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Wednesday, November 26, 2008

 
EMPRESAS DE TURISMO: VÍTIMAS DA CRISE GLOBAL

Humberto Ferreira

I - INTRODUÇÃO HISTÓRICA
A presente crise financeira global deu os primeiros sinais em Setembro 2007, com a falência do banco britânico Northern Rock. A crise económica ressentiu-se ao longo de 2008.
Mas quem acreditou? Poucos políticos, empresários ou até investidores! Assobiaram, pensando que eram apenas rumores. Antes, já os executivos da Enron e de outras "corporações" nos EUA tinham seguido práticas abusivas, que levaram à falência dos aglomerados que geriam, acabando por ser julgados e condenados! As empresas, os projectos, as práticas profissionais, as normas e as leis devem ser periodicamente actualizadas e melhoradas, sob pena de deixarem de servir bem os objectivos para que foram criadas. O mundo muda todos os dias. Por influência da investigação científica, política, negócios, cultura, desporto e até pela experiência popular.
Na minha geração estamos habituados a graves crises.
Sofremos, principalmente, os efeitos de frequentes situações de crise, desemprego e desespero que atingiram as famílias de países ou regiões inteiras. Lembro os seguintes exemplos:
1 - o crash das bolsas em 1929 que afectou praticamente todo o mundo;
2 - a guerra civil de Espanha com reflexos em toda a Península Ibérica;
3 - a II guerra mundial 1939-45 e a fase crítica pós-guerra com a Europa meio destruída e a viver sob racionamento de alimentos essenciais;
4 - a crise interna lusa 1958-1974, antes e durante a guerra colonial de 1961-74. Fase caracterizada por desemprego, salários miseráveis, repressão policial, escape através da emigração do interior para o litoral e de todo o país para o exterior, altos níveis de analfabetismo e de desqualificação profissional - retrato de um país pobre a atrasado);
5 - a crise do petróleo 1973 em plena Primavera Marcelista (quando as famílias lusas começaram a respirar e a aspirar a uma vida melhor);
6 - os efeitos das guerras da Coreia, Vietname, Médio Oriente (a mais longa entre judeus e árabes), Balcãs; e dos climas de guerra cívil em vários países; e
7 - as causas mais recentes: o 11 de Setembro nos EUA, epidemias da gripe asiática (Sars) e das aves; guerras nos Balcãs, Golfo (Kuwait e Iraque) e Afeganistão, mais grandes tragédias (terramotos, tsunamis, incêndios, e atentados terroristas em Londres, Bali, Madrid, Rússia, etc.).
Factores que fazem baixar o Turismo Internacional e que também foram/são negativos para a qualidade de vida de largos milhões de habitantes do planeta.

CONSTATAÇÃO PÓS-BRETTON WOODS
Curiosamente, estas crises têm sido o maior detonador da globalização. O fenómeno, que por sua vez, tem mais contribuído para o desenvolvimento dos grandes países com uma elevada percentagem de pobres e desempregados, afectando, em simultâneo, pela negativa, a restante população mundial da classe média!
Há qualquer coisa de errado neste sistema económico vigente, desde a famosa cimeira económica de Bretton Woods em 1944. Onde 700 delegados de 44 países conceberam o modelo financeiro para a recuperação da Europa e da América, sob um sistema de regulação internacional, mas baseado nestes dois pólos. Desta cimeira saíram ainda o Fundo Monetário Internacional (recentemente criticado pelo nosso Primeiro Ministro), o Banco Mundial, e a gestão do Plano Marshall (em princípio recusado por Salazar).
O sistema Bretton Woods instituiu um regime de câmbios fixos, centrado no dólar dos EUA convertível em ouro, a uma taxa fixa de 35 dólares a onça (31 gramas), permitindo a cada país constituir reservas em dólares, com a "garantia" do ouro ficar nos EUA. O QUE SE REVELOU UMA GRANDE OVA!

