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Tuesday, September 02, 2008

 
MAIS UM DIA NA VIDA DOS PORTUGUESES
Por Humberto Ferreira (Sagresschool.blogspot.com)

Com as restrições que uma parte dos cidadãos é forçada a cumprir em nome do velho-relho equilíbrio das finanças públicas (e em cujo grupo me incluo) estou a poupar nas despesas diárias. Há anos que vou perdendo poder de compra sem ver luz ao fundo do túnel. Por isso, hoje (terça-feira 2 de Setembro de 2008) só comprei o Correio da Manhã - um dos diários mais baratos do mercado e a cujo nascimento tive o privilégio de assistir, por dentro, nas primeiras instalações da Rua Andersen Leitão ao Príncipe Real. Já lá vai o tempo em que podia comprar o Público, DN e CM, mais O Jornal e o Expresso ao fim de semana. A democracia e solidariedade não é geral. Aproveitam principalmente os mais espertos!
Mas resolvi, neste dia cinzento, fazer um ligeiro resumo da vida nacional, pela leitura deste diário, dividindo-o em quatro capítulos: Insegurança e criminalidade; Justiça; acidentes; desporto; e Economia-Lazer.

INSEGURANÇA E JUSTIÇA fazem a manchete e sugerem notícias no interior - no total quatro temas na capa: Tribunal liberta traficantes de armas (dois magistrados em Castro dAire e Portimão fizeram ouvidos moucos ao apelo do PGR e do MAI, libertando suspeitos em posse de armas ilegais e destinadas a actvidades criminosoas - chamada para as notícias nas páginas 4 e 5). Outro título mais pequeno: Judiciária captura atirador que baleou turista no Algarve (chamada para notícia da contracapa. página 52).Na Madeira - Matou marido que lhe batia (página 13) e em Sesimbra - Homicida de João identificado (página 12).

DESPORTO - dois temas de capa com fotos: Leão de raça conquista liderança (talvez ficasse mais rigoroso o título: "leão com raça partilha liderança", pois o Nacional da Madeira fica com o mesmo número de pontos do SCP) e 'Diabo' agressor está arrependido (sobre o adepto to SLB que agrediu o segundo árbitro do Benfica-Porto no Estádio da Luz no sábado passado). Hooliganismo à portuguesa. Felizmente, mais visual que físico!

ACIDENTES: Menina espeta faca no coração - tragédia em aldeia de Ribeira de Pena. Exemplo de terceiro-mundismo.

ECONOMIA - LAZER: Apagão no multibanco prejudica milhares (pag. 21). Benedita grava cenas ousadas (chamada para a página 46). Não se trata de uma estreia nem de uma crítica mas de um modelo que se vai despir em cenas ousadas, recusando-se, afinal, a mostrar na novela Casos da Vida o que a chamada de capa sugere. Voieurismo quando se pratica nudismo nas praias!
Afinal, um retrato fiel da vida medíocre dos portugueses no início do século XXI.

OPINIÃO DIVERSIFICADA SOBRE JUSTIÇA
Na página 2 , o cartoon é dedicado à mais baixa intriga política. Os palpites de Santana e Marcelo. Pobre humor lusitano!
O dia-a-dia é uma espécie de editorial, assinado hoje pelo director-adjunto Eduardo Dâmaso sobre "Prisão preventiva". É um texto respeitável, como opinião, em que se pretende dizer aos leitores que não podem exigir sol na eira e chuva no nabal, em matéria de penas aplicáveis a casos de violência.
Duas notas contraditórias. Escreveu o jornalista: "No caso de violência doméstica, por exemplo, o problema não está na falta de medida de pena, já que ela se enquadra na definição de criminalidade violenta do artigo 1, alínea j, do Código de Processo Penal". E acrescenta: "Aqui a questão está mais na dependência económica em relação ao agressor..." É verdade, mas tanto os autores do chamado código de Algés, como os legisladores que o aprovaram e quem o promulgou, deveriam ter tido o cuidado de estudar os prós e contras antes de ... O que é inadmissível é terem feito ouvidos moucos às numerosas críticas e alertas que foram surgindo da sociedade civil. Mas já esquecia, foi JS que disse que, para ele, tanto valia uma manifestação de protesto contra as suas políticas de duas centenas como de duas centenas de milhares de funcionários públicos ou professores exasperados nas ruas de Lisboa e outras cidades! O homem é insensível!
E, já agora, a título pessoal, se a definição de criminalidade violenta passa pelas bofetadas e nódoas negras que cônjuges e familiares infligem uns aos outros, como é que há magistrados portugueses que libertam suspeitos de tráfico de armas?
Escreveu ainda Eduardo Dâmaso no CM: "...em todos os casos a que não é aplicada a 'preventiva' quando os indícios da prática do crime são fortes, o que a polícia tem de demonstrar é que há risco de fuga do suspeito, quando a este basta indicar uma morada" (ao juiz, acrescento). Ora aqui está outro erro. Nem deve ser a polícia a demonstrar ao juiz de instrução ou do tribunal de turno se há risco de fuga. São os magistrados que, de posse dos dados apresentados, devem avaliar o risco. E mais, no caso de violência doméstica e de furtos ou assaltos, a libertação com termo de identidade e residência é um convite legal para os agressores, ladrões ou assaltantes continuarem a repetir crimes idênticos, no dia seguinte. Logo temos demasiadas leis erradas, talvez para diversificar as polémicas públicas que nos impingem diariamente e para justificar a importância dos políticos, juristas e comentadores. A culpa é nossa, ao alimentar um sistema falido!

A CENSURA LUSA NO SÉCULO XXI
O articulista convidado é Teresa Caeiro, deputada do CDS-PP, que também escolheu o tema da violência doméstica sob outra perspectiva, com o título A censura no Séc.XXI.
Introduz a teoria de que a Esquerda tem conseguido penetrar em todos os patamares da vida nacional nos últimos 34 anos e instituir a cartilha dos temas que lhe são mais queridos, apesar de obsoletos (pois datam dos séculos XVIII e XIX), instituindo uma monitorização pavloviana sobre a opinião pública para condenar todas as ideias oriundas da direita e do centro. Não me admiro! Mas pelo menos o CM dá na margem esquerda a opinião do seu director-adjunto (mais social) e de um deputada da direita que luta hoje pelo agravamento para seis anos de prisão, da pena mínima sobre violência doméstica comprovada. Cabe aos leitores do CM tirar as respectivas ilações.
Teresa Caeiro conclui: "... chegámos à crença colectiva de que os criminosos são as vítimas da sociedade e que tudo é uma questão de ressocialização". Acertou no alvo! Os líricos!
Com efeito, desde Jorge Sampaio, Manuel Alegre a Cavaco Silva, já estou farto das teorias da ressociliazação. Para me convencer terão de me apresentar dados, factos, ou exemplos concretos, a começar pelos efeitos positivos e a análise custo/benefício do Rendimento Mínimo Garantido (os títulos originais são sempre mais directos que as invenções posteriores dos sucessivos governos). Parabéns Teresa Caeiro - articulista que poucas vezes me tem convencido! Foi desta! Importa reformar os meios e critérios da ressocialização europeia, pois o barril está cheio!

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