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Thursday, August 14, 2008

 

Conta-me como é ... nos media e na política

Por Humberto Ferreira

As duas séries televisivas nacionais com maior audiência, que me lembre, foram o Médico de Família (na altura mais conhecidos como Médicos da Caixa) e agora (em repetição estival) o Conta-me como foi ...

Esta é uma interessante análise crítica à vida em Portugal nos anos 50/70. É pena, mais uma vez, uma nítida costela esquerdista não escondida pelos autores. Esses anticorpos nem sempre são justos e, pior, nem sempre são verídicos. Mas entretêm os mais esquecidos.

Pois bem, sugiro aos responsáveis pela programação da nossa primeira estação pública uma nova série, que poderiam intitular "Conta-me como é ... em 2008".

E adianto alguns temas para os primeiros episódios, sobre fait divers contemporâneos, sempre avidamente disputados pelos OCS e divulgados pelo actual Secretariado Nacional de Propaganda, reinstituído pelo governo - pois basta ver agora as reportagens transmitidas dos estúdios cá e pelos enviados à China, onde os nossos atletas são retratados à exaustão como os melhores e mais prometedores do mundo! Pura propaganda oficial!

Eis alguns temas a tratar pela nova série Conta-me como é:

(1) Sócrates faz jogging em Pequim, Rio ou Luanda.

(2) Portugal perde no hóquei em patins, no judo e na natação.

(3) Baixa de combustíveis mais vagarosa em Portugal do que na Europa.

(4) GOE liberta, finalmente, reféns da agência bancária de Campolide. Este dará um bom apontamento irónico, pois há anos que o GOE não dava este exemplo de eficácia. Foi muito bom para amedrontar a rapaziada que anda a assaltar tudo e todos, desde tribunais a ourivesarias e cafés, sem qualquer medo. Agora, aposto, vão pensar duas vezes antes de se meterem numa bronca destas. É que podem ser abatidos a tiro pelo GOE ... se algum membro do governo mais ousado der a ordem ... E, alguns dias depois, já se nota que os assaltos continuam mas que as forças policiais puxam mais pelo gatilho.

(5) No dia seguinte ao assalto ao BES, o DN relatou os seguintes assaltos: a bancos em Campolide e Amadora; a uma farmácia em Almada; a uma mulher em Belas por esticão.

(6) A GNR de Valença incrimina um estaleiro de Viana do Castelo por fornecer lanchas rápidas para redes de traficantes de droga (ainda se fosse por "vender droga", mas por vender lanchas?).

(7) A PSP da Madeira deteve sete assaltantes de turistas. Afinal, nem na Madeira ...

(8) O concerto de Tony Carreira foi anulado em Ponte de Lima, pois o depósito de garantia contratual foi feito com cheques sem cobertura - uma tentativa de assalto aos artistas e técnicos por parte da organização das festas.

(9) Título de caixa alta na página de opinião do DN "Suck my dick, dizem elas" (no comments num jornal de referência ...). A liberdade de expressão tem limites! Hoje, a maior parte dos jovens sabe inglês!

(10) No primeiro semestre de 2008, a CGD perdeu 243,2 milhões de euros em operações financeiras mal sucedidas e registou uma queda de 27,7% no apuramento homólogo de lucros. E os fundos de investimento perdem 700 milhões de euros, retirados pelos investidores lusos. Um nítido sinal de desconfiança.

(11) Desempregados com subsídio ao nível mais baixo desde 2003. Maneira inteligente de esconder a crise do desemprego e a instabilidade social.

(12) Quatro milhões para produzir o recente Festival Optimus Alive em Julho, no Passeio Marítimo de Algés, onde foram registadas 100 mil entradas - dando assim mais uma imagem fictícia da crise económica e social do País. Se não é propaganda o que é?

(13) Crise atrasa construção de nova fábrica de azulejos (Love Tiles) em Aveiro, com plano para quatro fornos, 200 postos de trabalho e entre 50 e 60 milhões de euros de investimento. Afinal sempre há crise!

(14) Banca alicia emigrantes de Verão com investimentos de baixo risco, disponíveis apenas para não-residentes.

(15) Assaltos a bancos duplicam no primeiro semestre de 2008, ou seja, uma taxa de crescimento homólogo próxima dos 100%

A tese é simples. Tal como nos anos 50/70, os cidadãos continuam a sofrer em Portugal muitas injustiças e discriminações quer da parte do governo, organismos e empresas públicas, quer de alguns grupos económicos privados que mandam em tudo ... como há 60 anos!

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