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Monday, October 13, 2008

 
MENDES BOTA APRESENTA PROJECTO DE LEI PARA CONSELHO NACIONAL DE TURISMO
HUMBERTO FERREIRA APROVA, COMENTA E ACRESCENTA ...

1ª parte por Sónia Gomes Costa
13 de Outubro de 2008/PUBLITURIS ONLINE



NOTÍCIA - O deputado do PSD Mendes Bota apresentou um projecto de Lei para a criação do Conselho Nacional do Turismo, na quinta-feira passada na AR. Esta proposta visa a existência de um órgão meramente consultivo que pretende envolver os vários agentes económicos do sector e associações, a funcionar na dependência do órgão do Governo que tutela o Turismo (A SET = SECRETARIA DE ESTADO DO TURISMO E O MINISTÉRIO DA ECONOMIA E INOVAÇÃO).

Além de incluir empresas, universidades, escolas, associações empresariais e sindicatos, este Conselho Nacional do Turismo quer dar lugar também aos antigos secretários de Estado do Turismo. Mendes Bota justifica este propósito considerando que “não é hoje possível criarem-se políticas do turismo verdadeiramente eficazes e que produzam transformações na sociedade que não sejam precedidas da auscultação e do envolvimento dos seus destinatários”.

O deputado defende ainda que se pretende que o Conselho Nacional do Turismo “funcione como um verdadeiro fórum de reflexão e debate, no qual sejam analisadas e discutidas em profundidade, ainda antes de serem publicadas, as propostas de medidas governamentais com impacto no sector”.

2ª parte: COMENTÁRIO DE HUMBERTO FERREIRA (BLOGGER SAGRESSCHOOL):

QUADRO DE HONRA PARA A RECONSTITUIÇÃO DO CNT! PARABÉNS AO DEPUTADO MENDES BOTA!
UM DOS INSTRUMENTOS CAPAZES DE MELHORAR AS MEDIDAS ATÉ AGORA IMPOSTAS PELA ACTUAL SET, EM CONTRA-CICLO COM O SECTOR, PASSANDO PELA ELIMINAÇÃO DAS REGIÕES E JUNTAS DE TURISMO, DAS PENSÕES, ALBERGARIAS E RESIDENCIAIS, DOS INSPECTORES DE TURISMO, E DA AUTONOMIA DOS PRIVADOS NA PROMOÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO RECEPTIVO E DOMÉSTICO. HOJE TUDO É CENTRALIZADO, POIS SÓ OS PLANOS GOVERNAMENTAIS SÃO APROVADOS, E APOIADOS. ATENTE-SE NOS CASOS DO ALLGARVE E DA REPETIÇÃO DA CAMPANHA W.C. EUROPE!
APROVO, COM DISTINÇÃO, A CRIAÇÃO DE UM NOVO CONSELHO NACIONAL DE TURISMO, ASSIM COMO A PROPOSTA INCLUSÃO DOS ANTIGOS SECRETÁRIOS DE ESTADO DO TURISMO NO NOVO QUADRO DE CONSELHEIROS...

Só tenho pena que o ilustre deputado do PSD, MENDES BOTA, que, além de presidir à "secção parlamentar" de Turismo na Assembleia da República, lidera a JUSTA causa da regionalização e da ampla vontade regional para o Algarve protagonizar a experiência da região-piloto, se esquecesse de outros dois importantes detalhes sobre o novo Conselho Nacional de Turismo:

A - o contributo que os jornalistas também podem INTRODUZIR na apresentação de propostas inovadoras e no debate das propostas políticas formuladas pelos órgãos com representação institucional na sua válida proposta para um novo Conselho Nacional de Turismo.

B - o esquema de representação proposto para os membros do CNT pela leitura desta notícia) é cópia dos antigos regulamentos corporativos do Estado Novo, os quais continuam a afectar negativamente e a travar o desenvolvimento harmónico da sociedade civil lusa versus os arreigados órgãos políticos e organismos oficiais ainda imbuídos do corporativismo contagiado pelas gerações da primeira metade do século XX.
Quando é que a classe política se aproxima da sociedade civil? Trabalhando as propostas que esta apresenta? A sociedade civil está apta a fazer algumas rupturas indispensáveis. Mas a classe política, pelos vistos, ainda não?
Pois não me lembro de qualquer exemplo de uma proposta avançada, em qualquer área, por um cidadão que não ganhe a vida na política, merecer qualquer interesse por parte dos ministros, deputados, ou altos funcionários públicos!
Temos dois países: o país dos políticos para garantir os interesses de cada partido. E o país dos cidadãos, interessados em contribuir para melhor Portugal, abolindo práticas burocráticas desnecessárias. Até quando?

