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SEMANA A SEMANA POR HUMBERTO FERREIRA

RESCALDO DAS ELEIÇÕES INTERCALARES EM LISBOA

Mas qual grande vitória? Mas qual fairplay?
Ontem vimos e ouvimos Sócrates eufórico, a gritar do alto de um TIR, que o PS tinha alcançado uma grande vitória ao conquistar isolado, após 31 anos de interregno, a câmara da capital. Sócrates tem andado ultimamente sempre zangado, irritado e impaciente, ao ponto de estar apoquentado com o seu nervosismo, uma vez que dali de bom nada mais se espera! E o isolamento é mau conselheiro!
Analisemos os resultados das intercalares de Lisboa. Costa conseguiu 29,5% de votos mas 62,6% dos lisboetas eleitores (313 mil), ao não votar, mostraram cartão amarelo a Sócrates e ao seu governo (de que Costa foi o imediato até há poucas semanas). Para irem à praia? Não, até choveu e a meio do mês não há ordenado que resista! O PS foi, assim, eleito com a menor maioria de sempre (147 mil votos entre 500 mil eleitores). Seria razão para tanta euforia?
Agora promete mudar para melhor a gestão da CML. Oxalá.
Mas estes dois chefes começaram mal, ao ignorar a nova aritmética autárquica. A oposição pró-Portela, composta por Carmona (16,7%), Roseta (10,2%), CDU (9,5%) e Bloco de Esquerda (6,8%) pesa 43,2%, ou seja, 216 mil eleitores (61 mil procurações mais que as obtidas pelo PS). Isto pode ser uma barreira intransponível para a difícil missão pela frente. Só com as Finanças a recuar e abrir os cordões à bolsa!
A direita, representada pelo PSD (15,7%) e PP (3,7%), ora pode vetar as propostas do PS ora apoiá-las ... mas não pesa mais de 19,4% (apenas 97 mil eleitores em conjunto). Faz-lhes bem saber que têm andado a brincar com as pessoas, em linhas de orientação política sem pés nem cabeça! É um bom sinal para mudarem de treinador e de equipas!
Querer ignorar os números de eleitores não é justo nem verdade!