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TURISCÓPIO-EXTRA (2009/01/05) (19018 caract.
Preparação para a batalha contra a crise
Humberto Ferreira
1 - A CRISE REQUER MAIS ACÇÕES E MENOS RETÓRICA
Como o PM já não pode esconder mais a crise e a recessão - admitida em 7 de Janeiro pelo regulador da banca - continuamos a ser bombardeados com os mais curiosos palpites sobre os efeitos deste vendaval económico, financeiro, social e político.
Uns dizem para não se alarmar o povo - como se eles também não fizessem parte do povo (devem pensar que ainda vivemos na era da nobreza, clero e povo?).
Outros aconselham a que o governo e BdP digam toda a verdade ao povo. Então haviam de mentir?
E os mais cínicos dizem que as crises produzem sempre "grandes oportunidades" para os mais inteligentes e mais aplicados ao trabalho e aos negócios! Esquecendo que o mal é esse.
À medida que a crise se acentuar, cresce o desemprego. E não há empreendedor que resista! Nem empresário que possa pagar os salários do pessoal sem nada para fabricar, vender ou projectar!
O regulador da banca até veio ensinar o Padre Nosso ao Vigário. Aconselhando os empresários a tratar dos negócios, como se nada de anormal se passasse, aproveitando para reequipar as fábricas e laboratórios, para modernizar a estrutura, para formar o pessoal com técnicas mais avançadas, para pesquisar novas oportunidades, criar novos serviços e inventar novos produtos. Só faltou dizer quem paga os salários e impostos? Que Sócrates teima em não baixar. As empresas, sujeitas à situação negativa do mercado, sim. Essas devem baixar os preços e vender abaixo dos custos, mas o governo não. Cada dia é multar mais e sacar receitas extras. Nas estradas, no fisco, na criação de novas entidades. O Estado português voltou a ser o grande Polvo neste início do século XXI.
2 - CRISE EXIGE CRIATIVIDADE
Ainda não ouvi uma sugestão sobre a melhor forma dos portugueses - nos mais variados escalões activos - combaterem e ultrapassarem este vendaval.
Ando há 55 anos a escrever em publicações portuguesas, britânicas e brasileiras, sempre com uma forte tónica de critica aos múltiplos erros cometidos por políticos e privados. Especialmente os mais incapazes de se portar à altura das respectivas responsabilidades conjunturais e estruturais. Mas, quem me conhece, sabe também que avanço sempre com sugestões alternativas e exemplos de outros países e áreas com situações e soluções capazes de enfrentar melhor a adversidade. Não invento. Estudo, actualizo-me, analiso, comparo, escrevo e contribuo para melhorar erros e medidas infelizes!
Por isso, hoje, cumpro mais uma vez, este dever cívico de avançar com uma receita alternativa para a crise, dirigida ao governo e às associações empresariais - às quais compete também alertar e aconselhar os empresários.
Os trabalhadores também podem aproveitar esta tentativa, retribuindo o "feed-back" resultante da sua experiência e das suas capacidades práticas, ou mostrando, pelo menos, a essencial receptividade para se melhorar e aplicar este plano.
Toda a nossa criatividade colectiva somada não é demais para esta tarefa ciclópica, que não pode ficar entregue apenas nas mãos de um homem teimoso q.b.!
3 - SOLUÇÃO DEVE SER COLECTIVA
Mas neste caso, Sócrates tem monopolizado todo o protagonismo, tentando surgir como um Messias, com propostas e medidas geniais, imbatíveis, insubstituíveis, inflexíveis e garantidas pela sua intuição e pelos conhecimentos da sua equipa de "yes-men".
É nos tempos de crise que se justificam os governos de coligação e de salvação nacional.
Sócrates prefere trazer à TV, quase todos os dias, medidas avulsas de apoio aos bancos, às fábricas auto, Quimonda e minas de Aljustrel, assim como empréstimos pessoais ao funcionalismo que se declare falido. E tem na manga, neste inicio de Janeiro, mais medidas para os sectores agrícola, emprego (salários?), etc.
Por enquanto o PM só se recusa a apoiar o Futebol com mais verbas.
Mas foi ele, como ministro da tutela do Desporto, que apresentou e lançou o Euro1998 e os 10 estádios - dos quais o do Boavista está penhorado; os de Aveiro, Leiria e Faro estão às moscas, pesando nos orçamentos dos respectivos municípios; e os do SLB e SCP estão a ser alvo de investigações do Tribunal de Contas. Restam os de Coimbra, Dragão, Afonso Henriques e Braga.
