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Tuesday, February 05, 2008

 
RECORDAR O PASSADO PARA REAPRENDER A VIDA
por Humberto Ferreira

Lisboa dos anos trinta ao Século XXI (revisões em 2008/02/07 e 2009/11/15)

Quantas profissões, instituições e ocupações se perderam nos últimos 65 anos? Quando concluí a antiga instrução primária (4ª classe). Concluído o ensino secundário parti para o Reino Unido onde estudei quatro anos, o que me permitiu analisar melhor as diferenças de Portugal anos 50 com a Europa. Entretanto tinha visitado a Escócia, Inglaterra, Bélgica e Espanha. Eis uma incursão curiosa à vida em Lisboa nestas seis/sete décadas. Esta segunda versão do texto está mais diversificada e anotada com experiências pessoais, que espero valorizem o trabalho. Ainda espero contributos para o melhorar. E vou recolher fotos da época.

1 - Profissões extintas - nas ruas e vielas de Lisboa:
AGENTES E CHEFES DE BRIGADA DA PJ (Polícia Judiciária) - passaram a ser inspectores e coordenadores da PJ.
AGUADEIROS - que iam buscar água em barris ao chafariz para abastecer as casas não ligadas à rede.
AJUDANTES - ninguém quer hoje ajudar alguém. Agora são técnicos ab initio, estagiários ou trabalhadores ... precários. Nunca ajudantes nem "assistentes". Pobres e subqualificados mas orgulhosos
APRENDIZES - depois do 25 de Abril nascem ensinados em Portugal e, agora, com o "Programa Novas Oportunidades" beneficia-se quem desistiu de estudar, para ingressar sem qualquer experiência no mercado de trabalho a recibo verde. Poderá vir a obter, com relativa facilidade, equivalência ao 12º ano escolar e cursar uma universidade, acabando num cargo de topo na Administração Pública, ou numa empresa menos exigente - em matéria de comprovar a experiência dos candidatos a vagas e da qualidade do trabalho produzido. Ainda há, lamentavelmente, muitas empresas que não se preocupam com a qualidade do serviço que prestam com pessoal não habilitado... O que lhes interessa é pagar o menos possível! Quem recusar por a mão na consciência a acreditar nestes casos é ingénuo ou hipócrita! Faça o favor de escolher!
ALMEIDAS - são os actuais "técnicos dos serviços de limpeza urbana" dos municípios ou das empresas especializadas nesta área.
ALMOCREVES - montados em mulas, faziam recados e compras na cidade, para servir clientes a viver nas aldeias e vilas da periferia, como Sintra, Mafra, etc.
AMOLADORES - de tesouras, facas e canivetes em carros típicos transformados em oficinas volantes. Em zonas periféricas ainda são presença aos fins de semana
ARDINAS - a atirar os jornais para as varandas, transportavam os jornais em sacos de pano pendurados ao ombro.
BANHEIROS - concessionários de estabelecimentos de banhos (em Lisboa havia as praias de Xabregas, Junqueira, Belém, Pedrouços, Algés e Dáfundo). Alugavam toldos, barracas, fatos de banho, cadeiras e davam banho às crianças e às senhoras das famílias que iam a banhos, por receita médica. Nessa época não acumulavam as funções com a hoje comum actividade de restauração e bebidas.
BOLETINEIROS - da Marconi, montados em bicicletas e com fardas de caqui amarelo, corriam a cidade e recolher e entregar os telegramas expedidos e destinados às empresas e particulares.
BRIGADEIROS - o primeiro posto de generalato do Exército, correspondente ao comando de uma Brigada (hoje temos a Brigada Independente de Intervenção Motorizada Rápida sediada no Campo de Treino de Santa Margarida, cujo comando é da competência de um Major-General).
BRUXAS - são agora Videntes, Tarólogas ou Astrólogas. Algumas usam computador.
CABOS DE MAR - responsáveis pela fiscalização dos concessionários de estabelecimentos de banho e da aplicação das normas de segurança e de comportamento social nas praias. Hoje as praias são "visitadas" por elementos da Polícia Marítima, Instituto de Socorros a Náufragos e Asae, que fiscalizam os concessionários, os nadadores-salvadores, os banhistas que se recusam a cumprir as normas de segurança e de comportamento social, e as unidades de restauração e equipamentos aquáticos de desporto e lazer. O resultado é espalhar responsabilidades e multas.
CAMPONESES E CASEIROS - também designados "saloios". Havia em Lisboa várias quintas e hortas. Em Marvila, Vale Escuro, Vale de Santo António, Areeiro, Chelas, Campo Grande, Alvalade, Carnide, Benfica, Lumiar, Ajuda, Belém, etc. Muitas famílias tinham caseiros e camponeses a gerir e trabalhar nessas explorações agrícolas. Havia também bastante circulação nas ruas da capital de cavalos, muares e carroças, com produtos da terra colhidos nessas quintas e hortas, assim como nas dos "arredores saloios" em direcção aos mercados abastecedores da capital (entre os quais se destacava a Praça da Figueira - ao lado do Rossio - mais tarde substituído pelo Mercado da Ribeira, no aterro entre o Cais do Sodré e Santos). Lisboa era um distrito misto de ruralismo, industrialismo e serviços.
