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Sunday, December 23, 2007

 
Ronda de amigos 1986/2007
Do telex à internet e da directiva de Bruxelas
aos consultores de viagens

Por Humberto Ferreira
(Publicado no Publituris em 30 Nov. 2007)

A equipa PUBLITURIS reuniu, no Hotel Dom Pedro Palace, um grupo de amigos que já não se encontravam há tempo. Destacados homens do Turismo, todos com um cargo comum: presidentes da Apavt. O encontro durou uma tarde de boa disposição e amizade.
As conversas fluíram facilmente, como se reatassem temas da véspera. Cada um fez questão de confirmar os seus pontos de vista, em defesa das decisões tomadas e do conceito sobre a melhor forma de proteger os interesses dos agentes de viagens e do Turismo em Portugal. Mas no fim, há mais sinais de convergência do que diferenças.
Cabe-me o privilégio de comentar esta ronda dos últimos presidentes associativos. Três desligados das viagens e apenas dois em exercício. O sexto homem preferiu manter-se afastado. Está no seu direito, dedicado a nova actividade (ainda ligada ao Turismo), mas já há quem sinta falta das suas frequentes e oportunas presenças na TV.

ASSOCIATIVISMO COMUM
O que marcou o seu mandato, foi a primeira questão comum colocada aos convidados do Publituris.

CARLOS GONÇALVES LUÍS foi delegado no Algarve desde 1978, director desde 1980 e presidente 1986/1991. Enfrentou dois problemas gravosos: atenuou a caça da BT às multas aos expressos (injusta relativamente às antigas operadoras de camionagem sem qualidade. Imparcialidade que persiste hoje) e a introdução da telemática na distribuição (que mudou radicalmente os procedimentos e competências do pessoal). Presidiu ao maior congresso (Marraqueche 1987 e ao segundo em Macau 1990). Foi administrador da FUAAV, organizador do congresso dos 25 anos desta Federação Universal no Estoril, e presidente do congresso FUAAV no Cairo em 1991. Presidiu à direcção que adquiriu o andar na Rua Rodrigues Sampaio - o único património imobiliário associativo, onde está, mais uma vez instalado o Centro de Formação (a sede é alugada). Este presidente preocupou-se em melhorar a organização (também alterou o mandato de dois para três anos e esquematizou um Gabinete de Estudos) e promoveu a formação inicial para a era electrónica - até então as reservas eram feitas por telefone ou telex.
DUARTE MACHADO (1992/1994) sustentou a grande crise económica internacional e o impacte da rigorosa directiva comunitária sobre viagens organizadas. Bruxelas produziu um documento contra as agências de viagens, que o governo português - como bom aluno europeu - quis adoptar e implementar. Duarte Machado acreditou nesta bondade oficial. Com novas tecnologias, CRS/GDS, fornecedores com centrais de reservas electrónicas e vendas virtuais de viagens e passagens, Bruxelas quis voltar ao passado, impondo legislação irreal, que nunca chegou a vingar nos Estados Membros, por pressão contrária dos agentes e associações. Duarte Machado apostou nas novas tecnologias desenvolvendo uma plataforma de comunicação entre associadas. Foi vice-presidente de Carlos Gonçalves Luís. Depois da directiva de Bruxelas hesitou em recandidatar-se, acabando perdendo a eleição para o segundo mandato, a favor de Atilio Forte, que reinstituiria os mandatos de dois anos.
VÍTOR FILIPE (2004/2006) esteve oito anos na Apavt (quatro como director, quatro a presidir) e atravessou outro período crítico: a redução das comissões da aviação e a transformação das empresas de intermediárias em consultoras de viagens e turismo. Do seu programa fazia parte o conceito que só a união faz a força, daí aplicá-lo na prática. Foi um dos fundadores da Elovia - agrupamento de agências de viagens que negoceia com transportadoras e outros fornecedores, com o peso do volume das vendas agrupadas das associadas. Hoje é a Eloair. O marco inovador da presidência de Vítor Filipe foi mais longe: aproximar as agências e transformá-las em consultoras - que continuam a programar, operar e vender. Apostando para isso na formação e marketing, através de empresas subsidiárias. Foi também o presidente da comunicação externa.
JOÃO PASSOS (primeiro mandato 2006/2007 em vésperas do segundo) é delegado no Porto desde 1986. Enfrentou a presente mudança dinâmica do Turismo, a aviação low-cost, o crescimento dos operadores nacionais e estrangeiros e o surto de viagens de longo curso, a par do crescimento do turismo interno. Tem desenvolvido o seu trabalho à medida que muda o enquadramento entre fornecedores, destinos e consumidores, com respostas adequadas. Propõe-se reinstituir os mandatos de três anos, pois chega à conclusão que dois anos é um prazo curto para atingir os objectivos de qualquer programa directivo. Tem pela frente a nova Lei das Agência de Viagens e a proposta reestruturação regional do Turismo (RT).
Todos foram unânimes em afirmar que entre o número de encerramentos e aberturas de agências o saldo é positivo. A maioria das agências é filiada na Apavt. Admitem ser diferente a orientação e os investimentos em lojas (encerraram em ruas onde é difícil estacionar carros, preferindo centros comerciais e salas em complexos de serviços, onde passa muita gente). E quanto à aviação low-cost (que antes ignorava as agências), aposta agora nas novas consultoras de viagens, tentando captar o segmento de Business Travel.
O SEXTO HOMEM PRESIDIU À APAVT E À CTP
Atilio Forte (1995/2000) pretende, nesta nova fase da vida - hoje integra os quadros da Estoril Sol, dedicando-se a um dos produtos turísticos com maior expressão internacional: casinos e animação cultural - manter-se afastado da fase associativa, como presidente da Apavt e da Confederação do Turismo Português.
Por isso recorremos à memória e à colecção do Publituris para completar esta lacuna.
Atilio Forte foi o responsável pela profissionalização da Apavt. Desde a negociação, planeamento, organização e protocolo dos congressos anuais até à organização interna, formação, automatização e mudança no apoio aos associados, imposto pela nova legislação. E preparou a classe para os primeiros embates das companhias aéreas sobre a redução das comissões. Foi um tempo repleto de negociações internas e externas, também marcado pela extinção do Ministério do Comércio e Turismo e pela tutela do Turismo subordinado ao Ministério da Economia. Atilio Forte deu um forte impulso à comunicação social, aproximando a Apavt não só da imprensa especializada mas também dos grandes títulos da imprensa generalista e económica. A sua postura foi sempre de liderança entre os seus homólogos das associações empresariais. Por isso foi eleito para presidir à CTP durante mandatos seguidos, conquistando o primeiro assento em representação do Turismo no Conselho de Concertação Social.

All is well when ends well.

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