UM FILME AMERICANO DE CATEGORIA X
O esquema funcionou relativamente bem até 1960, quando os constantes défices externos da economia americana aceleraram a impressão de notas sem cobertura em ouro. Na década de 70 apenas cerca de 20% dos dólares em circulação tinham cobertura em ouro, forçando o Presidente Nixon a declarar o fim da convertibilidade em 1971.
Daí para cá (já lá vão 37 anos) temos vivido na era do capitalismo selvagem. Governos e bancos centrais metem as rotativas a funcionar e temos mais moeda.
Até que a Comunidade Económica Europeia se transformou na União Europeia e criou a zona Euro, que veio, de algum modo, regularizar este caos, pelo menos na Europa. O euro vingou e hoje é reconhecido como uma moeda confiável. Para espanto de muitos que viram o valor do dólar a cair, cair (atingindo o seu valor mais baixo no Verão de 2008) e o Euro a subir. O que, por outro lado, tem sido péssimo, para as exportações europeias. MAS NÃO PODEMOS QUERER SOL NA EIRA E CHUVA NO NABAL!
Nos EUA Alan Greenspan prolongou o seu mandato como presidente da Federal Reserva durante demasiados anos, para além do razoável. Aconselhou os Presidentes Reagan, Clinton e Bush.
Implementou as normas do neo-liberalisno. Tudo pela liberalização do mercado. Tudo pelo crescimento e concentração das grandes e intocáveis corporações. Mas pouco pelo comércio livre extra-EUA, ou pela abertura das fronteiras americanas aos produtos e aos transportes estrangeiros.
Criou condições para o regresso de Al Capone às reuniões da banca americana!
O mal do capitalismo entre Bretton Woods e Greenspan foi criar um fosso profundo, até dentro dos EUA, entre os magos do liberalismo (formados nas universidades chiques) e o resto da população desprotegida - na Saúde, no Desemprego e na Reforma - quando alguns fundos de pensões foram desviados para outros fins.
Curiosamente, o governo argentino também decidiu nacionalizar, no final de Outubro, os fundos de pensões que valiam 23 mil milhões de euros, provocando o caos nas Bolsas de Buenos Aires e Madrid. QUEM TUDO QUER, TUDO PERDE!
E o mal de Greenspan (admitido pelo próprio) foi não recomendar a regulação de produtos financeiros derivados, como as operações de troca de crédito em incumprimento. Uma ligeira confissão, para o grande mal de que resultou a sua falta de visão à frente do regulador da banca americana. ONDE É QUE EU JÁ OUVI ISTO?
Por outro lado, as classes médias nos EUA e Europa tiveram o seu período áureo entre 1970 e 2007. Agora há que apertar o cinto até que um novo sistema de desenvolvimento económico e financeiro seja aprovado, implementado e comece a dar resultados.
Afinal, um Bretton Woods revisto, actualizado e melhorado, graças ás lições aprendidas com as crises acima descritas. Distribuindo melhor a riqueza produzida a nível global, com os ainda desprotegidos ou subdesenvolvidos. Para que todos os povos possam aspirar a uma vida mediana, desde que estudem e trabalhem. Dá-se uma cana para eles pescarem. Não peixe, para eles não trabalharem! Tanto lá como cá!
Temos que aprender a reequilibrar a tendência para a concentração da riqueza na América do Norte, Europa e Japão, passando a englobar na partilha o resto da Ásia e a América Latina. Mas de fora continua a África! Sabe-se lá por quê?

ACTORES SECUNDÁRIOS
MAS CUIDADO COM OS BRIC: assistindo aos tumultos violentos em Mumbai (em 26 Nov.2008), de autêntica xenofobia, seja entre muçulmanos e indus, seja contra os ocidentais, reconheço que a ÍNDIA não tem ainda condições internas nem externas para se qualificar como G20 - isto é, como uma potência líder da nova ordem económica em estudo.
TAMBÉM TENHO ALGUMAS IDEIAS PARA ACELERAR A MUDANÇA DO CAOS PARA A ESTABILIDADE. Mas ficam para uma próxima oportunidade.
E quanto à RÚSSIA, há que esclarecer e dominar as máfias que hoje dirigem as grandes corporações produtivas. Ainda há semanas, a agência de notação de risco Standard & Poor's reviu o índice da dívida pública de longo prazo de estável para negativo. Em causa a recente operação de salvamento de vários bancos russos, quando a crise internacional eclodiu em Setembro/Outubro. É MELHOR PÔR AS BARBAS DE MOLHO ... CÁ CHEGA TUDO ATRASADO.

II - A CRISE E O CIDADÃO:
ORDEM GERAL PARA CORTAR DESPESAS SUPÉRFLUAS
Quero, porém, aprofundar a relação da actual crise global sobre o previsível abrandamento da actividade turística, incluindo a aviação, alojamentos, restauração, animação, e os restantes transportes internacionais e locais.
Com a chegada de qualquer crise, as famílias, empresas e governos começam a cortar nos encargos correntes, projectos, investimentos e até nos benefícios e salários.
Por onde? Se possível começam nas chamadas despesas supérfluas. Ou seja, no lazer, desporto, diversões, viagens, férias (em vez de irem para o exterior ficam no país - o que nem é negativo para a captação de divisas provenientes do turismo receptivo e das exportações; usam casa ou quartos alugados em vez de hotel, campismo em vez de pensões, ou ficam nas residências fazendo idas à praia ou ao campo, dia sim, dia não). As famílias cortam também nas refeições fora, afectando a restauração; dispensam vestuário de marcas em moda, tratamentos de bem-estar, investimentos, projectos e até nas escolas dos filhos e no apoio aos idosos. Há gerações egoístas!
Por tudo isto, as várias variantes de empresas turísticas são sempre das primeiras a ser afectadas por uma crise internacional!