CANTONEIROS DE ESTRADAS - substituídos por trabalhadores precários de empresas de conservação de estradas por concurso público.
CAPITÃES DE PORTO - hoje substituídos por "Comandantes" de Capitania de Porto.
CARPIDEIRAS - em cada bairro ou comunidade havia um núcleo de mulheres que velavam os mortos e carpiam (choravam alto) para enaltecer as qualidades do defunto/a e a falta que fazia aos familiares chegados. Em troca eram brindadas com prendas, comes, bebes ou dinheiro, no caso de famílias abastadas.
CAVALEIROS - Nobres, aristocratas e burgueses montavam a cavalo. Havia corridas e concursos de saltos no Hipódromo do Campo Grande. As damas e crianças eram transportadas em coches, charettes, carroças com capota, landaus abertos e ainda pouco automóveis.
COCHEIROS - No início do século XX, cavalos e muares puxavam a maioria dos veículos de carga e passageiros (incluindo os típicos "americanos" - carruagens semelhantes aos eléctricos abertos, rodados em carris, mas puxados por uma ou duas parelhas de cavalos), pelo que os cocheiros constituíam uma comunidade. Eram os motoristas, guarda-freios e taxistas da actualidade.
COMERCIANTES - lojistas, importadores e exportadores, até vendedores ambulantes inscritos no Fisco, foram promovidos a Empresários.
COMODORO - o primeiro posto do almirantado na Armada, correspondente ao comando de uma frota mista (ou combinada), ou da frota (ou flotilha) de submersíveis, contra-torpedeiros, cruzadores, navios de logística, etc. Comodoro corresponde hoje ao posto superior de Contra-Almirante.
CONFIDENTES - montavam banca nos Correios e Repartições Públicas para ajudar utentes a fazer requerimentos e escrever cartas para a família, namorados, maridos, etc. quando estes trabalhavam fora do País ou da cidade.
CONSELHEIROS FISCAIS - substituídos por Auditores e Revisores Oficiais de Contas.
COSTUREIRAS - raparigas que trabalhavam nos ateliers de alta costura, das casas da moda na Baixa e Chiado, ou de modistas nos bairros da burguesia.
CRIADAS DE SERVIR (ou SOPEIRAS) - de famílias abastadas, "fardadas", aos recados externos, a acompanhar as patroas, a namorar, ou a vigiar as crianças nos jardins. Havia criadas de fora, de dentro e da cozinha. E, num escalão mais alto, governantas e perceptoras dos filhos.
CRIADOS - pessoal para servir à mesa nos navios, restaurantes, tascas e botequins (hoje são empregados de mesa, dirigidos por um director de restaurante ou chefe de mesa - Maître d'Hotel em francês ou Restaurant Manager em inglês). Nos anos trinta também ainda havia muitas famílias nobres, ou muito ricas, com criadagem doméstica masculina, desde MORDOMOS e CRIADOS DE MESA a MOTORISTAS e JARDINEIROS. Mas não havia ainda SEGURANÇAS.
CURANDEIROS - havendo reduzido número de médicos e um elevado índice de doenças e doentes, a vida proporcionava oportunidade ao negócio ilegítimo dos curandeiros e curandeiras. Eram eles e elas que prestavam a assistência pseudo-sanitária às classes menos favorecidas. Hoje diz-se que é a medicina natural ou alternativa ... Os FARMACÊUTICOS tiveram também, até aos anos 50, um papel preponderante neste aspecto de prestar assistência medicamentosa à classe média tanto na capital como na província (ver BOTICAS).
DESPACHANTES, VERIFICADORES E FIÉIS ALFANDEGÁRIOS - com a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (nos primórdios da União Europeia) foram abolidas as fronteiras e a cobrança de impostos de importação entre os países membros. Como a maioria das nossas importações e exportações são deste espaço económico, todas estas profissões, tanto no sector público como privado, foram sensivelmente reduzidas, encerrando muitos escritórios de despachantes. Alguns transformaram-se em transitários, ou facilitadores dos processos de importação e exportação de e para os restantes continentes e países.
DISTRIBUIDORES DE ÁGUA DE CANEÇAS - em bilhas de barro (água engarrafada era um luxo).
ESCRIVÃES - dos tribunais e de conservatórias notariais, de registo civil, predial, etc.
ESTIVADORES - a correr para a Casa do Ponto, no Jardim do Tabaco, para serem escolhidos pelos mandadores sindicais contratados pelas agências e armadores, para carregar e descarregar os navios em cada dia e em cada turno no porto de Lisboa.
FERRADORES - deixou de haver escola, aprendizagem e jovens interessados ... em levar coices ... para garantir o bem estar das ferraduras nos cavalos. Os últimos ferradores estão a envelhecer ...