PRECEDENTES HISTÓRICO-SECTORIAIS
Do antigo CNT (criado na segunda parte da década de 70 e suspenso, creio, pelo SET Alexandre Relvas, num dos governos de Cavaco Silva (1985/1995 - por ter perdido o respectivo "controlo"), faziam parte os seguintes conselheiros em representação de:
(1) - todos os organismos oficiais do sector, a nível central e regional, e os presidentes das empresas públicas (Enatur, Tap, Sata, RNTours, CP (esta delegou sempre num director comercial), etc.), assim como representantes (nomeados) dos portos, serviços de fronteira, alfândegas, forças de segurança pública e trânsito, etc.
EM SUMA, O LOBI A FAVOR DA CRESCENTE BUROCRACIA IMPOSTA PELO GOVERNO NO PODER EM CADA ÉPOCA. LOBI QUE PRATICAMENTE MONOPOLIZAVA OS DEBATES NO CNT, SENDO ESPECIALMENTE CONHECIDOS PELA ATITUDE NEGATIVA OS CAPITÃES DOS PORTOS (ora pela ameaça do contrabando a bordo dos iates, ora pelas restrições à navegação e aos ancoradouros, ora pela necessidade utilização permanente de zonas maiores para a prática de turismo náutico, ora pelas antiquadas normas dos Socorros a Náufragos - os nadadores salvadores devim ter atilhos nas calças, possivelmente à moda dos antigos pescadores?), assim como dos directores das alfândegas, fronteiras e chefes das forças policiais. Convém esclarecer que a primeira Marina (de Vilamoura) abriu em 1974!
Era o LOBI ANTI-TURISMO dessa época que tinha assento no Conselho Nacional, destinado por lei a "fomentar a actividade turística".
EM SUMA, AS HABITUAIS CONTRADIÇÕES DA LEGISLAÇÃO E DA PRÁTICA POLÍTICA LUSA!

(2) - Num segundo plano, tinham assento no CNT os presidentes das associações empresariais - de hotelaria, restauração, agências de viagens e turismo, aluguer de automóveis, e pouco mais. À época, alguns dirigentes tinham por hábito prolongar os mandatos durante décadas, por comodismo dos concorrentes e com a desvantagem dos hoteleiros já terem várias associações que disputavam a representatividade do sector, assim como do desinteresse associativo da TAP, que na época nem fazia parte da RENA).

(3) - os presidentes das principais empresas de turismo (pelo menos as com maior expressão ou participação do Estado), desde grupos de hotéis e restaurantes (Estoril-Sol, Alexandre de Almeida, etc), a transportadoras, operadores receptivos e agências de viagens, etc. No início até faltavam os representantes dos aeroportos e os gestores dos terminais rodoviários, marítimos e fluviais.

(4) - os representantes dos sindicatos (mas não das associações profissionais, não se sabe ainda porquê?).

(5) - os representantes das Escolas privadas de Turismo então existentes (apenas praticamente o Instituto das Novas Profissões e o ISLA), enquanto as escolas públicas sentavam-se do lado oficial ... e

(6) - o secretário-geral do CNT (habitualmente um antigo quadro da DGT - o saudoso dr. Figueiredo de Sousa) e os assessores do Secretário de Estado para o Conselho Nacional de Turismo. Que saiba, apenas o SET Luís Nandim de Carvalho nomeou quatro "voluntários" para esta missão - com a função de lhe fornecerem pareceres técnicos sobre as propostas previamente apresentadas para debate, sempre mais por parte das Regiões de Turismo e dos sindicatos do que pelas empresas e associações. Os quatro pioneiros foram: Joaquim Cabrita Neto, Armando Rocha, Artur Sepúlveda e Humberto Ferreira.
Eram mais de uma centena de pessoas, à volta do Salão dos Espelhos, no Palácio Foz (em Lisboa, a sede do Turismo de Portugal por excelência, e a sala de visitas dos "embaixadores" do Turismo extrangeiros recebidos em Portugal, que nos foi sonegada por interesses alheios - neste caso da Comunicação Social - restando apenas a loja da Praça dos Restauradores - num modelo de Posto de Turismo também já obsoleto! Veio depois a época da descentralização dos Conselhos de Turismo, para o Luso, Porto, e se bem creio Algarve! TUDO SEMPRE NA MESMA, QUARTEL GENERAL EM ABRANTES!