AS "NOVAS" EM TEMPO REAL
Até à introdução da TV nos hábitos populares (anos 50/60), havia um reduzido número de portugueses com acesso à informação. Nas vilas e bairros, o jornal encontrava-se na farmácia, barbeiro ou leitarias (havia poucos cafés ou restaurantes ... coisas que se viam nos filmes estrangeiros). Nem havia dinheiro para se comprar o jornal!
Hoje, a TV dá-nos imagens das boas e más notícias na hora. E há um crescente número de concidadãos a ler a imprensa, navegar na internet, contactar por telemóvel, sempre com acesso às últimas notícias, por vezes em tempo real.
Desde Julho passado as notícias intensificaram os sinais negativos da crise externa, acima referidos, apesar de desdramatizadas pelo governo, que assegurava isolamento a qualquer contágio.
Numa semana de Novembro de 2008, fiz a seguinte recolha de recortes ad hoc:
"Banca já desvalorizou, em média, mais de 50% este ano - acções do BCP a 80 cêntimos, da Sonae SGPS a 48, e da Teixeira Duarte a 72";
"Norte é a segunda região europeia com mais despedimentos colectivos - em seis anos sofreu 60 reestruturações e perdeu 17500 postos de trabalho";
"Em seis meses, as famílias pagaram um aumento de 1,2 milhões de euros em juros sobre dívidas à banca - 2,1 milhões de famílias precisam de dois anos de salários para pagar à banca";
"Em 2008 famílias perderam 10 mil milhões de euros em bolsa - cerca de 6% do PIB"; "Défice cai devido a receitas extras no valor de 1000 milhões de euros - expediente já usado por Ferreira Leite nas Finanças"; e
"Mais de 30 mil empregos jovens extintos num ano - taxa de desemprego é maior entre licenciados".
Não avanço mais para não desmoralizar o leitor. Mas a imprensa não tem escondido os sinais evidentes da crise chegada a Portugal.
Estamos ou não em recessão? AVISO: Já não se acredita em quem disser que não!