FISCAIS - os poucos que existem são agora inspectores. Reflexo da gestão errada do pessoal da Administração Pública, que sem a qualificação indispensável tem sido promovido a posições acima das suas habilitações. Há excepções: casos em que há falta de técnicos formados (por exemplo, enfermeiros licenciados) onde o pessoal auxiliar (sem promoção e sem a remuneração adequada) exerce funções de substituição do quadro superior ao seu. Uma questão de brio e desafio às respectivas capacidades. Tal como há casos em que enfermeiros substituem médicos, por exemplo na triagem das Urgências, onde surgem com frequência acidentes graves com doentes a precisar de atendimento mais urgente. Mas ninguém leva a sério nem ninguém está, há largos anos, disposto a melhorar os cuidados de emergência médica. Nem com greves! E não há na Administração Pública núcleos de inspectores especializados em áreas críticas. Só reagem a queixas. Nunca são pro-activos ... como a Asae!
FOTÓGRAFOS À LA MINUTE - deixaram de ter clientes, com a proliferação de câmaras fotográficas automáticas, digitais e telemóveis equipados com câmaras.
FRAGATEIROS - tripulantes (mestres e companheiros) das típicas embarcações à vela, usadas para cargas no Tejo. Escoavam produtos rurais e industriais para exportação do Ribatejo e povoações ribeirinhas para o porto de Lisboa, para carregar nos navios oceânicos, ou em sentido inverso abasteciam a região do Vale do Tejo dos produtos importados por via marítima. Além disso, os fragateiros garantiam viagens entre as populações vizinhas e, também, faziam excelentes caldeiradas a bordo, animando datas festivas nas margens do Tejo. Hoje restam algumas unidades privadas e dos municípios ribeirinhos, usadas para visitas e cruzeiros fluviais de natureza turística, cultural, social e educativa.
FUNILEIROS (PICHELEIROS no Norte) - já ninguém manda colocar um fundo novo numa panela, tacho ou cafeteira.
GROOMS ou PAQUETES - rapazes jovens fardados, contratados ao serviço de hotéis, lojas chiques e empresas, faziam recados pela cidade, além de entregar encomendas e documentos.
GUARDAS FISCAIS - foram substituídos pelos soldados, sargentos e oficiais da GNR integrados, até 2007, na Brigada Fiscal, agora (2008) extinta.
GUARDAS NOCTURNOS - a fazer a ronda e a abrir a porta aos que se esqueciam ou perdiam a chave de casa.
GUARDA-RIOS - Responsáveis pela limpeza e desassoreamento de rios e ribeiras do interior. Hoje os cursos de água são fonte de grandes cheias e prejuízos por falta da devida conservação.
IMPEDIDOS - todo o oficial do Exército tinha direito a um impedido - um recruta escolhido para ajudar a gestão do seu lar familiar, nos recados, limpezas e acompanhar os filhos à escola, etc.
INDUSTRIAIS - os donos de fábricas, hoje são todos empresários, incluindo os antigos industriais de calçado, de panificação e de transportes (estes são agora empresários de logística).
LAVADEIRAS - da Malveira e Loures, recolhiam em Lisboa, de casa das freguesas, a roupa para lavar nas ribeiras e lavadouros das suas terras, para depois fazer as entregas em grandes trouxas transportadas à cabeça. Usavam as camionetas das empresas transportadoras que serviam os arredores da capital, desembarcando na Rua da Palma.
LEITEIRAS - vendedoras de leite ao litro, ao domicílio, transportado em bilhas de lata (em vez de estanho) e proveniente de diversas vacarias que funcionaram no termo de Lisboa até há duas ou três décadas.
LIMPA-CHAMINÉS - apesar da legislação ainda prever a sua contratação para limpar a fuligem e gordura acumuladas nas chaminés dos prédios, a sua intervenção não passa agora de uma presença simbólica em cada residência ou estabelecimento de confecção de refeições.
LINOTIPISTAS - com a generalização da composição informática esta classe profissional foi praticamente extinta.
MAGALAS e MARINHEIROS - vistos com frequência em deslocação de e para os quartéis (o Quartel dos Marinheiros era em Alcântara), assim como para namorar as sopeiras (criadas) e costureiras. As praças do Exército e Marinha não podiam andar à paisana e muitos nem tinham vestuário decente para a cidade, por isso, aqueles uniformes representavam um status superior e eram cobiça das costureiras e criadas de servir na cidade. A maioria das famílias das classes média e média-alta tinham serviçais jovens do sexo feminino, vindas da província.
MARÇANOS - a levar as "mercearias" a casa das freguesas, em cestos às costas pelas íngremes escadas ...
MARÍTIMOS - há diversas profissões e categorias de marítimos que têm sido extintas (como os mestres e marinheiros das fragatas do Tejo que faziam o transbordo das mercadorias desembarcadas dos navios que ficavam ancorados ao largo, para os cais e docas do porto de Lisboa) mas o pessoal do troço do mar e tripulantes de manobra a bordo de cacilheiros, batelões, dragas e embarcações de tráfego local, continuam a trabalhar e garantir os respectivos serviços, embora em menor número e uando outros meios. Também há, em menor número, motoristas e maquinistas navais de embarcados de tráfego local. A própria Marinha tem no activo o quadro do pessoal do troço do mar.
