III
DESAPARECIMENTO DE MENINA INGLESA NA PRAIA DA LUZ POR RESOLVER
SUSPENSAS BUSCAS NO TERRENO, PROSSEGUEM DILIGÊNCIAS E INQUÉRITOS

Turismo e segurança ao mais alto nível

A primeira crónica desta série (No melhor pano cai a nódoa ...) foi uma reacção aos comentários menos felizes (a esconder o lixo debaixo do tapete) por parte de alguns dirigentes do Turismo no Algarve, sobre o lamentável desaparecimento da menina inglesa do Ocean Club na Praia da Luz. Mas os comentários do tipo 'enterra a cabeça na areia' prosseguem. Até quando o ministro da Economia (e bem) anunciou o 'adiamento' do lançamento da infeliz campanha Allgarve em Inglaterra. Há pessoas que, mesmo em ocasiões trágicas, continuam a ver cifrões. O Turismo sem ética não vai longe!
Foi a primeira vez que concordei com um medida deste governo para o Turismo. Até que enfim! Mas não deixo de passar um recado útil: se as estruturas regionais querem efectivamente mandar na promoção têm que demonstrar uma visão alargada sobre a complexa gestão turística, investindo mais e melhor. Não na primeira proposta que lhes queiram impingir. Aprovando apenas acções consensuais e profissionalizadas, com fórmulas abrangentes. A animação cultural e a gastronomia no Algarve são motivações complementares. Não prioritárias, como a praia, desportos, bem estar, lazer e Natureza. Não é fácil conquistar ao poder central, com planos teóricos e polémicos, o direito ao comando da promoção regional integrada. Mas também não tem futuro o hábito de se continuar a pedir ao Orçamento do Estado uma fatia maior para a promoção. A autonomia tem um preço. No Algarve, como na Madeira ou Açores!

LUSO SEGURANÇA BATE NO FUNDO
A política de segurança está a bater no fundo. Há menos patrulhas policiais. Há mais trabalho burocrático, apesar da informatização dos serviços. Há menos proximidade entre a polícia e as populações. Mais população flutuante, logo mais casos e processos. Menos interesse pela segurança presencial, visível e mais dissuasiva. É maior o culto do 'oxalá corra tudo bem'. Há mais normas judiciais e menos métodos técnico-policiais. Mais DA (District Attorney) e menos CID (Criminal Investigation Department). Mais descuido face ao armamento e à ousadia dos criminosos. Mais policiais feridos e alguns mortos. Menos experiência dos núcleos de investigação criminal da GNR e PSP, face à PJ. Mais inveja entre as corporações e mais protagonismo do Ministério Público. Continua a relutância em mudar normas, como aquela das pessoas desaparecidas só merecerem a classificação formal 48 horas após a participação. Quando as primeiras horas são cruciais para a recolha de provas e pistas. E, por fim, não podemos ignorar as ameaças de greve das polícias nem os efeitos do Prace - encerrando esquadras, trocando estas por postos da GNR em cidades turísticas como Fátima, e mudando a residência e o ambiente familiar do pessoal de um momento para o outro ... mesmo à fascista!
Logo, mais insatisfação por parte dos operacionais e resultados mais demorados. Por exemplo, a orientação do trânsito nos acessos a Fátima, no dia 12 de Maio, por ocasião do 90º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora em 1917, foram um desastre, objecto de muitos protestos e a prova do autismo com que es decisões deste governo são tomadas!

OITO OU OITENTA = SCHENGEN BÁSICO OU DIRIGENTES EUROPEUS
Tudo isto passa-se em 2007 em Portugal, cujo governo se prepara, pela terceira vez, para presidir ao conselho dos 27 ministros da União Europeia no dia 1 de Julho, onde as medidas de segurança obedecem ao padrão europeu! Há que ver centenas de policias de choque e atiradores especiais, À ANTIGA, nas ruas e em volta dos hotéis, embaixadas e locais dos encontros, visitas e gabinetes de apoio às delegações, durante o próximo semestre.
Depois há que entender que mudou a passividade e conhecimentos dos cidadãos quanto às mais avançadas técnicas policiais. Não só dos portugueses mas dos cidadãos de todo o mundo. Assiste-se, em nossas casas, às séries CSI, Sozinho em Casa e outras sobre diversos tipos de marginais, incluindo pedófilos (até as novelas brasileiras têm tratado do tema). Nos noticiários vêem-se, com frequência, atentados, fugas, mortes, massacres e sequestros em escolas, creches e casas, um pouco por todo o mundo, assim como o desenrolar das investigações. Incidentes que fazem parte da cultura contemporânea.
Por exemplo, qualquer cidadão informado sabe que, num rapto, importa, de imediato, isolar a cena (para resguardar provas e pistas) e o perímetro por onde o criminoso possa fugir, montando vigilância por todas as vias de escape (estradas, fronteiras marítimas, aéreas e terrestres). No caso da Praia da Luz houve o bom senso da GNR entregar antes do prazo a coordenação operacional à PJ de Portimão, reforçada pela PJ de Faro e de Lisboa.