FALÊNCIAS E INTERVENÇÕES DE EMERGÊNCIA
Os mais optimistas não gostam de lembrar certos factos, entre eles a cronologia das falências de bancos e outras instituições de crédito, mas é uma informação capital, que passo a registar:
Set. 2007 - NORTHERN ROCK Bank - UK - falido e intervencionado com apoio oficial.
Set. 2007 - COUNTRYSIDE HOME LOANS - EUA - o primeiro caso de títulos sub-prime.
Out. 2007 - BEAR & STEARNS Invest Bank - EUA - falido.
Jul. 2008 - FANNY MAE & FREDDIE MAC LOANS - EUA - falidos e intervencionados. O crédito malparado nos EUA atingiu um aumento de 71% no terceiro trimestre de 2008, provocando nava descida no preço das casas.
Jul. 2008 - Imobiliaria MARTINSA-FADESA - Espanha - falida. Não há notícias concretas sobre as dificuldades correntes na banca em Espanha, mas a Associação das Caixas de Poupança admitiu à C. Social, que muitos bancos procuram operações de fusão, para ultrapassar a crise.
Set. 2008 - LEHMAN BROTHERS Invest Bank - EUA - falido - rede europeia vendida ao
Barclays UK e rede americana ao japonês Nomura.
Set. 2008 - HSBC - UK - intervencionado pelo Banco de Inglaterra.
Set. 2008 - CITY GROUP BANK - EUA - parcialmente salvo por Fundo do Abu Dhabi;
entretanto despediu, numa primeira fase, 15.000 funcionários e, em Novembro,
anunciou a dispensa gradual de mais 50 mil (ficando com "apenas" 300 mil) e pediu
mais apoio à Federal Reserve. NOTA: Os EUA aparentam ser um Estado à beira da
banca-rota, pois estão a acudir, em simultâneo, a graves crises em sectores
estratégicos: imobiliário, banca, bolsa, seguros, indústrias automóvel,
electrónica, aviação, comércio, etc. O secretário do Tesouro Paulsen, à beira de
ser substituído em 20 de Janeiro 2009 pela Administração Obama, veio pedir a 25
Nov. outro pacote de emergência de 800 mil milhões de dólares (superior ao
primeiro no valor de 700 mil milhões, que nunca mais ninguèm soube quais foram os
beneficiários?) para acudir a estes novos pedidos de apoio. Será caso para fazer
auditorias credíveis ao destino de tanto dinheiro?
Set. 2008 - MERRILL LYNCH Invest Bank - EUA- transformado em banco comercial.
Set. 2008 - MORGAN STANLEY Invest Bank - EUA - salvo pelo banco Mitsubishi e
transformado em banco comercial para receber depósitos.
Set. 2008 - AIG - EUA - maior seguradora multinacional. Nacionalizada.
Set. 2008 - WACHOVIA Bank - EUA - salvo pelo Wells Fargo Bank.
Set. 2008 - WASHINGTON MUTUAL (WAMU)Bank - EUA - salvo por fundos estrangeiros.
Set. 2008 - FORTIS - Banco da Flandres no Benelux - salvo pelos três governos e
respectiva banca.
Set. 2008 - BRADFORD & BINGLEY - UK - nacionalizado.
Set. 2008 - DEXIA - banco franco-belga - salvo pelos dois governos e banca.
Set. 2008 - HYPO Bank - Alemanha - salvo pelo governo e banca.
Set. 2008 - BONUSBANKER - Dinamarca - salvo pelos bancos Vestysk e Ringkebling.
Set. 2008 - ROSKILDE Bank - Dinamarca - salvo por consórcio financeiro c com apoio
oficial.
Out. 2008 - GLITNER Bank - Islândia - nacionalizado.
Out. 2008 - GULF Bank - Kuwait - falido com prejuízo de 800 milhões de dólares.
Out. 2008 - BANCOS RUSSOS "salvos" pelo erário público, contribuiram para que o índice da dívida pública da Rússia fosse desclassificado de estável para negativo.
Nov. 2008 - BNP - Portugal - nacionalizado em 2 Nov. 2008, com o apoio da CGD;
estima-se um prejuízo entre 800 e 1500 milhões de euros; mas diz-se que
nem a falência nem a intervenção do governo tiveram a ver com a crise mas,
sim, com gestão danosa e erros de cálculo e excesso de confiança por parte
da entidade supervisora da banca, que ainda hoje assume uma atitude reactiva
e não pro-activa, como qualquer cidadão esperaria. Mas não, pelos vistos, o
Governo de Portugal em 2008! Mas se não fosse a crise, Miguel Cadilhe tinha
um plano para a recuperação viável do grupo SLN. Vendendo activos e
aumentando o capital. Aliás, este facto foi admitido publicamente pelo
governador do BdP.
Nov.2008 - BPP - Portugal - um pequeno banco de investimento que carece de 700 milhões de euros (a 26 Nov.) para satisfazer
compromissos inadiáveis. O BdP tem acompanhado a situação, pois não se
tratando de uma eventual falência ligada à crise mas sim à falta de
confiança da banca internacional na satisfação de pedidos de crédito (por
isso é que o Governo abriu garantias para avalizar essas operações
indispensáveis para a economia lusa - empresas e famílias - poder sobreviver
com os apoios correntes do crédito bancário.
Outra causa desta situação, foi a aposta dos accionistas do BPP no último
aumento de capital do BCP, quando estas acções valem hoje 70 cêntimos (o BCP
desvalorizou mais 66,4% durante este período crítico). Os activos do BPP
sofreram fortemente com este investimento.
Por outro lado, o BPP não é um banco comercial. Portanto, pela sua quota no
sistema de crédito nacional, só tem direito a um aval de 45 milhões de euros.
Mas se o Governo deixasse falir este banco seria péssimo para a imagem do
sistema bancário nacional e para o público em geral, podendo até gerar uma
corrida aos depósitos. Repetindo-se as cenas dramáticas da crise de 1929.
Assim foi anunciada hoje a constituição de um consórcio bancário que vai
emprestar às taxas oficiais, aos accionistas do BPP, os montantes exigidos
para o aumento de capital, de modo a permitir ao BPP satisfazer os
compromissos assumidos. O BdP avaliza esta operação, entrando um seu delegado
para a administração do BPP, para supervisionar tudo!
NOTA 1 - Ora aqui está o que poderia ter sido feito ao BPN, quando surgiram os primeiros rumores das dificuldades e alegadas fraudes cometidas, e depois de uma inspecção e inquérito rápidos. A diferença está que, no caso do BPP, foi a própria administração que colocou o problema a tempo, enquanto no caso do BPN a fraude foi alegadamente cometida pela antepenúltima administração, que escondeu sempre as operações clandestinas através da sua participação "escondida" no Banco Insular de Cabo Verde. Apesar da PGR estar há anos a investigar essa ligação irregular no processo "Furacão", à beira de vias de cessação do prazo legal de investigação.
NOTA 2 - Em Setembro passado, quando começaram a falir mais bancos nos EUA,UK, Europa, etc., surgiu o rumor que havia duas instituições nacionais em apuros mas o Governo veio publicamente desmentir, pelas bocas do PM e MF. Afinal, bastaram 45 dias para tudo se revelar verdadeiro! Viva o direito à informação em Portugal!