MEDRONHEIROS - a lei proíbe o uso de alambiques particulares e a ASAE persegue as ocupações tradicionais das populações rurais, na Serra de Monchique e outras, as quais constituíam um complemento das suas magras receitas, agora eliminado pelas normas comunitárias. Consta que em países como a Alemanha, França, Itália e Espanha poucos levam a sério estas normas comunitárias que contrariam a tradição local ... Só em Portugal queremos mostrar aquilo que não somos: os bons alunos da Nova Europa asséptica. Hoje, o medronho atingiu um preço incompatível com a penúria dos salários e das reformas. Os algarvios residentes na capital não deixavam de comprar todos os anos um garrafão (ou mais) para matar saudades durante o ano. Lembro-me que cada garrafão custava 20 escudos (ou 10 cêntimos). Hoje pedem a 20 euros o litro. E amanhã? Eu já deixei de beber há tempo. O whiskey sai mais em conta!
MESTRES DE CERIMÓNIAS (TRINTANÁRIOS) - organizavam e ensinavam noivos e convidados sobre o protocolo dos casamentos e os desfiles dos carros para a igreja e no regresso para o copo de água.
MOÇOS DE FRETES - ás esquinas aguardando chamadas para mudanças e outros recados, como ir às estações de caminho de ferro buscar encomendas da província.
MODISTAS - com provas dos vestidos iam a casa das freguesas.
OFICIAIS DA FUNÇÃO PÚBLICA E DE ESCRITÓRIO - com o gradual desaparecimento da carteira profissional, as antigas carreiras foram sendo substituídas por outras designações, desde técnico a técnico superior, passando por consultor, promotor, especialista, etc. Portugal é, por defeito, o país com mais técnicos reconhecidos na União Europeia!
OPERÁRIOS COM LANCHEIRA - usavam os eléctricos operários da madrugada (antes das 08H00), com bilhetes mais baratos (cerca de 50%). Havia muitas unidades industriais em Lisboa - estaleiros, metalúrgicas e diversas fábricas - que foram sendo desactivadas e deslocalizadas para os arredores, à medida que os terrenos na cidade foram subindo de valor. Os operários voltavam ao fim do dia, com o mesmo bilhete para os bairros onde viviam - de Marvila à Graça.
PATOS-BRAVOS - os empreiteiros e encarregados de construção civil (hoje ainda circulam, mas de Mercedes ou Volvo) por todo os país (não é exclusivo de Lisboa).
PEIXEIRAS - com canastras à cabeça a vender o peixe à unidade ou à dúzia e quarteirão, na ausência do temido Polícia Nove Dedos (chefe Joaquim Eugénio da Polícia Municipal) ou, agora, das "brigadas armadas" da Asae.
PESCADORES - de tráfego local e costeiro, particularmente nas zonas de Algés, Pedrouços, Belém, Xabregas, Beato, Poço do Bispo e Olivais; e pescadores da bacalhau na época da benção dos bacalhoeiros em Belém, antes da partida para as campanhas da frota portuguesa, na Terra Nova e Gronelândia.
"PETROLINOS" - vendedores ambulantes de petróleo (para cozinhar e iluminação), produtos de drogaria, mais azeite, vinagre, etc. Normalmente numa carroça preparada com diversos recipientes separados com torneiras. Os líquidos eram medidos com vasilhas de capacidade legal. POLÍCIAS DE GIRO - curiosidade antiga: os guardas da PSP de vigilância a pé, afastavam os gatunos e os miúdos que jogavam à bola e partiam vidros e montras. Hoje são ninharias, comparadas com os assaltos e crimes violentos. mas nesse tempo havia policiamento de proximidade, com patrulhamento regular de todas as ruas de cada bairro. Hoje opta-se pelos polícias de piquete. Estes são escassos e, por vezes, demorados na reacção ao telefonema de socorro.
PRESIDENTES DO CONSELHO DE MINISTROS - baixaram de categoria. Passaram a ser Primeiros Ministros. E já tivemos mais de 20 em 34 anos de Liberdade (a completar em 25 de Abril de 2008).
PRESTAMISTAS (comerciantes de penhores) - apesar das crises, as populações deixaram de acreditar nas casas de penhores (talvez por os objectos em segunda mão terem baixado de valor e de procura). Subsistem algumas, ligadas a ourivesarias e relojoeiros, assim como uma cadeia internacional de Converters' em francising - que compra e vende em segunda mão, mas nada que se compare à sua popularidade "forçada" durante os anos 30/60.
RENDEIROS - algumas famílias proprietárias de várias quintas, hortas, pomares, ou herdades no termo e nos arredores de Lisboa, entregavam a exploração dos terrenos e propriedades de que não podiam cuidar, a rendeiros ou MEEIROS. Estes trabalhavam a terra e o produto das colheitas vendidas era dividido ao meio - 50 por cento para os donos e 50 por cento para pagar o trabalho, o risco, as sementes, o adubo (principalmente estrume) , as alfaias, etc.
