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Sunday, September 20, 2009

 
ENQUADRAR TVG NA VALIOSA TRADICÃO LUSA NOS TRANSPORTES
MRS FOGE, OU NÃO, AO INTERESSE IMEDIATO DO TGV? INTERESSE GERAL - como diz Sócrates!

O antigo líder do PSD integrou-se, no sábado 19 Setº., na campanha em Coimbra/Figueira da Foz para apoiar MFL e projectar a imagem para o exterior de que o PSD está unido, apesar da actual líder ter ERRADAMENTE afastado Passos Coelho, Miguel Relvas e outros adversários internos, das listas para as legislativas 2009/2013, ao mesmo tempo que foi recuperar algumas MÚMIAS, como Deus Pinheiro, Pacheco Pereira e Santana Lopes (este para a CML - mas também parece andar distraído, enquanto Antº. Costa não se cansa de inaugurar e marcar presença em inaugurações, lançamentos e outros eventos, ele está ausente).

SEGUE O TEXTO DO EXPRESSO EM 19 SET. 2009:

Marcelo Rebelo de Sousa considerou ontem, em Coimbra, que a polémica sobre o TGV que estalou entre Manuela Ferreira Leite e José Sócrates "não afecta" o relacionamento político entre Portugal e a vizinha Espanha.

"Neste momento não afecta o relacionamento entre os dois países. Trata-se de um debate interno no país que, a meu ver, está a demorar tempo demais", afirmou o professor à entrada para um debate promovido pelo PSD sobre "A importância das escolhas nas próximas eleições legislativas".

"Por muito importante que seja há coisas mais importantes no país do que propriamente o TGV. Percebe-se durante dois três dias, agora em 15 dias de campanha discutir o TGV acho um pouco de mais, vale o vale, é um debate interno do país e não afecta as relações internacionais", sublinhou o comentador da RTP.

O antigo líder do PSD considerou ainda que Manuela Ferreira Leite "até fez um elogio aos espanhóis", ao afirmar que "na óptica da política espanhola tem lógica a aposta no TGV, e portanto não é melindrar ou criticar o governo de Madrid ou os espanhóis".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o ponto importante da argumentação da líder social-democrata é saber se o investimento não "é dinheiro a mais para a situação de dívida do país".

"Esse é o debate que temos de fazer, o dinheiro é a mais ou não é a mais, o investimento tem justificação ou não tem justificação", questionou o professor, acrescentando que as derivações que houve depois lhe parecem "menos importantes".

Questionado se há justificação para avançar com o TGV, Marcelo Rebelo de Sousa citou o líder comunista Jerónimo de Sousa para dizer que a linha de alta velocidade "é para fazer faseadamente, repensando os ritmos e a forma de execução", conforme "consta do programa do PSD".

Já no decurso do debate, num aparte da sua intervenção, o antigo líder dos sociais-democratas disse ter ficado estupefacto por José Sócrates ir viajar esta quinta-feira de TGV entre Bruxelas e Paris, porque "se trata do primeiro-ministro de Portugal fazer campanha na Bélgica e em França".

"É uma realidade nova que eu não conhecia, surpreendente em termos de marketing mas que é perplexa, noutros tempos isto seria considerado ridículo", afirmou o comentador de televisão.

"Há duas atitudes para ver esta realidade, uma é a atitude provinciana de ficar admirado de boca aberta, a outra é a de menor provincianismo - que diabo não devia estar aqui a debater os problemas portugueses, é preciso fazer a cena de andar de propósito de TGV para convencer o pacóvio, ele pensa que somos pacóvios?", questionou Marcelo Rebelo de Sousa.

Comentário HF: Enquanto JOSÉ SÓCRATES faz e manda fazer, os seus adversários brincam, intrigam, demoram demasiado tempo a debater ou esclarecer sempre os mesmos temas repetidos(talvez por falta de clareza), pouco produzem, pouco inovam, fecham-se em copas, e andam às voltas e reviravoltas. DEPOIS, QUEIXAM-SE.

