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Saturday, May 01, 2010

 
Tratamento de choque: Portugal com adrenalina
Humberto Ferreira - Sagresschool.blogspot.com

Acabou o período do português suave e politicamente correcto. Estamos na mira dos “raiders” sem pátria. Temos que nos unir e criar uma estratégia de defesa contra os especuladores estrangeiros. Vamos fazer o balanço da década e expor a gravidade da crise interna aos nossos concidadãos, para que todos contribuam com as soluções que se impõem nos sectores vitais, optimizando os recursos que nos restam depois do regabofe. Uma espécie de festa de finalistas chumbados. que dão nas vistas e atingem mediatismo pelas tropelias, por vezes fatais.
Temos vivido a disfarçar a ineficácia do modelo de alegado desenvolvimento económico nacional, que nos conduziu às crises de 1983 (bloco central de Soares e Mota Pinto), e de 2002 até 2010 (entre a desistência de Guterres e as trapalhadas de Santana e Sócrates).
Períodos negros da nossa História marcados por governantes teimosos, que só sabem pedir sacrifícios a gerações que já têm sofrido tanto. De toda a minha vida, chegado a esta provecta idade, sé me lembro de sucessivas crises e sacrifícios por parte dos meus pais, dos patrões, dos governos e até impostos na minha casa e à minha família sempre que o ordenado não chegava ao final do mês! Mas, pelo menos, eu cortei sempre nas despesas supérfluas. Mas o Sócrates não! Mal habituado como estará, a contar com apoios da Europa, dos banqueiros, etc. Mas Portugal é um país endividado! Tudo isto é triste, tudo isto é Portugal! Em 1983 safámo-nos, desta não sei...
Ninguém soube ainda adoptar um novo modelo virado para produzir e exportar mais bens e serviços, de valor suficiente para pagar os nossos compromissos sociais, institucionais e internacionais, começando por conter as nossas dívidas, pública e privada, ao exterior.

PRÓS E CONTRAS – Todo o governo faz coisas boas e outras muito mal. Sócrates, por exemplo, intensificou os cursos profissionais no secundário mas não resistiu ao facilitismo do rigor que os aprendizes precisam de demonstrar para vencer na vida. E destruiu a disciplina, atacando os professores sem dó. Resultado: estamos a formar nas escolas alguns gangues e grupos de jovens sem alvos, além da vida de paródia. Não querem estudar, não pensam no futuro, faltam às aulas. Associam-se em grupos e roubam telemóveis, brinquedos electrónicos e roupas de marca, uns aos outros. Arranjam armas, que levam para a escola. Não respeitam ninguém, Até assaltam casas alheias. O PGR alertou Sócrates, mas este assobia para o lado, repetindo que Portugal é o paraíso da Europa! As raras excepções de alunos estudiosos apenas confirmam a regra.
Claro, se os deputados ganham senhas de presença, os estudantes não tardam em reclamar o mesmo. Talvez fosse a forma de travar o absentismo das aulas e do trabalho?
Depois, Sócrates não avançou com o choque tecnológico. Preferiu o plano tecnológico, que pariu o Magalhães – o computador do subdesenvolvimento, muito popular entre as pechinchas da Feira da Ladra. Este ano, aliás como cerca de 30 mil entregas em 2009, será disponibilizado aos alunos em Junho, no final do ano lectivo, talvez para lhes poupar aulas extras de informática! E depois há sempre um vizinho que sabe mexer em computadores. A tal falta de rigor, discilpina e de cumprir prazos e horários que caracterizam a vida contemporânea!
Uma no cravo e na ferradura: Sócrates fez o verdadeiro choque fiscal ... mas de pouco serviu, pois com as receitas arrecadadas tratou de logo a redistribuir pela nova caridade institucional, inventada pela solidariedade socialista lusa: a Reinserção Social. Que toma conta de quem não tem queda para o trabalho ... forçando o País a cativar emigrantes do Leste e do Brasil, que também se organizam em grupos para assaltar ATM, bancos, ourives, escolas, tribunais e até repartições de finanças. Os resultados desta política lemos todos os dias nos jornais e vemos na TV. Ao mesmo tempo, esconde-se, ou fingimos que ignoramos, a crescente miséria moral: a fome, as cenas chocantes no quotidiano de violações intra-familiares e não só, os assaltos violentos, os despedimentos, e as manifestações de protesto. A nossa imprensa, afinal, não faz mais do que reflectir a verdade, quer Sócrates queira quer não! E quer nós dediquemos mais atenção a certos casos distantes do que a outros ao lado da nossa porta! Porque não podemos acudir a todos e porque ao lado da nossa porta, também há uma delegação da Resinserção Social.
Mas Sócrates soube atrair também a maioria dos empresários – os verdadeiros e os artificiais, dos banqueiros aos biscateiros, à custa de apoios, mais apoios, mais obras, mais concursos, mais subcontratações, e mais flexibilidade. Constatamos que este é o governo socialista menos contestado pelos grandes grupos económicos!
Portanto, para verem a adrenalina do choque de constrastes: convido os ministros e os cépticos a deslocar-se aos CTT das áreas menos nobres da cidade, nos dias do mês que as famílias ciganas vão receber o RIS, em potentes carros de marcas, que eu só vejo passar nas ruas. E que jamais me passou pela cabeça apreçar o custo do leasing, muito menos comprar a prestações. Até porque recebo no banco a minha pensão congelada e aprendi, em Física, que o gelo retrai e contrai os materiais!
E pronto, está escrita a biografia do Sócrates de Portugal! Bastando acrescentarmos as suspeitas que lhe nascem como calos. Perdemos o Santo António para Pádova, mas ganhamos o Sócrates de Portugal no século XXI. Só ouve o que lhe convém mas mais feroz do que nunca!