SALTIMBANCOS - artistas de circo de feiras, saltadores de trampolim, ou farsantes. Vinham com frequência dar espectáculos nos bairros e junto dos mercados e jardins da capital, em busca de gorjetas mais volumosas. Hoje, praticamente apenas no Natal é que os circos profissionais - alguns de categoria internacional - actuam em Lisboa.
SECADORES DE BACALHAU - com a introdução das estufas, poucas são as secas de bacalhau que subsistem. Não houve empresários empreendedores que, graças às boas condições de Sol prevalecentes em Portugal, tivesse arriscado na modernização da seca do bacalhau e outro pescado, pela via solar.
SERVENTES - os actuais Técnicos Auxiliares de Limpeza nos Hospitais, nas Empresas e nas Lojas. Praticamente apenas na Construção Civil se usa ainda esta classificação mas continua a haver muito pessoal activo que não tem qualificações profissionais acima de dar serventia aos operários especializados.
SINALEIROS - um dos cenários mais típicos de Lisboa, para visitantes e turistas tirarem fotografias curiosas, ou para cartazes promocionais, eram os policias sinaleiros, com os seus capacetes brancos e gestos teatrais, nas principais avenidas e cruzamentos da capital. Os semáforos controlados por computadores que permitem um fluxo de circulação mais rápido deram cabo desta tradição.
TELEGRAFISTAS - as comunicações internas e internacionais são hoje feitas via internet e via rádio para os navios. Havia o Batalhão de Telegrafistas na Rua dos Sapadores, hoje Regimento de Transmissões.
TIPÓGRAFOS - hoje são técnicos da indústria gráfica ou operadores de máquinas impressoras, muitas das quais são rotativas electrónicas.
TROLHAS - Operários de construção civil, que ainda persistem no Norte.
VENDEDORAS DE FAVA-RICA - saborosa, nutritiva e quentinha.
VENDEDORAS DE FRUTA - vendida ao domicílio depois de colhida nos pomares saloios - hoje é considerada actividade ilegal, sem guia de marcha, facturas e registo no fisco e na entidades do comércio agrícola! De facto, a fruta deve ser controlada em qualidade e calibre - o que ainda hoje pouco sucede, mesmo na fruta à venda nos mercados municipais de Lisboa e nas frutarias!
VENDEDORES DE TORRÃO DE ALICANTE E BOLACHA AMERICANA em carros típicos, que tinham uma roleta para incentivar as crianças com a possibilidade de ganharem um prémio de quantidade ou um quinhão maior! Os primórdios do marketing de bens para aguçar o espírito consumista das crianças!
VENDEDORES DE GELADOS - em carros de madeira (não aprovados pela ... Asae).
VOGAIS DE ADMINISTRAÇÃO E DIRECÇÃO - Tendência para a substituição deste cargo, nas EMPRESAS e CLUBES, por administradores, executivos, ou vice-presidentes, cada um responsável pelos diversos pelouros operacionais ou pólos de negócio!

2 - Profissões extintas nas lojas e escritórios:
ALFARRABISTAS - especializados em coleccionar, arrematar, pesquisar e vender livros antigos, provenientes de leilões de bibliotecas familiares e outras.
BOTICAS - em cada bairro, aldeia, vila ou cidade média a botica era o ponto de encontro dos intelectuais - desde o juiz de fora ao professor. Ali se lia o jornal, discutia-se política, conspirava-se e assistia-se ao tratamento dos doentes, incluindo a aplicação de injecções.
CAPELISTAS - hoje restam algumas RETROSARIAS e há cada vez menos pessoas a costurar, remendar, alterar ou aproveitar roupas antigas. Deitam-se fora e compram-se novos modelos, cores e acessórios.
CHEFES DE REPARTIÇÃO - unidade administrativa extinta e substituída por Delegações, Direcções, Directorias, Departamentos, Institutos, Juntas, etc. O responsável tinha um cargo na hierárquia do Estado equivalente à patente de Coronel no Exército. Hoje não se sabe. Anda tudo desarticulado.
CONTABILISTAS - agora são Técnicos Oficiais de Contas.
DACTILÓGRAFAS e DACTILÓGRAFOS - operadoras/es de máquinas de escrever nos mais diversos escritórios (de import-export, transportes, advogados, seguradoras, fábricas, serviços oficiais, etc.
ESTALAJADEIROS - proprietários de hospedarias ou casas de hóspedes. Hoje, em Lisboa há hotéis, pensões, residenciais, estalagens, pousadas de juventude, lares de idosos, etc. As pessoas que ainda subalugam quartos e partes de casa são, na maior parte dos casos, considerados senhorios clandestinos.
ESTENO-DACTILÓGRAFAS - possuíam cursos de estenografia, anotavam os textos das cartas, que patrões e chefes lhes ditavam, para depois as dactilografarem ao estilo combinado, e levarem a assinar no final do expediente. Algumas ainda passavam pelo Correio para expedir a correspondência, se o "paquete" da empresa já tinha, entretanto, cumprido o seu horário de trabalho.