INSTITUIÇÕES NO FIO DA NAVALHA
1 - UBS - gigante da banca suíça, com rede mundial.
2 - GOLDMAN SACHS - EUA - o 3.º maior banco de investimento, mudou o ramo para banco
comercial.
3 - BARCLAYS Bank - UK - o governo prometeu apoio ao gigante britânico (a filial
lusa está fora de risco, integrada no sistema nacional).
4 - RBS - ROYAL BANK OF SCOTLAND - UK - intervencionado.
5 - LLOYDS TBS - UK - intervencionado.
6 - HALIFAX BANK - UK - intervencionado; o governo britânico optou por fundir estas
três instituições, cabendo ao Babk of England gerir melhor o apoio concedido.
7 - CAISSE D'ÉPARGNE - França - prejuízo apurado de 700 milhões de euros.
8 - ING - Holanda - apoiado pelo governo de Haia.
9 - UNICREDIT - Itália - sob apoio do governo de Roma.
10 - AMEXCO - EUA - banco do sistema universal de crédito da American Express (o
maior banco do mundo ao serviço do Turismo) optou pelo despedimento de 7000
trabalhadores, para reduzir encargos e tentar superar a crise.
11 - GM, FORD e CHRYSLER - EUA - os três gigantes do ramo automóvel estão à beira da
falência, tendo pedido apoio ao governo de Washington, em pleno processo de
transição
NOTA 1 - A Administração G.W. Bush (conservadora) é a mais fiel seguidora da
teoria da soberania do mercado sobre a economia, mas está aflita com um dilema:
- admitir que este sistema também está a falir, ou
- deixar falir os símbolos do bem-estar americano, e atirar para o desemprego
centenas de milhares de trabalhadores, tornando a crise imparável?
A solução mais provável será injectar centenas de milhões de dólares do erário
público nestes três grupos multinacionais e noutros que entrem em colapso,
racionalizando a produção e controlando assim a iniciativa privada, até com novos
gestores? UMA COISA É CERTA: os EUA já não dispõem de mais dinheiro nos cofres e
vão ter que emitir, com urgência, mais obrigações do Tesouro e colocá-las nas
bolsas internacionais. Vai ser interessante saber quem as vai resgatar e, assim,
injectar dinheiro vivo na aconomia americana?
NOTA 2 - Quando escrevo ACIMA que houve bancos "salvos" significa que, tendo
beneficiado de injecções de capital fresco, dos governos, de fundos, ou de bancos
estrangeiros ou até concorrentes, para adiar a falência ou, eventualmente, para
a evitar, desde que as contas e os prejuízos apurados estejam correctos (o que
nem sempre tem acontecido). Mas só o tempo confirmará!

RESPONSÁVEIS & IRRESPONSÁVEIS
Executivos da banca e da indústria, empresas de notação de rating, auditores e reguladores têm andado distraídos, ou a abusar do seu exagerado poder.
As principais vítimas têm sido investidores populares e médias empresas. Até quando?
Só não se apercebeu do desenvolvimento gradual da crise quem não quis. A comunicação social lusa nunca publicou quadros tão elucidativos como estes dois. Vá lá saber-se por quê?