Quem de 10 tira quatro sobram seis em apuros! Mas destes pequenos detalhes até os jornalistas se esquecem. Talvez os Gatos Fedorentos lhe peguem!
Isto para dizer, que os investimentos públicos , por vezes, custam mais do que aquilo que valem. Olhem os sócios do Boavista estão contentes porque ninguém foi á praça pública licitar o estádio do Bessa, no centro do Porto. Possivelmente, o investimento nem justifica demolir para construir um condomínio fechado, numa época que a crise tem por imagem o excesso da oferta imobiliária!
Portanto, cuidado com o excesso de investimentos em elefantes brancos. Já temos de sobra!
Todas as sugestões, propostas, opções e planos devem ser avaliados por um núcleo multi-partidário com gestores de estratégia e consultores conceituados (o problema é encontrá-los?).
Por outro lado, remendos não solucionam as causas desta crise, nem levam a invenções históricas - como a do Ford T, nos anos 30, um dos instrumentos da New Deal do Presidente Roosevelt para afastar a longa depressão da época.
E convém relembrar aos esquecidos, que génios em Portugal, ultimamente, só têm aparecido no futebol. E mesmo esses pouco fazem sem uma equipa conivente e colaborante. Ponto final!
4 - DIAGNÓSTICO DAS BOLHAS DE ALTO RISCO
Voltando ao plano luso para encontrar saídas para a crise. Em primeiro lugar, haverá actividades mais difíceis de recuperar que outras. E, nestes casos, não se esperem milagres. Há que cortar a direito.
Por exemplo, a IMOBILIÁRIA vive em crise há pelo menos oito/nove anos. Há mais oferta por vender que capacidade de compra normal. De Norte a Sul do País há centenas de milhares de fogos por vender. Construídos antes de declarada a crise global. Só com a sua ultrapassagem, poderão os bancos, empreiteiros e promotores imobiliários recuperar parte do prejuízo, entretanto, consumido em juros dos empréstimos contraídos e por pagar!
Há mais de oito anos que ando a perguntar aos meus amigos que entendem mais de juros, dividendos e investimentos: qual é a perspicácia dos banqueiros que emprestam somas consideráveis aos construtores e promotores imobiliários, quando o mercado demora entre três e oito anos a absorver esses investimentos?
Cada ano que uma loja, vivenda ou apartamento demora sem ser vendido, aumentam os juros e falta capital para novos negócios.
Mas, enfim, quem sou eu, para duvidar dos banqueiros?
Só que, afinal, eu tinha razão. Nem os banqueiros são todos pessoas de bem, nem tão-pouco sabem ainda dominar bem a fundamental prudência exigida na sua área de negócio.
Basta avaliar os buracos financeiros detectados em tantas instituições bancárias e de crédito hipotecário, por esse mundo fora, devido a financiamentos de alto risco, não apenas na bolha do imobiliário, mas nas múltiplas bolhas nas bolsas e nos fundos de engenharia financeira duvidosa (sub-prime e outros)!
A classe que saiu em 2008 menos prestigiada à escala mundial, foi a dos banqueiros e bancários! E Portugal, infelizmente, não foi excepção, não obstante a tentativa de branqueamento inicial, lançada por Sócrates & Santos desde Junho de 2008. Comparável à queda dos banqueiros em 2008, só os políticos em Portugal, nos Estados Unidos, em Espanha, na Islàndia, etc.
E os próprios bancários não escapam, pois não só cumpriram irresponsavelmente esquemas e directivas incríveis de alto risco, como ajudaram a ludibriar vastos milhares de depositantes, desviando as respectivas poupanças para aplicação em produtos altamente duvidosos.
Nota negativa para ambos os escalões desta outrora conceituada profissão e para as próprias instituições! Pois, quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele!
5 - POUPAR E DEPOSITAR A FAVOR DE ESPECULADORES?
Chegam-nos, entretanto, as vozes autorizadas de experientes analistas e do governador do BdP, a aconselhar os portugueses a poupar mais! Pergunto: para quê? Só se for para arranjar liquidez para os maiores especuladores de cada praça (e tanto podem ser os de Lisboa como de Pequim ou da Qatar) tentarem fazer grandes negócios "overnight" ou aceitar promissórias de papeis desconhecidos, emitidos pelos chamados bancos de investimentos que rebentam todos os dias por esse planeta fora!