FERRO-VELHOS - especializados na venda em segunda-mão de móveis, utensílios domésticos, arte decorativa, provenientes de leilões e da venda dos bens de chefes de família falecidos. Entretanto, evoluíram para ANTIQUÁRIOS ou COMERCIANTES DE VELHARIAS.
FIÉIS DE ARMAZÉM - encarregados dos stocks dos armazenistas, grossistas, importadores e dos retalhistas de maior dimensão.
GASOLINEIROS - pessoal dos postos de abastecimento de gasolina, que também reparava furos nos pneus, media a pressão dos pneus, e lavava e aspirava os carros à mangueira e à mão. Hoje todas estas prestações são em auto-serviço mas por parte dos automobilistas, limitando-se o pessoal a uma postura de "caixas" para cobrança das despesas (vendem artigos e produtos para automobilistas, jornais, revistas e comes e bebes empacotados) e de vigilância contra quem quer escapar ao pagamento...
GERENTES - agora são directores, administradores ou executivos (CEO, PDG, etc.).
LUPANARES - não permitidos por lei, proliferam nas mais diversas versões, abertos ao público ou clandestinos, por contactos telefónicos ou electrónicos.
OPERADORAS DE TELEX - nos anos 60 esta máquina veio revolucionar as comunicações entre empresas (hoje são os computadores que imperam mas, além dos técnicos de informática contratados para assistirem na escolha de sistemas e programas e no pleno funcionamento dos sistemas, todo o pessoal de escritório ou vendas domina o uso dos computadores, consoante as exigências das suas tarefas).
SECRETÁRIAS - agora são licenciadas em Secretariado e Administração, ocupando posições de adjuntas da administração. Deixou de haver SECRETÁRIOS mas em compensação cresceu exponencialmente o número de assessores e assessoras no Estado e no sector privado.
TABERNEIROS - hoje são barmen e barmaids e, alguns/mas falam vários idiomas.
TELEFONISTAS (a operar complexas centrais de cavilhas).
TRADUTORES-CORRESPONDENTES - em idiomas estrangeiros, elementos fundamentais nos escritórios de import-export e de navegação, cargas e descargas.

3 - Ocupações em vias de extinção
AGENTES DE VIAGENS - são consultores de viagens e turismo, propondo itinerários, programas e pesquisa sobre novos produtos turísticos em desenvolvimento.
ALFAIATES - o pronto-a-vestir está cada dia mais generalizado. Em breve, prevê-se que o número de clientes de fatos feitos por medida não seja suficiente para manter esta actividade.
BANCÁRIOS - com a crescente adopção de auto-serviços nos depósitos, levantamento de dinheiro, consulta de contas e saldos, pagamentos e transferências, prevê-se a transferência dos bancários para a comercialização e assistência de operações de investimento e de análise do comportamento das bolsas e fundos internacionais para a camada de clientes destes serviços.
BATE-CHAPAS - os materiais usados na construção de automóveis são, cada vez mais, produtos de fibras e plástico. Cada marca tem uma grande variedade de peças para substituição e montagem rápida após qualquer acidente.
CARPINTEIROS NAVAIS - o material usado nas embarcações também avança a passos largos para fibras e plásticos.
ENGRAXADORES - resistem ainda alguns nas cidades mais antigas. Hoje há máquinas nos hotéis e empresas que podem substituir estes prestadores de serviço.
ESTUCADORES - a construção civil também vem adoptando novos materiais e técnicas que eliminam o número de estucadores das paredes internas.
LICENCIADOS - com a adopção do Protocolo de Bolonha (desde 2007/08), é previsível que a maioria dos estudantes universitários fique com o primeiro ciclo (bacharelato), aliás a exemplo de muito outros países europeus. Os que querem seguir a vida académica, a investigação cientifica, ou a alta investigação privada, serão os que tirarão o 2º ciclo, prosseguindo a sua formação e estudos complementares.
OURIVES - com a proliferação de assaltos a ourivesarias e a ourives ambulantes (nas feiras e a caminho de casa) é outra profissão em decadência. Pode ser substituída por empresas de vendas online, com entregas por serviços expresso de segurança.
REFORMADOS - com o avanço da idade da reforma - há políticos que começam o topo da carreira aos 70 e tal anos; jornalistas e apresentadores de televisão a trabalhar aos 80 anos; há pilotos aviadores comerciais (não militares) a reformarem-se aos 65 anos, etc. - e com a baixa das regalias e valor das pensões da Segurança Social, prevê-se uma sociedade que continuará a trabalhar até morrer!

4 - Instituições extintas:
ASILOS - hoje são colégios, centros de acolhimento da infância, ou refúgios (há um muito conhecido em Faro). Também foram extintas a Mitra (asilo de idosos em Lisboa) e a Tutoria da Infância em Lisboa.