Os políticos sempre fogem às perguntas inconvenientes (mas ninguém os convocou para a política, vieram de livre e expontànea vontade), e ao estudo aprofundado dos problemas, como este caso do TGV. Só tratam da macro-política, ignorando os pormenores e o forte poder que a tradição induz na MICRO-POLÍTICA.

Este plano do TGV para Portugal não ficar isolado da Europa Central, conforme já tenho escrito, É UMA MENTIRA, UM EQUÍVOCO. Pois Lisboa/Paris TGV não passa de uma miragem.

O QUE este projecto de TGV garante é apenas LIS/MAD. Pouco mais. Ora já há combóios internacionais de prestígio à partida de Lisboa - o Sud-Express desde 1887 e 1939 para Paris; e o Lusitânia-Expresso desde 1943 e 1995 para Madrid. São menos rápidos? É verdade, mas mais confortáveis! E com uma larga tradição!

Há investimentos bons mas também há demasiados ELEFANTES BRANCOS. E em Política, a acção vale mais do que a íntriga. Por isso, EU ACHEI GENIAL QUE SÓCRATES respondesse a MFL, indo experimentar o TGV entre Paris e Bruxelas. Não gostei, mas apreciei e registei.

UM PAÍS COMO PORTUGAL NÃO DEVE ESCONDER A SUA HISTÓRIA NEM AS SUAS MELHORES TRADIÇÕES. É um país pequeno, pobre mas que andou sempre a par das potências mais avançadas. No Mar, nos Caminhos de Ferro, no Turismo e, até, na Aviação. Os políticos não devem envergonhar-se dos factos mais notáveis das gerações anteriores e devem divulgá-los e dignificar os seus autores. O que precisamos mais é de auto-estima.

ALGUNS DADOS CURIOSOS, que devem ser aproveitados na PROMOÇÃO TURÍSTICA e de PORTUGAL:

1856 = O CF é inaugurado em Portugal.

1865 = A estação de Sta. Apolónia-Cais dos Soldados é inaugurada (e ainda funciona bem, depois de sucessivas modernizações e de um dos poucos terminais intermodais de transportes urbanos)

1869 = A companhia dos CF Sul e Sueste é nacionalizada (linhas de Vendas Novas-Évora-Beja e Barreiro-V.Novas-Pinhal Novo-Setúbal) + 1975 = Nacionalização da CP ("herdeira" da Companhia Real de CF Portugueses e dos Caminhos de Ferro do Estado - 1892).

1873 = Inauguração do CF Larmanjat - o monocarril Lisboa-Sintra (que durou apenas 30 anos, até 1903) mas é um marco.

1875/76 = Foram abertos concursos para a construção de quatro linhas: A NORTE DO DOURO Pinheiro-Campanhã-Braga; BEIRA ALTA (inaugurada 1882); BEIRA BAIXA (inaugurada 1891); e ALGARVE.

1877 = Inauguração da Ponte sobre o Douro + 1966 = Inauguração da Ponte Salazar sobre o Tejo (em 6 de Agosto).

1881 = Inauguração da linha VALÊNCIA DE ALCÂNTARA-MADRID (a 386 km), permitindo melhor ligação da fronteira a Madrid, do que na linha Elvas-Badajoz-Madrid (esta a funcionar desde 1866).

1883 = Adjudicada a construção da LINHA DO OESTE (aberta até à FIGUEIRA DA FOZ em 1888).

1886 = Aberta a ligação internacional Valença do Minho-Tuy.

1887 = INAUGURAÇÃO DO SUD-EXPRESS (combóio de luxo Lisboa-Paris ainda a operar em 2009) + 1895 = o Sud-Express passa a circular na linha da BEIRA ALTA + 1900 = o Sud-Express passa a circular via SALAMANCA + 1939 = restabelecido o serviço SUD-EXPRESS, interrompido depois das convulsões políticas que agitaram Portugal, Europa e Península Ibérica, com o propósito de responder à crescente procura na época, por parte de refugiados políticos e judeus, da Europa para Portugal neutral, assim como por parte do intenso movimento de espiões das potências em conflito, que se fixaram na Costa do Estoril, tal como as famílias reais europeias destituídas de Itália, Hungria, Roménia, Espanha, França, etc. Neste período, o CF era o mais chic meio de transporte, e o Sud-Express chegou a terminar e iniciar as suas viagens no Estoril-Cascais, em vez do Rossio ou Santa Apolónia (mais periféricas em relação ao habitat do grupo-alvo de passageiros).