III - NO TURISMO:
AVIAÇÃO É A MAIOR VÍTIMA
Tratando-se de uma crise proveniente de péssimas práticas financeiras, foram os bancos e quem apostou mais em produtos "tóxicos", as primeiras vítimas desta crise.
Mas as empresas turísticas não ficaram incólumes. E a aviação também enfrentou uma contrariedade adicional e bastante onerosa - a subida do petróleo.
Este clima tem servido, porém, para desculpar algumas condenáveis práticas de "dumping" e concorrência desleal por parte dos executivos da NOVA AVIAÇÂO. Depois queixam-se!
Em 2008 continuou a haver excesso de oferta nos mercados mas não se notou um decréscimo dos fluxos turísticos, pelo menos no primeiro semestre.
E outros efeitos directos da crise ainda não foram detectados para responsabilizar as falências registadas em 2008, ano em que já se somam 25 companhias aéreas e operadores turísticos.
Lembro os casos mais mediáticos:
1 - EOS - Linha aérea britânica exclusivamente para EXECUTIVOS. Tinha uma frota de B757 com capacidade para 40 passageiros em primeira classe. Voava em rotas usadas pela alta finança, com 44 voos por semana. Era um projecto inovador mas acabou por suspender voos em 28 Abril 2008.
2 - MAXJET - Linha aérea britânica também para executivos.
3 - SILVERJET - Idem.
4 - ZOOM AIRLINES - Companhia britânica e canadiana que captava o mercado executivo.
5 - OASIS - Companhia de Hong Kong.
6 - EUROMANX - Companhia das ilhas do Canal da Mancha
7 - ATA - American Trans Airlines - Conceituada empresa americana de segunda linha.
8 - Futura - Companhia espanhola: suspendeu carreiras, passando a fretar os aviões a terceiros.
9 - LTE International Airways - Companhia espanhola que ia começar a voar para Faro em Outº.
10 - XL AIRLINES - Grupo britânico que, com quatro operadores associados, protagonizou a maior falência do ano; suspendeu voos e vendas em 12 de Setembro de 2008, afectando 1200 trabalhadores directos, mais de 230 mil clientes com bilhetes ou reservas para voos a sair até Novembro; e milhares de trabalhadores de hotéis, restaurantes e agências receptivas em 50 destinos servidos pela sua frota de 21 aviões. Estava a renegociar a linha de crédito com o banco Lehman Brothers, quando este também já estava à beira da falência. Para Portugal tinha voado 80 mil passageiros em 2007 e havia cerca de 700 no Algarve, quando da suspensão de voos.
A XL arrastou na falência 11 empresas:
11 - THE REALLY GREAT HOLIDAY COMPANY (operador);
12 - FREEDOM FLIGHTS (operador);
13 - KOSMAR HOLIDAYS (operador);
14 - SPIRE HOLIDAYS (operador);
15 - XL HOLIDAYS (distribuidora);
16 - XL.COM (OTA - Online Travel Agency);
17 - EXCEL AVIATION (brokers);
18 - FREEDOM AVIATION (airfield handling);
19 - EXPLORER HOUSE (catering);
20 - MEDCLIFF HOTELS (hotelaria);
21 - TRAVEL CITY FLIGHTS (charters).
22 - ASTRAEUS - Companhia britânica com voos para a Terra Nova e Cabo Verde - suspendeu voos em 21 Out. 2008
23 - STERLING AIRWAYS - Antiga companhia dinamarquesa vendida a magnatas islandeses, os quais, com a crise naquele país, suspenderam voos em 30 de Outubro, incluindo Algarve e Madeira (onde deixou 600 passageiros sem transporte).
24 - VOYAGES WASTEELS - rede de agências de viagens europeia, sediada em França, suspendeu actividades em 17 Out. 2008, devido a não ter sido possível renegociar a linha de crédito que tinha junto do banco americano Lehman Brothers. A filial portuguesa da Wasteels continua a funcionar, pois é uma empresa independente. As especialidades deste rede eram viagens ferroviárias e de estudantes.
25 - PALME VIAGENS - A única agência de viagens portuguesa apanhada neste turbilhão, mas que já vinha sofrendo dificuldades. Fundada em 1994 estava associada a uma rede de empreendimentos de time-share. Trabalhava essencialmente para os titulares de fracções poderem gozar as semanas de férias nos alojamentos da rede. Não se pode atribuir a falência totalmente à crise mas climas destes não favorecem investimentos em lazer e o time-share sem novos aderentes com capital fresco fica fragilizado. Suspendeu a actividade das três empresas (Palme Viagens, Palme Cartões e Palme Hotéis) em 12 de Setembro. A crise terá sido a gota de água ...

OUTRAS DIFICULDADES
1 - ALITALIA - a privatização decidida pelo Governo italiano tem sido muito problemática. O grupo AF/KL desistiu de entrar no capital por causa das exigências dos sindicatos. O grupo Lufthansa idem. A Air One (italiana) idem. O governo interveio então, no Verão passado, pedindo aos bancos para colaborar na recuperação do maior grupo aéreo italiano (que entretanto abriu falência e suspendeu voos para Portugal), formando-se um consórcio com base na Air One, sob a sigla CAI (Companhia de Aviação Italiana). Mas o plano de recuperação foi, mais uma vez, recusado pelos sindicatos. Na primeira semana de Novembro 2008, mesmo no final do prazo fixado pelo Governo, os sindicatos assinaram finalmente o novo acordo de trabalho. Resta saber se acabaram as greves e reivindicações? E se o plano consegue lançar a Alitalia II.
2 - SKY EUROPE, low-cost da Eslováquia, anunciou em Outubro procurar um novo investidor, exigência do investidor inicial que precisa de apoio externo para suportar os encargos dos 25 aviões para 41 destinos nas Bacias Mediterrânica e Atlântica (incluindo Portugal).
3 - CLICKAIR e VUELLING - low-cost espanholas, respectivamente da Ibéria e de investidores privados da Catalunha - decidiram fundir-se para sobreviver. Voam para Portugal com sucesso (e devido às tarifas baixas facilitaram as viagens entre Lisboa e Porto para Madrid e Barcelona). Com o apoio logístico, técnico e comercial da Iberia, é um bom projecto. A união faz a força. Exemplo a seguir por outras empresas, incluindo algumas lusas. A bom entendedor ... Se a iniciativa privada não mostrou interesse, desde 1990, para exigir a privatização da companhia pública, resta a esta agregar as que mostrem dificuldades. Aliás, a PGA foi vendida a uma empresa pública. E como se chama a isto?