CEGUEIRA – Temos tido o azar de eleger governantes sem coragem nem visão para atacar os graves problemas de frente. Problemas, afinal, mais que identificados em sucessivos diagnósticos e dispendiosos estudos por peritos nacionais e estrangeiros, destinados a amarelecer nas prateleiras ministeriais.
Os portugueses, governos, empresas e famílias, têm assim vivido há décadas, acima das suas posses, endividando-se irresponsavelmente perante uma banca sedenta de lucros à conta do crédito fácil que estabeleceu até 2008 – quando rebentou nos EUA, Europa e Japão, as bolhas do sub-prime, da deficiente regulação bancária e dos bónus milionários a executivos medíocres.
Eu sou forçado a aceitar estes imponderáveis erros da gestão de fortunas estrangeiras, os abusos dos executivos criados pelos exageros do neo-liberalismo, a ganância dos chamados promotores imobiliários e de fundos de aplicação de poupanças, desde que os governos e as instituições de fiscalização e inspecção (agora diz-se de regulação, possivelmente para lhe retirar competências e operacionalidade) funcionem bem, depressa e, sobretudo, imunes à corrupção!
De resto não tenho capacidade de reacção sequer para denunciar e combater, a não ser pela escrita, o que de errado e grave se passa no meu próprio país, nas mesmas áreas. Pois, uma coisa era no tempo da ditadura, mas agora fomos nós, os cidadãos, os eleitores, os próprios sacrificados, que elegemos esta pandilha do sr. Sócrates.
Por isso, resta-me criticar, escrever e exteriorizar o meu descontentamente e a minha desilusão, entre os meus amigos, aconselhando-os a, nas próximas eleições, se informarem, melhor sobre os candiodatos, sejam de que partido forem, Cuidado, também anda aí um "outsider" que quer ocupar o "trono" de Belém ... que merece ser bem esmiuçado!
Mais não posso fazer nem recomendar! Só me custa muito mais a aceitar os erros sucessivos dos politicos e dos magnatas do meu país!
Mas o que me faz perder o sono, é a inaudita teimosia e arrogância do nosso PM. Deve sofrer de alguma cegueira crónica, para não aceitar sugestões dos melhores economistas, dos peritos em crises multilaterais, nem da oposição moderada, dos cidadãos, ou dos media ... que ele não conseguiu ainda controlar. E aí, descontrola-se!