1889 = Inauguração do Ramal PEDROUÇOS-CASCAIS + 1895 = extensão ao Cais do Sodré + 1926 = electrificação da linha Cais do Sodré-Cascais + FACTOR NEGATIVO = a prevista ligação Cais do Sodré-Santa Apolónia "JAMAIS" FOI CONCLUÍDA (em 2008 abriu o troço do Metro Baixa-Santa Apolónia, podendo, assim, os passageiros vindos de Cascais, desembarcar no Cais do Sodré, reembarcar no Metro até Baixa-Chiado, e apanhar de novo o Metro da linha de Santa Apolónia, para ali embarcarem no Sud-Express ou Lusitânia-Expresso - uma ligação ultra-complicada mas possível).

1890 = Inauguração da Estação Rossio e do túnel de Campolide, passando, ao longo dos anos, a ser o cosmopolita terminal de LISBOA dos principais combóios domésticos de longo curso, tranvias para Sintra, ramal do Oeste, etc., assim como dos expressos internacionais, entretanto deslocados para Santa Apolónia.

1943 = Inauguração do combóio internacional LUSITÂNIA-EXPRESSO na linha Lisboa-Madrid (via Beira Alta) + 1995 = Introduzido a versão Combóio-Hotel LUSITÂNIA-EXPRESSO.

1952 = Lançada a Rede Unificada da CP a nível nacional.

1964 = Anunciado o Plano de Electrificação Geral de rede de CF.

1967 = Inauguração do segundo combóio internacional LISBOA-EXPRESSO na linha Lisboa-Madrid

1968 = Anunciado o Plano de Renovação Integrada da Linha de CF, portanto, ainda no regime anterior (OPORTUNIDADE PERDIDA para se adaptar a Bitola Europeia na Península Ibérica, em conjunto com a Espanha).

1987 = Inauguração do serviço ALFA Lisboa-Porto, mais tarde extensível a Lisboa-Algarve, etc.

1987 = Início do encerramento de linhas antigas e geradoras de prejuízos, começando por sete linhas e ramais de Trás-os-Montes ao Alentejo + 2009 = Há um plano da REFER para recuperar 700 km de linhas férreas abandonadas, incluindo a do Tua (Mirandela) e a de Braca d'Alva (Douro Internacional). Haverá estudos fidedignos? VALERÁ A PENA? Mas prova que uns governos encerram linhas para, apssados alguns anos, outros as reabrirem à custa dos impostos dos contribuintes.

2006 = Comemorações dos 150 anos do CF em Portugal.

... OUTRO PAÍS TERIA USADO (e aproveitado) este MANANCIAL DE FACTOS HISTÓRICOS para divulgar as suas INCOMPARÁVEIS experiências e potencialidades no TURISMO, nos TRANSPORTES e nas RELAÇÕES internacionais. Mas em Portugal, em 2009, pensa-se à merceeiro (outra classe pouco empreendedora, que se deixou ultrapassar pelos gestores das grandes superfícies, SEM SE UNIREM - além do consórcio GRULA e poucos outros). Pensa-se mal, fazendo poucas contas, analisando pouco a evolução do mercado e as tendências de cada geração, tudo muito de vagar e sem ambições. Só com EXIGÊNCIAS E PROTESTOS MIL.

PORTANTO, NÃO SE QUEIXEM.

SE O TGV É VIÁVEL, SEJA EM 2013, 2017, ou 2020? QUE SE FAÇA UM PLANO VIÁVEL DE FINANCIAMENTO, CONSTRUÇÃO E EXPLORAÇÃO GRADUAL. COM PRIORIDADES programadas entre aeroportos (com obras em Beja, Lisboa, Faro, etc,), renovação da frota da TAP (Air Samba ou Low Cost?) e SATA, e transportes marítimos (quota portuguesa nos contentores?, termnais, plataformas logísticas e intermodais, participação nos CRUZEIROS), etc.