BRIGADA NAVAL E LEGIÃO PORTUGUESA - o pessoal masculino (válido) de todos os organismos e empresas de pesca (longínqua, costeira, artesanal e industrial) e fábricas de conservas e de transformação, conservação de pescado, era recrutado para a Brigada Naval - uma espécie de milícia civil destinada a defender o governo, em caso de revolução ou golpe de Estado. O pessoal fardado tinha instrução de ordem unida e de estratégia anti-revoluncionária aos fins de semana, no antigo Quartel de Marinheiros em Alcântara e no Alfeite. Tinha um Centro de Vela, junto da Doca de Belém (antiga doca da esquadrilha de submarinos da Armada, depois de 1948 deslocados para o Alfeite).
CAIXA DE PREVIDÊNCIA - são Centros de Saúde ou Centros de Emprego e Segurança Social.
ESCOLAS PRIMÁRIAS - são hoje Escolas Básicas e algumas usam siglas muito confusas.
GRÉMIOS - são agora associações empresariais. Já foram associações patronais.
GUARDA FISCAL - foi substituída até 2007 pela Brigada Fiscal da Guarda Nacional Repúblicana, entretanto já extinta. Os efectivos, as atribuições e a rede da BF foram integradas na rede territorial da GNR.
JUNTA DE EMIGRAÇÃO - entidade que coordenava e regulava a emigração legal e multava os agentes de viagens que desenvolviam acções de ajuda ou venda de passagens junto de candidatos a emigrantes. Um regulador de boas maneiras vedando às agências de viagens o fantasma da corrupção. Nos navios que transportavam emigrantes (ou colonos) para as colónias (províncias ultramarinas), Brasil, Argentina, Venezuela, Canadá e Estados Unidos, embarcavam um inspector e um médico da Junta de Emigração em camarotes individuais de primeira classe previamente aprovados (os médicos eram isentos nos navios estrangeiros vistoriados e aprovados com instalações hospitalares e corpo e apoio clínicos impecáveis) e mais pessoal português (cozinha, mesa e camarotes) para que nada faltasse aos emigrantes portugueses que viajavam em terceira classe (também chamada turística mais tarde). E os armadores pagavam à Junta de Emigração, uma comissão de 5% por cada passagem vendida em Portugal. Nos aviões (a PanAm para o Brasil, a AeroLineas Argentina para a Argentina, a PanAmerican e a TWA para os EUA, e a Canadian Pacific Airlines para o Canadá)= NADA. Esta Junta nunca conseguiu vencer o lobi internacional da aviação, do qual os TAP (Transportes Aéreos Portugueses na altura) também faziam parte, através da IATA e ICAO.
LICEUS - substituídos depois de 1974 por Escolas Secundárias e outras com designações em siglas ainda mais confusas. Agora diz-se que vão mudar todas as que tiverem nomes de santos católicos, por causa da Constituição não permitir discriminação religiosa ...
MOCIDADE PORTUGUESA - sediada no Palácio da Independência, junto ao Rossio e Largo de S. Domingos, em Lisboa. Todos os estudantes do ensino secundário era obrigado a pertencer até aos 14 anos à Mocidade Portuguesa. Faziam exercícios de ordem unida e participavam em acampamentos e cursos de radiotelegrafia, vela, naviomodelismo, remo, natação, artes plásticas, hipismo, esgrima, etc. para incentivar a juventude (rapazes e raparigas) na bondade do Estado Novo e na regeneração do povo através do desporto e da disciplina paramilitar. Aliciavam muitos estudantes com cursos de iniciação na carreira militar, promovendo-os de lusitos (espécie de soldaditos rasos) a chefes de quina, comandantes de castelo, de grupo e de escola (estes eram os chefes máximos em cada centro escolar). A Mocidade Portuguesa Feminina desenvolvia as suas actividades à parte e tinha também uma comissária nacional (D. Maria Guardiola), sediada no Liceu D. Filipa de Lancastre, em Lisboa. Os primeiros comissários nacionais da Mocidade Portuguesa (masculina) foram os professores Marcelo Caetano e Gonçalves Rodrigues (nos anos 30/50. Um dos aspectos positivos da MP eram os seus centros desportivos. O da Vela (de início instalado numa barcaça ao largo da antiga praia de Pedrouços, foi depois transferido para o Dáfundo) produziu muitos campeões internacionais de Vela, nas classes sharpies de 12m2 e 9m2, snipes, etc.
PIDE/DGS - Polícia Internacional e de Defesa do Estado, mais tarde substituída pela Direcção Geral de Segurança - mas acumulando as funções de Polícia de Defesa do Estado, dirigida contra a oposição ao governo (hoje é o SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras - mas sem a dita acumulação). Funcionava na Rua António Maria Cardoso e tinha a Escola de Formação Técnica, na Estrada de Benfica, junto ao Jardim Zoológico. Todas as fronteiras aéreas, marítimas e terrestres tinham postos da PIDE/DGS para controlar entradas e saídas de nacionais e estrangeiros. Imagine-se os ficheiros que foi acumulando durante mais de quatro décadas?