MUDANÇA IMPÕE MUDANÇA
Ora o Turismo desde as décadas de 75/85 evoluiu e profissionalizou-se bastante. Hoje, para mim, o Conselho Nacional de Turismo deve ser constituído por diversas secções da actividade turística, que até podem reunir separadamente para estudar e debater temas próprios, a apresentar depois em plenário, depois do "trabalho de casa" feito!
As sessões plenárias serão reservadas para os pareceres sobre o Plano Anual de Actividades e Iniciativas Apoiadas, ditado pelo Orçamento de Estado, ou por um Programa Especial (ou Estratégico) de Turismo apresentado a um qualquer Governo pela sociedade civil, já que se trata de um núcleo de conselheiros plurais (não assessores) do Governo. O CNT deve também dar parecer obrigatório ao Governo sobre o Calendário Anual (ou Sazonal) de Eventos apoiados, e sobre o Balanço de cada Ano Turístico, etc.
Poderão haver sessões plenárias extraordinárias sempre que se justifique, como nos casos das reformas mais profundas da organização central, regional, local e sectorial. Assim como sessões temáticas para debate de assuntos prioritários próprios de um Fórum Nacional do Turismo atento e interessado. Há que propor, por exemplo, como "Melhorar e articular os portos e turismo, nas vertentes de cruzeiros e de turismo náutico", "idem Aeroportos e operações turísticas", "idem Caminho de ferro e turismo", etc.

COMPOSIÇÃO
Penso que do novo CNT devem fazer parte, em paridade, quatro grupos principais:
(1) os representantes dos serviços oficiais, aos níveis central, externo, regional e local;
(2) representantes conceituados das associações empresariais, nos ramos da Hospitalidade e Restauração; Transportes Turísticos e Complementares; Aeroportos, Portos e Terminais Ferroviários e Rodoviários; Distribuição e Programação de Viagens; Promoção e Gestão de Destinos Turísticos; Organização de Congressos e Feiras, Animação nas 4 Estações, Intercâmbio com a Cultura, Desporto, Ambiente, Comércio, Agricultura, Segurança, Imprensa de Turismo, etc.;
(3) os anteriores secretários de Estado e os representantes das profissões turísticas organizadas em associações de gestores, docentes de turismo, representantes de guias e correios de turismo, e técnicos de operações turísticas; e
(4) um NOVO núcleo de reconhecidos ESPECIALISTAS ELEITOS para coordenar a distribuição e emissão de pareceres técnicos nas 15 ÁREAS ESTRATÉGICAS PRIORITÁRIAS.
Com a condição fundamental: TODOS acreditarem no conceito e na mais-valia da articulação de iniciativas entre os CLUSTERS ASSOCIADOS AO TURISMO, ou seja, sem "compartimentos estanques" entre Turismo e Cultura, Transportes, Hospitalidade, Animação, Indústria, Comércio, Agricultura, Serviços, Religião, nem entre o sector público e o sector privado. Estes especialistas devem também conhecer bem as diferenças entre Turismo Jovem, Adulto, Sénior, Familiar, Social e de Negócios, além de estarem abertos ao intercâmbio positivo entre as próprias 15 áreas seleccionadas.
Criar um CNT corporativo, à antiga, não vale a pena!
Ainda na semana de 20/25 de Outubro, a Aicep e as organizações vinícolas levaram a cabo um blow-out isolado no mercado japonês. Portugal ganharia mais notoriedade nos OCS se em vez de acções isoladas se apresentasse em força: com os clusters de vinhos, gastronomia, turismo, moda, calçado, desporto, cultura, shopping, etc.
EM SUMA, TANTA VEZ HEI-DE ESCREVER SOBRE ESTA MAIS-VALIA, QUE ALGUÉM VAI APROVEITAR A IDEIA!
E eu ficarei satisfeito!