SURDEZ – Todos lhe dizem, menos os seus “boys” claro, que o PEC é mais um plano da colheita do PREC ... gastar à farta e depois quem vier a trás que feche a luz!
Quem gastou a herança e não tem mais dinheiro, não pode ter vícios nem elefantes brancos, como muitas das nossas auto-estradas (com as mais baixas taxas de utiização da Europa), a alta velocidade Lisboa-Madrid (em vez de lançar um programa, em conjunto com a Espanha, para a uniformização e adaptação da bitola ferroviária ibérica à europeia, anda a criar mais despesa num meio de transporte que só conseguiu ser lucrativo em França e na Alemanha, pois a aviação é imbatível em preço, rapidez, capacidade de escoamento e até de segurança e fiabilidade; e o País precisa também de um Plano de Racionalização da Rede Ferroviária Convencional - Intercidades, Regional Tranvias e Carga, mas que tem ficado adiado por causa do sonho TGV), ou o projecto errado do grande aeroporto redistribuidor de tráfego intercontinental para as redes regionais europeias, em Alcochete (primeiro, Madrid já é o quinto "hub" europeu - depois de Londres, Paris, Frankfurt e Amsterdão; segundo, Portugal não tem dimensão para alimentar voos intercontinentais sob a ilusão da redistribuição de tráfego regional para o interior, nem para Marrocos; e terceiro, Portugal nem consegue entrar no Top10 do turismo receptivo mundial! E sabem que comigo é tudo pelo Turismo, nada contra o Turismo! Mas tenho os pés bem assentes no chão! Quem fez, afinal, os estudos para a Ota e os adaptou depois para Alcochete? Não acredito que tenha sido o AdP - Aeroports de Paris, nem outra consultora internacional de renome? É que não se pode manipular factos com o desejo de se querer ter o 4º maior aeroporto europeu na extremidade mais pobre da Europa!).
Sócrates vai continuar a teimar até a máscara rebentar. E esquece que o exemplo deve vir de cima, com um corte substancial nos proveitos e prebendas de políticos, gestores públicos e altos quadros da FP, para que possam ser voluntariamente seguidas pelos não menos sedentos executivos da banca e maiores grupos empresariais.
Falta um plano estrategico global viável e outros sectoriais, capazes de mobilizar o País e não apenas os eleitores de cada partido (sempre mais desiludidos e defraudados). Mas planos que sejam credíveis para as agências de rating. De contrário, a continuar nesta onda, é só uma questão de adiar mais uns meses, a visita do FMI e a sua habitual receita demolidora. Não quiseram a bem, então vão pagar a dívida a ... mal!
Esse inevitável plano de salvação nacional deve contemplar os sectores que mais podem contribuir para fortalecer a economia - com apostas fortes no regresso:
1 - à agricultura geral (não apenas os vinhos, até porque o Porto desapareceu praticamente dos bares, deixando de ser uma bebida de sociedade; até conviria fazer um estudo sobre quem agora usa Porto ... na cozinha?);
2 - à pesca moderna (a artesanal já foi) e o PR no 25 de Abril voltou a mencionar, e bem, o MAR e a CULTURA como os dois sectores em que o País terá mais oportunidades de avançar ... mas logo apareceram vozes críticas! Será que nem podemos já propor mais trabalho para os portugueses?
3 - à indústria ... agro-alimentar, ligeira, e à construção naval ... mantendo o status nas obras públicas e construção civil, sob o risco de um período de crise ou estagnação;
4 - à tecnologia e electrónica;
5 - aos transportes e logística ... particularmente à marinha mercante e portos, pois entre as maiores marcas de contentores mundiais estão a Maersk da Dinamarca e a Nedlloyd da Holanda, dois países do nosso escalão geo-demográfico);
6 - Indústrias Culturais... artes cénicas (teatro, bailado, música, canto) mais abertas à internacionalziação; autores de livros que tratem de problemas globais da civilização; e organização de concursos e prémios internacionais de prestígio; outras artes (pintura, fotografia, ilustração, etc. - projecto da ministra da Cultura, que vale a pena seguir;
7 - Indústrias do Desporto ... recintos e academias para alugar, treinar e formar desportistas, roupas e instrumentos desportivos, organização de torneios, etc;
8 - ao TURISMO associado aos clusters alimentar, da moda, calçado, artes decorativas, organização de eventos, etc.
Agradeço mais achegas de sectores com janelas de crescimento na perspectiva da exportação de bens ou serviços!
Que mais posso fazer do que dar alternativas e expor a verdade? Talvez só convidando ministros e deputados para se tratarem nas consultas do SNS? Mas isso iria entupir mais as listas de espera do SNS e alguns deles e delas aproveitariam logo para fazer lipoaspirações e cirurgias plásticas à borla ... tão na moda entre os pelintras do jet-set! O que os portugueses precisam é de mais adrenalina na vida!

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