Nos CRUZEIROS, por exemplo, convém analisar a seguinte comparação do movimento de navios e passageiros,
entre os Portos de Lisboa e Barcelona:

BARCELONA 2007: movimentou = 2,880 milhões passageiros
Em 2008 movimentou = 3,237 milhões passageiros - Subida homóloga de 12,4% (num ano já difícil em que a Espanha esteve mergulhada na crise)

Tem sete terminais de cruzeiros e ferries para 14/20 navios Recebeu em 2008: 892 escalas/cruzeiros e 3,257 de ferries.

Em 2009 (entre Jan-Julho) recebeu 1,663 milhões de passageiros(equivalente a subida homóloga de 1,5% = na crise mais aguda)

LISBOA: 2007 total = 262 escalas de navios de cruzeiro. Em 2008 recebeu 313 (equivalente à subida de 19,4%)

Em 2009 (Jan-Agosto) recebeu 167 escalas (uma quebra homóloga de cerca de 10%, apesar das novas escalas semanais do cruzeiro espanhol "Pacific Dream" da Pulmantur, e do aumento das partidas/chegadas do paquete "Funchal" da CIC).

Lisboa movimenta cerca de 250 mil passageiros/ano entre embarcados (este ano entre Jan-Agosto foram apenas 30 mil), desembarcados e em trânsito, em comparação ultra-negativa com 1,162 milhões de passageiros movimentados em Barcelona (entre Jan-Julho).

Lisboa até teve, em Setembro 2009, um recorde de nove escalas de cruzeiros em "turn-around".

Mas os empresários que, na semana de 7 a 12 de Setembro, homenagearam com um jantar (de despedida) o Secretário de Estado do Turismo, que passa a deputado na próxima legislatura, como cabeça da lista do PS na Madeira, NÃO SE MOSTRAM MINIMAMENTE PREOCUPADOS com a posição subalterna do porto de LISBOA em relação e Barcelona ou até a Málaga. POIS nem gostam da concorrência dos RESORTS FLUTUANTES que visitam os portos portugueses. ACHAM QUE É CONCORRÊNCIA DISPENSÁVEL. NEM QUEREM ESTIMAR OU DUVULGAR as RECEITAS que mais um, dois ou três milhões de passageiros poderiam trazer à REGIÃO DE LISBOA.

ESTA É QUE É A VERDADE. Continua a CONDICIONAR-SE o desenvolvimento armónico das múltplas vertentes do TURISMO RECEPTIVO por causa da forte e doentia rivalidade entre os diversos protagonistas: Hoteleiros, Industriais do Turismo Residencial e do Alojamento Local, Organismos de Promoção Regional (antigas Regiões de Turismo) e local (antigas Juntas de Turismo), Operadores Turísticos Receptivos e Emissores, outros Agentes e Guias do Turismo Receptivo e do Turismo Emissor, e, por fim, Transportadores Rodoviários, Aéreos e Ferroviários - ESTES SÃO, afinal, DOS que MAIS BENEFICIAM com a actividade dos cruzeiros MAS TAMBÉM NÃO SE MOSTRAM MUITO preocupados sobre o desequilíbrio marítimo e portuário ibérico, talvez na esperança de outros negócios com lucros mais vultuosos e rápidos?

COMO PODERÁ ANALISAR, a economia lusa não avança porque nem os políticos, nem a comunicação social, ou os empresários e técnicos, QUEREM ACORDAR NUM PLANO PROFISSIONALIZADO de cooperação e intercâmbio para ELEVAR O TURISMO ao nível proposto pelo Prof. Ernâni Lopes, ainda esta semana, no programa DIGA LÁ EXCELÊNCIA.

AGORA, por favor, NÃO queiram que Portugal possa ter TUDO AO MESMO TEMPO!

MUITAS FAMÍLIAS E EMPRESAS foram assim à banca-rota, dando passos maiores que a sua capacidade física e financeira!

Saudações democráticas e turísticas

Humberto Ferreira

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