IV - OUTRO FILME AMERICANO:
A ESPERANÇA EM BARAK OBAMA
A NTA - National Tour Association dos EUA - foi a primeira organização a convocar um grupo de 20 parceiros do sector (operadores de pacotes de férias e de viagens especializadas, alojamentos geridos pela indústria da hospitalidade, aviação, cruzeiros, transportes terrestres) para elaborar uma proposta a apresentar ao novo Presidente Obama antes da tomada de posse a 20 de Janeiro.
O argumento para este trabalho é que o Turismo injecta anualmente na economia americana 700 mil milhões de dólares e que, portanto, deve ser o embrião estratégico para a recuperação económica. Além disso, para a NTA o Turismo é o sector que cria nos EUA mais emprego, mais receitas, mais impostos, e mais oportunidades. Basta ver a frágil situação de outros sectores industriais.
Para a imprensa progressista dos EUA, fortalecida pela vitória do candidato democrata, também há novas oportunidades para a expansão do Turismo.
Sabem quais são? Definir as novas experiências do Turismo Criativo; impulsionar as viagens de executivos e profissionais com novas normas; racionalizar os impostos sobre viagens e turismo, de modo a financiar projectos de relevância social; apostar no turismo homossexual e na aprovação de casamentos do mesmo sexo por mais Estados; e apoiar propostas da TIA - Travel Industry Association, na recente convenção da Indústria da Hospitalidade em Filadélfia.
A 16 de Dezembro terá lugar a reunião do grupo de trabalho NTA com congressistas, em Washington, cabendo aos participantes a aprovação do documento final a apresentar ao novo Presidente dos EUA. Fico aguardando para saber o que Obama pensa e vai fazer em prol do Turismo?

RECADO OPTIMISTA DO WTTC
Jean-Claude Baumgarten, presidente do WTTC - World Travel & Tourism Council, também falou no Global Economic Forum, no recente WTM em Londres, com a ambição de atrair líderes de todos os ramos da economia para as oportunidades abertas no Turismo.
Disse que, pela sua vasta experiência em relação a outras crises globais, o Turismo é um dos primeiros sectores a ultrapassar as adversidades cíclicas, acabando sempre por sair reforçado de uma crise!
Por isso, antevê, desde já, que com a inevitável recuperação, as empresas turísticas não tenham capacidade inicial para satisfazer o aumento exponencial da procura. Sendo aconselhável que se preparem bem para esta previsão.
Aliás, para Baumgarten, a maior dificuldade será reequilibrar a oferta face aos novos parâmetros da procura. Pois o mundo será diferente do actual. Mais próspero e com a riqueza produzida mais distribuída. Nesse aspecto, a admissão dos BRIC no G-20 é um passo muito importante. Países como o Brasil vão ser potências mundiais do Turismo.
O WTTC vai realizar em 2009 a sua cimeira em Florianópolis, no Estado de Santa Catarina (actualmente penalizado com graves inundações e destruição de infra-estruturas, propondo-se o WTTC levar algumas centenas de investidores estrangeiros a estudar in loco as oportunidades de diversificação.
E Baumgarten deixou um apelo final dirigido aos governos e aos privados: para cooperaram mais e articularem melhor os projectos. Aos governos compete não penalizar o sector com crescentes impostos, de modo a estimular a procura, pois o Turismo é, igualmente, um factor de alívio da pobreza que ainda prolifera em vastas zonas dos BRIC.
NOTA - Pessoalmente ainda não me habituei à ideia de ver o Brasil, Rússia, China e Índia a liderar as cimeiras globais, quando ainda não têm condições para absorver a mão de obra barata que "exportam" para países como ... Portugal!
Mas algum economista social, talvez da Universidade Católica, me possa explicar?