O afastamento do hábito de poupar deriva da baixa do pagamento de juros pelos bancos aos seus depositantes! Esta é que é a verdade, senhores Ministros, banqueiros e economistas!
É evidente que todo o mundo sofre esta crise. E ainda não sei se começou nos EUA, Reino Unido ou Espanha? Os primeiros bancos a abanarem foram em Espanha, aliás construtoras e bancos têm vivido desde 2005 em dificuldades "encapotadas" pelo forte crescimento do PIB, graças a outros negócios mais viáveis. Seguiu-se, no Reino Unido, o Northern Rock, falido em Setembro 2007 e quase ignorado em Portugal (era muito longe!). Enquanto o primeiro banco americano a falir foi o Lehman Brothers em Setembro 2008, já depois da crise dos papéis negociados para financiar compra de casas sobre-avaliadas sem rei nem roque!
É evidente que a crise do sub-prime nos EUA (produtos financeiros de refinanciamento sucessivo de dívidas e empréstimos duvidosos) emergiu em Agosto 2007, com a intervenção da Reserva Federal em instituições de crédito hipotecário. E grande nau, grande tormenta. Por isso, quando o governador da Fed espirra, os governadores dos bancos centrais na Europa, Ásia e África apanham uma gripe!
Uma coisa é certa, a crise é universal, caindo na Rússia, Japão, China, Índia, Brasil, Médio Oriente e até a Islândia - outro país nórdico à imagem do sucesso dos governos sociais-democratas, foi o primeiro Estado a declarar falência.
6 - PRIORIDADES ORGANIZADAS EM CLUSTERS
Em Portugal, há portanto que seleccionar os pontos mais fortes da economia lusa, na presente conjuntura, melhorá-los, apoiá-los, divulgá-los e aplicá-los por todos os canais.
O que temos de melhor e que os estrangeiros apreciam mais e continuem dispostos a pagar com justo valor?
1 - Moldes de plástico; 2- tecnologia e soluções de software; 3 - têxteis-lar e tapetes de artesanato (Arraiolos, Portalegre, etc.); 4 - papéis diversos (sem esquecer o catálogo Renova); 5 - cristais, vidraria e porcelanas (tipo Vista Alegre); 6 - Arte (investimentos em arte são um bom refúgio para épocas de crise e, graças à colecção Berardo, Lisboa está no roteiro europeu da arte moderna); 7 - mobiliário e decoração interior; 8 - moda (alta costura e pronto-a-vestir - embora faltem marcas fortes e sobrem estilistas vaidosos); 9 - calçado; 10 - instrumentos musicais; 11 - canoas de competição (Nelo); 12 - vinhos (as revistas internacionais descobriram em 2007 a alta qualidade dos nosso vinhos, mas não há meia dúzia de marcas que se imponham num mercado tão volátil e agressivo); 13 - frutas (incluindo banana da Madeira e ananás dos Açores), mais mimos agrícolas e outros produtos alimentares (muito procurados pela diáspora); 14 - máquinas de precisão (?); 15 - componentes para autos e aviões (duas actividades mais afectadas nesta crise?); 16 - empreitadas de obras públicas internas e externas (a sofrer também abrandamento); 17 - aero-geradores eólicos (sob escassez de financiamentos bancários?); 18 - mármores, pavimentos, azulejos e materiais de construção (bom seria se a imobiliária não tivesse sido a origem da crise); 19 - transportes rodoviários (entretanto, perdemos o estatuto do ranking que, por tradição e vocação, nos competia na marinha mercante, construção naval e aviação de carga); e 20 -... turismo receptivo!
Haverá outras áreas com potencial semelhante, mas nem o espaço nem o tempo permitiu pesquisar mais. Nos anos 60 exportavamos pasta de papel, celulose e cartão; conservas e frutos secos; vinho a granel; barrotes para as minas europeias; ciclomotores para África; confecções; até fósforos. Vinham navios aos portos de Portimão, Setúbal, Lisboa e Leixões, carregar partidas destas mercadorias made in Portugal. Perdemos esses mercados. Hoje, exportamos combustíveis refinados, alguma energia excedente e autos em draw-back. Por isso creio que esta lista de 20 opções já é uma rica selecção da nata do nosso PIB.
Importa, agora, recolher e escalonar as nossas vantagens competitivas em cada cluster, e desencadear acções de promoção externa, sempre integradas. Creio que o Turismo receptivo é, entre os 20, o cluster com maior potencial.