QUINZE ÁREAS PARA UMAS FÉRIAS ACIMA DA MÉDIA
Quanto ao núcleo de 15 especialistas, encarregados de orientar os debates e coordenar os pareceres das 15 vertentes seleccionadas e representativas da oferta turística em Portugal, proponho que sejam também versáteis (com provas dadas) em promoção, gestão e planeamento integrado. O objectivo chave do novo CNT seria aumentar a internacionalização das actividades com maior potencial nas seguintes ÁREAS ESTRATÉGICAS PRIORITÁRIAS (com textos justificativos):

1 - GOLFE - sem dúvida o mais importante desporto para atrair praticantes, amadores e profissionais estrangeiros, ao longo de cada ano, além de que Portugal já conta com mais de 60 campos de qualidade internacional; portanto merece um conselheiro de Turismo altamente competente nesta área e capaz de dinamizar esta secção.

2 - DESPORTOS NÁUTICOS - além da nossa inegável e reconhecida tradição histórica, Portugal dispõe de excelentes marinas e clubes náuticos, ao longo de toda a costa, onde são realizadas, com frequência, campeonatos, regatas e outras provas ao mais elevado nível competitivo internacional; em vela, motonáutica, surf, windsurf, kite-surf, pesca, remo, canoagem, natação em águas abertas, fluviais e piscinas; mas torna-se indispensável promover melhor esta vantagem. Caberia ao CNT sugerir meios para melhorar a coordenação das provas oficiais (federadas) com outras, e criar condições para a sua promoção, divulgação e reconhecimento internacional, propondo prémios tipicos portugueses para os vencedores. Outra secção indispensável.

3 - DESPORTOS DE AVENTURA (ou RADICAIS) - a crescente vaga de praticantes destes desportos em terra, na água e no ar, exige que o TURISMO também disponha de um conselheiro especializado na organização de provas e no acolhimento de praticantes estrangeiros, desejosos de ocasiões de intercâmbio com os desportistas radicais lusos, ou, simplesmente, para participar em grandes eventos das habituais marcas patrocinadoras. Outra secção primordial. Ao CNT caberia facilitar as sinergias entre o desporto e o turismo, além de propor a criação de provas e prémios portugueses com maior aceitação dos meios turísticos internacionais.

4 - DESPORTOS COM ELEVADO POTENCIAL TURÍSTICO - na impossibilidade de, à partida, se proporcionar no CNT uma secção e um ESPECIALISTA ELEITO para cada modalidade desportiva com aptidão turística, pode-se recorrer a uma personalidade desportiva de reconhecido mérito para integrar o CNT e para defender e apresentar sugestões no sentido de Portugal ser reconhecido como "O DESTINO MAIS AMIGÁVEL" para praticantes e adeptos de Automobilismo, Motociclismo, Hipismo, Ténis, Futebol, Atletismo, Ciclismo, Ginástica, Caça, etc. O eleito deve trabalhar sempre em articulação com as diversas federações e o Ministério da tutela desportiva, visando aproveitar sinergias, e criar provas e prémios desportivos reconhecidos pelos meios do turismo internacional.

5 - EVENTOS (MI) - esta é outra área em crescente expansão, abrangendo congressos, incentivos, feiras de amostras e tradicionais, exposições e cortejos temáticos, etc., sem esquecer a gestão do calendário Online (é favor ler o Turiscópio: "Eventos Europa Online", na edição de 3 de Outubro de 2008, do semanário PUBLITURIS). Este conselheiro especializado do CNT deverá trabalhar em articulação com os gestores dos recintos mais adequados para se poder tirar o melhor partido desta importante vertente do turismo contemporâneo. Atribuir aos Congressos e Incentivos em Portugal uma marca, um símbolo, um padrão e uma qualidade exclusiva.

6 - TURISMO CULTURAL - representando o movimento de preservação, gestão e projecção do património monumental, portanto, em estreita articulação com o Ministério e agentes da Cultura, este conselheiro do CNT deverá ser capaz de fomentar o associativismo e dinamizar as melhores práticas culturais afectas ao Turismo, nomeadamente no apoio a concursos e festivais da GASTRONOMIA, FOLCLORE (praticamente morto desde que deixou de haver concursos), ARTESANATO, RECRIAÇÕES HISTÓRICAS, ATELIERS, WORKSHOPS, iniciativas dos museus como exposições temáticas, jornadas ou semanas da música, escultura, estilos de arte, etc. É também conveniente dinamizar os roteiros dos estilos artísticos e organizar uma grande exposição temática por ano, no DESTINO MAIS DINÂMICO no ano anterior.