POSTOS DO INSTITUTO NACIONAL DA LUTA CONTRA A TUBERCULOSE - em vários bairros da cidade (diz-se que esta doença epidémica já foi erradicada) estas unidades dispensavam assistência médica e medicamentosa aos tuberculosos. Os casos mais graves eram internados em Sanatórios nas Serras da Estrela e do Caramulo e para a tuberculose óssea nos Sanatórios do Outão e da Parede.
POSTOS DA POLÍCIA DE VIAÇÃO E TRÂNSITO - nas principais entradas e saídas da capital e nos entroncamentos estradais de maior intensidade de tráfego rodoviário (deixaram de ter interesse graças à rapidez e eficácia das comunicações e da velocidade dos automóveis da Brigada de Trânsito, do INEM e dos Bombeiros).
POSTOS DE (PRIMEIROS) SOCORROS - eram os antigos Centros de Prestação Permanente dos Primeiros Cuidados de Saúde, em casos de acidentes, doenças súbitas, más disposições, etc. Muitos eram de iniciativa associativa ou privada. Foram sendo substituídos pelos Hospitais e Centros de Saúde, SAP e outras siglas confusas (primeiro eram os postos de saúde da Previdência apenas em horário diurno), unidados que foram sendo construídas depois do 25 de Abril, numa vaga de caridade política pelas autarquias do litoral e dos interior, tendo sempre em vista a recolha de votos pelos governos tão bondosos, como contrapartida pela satisfação dos "legítimos" interesses das populações. Até que em 2005 chegou o Primeiro Ministro Sócrates ao poder, numa situação de descontrolo das contas públicas. Vai daí começou a encerrar maternidades, urgências, hospitais, SAP, escolas, postos da Guarda Fiscal, tribunais, quartéis, etc. A desertificar o desertificado interior e a abandonar o saturado litoral à sua sorte, como no caso dos pescadores de Caxarias que morreram a 50 metros de uma praia na Nazaré sem auxílio da autoridade marítima. Sabemos que algumas das Urgências da província não eram mais que Postos de Primeiros Socorros, mas psicologicamente valiam muito para as populações das aldeias vizinhas. Por isso agora temos mães portuguesas a ir fazer partos a Badajoz e outras a parir nas ambulâncias a caminho do hospital mais próximo, por estradas antigas e cheias de curvas, com mau tempo, mau piso e em "carros à beira do limite de idade" mas tripulados por bombeiros voluntários impecáveis. Qualquer dia, com tamanha prática, podem exigir uma licença de "maternidade ambulante" para a respectiva unidade.
PRISÕES CIVIS ou PRESÍDIOS MILITARES - hoje são todos Estabelecimentos Prisionais, sobrelotados e ainda sem sanitas privativas em cada cela. Uma das maiores reivindicações dos presos. Nas décadas de 30/70, os governos de Salazar e Caetano costumava "recolher" os presos políticos (da oposição contra o Estado Novo) nos fortes de Caxias (Prisão Hospital), Elvas, Peniche, etc., ou "exilá-los" para Cabo Verde (Tarrafal), Timor ou Açores. Referência que valorizava sempre o currículo dos lutadores anti-fascistas. Pelo que sei só os indisciplinados eram castigados de forma irregular face às convenções de Direito Internacional. O que ainda sucede, por vezes, segundo relatos da imprensa, nas prisões civis em Portugal. O caso mais mediático foi o "tratamento" infligido pela PJ de Portimão e Faro à mãe da Joana - a menina algarvia desaparecida e cujo corpo nunca apareceu mas a mãe foi condenada. Tem processo a correr contra os inspectores da PJ que alegadamente lhe bateram, havendo fotografias como prova. Portanto nem são apenas os presos políticos de Salazar (no Sec XX) que eram espancados e torturados, pois também os suspeitos de crimes no Sec. XXI podem ficar com a cara num oito.
REPARTIÇÕES PÚBLICAS - o núcleo duro da Administração Pública até aos anos 70. Hoje usam-se designações alternativas para todos os gostos: Serviços, Directorias, Institutos, Delegações, Departamentos, Gabinetes, Autoridades, Comissariados, Juntas, Fundações, Agências, Unidades, Missões, etc. Quanto mais autónomas melhor. São dirigidas por directores, presidentes, comissários, etc. Estes podem ganhar um salário baixo em termos europeus, mas têm status e todas as mordomias do cardápio oficial: direito a viatura, despesas de representação, abonos, telefone e telemóvel, equipamento super, assessores, viagens, etc.

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MARÍTIMOS - pessoal do troço do mar
Peço desculpa mas gostava de corrigir um erro, o pessoal do Troço do Mar ainda é um quadro militarizado da marinha ao qual pertenço com muito orgulho e que por enquanto não se prevê a sua extinção antes pelo contrário. de qualquer forma achei interessante esta sua análise sobre um passado que muitos não gostam de lembrar

Cumprimentos

Luis Santos

Sota Patrão do Troço do Mar

lascamelias@sapo.pt
 
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