O dinheiro não se sumiu pelo cano. Alguém tem ganho muitos milhões, que precisam de ser gastos onde encontrarem propostas mais atraentes? Viagens, colecções de arte, energias renováveis e bancos em saldo!
É verdade, importa, também que a sociedade civil contribua com a sua parte. Como? Formalizando, por exemplo, a organização económica em clusters de actividades paralelas ou complementares. Não esperem pelos subsídios do governo para se organizar. Senão vão continuar a ficar sujeitos aos caprichos dos vários governos que ganhem o poder, em eleições cada vez menos participadas! Chegou a hora da sociedade civil dar o grito de Ypiranga! E mandar alguns recados fortes ao governo, para lhe poder exigir, em troca, medidas concretas e consensuais. Não acções de caridadezinha! Estamos entendidos?
7 - LOBI ANTITURISMO
Continua muito activo. Estou a escrever outra peça aprofundando este polémico tema real.
Parece que fica mal à elite política e cultural, admitir que o Turismo é uma vocação lusa maior que a marítima - praticamente abandonada, tanto na pesca, como no transporte marítimo e até no desporto.
Vemos as marinas cheias de embarcações de recreio, mas muitas são de estrangeiros, pois as nacionais raramente partem para o mar. Servem para "marcar" o status dos seus proprietários, pouco mais!
Conheço economistas que teimam em dizer-me que o Turismo não contribui para o PIB, pois gasta mais divisas do que aquelas que recolhe. Esquecem o turismo receptivo, criticando as viagens de portugueses ao exterior!
Além de cínicos são invejosos e nada rigorosos. Manipulando as estatísticas. Também ficam na mesma foto menor dos banqueiros e bancários em 2008.
E o governo não esclarece o público. Os titulares da pasta (SET) têm cada vez menos competências. O ministro da Economia e Inovação pretende controlar e protagonizar tudo!
É o tal que deveria, agora, contribuir com um estudo (melhor mas semelhante a este) para tentar resolver a crise! Está quieto!
Mas ouvi ao PR, na mensagem do Ano Novo, falar, finalmente, do potencial do nosso Turismo. Aleluia!
Quando fui tomar pequeno-almoço com ele a São Bento (era PM) e lhe perguntei: qual em sua opinião a actividade económica com maior potencial de expansão e contributo para o PIB? Hesitou e depois avançou com duas hipóteses: a pesca e o comércio internacional - leia-se exportações. Mencionou a pesca, talvez devido à sua origem algarvia. Mas mal estaria eu, agora se tivesse seguido este conselho e investido as parcas poupanças na pesca. Nem os pescadores se safam! Quanto mais os amadores!
Mas sendo algarvio e professor de Economia, esqueceu o Turismo. Aliás, no primeiro mandato (1981-85) ficou ele com a pasta do Turismo, despachando com o respectivo SET. Por vezes, quando estava reunido com dirigentes partidários ou algum assessor - a resolver emergências para o tele-jornal - recebia o SET na ante-câmara! No segundo mandato, o SET era seu conhecido e ganhou outro estatuto. Mas também, como professor de Economia, sabia de tudo e não recebia sugestões de ninguém. O Turismo não passava de uma disciplina teórica! Anos perdidos. Tal como agora!
8 - IDENTIFICADOS OS POLOS E OS MEIOS
O Turismo, dizem jornalistas e operadores estrangeiros, é o maior segredo guardado pelos portugueses. A promoção é escassa. A inovação ainda mais rara. A estratégia errada.
Por exemplo, A taxa de ocupação hoteleira no Algarve baixou cerca de 13,1% em 2008, e as vendas também caíram. E o que fizeram os hoteleiros, através das suas associações?
O MAL também é haver associações para todos os gostos e partidos! Depois a manta não chega para proteger todos. Ora a crise é uma boa ocasião para cada um limar as arestas de conflito com os colegas e juntarem-se. A união continua a fazer a força! Ou um por todos e todos por um!
Até aqui, só a UNWTO é que promoveu, no Egipto, uma cimeira de ministros do Turismo, de 23 a 24 de Novembro, de onde saiu uma proposta teórica de "combater a crise através da expansão do Turismo (social?) e da eliminação da pobreza nos países pobres"!
Como? Perguntarão os leitores! Para a Organização Mundial de Turismo basta monitorizar a analisar as tendências macro-económicas do mercado turístico mundial em tempo real, fornecendo informação e permitindo a troca de experiências rápidas com propostas práticas para superar a crise, abrindo e renovando novos canais de distribuição, operação e assistência.