7 - TURISMO DE INTERIOR E EXCURSIONISMO - é urgente a dinamização do EXCURSIONISMO PELO INTERIOR e de iniciativas viáveis para atrair turistas nacionais e estrangeiros ao interior do País, incluindo sete vertentes:
(A) Turismo RURAL - opções de AgroTurismo, ROTAS DE VINHOS, ENOTURISMO e as CONFRARIAS; ROTAS DA FRUTA (amendoeiras de Trás-os-Montes e Algarve, cerejas do Fundão, etc); FESTAS DAS VINDIMAS e de SÃO MARTINHO; apanha da AZEITONA, CASTANHA, COGUMELOS; FEIRAS DO FUMEIRO, CERÂMICA, MEL, etc; das ALDEIAS HISTÓRICAS, MONTES ALENTEJANOS, QUINTAS, POMARES, ALBUFEIRAS E RIOS, criadores de CAVALOS e TOUROS, etc. e dinamização das TRADIÇÕES DO CARNAVAL PORTUGUÊS e outras no meio rural, como o OVIBEJA, etc.
(B) Turismo TERMAL - agora modernizado e promovido a Turismo de BEM-ESTAR, com algumas dezenas de excelentes SPAS em operação.
(C) Turismo de SAÚDE - ainda não temos uma oferta razoável de estabelecimentos para REFORMADOS, IDOSOS, CRIANÇAS e ADULTOS EM CONVALESCENÇA, nem para DEFICIENTES, mas a rede já vem sendo desenhada e construída em força por todo o País, nomeadamente já há clínicas privadas especializadas em certas cirurgias (à moda da Suíça).
(D) Turismo de NEVE - apenas praticado na Serra da Estrela e, ainda, sem grande expressão internacional, mas a merecer já um palco de debate e apoio nas duas vertentes Desportos de Inverno e Turismo de MONTANHA.
(E) Turismo de NATUREZA na vertente Rural, destacando-se algumas iniciativas de aproximação das áreas de protecção natural ao meio rural envolvente e ao turismo(é favor ler a Secção dedicada a esta actividade turística).
(F) EXCURSIONISMO - Há, além do INATEL, igrejas, escolas, clubes de excursionismo e empresas de circuitos turísticos com vastas redes e opções de excursões pelo País. Há, pois, neste caso, que desenvolver ROTEIROS HISTÓRICOS (monumentos pré-históricos, românicos, góticos, manuelinos, barrocos, maneiristas, arte nova, etc.) e TEMÁTICOS (castelos, solares, palácios e jardins reais e conventos e igrejas), para se promover TURISMO com objectivos mais virados para a descoberta dos TESOUROS do MEIO RURAL. Mas dada a generalizada dificuldade de acesso ao meio rural, a maior aposta do Turismo do INTERIOR terá de ser para apoiar, melhorar e divulgar os programas de EXCURSIONISMO que proporcionem e facilitem esse acesso a maior número de turistas estrangeiros.

8 - TURISMO RELIGIOSO - é preciso um porta-voz dos Roteiros Lusos da Fé. Não faltam ROMARIAS, grandes SANTUÁRIOS MARIANOS (Fátima, Vila Viçosa, Braga, Viana do Castelo, etc.), outros SANTUÁRIOS, TEMPLOS e DIOCESES ávidas de dar a conhecer aos crentes estrangeiros, os seus tesouros artísticos e as suas iniciativas tradicionais. Temos de divulgar mais as manifestações de Fé da Igreja Católica e não só - os Roteiros das origens do Judaísmo, Islamismo e outras igrejas em Portugal. Temos de dar maior brilho e projecção às SOLENIDADES PASCAIS e dos REIS, entre outras. Temos que programar melhor as festas profanas associadas à Igreja, como os SANTOS POPULARES em Junho, as ROMARIAS no Verão, etc. E poderemos, por exemplo, "seleccionar" anualmente a efeméride de um Santo, de um Milagre, de uma Lenda, ou organizar Jornadas Internacionais da Juventude, de Idosos, de Doentes, ou das diversas ordens religiosas, para atrair às igrejas e templos de Portugal mais peregrinos. Há muito trabalho a fazer nesta secção do CNT.