MAU AMADORISMO
O Algarve tem cerca de 300 km de fronteira do espaço Schengen! E o governo de Lisboa é o responsável por qualquer falha! Pois, foi o que não se viu neste caso. Como eu, milhões de ingleses e europeus. A polícia a admitir que foi um crime perfeito que não deixou pistas!
Ainda hoje não sei quem é o responsável da PJ que comanda a operação conjunta, nem se é da Directoria de Faro, Portimão, ou Lisboa (que vocabulário ... directoria é brasileiro). Vi um inspector-chefe falar diariamente aos jornalistas, como porta-voz do núcleo especial de investigação, depois da primeira conferência de imprensa menos feliz do responsável de Faro, Guilhermino da Encarnação. Antes, falou sempre um oficial da GNR, responsável pela segurança da zona e da força que compareceu quando o alerta foi dado, na noite de quinta para sexta-feira (3 para 4 de Maio), algumas horas depois dos pais terem dado pela falta da filha. O pessoal do aparthotel deve ser mais expedito!
Viu-se, também. um sargento da GNR chegar ao posto móvel de comando, junto do Ocean Club, com uma peça de roupa de criança e um papel na mão (não teria envelopes ou sacos de plástico no posto ou no carro?). Tratava-se de uma pista encontrada algures, provavelmente para ser analisada, depois do pó, do sol, do vento e das mãos do portador terem neutralizado odores, impressões digitais e outras pistas!
Nem o lastimável caso da Joana da freguesia de Figueiras serviu de lição!
Mas estou certo que, quando estiver em causa a segurança dos ministros europeus, ou a cerimónia das 7 Maravilhas do Mundo e das 7 Maravilhas de Portugal, no Estádio da Luz em 7 de Julho próximo, as forças policiais vão comportar-se com maior aprumo!
E então, sim, merecerão o louvor público dos membros do governo, do PR e da população.

DE MÉDICO E DE TREINADOR ...
Nestes casos, a 'inteligência' acumulada (intercâmbio de dados policiais) é fundamental.
Acho que a PJ deveria ter 'visitado', de imediato, os presumíveis pedófilos e cidadãos com cadastro que se enquadre em redes internacionais suspeitas, com residência em Portugal e, em especial, no Algarve.
As fotogénicas batidas pelos terrenos circundantes (cujos raios foram alargados de 5 para 15, até 40 km, quando deveria ter sido ao invés de 40 para 15 e depois para pormenores mais próximos, mas sem deixar tanta gente e cavalos destruir eventuais pistas) pareciam acções de escoteiros (talvez estes fizessem melhor e alguns marcaram presença mas sem responsabilidade de coordenação).
Marinas e Polícia Marítima foram esquecidas, decidindo esta actuar por sua iniciativa, ao terceiro dia.
As câmaras de Monchique, Vila do Bispo e Aljezur também contribuíram para o 'peditório', com batidas nos terrenos e propriedades isoladas, quando o/s criminoso/s já deveria/m estar longe da cena do rapto.
Meios não são só pessoas. São meios de organização, cooperação e comando! Quando na primeira crónica apontei a falta de meios, pretendi dizer que, por vezes, o excesso de jogadores na grande área do adversário, atrapalha os grandes marcadores de golos! Ali, vi diariamente cenas idênticas e pensei: lá vão mais pistas e odores sendo destruídos!
Homens, cães e cavalos foram aparecendo para as TV terem imagens activas. Como quando os guarda-redes se lançam para o ar para apanhar um remate amador.
Meios aéreos menos. Curiosamente, fiz a maior parte do meu serviço militar no gabinete do Ministro da Defesa, onde o então major Kaulza de Arriaga era o chefe. Numa ocasião de 'crise', lembro-me que um oficial tinha que se dirigir com urgência a um quartel, e o nosso estimado e bem humorado chefe disse: «bem, eu posso mandar um carro, um helicóptero, não». Mas isto foi em 1955. Hoje, estamos na mesma!

SEGURANÇA É RECONFORTANTE. CAUTELA É INDISPENSÁVEL
Viajei, pelo menos, na El Al e na Tarom (Roménia) com agentes de segurança a bordo. Senti mais segurança. E em Cuba, voei de Varadero para Caio Coco, num biplano de fabrico russo (década de 30/40) com um soldado com uma espingarda antiga. Perguntei-lhe: para que é a espingarda? Para matar o piloto se ele fugir para Miami. Aí não gostei! Emoção maior foi quando o piloto me chamou para o seu lado e me ensinou a manter o rumo, para ele descansar - o peso daquela 'manche' era demolidor num voo de 60 minutos sem co-piloto. Olha se eu me desvio sem querer para Miami? Também viria a minha foto de 'mártir cubano' em todas as TV e capas de jornais! Cruzes!
Foi para a inauguração de um hotel espanhol, onde convivi com o soldado e o piloto - os cubanos são ultra simpáticos - e o voo de regresso foi uma festa. Até tirei uma foto com a arma que garantiu a segurança do voo!
Na República Dominicana costumava ir para a praia tomar banho, andar de mota de água ou a cavalo, sob a vigilância de soldados armados. No Egipto, fiz belas excursões sob a vigilância de colunas policiais armadas. Visitei Israel num carro do governo, com um soldado armado com metralhadora e um funcionário do Ministério dos Estrangeiros.
Afinal, a cautela nunca me fez mal. O descuido sim! Só fui roubado em Cracóvia, por uma quadrilha de 'pick-pockets' - aqueles contra os quais nos avisam, nos transportes da Carris e no Santuário de Fátima, os letreiros 'Beware of pick-pockets'! Em Cracóvia não vi!
Não digo que o turismo, no futuro, caminhe para estes exemplos concretos de cautela armada. Mas terá que haver mais a noção de que é preciso ter certos cuidados, com a carteira e os bens, assim como com as crianças, senhoras, idosos, deficientes, etc.Portanto, todos os empresários e profissionais do cluster alargado do Turismo devem desenvolver, implementar e praticar técnicas e normas apuradas de comunicação e informação no sentido de prevenir e saber lidar com incidentes - como atentados terroristas, catástrofes diversas, assaltos, raptos e desvios do foro psicológico. Sem promover o pânico mas com a devida firmeza e profissionalismo! Toda a unidade hoteleira deve ter um plano de segurança e emergência!

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