9 - RESUMO
Resumindo, os responsáveis do sector - tanto a nível privado como público - devem unir esforços e lançar nos mercados, com brevidade, produtos adequados à época de crise. Pois ainda há muitas opções a aproveitar nesta área. E não podemos iludir-nos que pode haver mais alguém que, desinteressadamente, trabalhe pelos empresários, trabalhadores, funcionários e desempregados.
Mas mais uma vez, o follow-up desta tentativa de dinamização e alerta do sector para a crise quedou-se nas boas intenções. Mas, pelo menos, já foi um passo. Em Portugal, tanto o ministro, como o SET, e os presidentes das associações têm primado pela estatuto do jogo à defesa.
Não se quedam por aqui as minhas ideias, mas já levo dois dias a alinhavar este texto. Vou publicá-lo no meu blogue, com estas ideias-base:
1 - Identificar as áreas/exportações em que Portugal tem mais vantagens competitivas nas exportações.
2 - Responsabilizar a sociedade civil pelo contributo que devem dar à racionalização das suas confederações e associações, criando uma estrutura técnico-comercial baseada nos clusters associados de Michael Porter, com o objectivo de coordenar a promoção e o lobi associado dos respectivos interesses. É preciso Portugal acompanhar a concorrência e deixar de se isolar em antigas querelas entre empresários e elites.
3 - Elaborar e aprovar um plano estratégico de promoção conjunta, destacando uma actividade como charneira da promoção externa (a meu ver o Turismo Receptivo). Lançando concursos, festivais, torneios, feiras de amostra, e mega-eventos integrados: turismo, desporto, cultura, música popular, gastronomia, vinhos, artesanato, produtos e serviços made in Portugal. Tudo sempre dinamizado pela sociedade civil mas exigindo ao governo a comparticipação devida pelos impostos cobrados e escoados nem sempre de forma transparente! Quem não deve não teme!
Resta repetir que agradeço todos os "inputs" para melhorar este blueprint.
Como reformado, o meu único interesse é melhorar a imagem de Portugal e dos produtos e serviços made in Portugal às escalas externa e interna! Continuo sendo um trabalhador compulsivo mas materialmente desinteressado, ao ponto de querer apenas contribuir para unir os portugueses numa jornada colectiva de combate contra os efeitos das crises global e interna. Obrigado pela vossa atenção. HF
Labels: TURISMO E A CRISE GLOBAL
APRESENTAÇÃO EM POWER-POINT SLIDES:
PORTUGAL MODERNO - VERSÃO TPipHumberto Ferreira
Costumo emocionar-me quando vejo, no estrangeiro, uma apresentação sobre uma iniciativa portuguesa, a actuação de um artista ou de uma equipa desportiva portuguesa, ou a simples bandeira portuguesa ser içada no mastro de um navio, de uma empresa ou num evento internacional! In loco ou mesmo através da TV.
Mas confesso, nunca vi um power-point tão mau COMO O DA IMAGEM DE UM PORTUGAL MODERNO E SUPOSTO LÍDER EM DIVERSAS FRENTES: tecnologia, acessórios de telemóveis, indústria, centros comerciais, moda, calçado, têxteis-lar, turismo (é uma palavra demasiado vasta, englobando férias, pausas, fins de semana, stopovers, congressos, reuniões, exposições. incentivos, excursões, cruzeiros, roteiros temáticos,turismo de saúde, sénior, torneios desportivos, eventos, etc.). Temos que escolher um tema da actualidade e aproveitá-lo da melhor forma possível. Se uma imagem vale mil palavras, até a imagem do Centro Comercial Vasco da Gama no Parque das Nações vale ZERO. Deve ter sido tirada por um dos boys biscateiros ao serviço de certos políticos! O compadrio no seu pior.
A SIMPLICIDADE É A ALMA DO NEGÓCIO
Chamo a uma promoção destas "muita parra e pouca uva!" Tais apresentações promocionais devem ter uma mensagem simples, objectiva e comum. Um slogan. Uma meta. Um trunfo. Uma citação!
E as imagens devem ser as protagonistas do trabalho. Não uma imensa lista de "coisas" e marcas de que ninguém vai mais lembrar-se. Nem eu. Coleccionador impulsivo de informação válida!
A foto com o fato de homem também é péssima. O fato até está mal feito e cai mal no modelo fotografado. Parece obra de fancaria!