9 - TURISMO DE LITORAL - coordenar as actividades balneares nas praias, hotéis e resorts; coordenar os eventos de cada época, organizar programas de animação espalhados ao longo de todo o ano (além do ANO NOVO e CARNAVAL), aproveitando as ofertas promocionais lançadas na baixa estação, seja com projectos ALLGARVE, ALLOESTE, ALLNORTE, ou ALLESTORIL! Aliás, a PRAIA é o produto português com maior projecção nos fluxos oriundos do exterior e domésticos. Quando se fala de Turismo em Portugal fala-se de PRAIA. Ora quando uma boa equipa está a ganhar campeonatos todos os anos, deve-se ser estimulada. Não penalizada. O Turismo de Litoral tem três vertentes: BALNEAR, DESPORTIVA e ANIMAÇÃO NOCTURNA (festas, galas, shows, nas praias, em recintos urbanos ao ar livre (estádios, parques, ou monumentos), ou em casinos, hotéis, bares e discotecas, etc. Um CNT dinâmico e pro-activo pode dar outra dimensão ao agora (mal) chamado Turismo de SOL e PRAIA.

10 - TURISMO URBANO - de facto, as cidades constituem o maior pólo dinamizador dos grandes fluxos de turismo, por isso faz todo o sentido a inclusão da secção de Turismo Urbano no CNT, onde além se concentram as características das restantes 14 áreas estratégicas seleccionadas. Aliás, CLUSTER significa aglomeração (de actividades económicas, quando aplicado à economia). Ora é nas cidades que se aglomeram todas as actividades de uma região, ou país! Por isso faz todo o sentido o intercâmbio com outros clusters associados do Turismo, tais como: COMPRAS (COMÉRCIO tradicional e ceoncentrado nos grandiosos SHOPPING CENTRES), MODA, CALÇADO, ENO-GASTRONOMIA, ARTES PLÁSTICAS, MUSEUS, EXPOSIÇÕES, ARTE POPULAR, CIRCUITOS TURÍSTICOS DE PENETRAÇÃO PARA O INTERIOR E LITORAL, etc. Há 20 milhões de turistas que visitam as cidades e que são compradores potenciais da nossa oferta de artesanato, diversões, moda, etc.

11 - JOGO e CASINOS - temos três casinos no Algarve, dois no eixo Lisboa-Estoril, três no eixo Figueira da Foz, Espinho, Póvoa de Varzim; um em Chaves (Turismo de Interior) e outro na Madeira. Não esquecendo os futuros Casinos de Tróia e S. Miguel (Açores). No total e dentro de poucos anos serão 12 casinos, que merecem uma política adequada de promoção externa e representação no seio do novo CNT. Os casinos devem continuar a ter a obrigação de fomentar a programação de eventos culturais, desportivos e sociais junto da comunidade envolvente. Só por isso, a respectiva associação merece a Medalha de Mérito Turístico

12 - TURISMO DE NATUREZA (ou TURISMO VERDE, ECO-TURISMO) - esta vertente é uma das grandes realidades do Turismo contemporâneo, mas ainda é pouco explorada e sistematizada, na óptica política e empresarial, em Portugal. Não conheço uma única "âncora lusa" de Turismo de Natureza, com forte projecção internacional, para além da OBSERVAÇÃO DE AVES. Os Parques Naturais, em geral, também pouco se importam com a articulação ao Turismo. De resto, a paisagem interior está hoje adulterada com os aero-geradores de energia eléctrica. Talvez o ALQUEVA quando tiver capacidade de alojamento, possa ser a nossa âncora do Turismo Natural? Certamente, a MADEIRA E OS AÇORES! Por isso, o CNT deverá debruçar-se sobre todo o potencial existente nesta área.

13 - TURISMO INSULAR - A Madeira é o mais antigo e consolidado destino turístico português. Enquanto os AÇORES constituem uma forte promessa de incremento turístico, nas áreas da Natureza e do Mar. Portanto, ambos os arquipélagos merecem igualmente uma representatividade autónoma no novo Conselho Nacional de Turismo. Países como a Grécia, a Espanha e a Itália já praticam um grau avançado de Turismo Insular. Uma "especialização" a merecer a atenção do novo CNT.

