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Sunday, September 21, 2008

 
PARA MELHORAR O TURISMO RECEPTIVO
por Humberto Salvador Ferreira (Sagres, Agosto 2008)
Andamos deprimidos. Causas: a subida do custo de vida, desemprego e insegurança, entre outros factores negativos. Voltamos à fase aguda da emigração nos anos 50/70, quando muitos activos sonhavam em dar o fora. A maioria ainda não interiorizou que se gasta mais do que se produz e que o valor do trabalho vai descendo com a estagnação económica. Outros andam amedrontados com a violência. Não há magia que torne o país mais atractivo ao investimento sem mudar este modelo. A União Europeia já não nos aponta a luz ao fundo do túnel. Somos a 16ª potência mundial em turismo receptivo sem tirarmos o devido partido. Mais de 20 milhões de entradas anuais de estrangeiros são uma boa fonte de vendas de imobiliário e compras. Basta um bom plano e controlar os resultados. Cabe ao PR, como professor de economia, explicar como distribuir mais justamente a riqueza produzida. De contrário cresce a miséria e a depressão por um lado, e a riqueza excessiva e a ostentação por outro. Pela minha parte não me canso de apontar opções aos governantes, deputados e estagiários.

DESPOLITIZE-SE O TURISMO

O Turismo não pode ser governado ao capricho do estado-maior de qualquer partido com uma maioria parlamentar pontual - obtida nas urnas em 2005 numa fase diversa do presente jogo económico global.

O Turismo é consumido por largas camadas sociais e etárias, oriundas de todos os cantos do globo, sendo a oferta garantida por empresários e profissionais conhecedores (alguns geniais), capazes de absorver a experiência de sete gerações, desde que Thomas Cook organizou em 1851 a primeira excursão em Inglaterra. Actualmente divide-se em seis ramos: transportes; hospitalidade; gastronomia; animação cultural, desportiva, social e temática; distribuição e operação. É um sector que não pode ser pasto de mau amadorismo nem de "boys" inadaptados sem experiência política ou técnica! Mas sofre-se agora o egoísmo (ou a ingenuidade) de alguns que levaram à politização do Turismo. Pois a iniciativa deixou de pertencer aos empresários e às respectivas associações. Muito menos aos técnicos, experientes ou jovens, mas sim a autarcas, deputados, alguns ministros (de variadas pastas menos do Turismo) e quadros da função pública, que mudam consoante a cor do inquilino de São Bento, ou o concurso aberto para promoção ou aumento. Os sindicatos ultra-politizados também perderam influência por pura pirronice. Tantas razões para quem gravita nesta esfera de elevado potencial de crescimento e retribuição económica, não dispensar sugestões fora da cartilha partidária. Todos não somos demais para manter o nosso turismo receptivo num nível elevado!

BLUEPRINT SOBRE PROMOÇÃO

Dois casos dirigidos á promoção oficial e ao Porto de Lisboa.

Cada reforma da orgânica turística oficial traz mais asneiras. 2008 fica na história como um ano perdido entre teimas regionais no jogo das cadeiras. Quando acabar a música só contam os sentados! Mas a promoção só resiste com a música dos que gritam ao som do Allgarve e Alloeste!

Não gostei da ideia dos 10 produtos impostos pelo PENT. Mas se vingassem programas nacionais de promoção para os desenvolver, vá lá ... Programas de Promoção Intensiva e Programas de Promoção Permanente, consoante o mercado. PPI e PPP dotados com meios e atribuídos às agências de promoção regional, evitando a concentração actual. Aprendi que em Turismo tudo dever ser simples e transparente. Por isso apelo à iniciativa e criatividade dos empresários e autarcas mais dinâmicos, dos Açores a Trás-os-Montes. Sem tabus nem conflitos, pois Turismo é a indústria da Paz!

BLUEPRINT SOBRE CRUZEIROS

Embarcar e desembarcar de um cruzeiro no porto de Lisboa continua a ser um pesadelo. Há malas trocadas para outro navio, quando há mais do que um a partir no mesmo dia. O embarque dura horas ao sol, calor, chuva, vento ou frio, sem se notar interesse em melhorar as operações nos dois belos terminais de Alcântara e Rocha - expoentes da arte moderna. Estão mal localizados: é verdade. Mas têm espaço para o parqueamento e circulação de dezenas de autocarros e táxis que milhares de pessoas exigem.

Em Alcântara, os navios ficam a uma centena de metros do edifício sem um canal protegido da chuva e vento. O projecto de 1950 previa (mal) que o embarque se faria do 1º andar nobre, com pontes móveis da varanda para os navios! Esqueceu-se a amplitude das marés!

As bancas de artesanato são do quarto mundo e os café-bares estão escondidos ou desfasados dos horários dos passageiros e tripulantes. Por fim, o empedrado dos recintos não condiz com as malas actuais de rodas. Mau exemplo: os técnicos de cruzeiros não têm voz activa junto dos donos do partido?

QUADRO DE HONRA

* Extinto o Inftur, promovem-se cursos em 17 escolas de Hotelaria e Turismo, em Caldas da Rainha, Coimbra, Estoril, Faro, Fundão, Lamego, Lisboa, Mirandela, Óbidos, Portalegre, Protimão, Porto, Santa Maria da Feira, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Vila Real de Sto. António. Um vasto programa sem recurso às novas oportunidades!

* Os Ministros da Agricultura e Economia publicaram (a 29 de Julho) uma portaria conjunta simplificando (e esclarecendo) as condições de higiene para pequenos produtores de receitas tradicionais poderem fornecer directamente unidades de restauração e consumidores, em pequenas quantidades. A Asae tinha condenado há dois anos o consumo de alheiras, ameixa de Elvas, amêndoas torradas, borrego e cabrito serrano, carne alentejana e mirandesa, castanha, cereja da Cova da Beira, azeite, chouriça e enchidos caseiros, citrinos, maçã bravo de esmolfe, ovos moles, queijo serrano, bagaceira, broa de Avintes, tripas do Porto, matança do porco, ginjinha e outros destilados. O governo admitiu, finalmente, não ser essa a via para se garantir a saúde pública. Há 116 produtos certificados, ficando aberta a porta para muitos mais.

* O anúncio televisivo do azeite Gallo, a cantar desde 1919, é uma boa fórmula para retratar Portugal. Tomara haver outros spots assim a projectar Portugal por esse mundo fora. Tem os ingredientes que os turistas com mais poder de compra procuram e exemplifica a promoção com clusters associados!

* Adeus Joaquim Carlos Coelho, director comercial da EuroAtlantic desde a sua fundação, que faleceu após doença prolongada. Menos um amigo e grande profissional.

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