Uma apresentação deve ser ao contrário. Escolher uma personagem conhecida por todos. Não o Ronaldo e muito menos o Figo, mas um actor, um político, um escritor, um desportista, de preferência estrangeiro. E dizer em OFF: sabe que fulano, ou fulana tal, veste da marca tal? Ou do estilista tal? E sabe que estas são marcas/estilistas portuguesas?
Enfim, mais um exercício de mau profissionalismo q.b. Chamo a isto MARKETING POLÍTICO ORDINÁRIO!
A ORGANIZAÇÃO AJUDA MUITO
Como alternativas credíveis sugiro duas. MENSAGEM TIPO:
Sabe que em Portugal temos a economia organizada em clusters privados? Textos curtos e seleccionados para cada ocasião, mercado, tema: a moda, o calçado, as máquinas de precisão, as soluções informáticas, os vinhos, os moldes de plástico, as canoas de competição, a indústria automóvel (quais os modelos cá produzidos pela VW?), o artesanato, azulejos, cortiça, tapetes ...
SEMPRE COM IMAGENS APROPRIADAS E EXEMPLOS DE INICIATIVAS QUE DIGAM ALGO DE POSITIVO AOS DESTINATÁRIOS!
E divulgar PRODUTOS lusos colocados em locais públicos no exterior! Esta dos clusters é, por enquanto, mentira, mas também o Orçamento de Estado é mentira e foi promulgado por CS ...
O DESPORTO ALIMENTA A ALMA
Outras apresentações. Uma sobre
Desporto em Portugal: golfe, vela, windsurf, surf, bodyboard, kitesurf, motonáutica, parapent, aviação ultraleve, balonismo, hipismo, futebol, maratonas, ciclismo, automobilismo e motociclismo, etc.
Com imagens criativas e sugestivas dos campeões e ídolos das respectivas modalidades. Cada evento marcado para Portugal, com projecção internacional, dá uma boa apresentação PPS.
Para o
Turismo, podemos divulgar os novos resorts no Algarve, Oeste, Alentejo e Douro, as mais recentes Pousadas e Design Hotels! Os mais mediáticos eventos, galas e programas de animação.
ESCOLHAM ENTRE A VERDADE E AS MENTIRAS
Estas apresentações são para estrangeiros. Não para Portugueses! NÃO ME DIGAM QUE NÃO SABIAM?
MY GOD, why don't they hire A top CONSULTANT? Quem será o génio desta PPS? Basílio? Ou Patrão?
Só acrescento: mais uma oportunidade perdida pela Aicep e pelo TP! Mas, por favor, não esqueçam as medalhas no 10 de Junho para os Boys!
Quem ousa dizer basta, COMO EU, não escolhe o papel de cordeiro nem de yes-man! Escolhe apontar a verdade.
O que nem sequer CS faz! Pois, não sei se notaram, leu a mensagem de Ano Novo, em que apelou à verdade, depois de promulgar o OE 2009 e a Avaliação dos Professores - duas incomensuráveis ficções legislativas!
Estou certo que o tempo comprovará esta minha tese, secundada, aliás, por algumas centenas de milhares de descontentes, cujos ecos têm sido reflectido pelos media! Menos pelo DN!
A nossa moral continua mais baixa. Estamos enterrados no pântano previsto por Guterres! E com PPS destes ninguém nos salva.
Não podemos querer parecer o país que NÃO SOMOS. Não somos o mais avançado da Europa. É MENTIRA! A verdade é que somos o mais pobre e com os cidadãos mais pobres, com mais emprego precário e os salários mais baixos - excepto para altos quadros do Estado - entre os quais o Governador do BdP - gestores públicos, banqueiros e futebolistas! Chega!
Mas somos os mais auto-convencidos! Convencidos que nem somos imunes às crises vindas do exterior!
Gostava, sim, de ter visto uma PPS de que me pudesse orgulhar, sobre as NOVIDADES DOS ÚLTIMOS ANOS que ainda não meteram água. Não isto! Posso enviar a PPS a quem me solicitar - desde que forneçam o respectivo e-mail!
Mas vou continuar a tentar esclarecer todos os amigos que tiverem a paciência de me ler de vez em quando! Com factos e sugestões plausíveis! Obrigado!
----- Original Message -----
From: undisclosed
To: undisclosed recipients:
Sent: Saturday, January 03, 2009 4:21 PM
Subject: FW: FW: Isto é Portugal - levantemos o moral!
Labels: IMAGEM DE PORTUGAL