14 - TURISMO SOCIAL - Fomentou-se o divórcio entre o Turismo comercial e o social. Não sei porquê, apesar da FNAT (e, depois, o INATEL) ter sempre acordos de intercâmbio com instituições paralelas, pelo menos, em Espanha e em França. E espanta-me a União Europeia, sediada em Bruxelas que foi a sede do Bureau International de Tourisme Social, se ter alheado deste fenómeno. Sempre tendo presente que Portugal deveria alcançar um papel mais activo na internacionalização da organização do Turismo, uma secção de Turismo Social no novo CNT poderá ser uma óptima oportunidade de afirmação da nossa longa experiência nesta área.

15 - TURISMO RECEPTIVO (TURISMO-MIX) - o principal objectivo de qualquer programa de promoção turística (idealmente multi-lateral) é atrair mais turistas estrangeiros com maior poder de compra. Os turistas domésticos também, embora exijam uma promoção diferente (à escala interna). Para isso é necessário qualificar a oferta, através de um novo OBSERVATÓRIO DA CONCORRÊNCIA (directa, face ao nosso modelo de oferta: nomeadamente por parte da Grécia, Espanha, Turquia, Croácia, Egipto, Tunísia, Marrocos, etc). Este OBSERVATÓRIO deverá ser constituído por uma mini-estrutura enquadrada por um núcleo de "experts" voluntários das universidades e escolas superiores e secundárias com cursos de turismo, assim como das empresas consultoras nacionais e estrangeiras (em planeamento regional, urbano e turístico, e marketing e distribuição) estabelecidas em Portugal e que costumam fornecer trabalhos e estudos especializados aos organismos oficiais, autarquias, associações e empresas do sector. A questão está em seleccionar um "porta-voz" de tantos interesses alargados, que seja capaz de adoptar uma orientação firme e independente no seio do CNT.
Também considero oportuna a necessidade de, neste escalão do TURISMO RECEPTIVO, se acolher no CNT os representantes das entidades e pólos de promoção turística, em processo de organização. Creio que agora somam 12 - uma grande vantagem em relação aos 29 anteriores (19 regiões de turismo, seis juntas de turismo, duas regiões autónomas, duas áreas metropolitanas, etc. - e de vez em quando também apareciam já os representantes das cinco-regiões plano, que, aliás, têm muito a intervir no planeamento e ordenamento regional). Por outro lado, estes novos representantes regionais ou zonais, a integrar o novo CNT, devem aceitar a lógica da complementaridade das suas vantagens âncora sem insistirem mais no domínio da rivalidade crua. É conhecida a concorrência, por exemplo, entre o Norte do País e o Algarve. Os representantes das outras áreas turísticas devem é melhorar e qualificar a sua oferta (como agora estão a fazer no Norte, com a construção do resort modelo Douro41, em Castelo de Paiva) e não "agredindo" o Algarve!


CONVITE - Esta sugestão não passa de mais um documento de trabalho da minha autoria. Por isso, estou aberto a outras sugestões, outros caminhos, incluindo aumentar as 15 Áreas Estratégicas apontadas para um nível razoável.
Se esta minha sugestão fosse aceite, teriamos já um elevado número de conselheiros: 15 entidades e serviços oficiais, 10 entidades e pólos regionais e locais, 10 associações empresariais (incluindo a CTP), 10 associações profissionais e sindicatos, e 15 especialistas das áreas estratégicas. No total já são 50!
Ora, trabalhando para a iniciativa privada, desloquei-me sempre às sessões do antigo CNT (em Lisboa, Luso, Porto, Algarve, etc.) por minha conta. E como fui assessor não remunerado, creio que "voluntários" como eu há poucos. Por outro lado, a logística de deslocar mais de 50 pessoas para um CNT descentralizado (ideia que agrada) não deixa de ser dispendiosa. E atravessamos mais um período de grave crise financeira! É apenas mais um alerta! A comprovar que esta proposta precisa de maior reflexão e outros contributos!
Humberto Ferreira, Lisboa, 13 de Outubro de 2008 (actualizado em 29 de Outº. 2008)

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