SUGESTÕES MIL: BOAS PARA RELEMBRAR
As empresas consultoras são uma fonte ideal para, com os seus estudos imparciais, aconselharem governos e empresas a tomar medidas de mudança que possam eliminar a crise e lançar os alicerces para novo período de abastança e desenvolvimento global mais sustentado.
Tharwat Abouraya, presidente da Travel Business CPR dos EUA, consultor da TIA . Travel Industry Association, apresenta um curioso (mas já conhecido) conjunto de medidas para as empresas continuarem a funcionar durante a crise.
São elas:
1 - aumentar a receita (o maior desejo de todo o executivo);
2 - continuar a investir (um vício tão forte como nos casinos, aliás já chamam a esta crise a da "economia dos casinos" devido à especulação ter sido responsável por demasiadas operações de alto risco);
3 - continuar a anunciar e a promover (podemos ver que a banca nacional já respondeu a este apelo - a toda a hora vimos na TV e em outdoors, mensagens a incutir confiança nos grupos bancários);
3 - mudar o conceito de transacção para o de relacionamento comercial (quando o turismo era personalizado fazia sentido, agora com a "intermediação" dos computadores passou a ser tudo virtual, processado por "files", códigos,paynet,etc.;
4 - personalizar todas as mensagens expedidas pelo pessoal nas suas propostas comerciais (este é o ABC de qualquer empresa que queira vender serviços ou produtos);
5 - reforçar a imagem (boa ideia, também conhecida. Mas quanto custa? Em tempo de crédito curto? Não queremos arranjar mais dívidas, como um certo restaurante de Lisboa que comprou uma página da lista amarela e depois náo conseguiu pagar ...);
6 - reforçar na website o conceito de especialistas num ou dois (não mais) núcleos dominantes do negócio (boa ideia, mas como se pode dizer ao cliente que quer comprar o programa XPTO, que não presta e que o TOXP é que é bom? Ideia boa mas em regime de exclusividade de representação de cadeias hoteleiras, cruzeiros e voos, com contrapartidas. Mas o que é delas? O Turismo deve ser a única actividade que eliminou a comissão!);
7 - impulsionar programas com vantagens para os clientes recomendarem outros clientes (o chamado "boca-a-boca" é bom, mas se não for o próprio vendedor a procurar quem lhe vai fazer a compra maior para nesse mês poder pagar as suas despesas, os outros não vão mexer uma palha!);
8 - aprofundar representações e contratos com um fornecedor de cada ramo dos serviços especializados que se pretende dispensar aos clientes - apenas uma linha de cruzeiros, uma marca de programas de férias, uma cadeia hoteleira, etc. (tema já tratado no ponto 6);
9 - recrutar vendedores em tempo parcial e a trabalhar por conta própria, pagos à comissão (boa ideia, também mencionada no ponto 6); e
10 - Garantir que a receita é superior aos encargos. Caso contrário: reduza as despesas (outra do ABC do empreendedor americano ou português).
Entre outras funções, do CV de Tharwat Abouraya constam: destaco as de VP da AAA - American Automobile Association e VP da American Express (bons cartões de visita).

COM CRISE INSTALADA:
HÁ QUE TRABALHAR MAIS ...
Alex Kyriakidis, parceiro global da Deloitte Tourism Consultants, comenta: O mundo assiste a uma fase de intenso abrandamento económico, que afecta países europeus, mas mais uns que outros. A taxa de ocupação nos hotéis está a baixar na maior parte das cidades e os preços médios dos quartos seguem esse padrão.
É impossível prever o final desta recessão mundial. Os hoteleiros devem centrar-se mais do que nunca na relação qualidade-preço. É previsível uma canabalização entre os diversos segmentos da oferta, com os hóspedes a avaliarem com maior rigor os seus orçamentos de viagens.
No recente relatório do 3.º trimestre, a Deloitte confirma que o desempenho RevPar foi variável e que a hotelaria em Lisboa teve uma taxa de ocupação abaixo da média europeia: 65,1% e 67,8% respectivamente.
Lisboa também revela um baixo preço médio por quarto (97 euros) mas Berlim tem 88 euros e Varsóvia 96 euros. Na Europa, o RevPar médio baixou durante quatro meses consecutivos, estimando-se que a tendência prossiga até ao final do ano.
O investimento na hotelaria diminuiu para cerca de 5 mil milhões de euros na Europa. A Turquia, Rússia e novos países das ex-repúblicas soviéticas atraem agora os mais elevados investimentos hoteleiros. O interesse dos investidores desloca-se para Leste!
NOTA - Em Portugal ainda não há reacções. Devem surgir no 34º Congresso da Apavt, em Macau, de 30 de Novembro a 5 de Dezembro. Com tantos problemas a afectar a Ordem Económica existente e, por tabela o Turismo, a principal preocupação dos empresários lusos aponta para a extinção do PEC - Pagamento Especial por Conta, como medida urgente para o combate à crise!
Mas que se saiba não consta de qualquer das frequentes medidas avulsas anunciadas pelo PM e pelo MF, nas últimas semanas. Portanto, governo e empresas, apesar da calmaria nos OCS, continuam a operar de costas voltadas. O Turismo só é importante no Dia Mundial do Turismo e nas inaugurações com corte de fita.
Tal como na China: Um País: dois sistemas e dois discursos!

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