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Thursday, June 03, 2010

 
Mudar de Vida: Turismo de afectos = hospitalidade lusa
Série de crónicas Turiscópio - Saldo de uma carreira iniciada em 1953-1955, com intervenção em cinco áreas: distribuição; operações de navios de passageiros de linha, cruzeiros e ferries oceânicos; formação de gestores, guias-intérpretes de turismo, técnicos de turismo e transportes; consultadoria; e jornalismo. E contributo final para uma mudança na organização e articulação entre fornecedores, promotores, programadores, operacionais e formadores das sete vertentes principais da oferta: aviação, cruzeiros, e transportes terrestres; qualificação dos destinos integrados e das cidades; hotelaria e alojamentos complementares; restauração e animação; e gama estratégica de produtos turísticos para massas e nichos.

Por Humberto Ferreira

Para ilustrar esta página escolhi uma bela imagem dos golfinhos do Sado, que tem corrido o mundo pela web, graças à forte emoção que projecta, simbolizando bem, além da beleza da Natureza e da interacção entre humanos e animais, a surpreendente fasquia da hospitalidade em Portugal. Também serve para expressar a minha vontade de mudar e abreviar esta maldita crise. Muita coisa tem mudado ao longo da minha vida, desde que me iniciei no jornalismo em 1953, no Reino Unido, e no Turismo em 1955, em Lisboa, mas os factores Hospitalidade, Natureza e Tradição embora tenham mudado continuam válidos ...
CONTRADIÇÃO
Neste blogue optei, desde o princípio, por destacar as palavras em vez das imagens. Por isso, quem quiser ver a imagem acima referida, basta comentar no espaço de moderação do blogue, disponibilizando o email, que eu enviarei a imagem.

PUBLITURIS ENTREVISTA PEDRO COSTA FERREIRA Li na edição de 28 de Maio, a excelente entrevista do Publituris ao amigo Pedro Costa Ferreira, da ES Viagens. Um dos grandes grupos portugueses de Turismo (hotéis, saúde e bem-estar, operadores e agências de viagens, golfe, etc., com operações activas em Portugal e na América do Sul), que também tem vindo a mudar de estratégias, aproveitando a crise.
Dado o novo comportamento e expectativas do consumidor, a Mundovip (insígnia da ES Viagens na operação turística)reestruturou-se em 2009 para alavancar um conceito de negócio, mais focado no produto, na programação, operação e contratação. Para PCF impõe-se uma nova programação, dado que o cliente já sabe onde pode, quer, e como vai viajar, seja em férias, fins de semana, ou negócios. É verdade! E as boas mudanças são positivas, sempre que o mercado e o País estejam preparados para as enfrentar.
Esta é a minha primeira dúvida. Os governos e o empresariado, embalados com o crédito e o consumismo fáceis, pouco fizeram para nos preparar para os tempos mais difíceis que atravessamos.
Adaptei-me sempre às mudanças, desde as reservas por carta dactilografada e telegrama com resposta paga, ao uso intensivo do telex, fax, computador, aos GDS e à web, com acesso a múltiplos portais, distribuidores e informação.
Mas duvido que o agente de viagens tenha deixado de ser o melhor consultor especializado dos viajantes e das empresas? O AV precisa de nova motivação para continuar a ser o elo imprescindível no circuíto fornecedor, distribuidor e consumidor.
Mas há, efectivamente, quem prefira fundir, gradualmente, os dois primeiros canais.
Há grupos, como o alemão TUI AG, a operar e vender em lojas, call-centres e web, uma vasta programação de pacotes com avião, cruzeiro, alojamentos, excursões e outras emoções ... em meios próprios das marcas horizontais Tui, Thomson, etc.
Também há operadores que começaram a comprar por grosso lugares, camas, lugares em voos e cruzeiros, espaço em programas e outros meios de boa marca com boas condições qualidade-preço.
E há quem veja na dimensão do operador-grossista o “break-even” do risco, enquanto outros assumem que “small is beautiful”, pois continua a haver viajantes de alta categoria a preferir serem atendidos por uma pequena agência exclusiva, em vez dos “travel-supermarkets”. Só nos resta saber como se estruturarão as novas classes de consumidores nos diversos níveis de poder de compra, depois da (oxalá breve)retoma das finanças e da economia, num inevitável padrão pós-neoliberal.
Continuarão a haver opções e riscos diferentes, dependendo da segmentação do mercado em relação ao alvo de cada empresa e país. Em Portugal opta-se, com frequência, por desejar atingir todos os segmentos em simultâneo, aniquilindo a concorrência de caminho, pelo que a oferta lançada no mercado tem sido sempre superior à capitação média. Mas demoram a admitir que a maior mudança ainda é tabú.

O INICIO DA ACTUAL CRISE
Lembro que a actual crise global resultou da proliferação de aplicações tóxicas em imobiliário nos EUA e não só. Com efeito, o primeiro banco a falir, e o primeiro país a sofrer uma corrida aos depósitos foi o Reino Unido, quando falhou a liquidez ao Northern Bank em Fevereiro de 2007. Na Alemanha, o LBBW, o banco que apoiou a expansão do grupo TUI, em Julho de 2007, também anunciou 800 milhões de euros de crédito mal parado. Mas governantes e executivos foram assobiando até ao banco americano Lehman Brothers abrir falência em Julho de 2008. Ano e meio perdido! Muitos erros foram cometidos, apesar de muitos jornalistas e comentadores terem recomendado mais cautela e mudança aos destinatários responsáveis.

TOLERÂNCIA ZERO E QUALIDADE EXTRA ...
Avanço com estas reflexões sobre as inevitáveis mudanças no Turismo mundial, pois também chegou a altura de fazer um balanço da minha intervenção no Turiscópio, iniciada em 1975, no semanário Tempo, passando para o Publituris em 1981. Esta é a 7ª crónica no ano de 2010, todas focadas em preparar a óbvia mudança que aí vem ... para nos livrarmos da crise.
Cumpro esta tarefa pessoal, com este formato há 35 anos, contribuindo para algumas mudanças que têm vindo a impor-se no Turismo, Transportes e Destinos. Admito, porém, que com uma baixa taxa de resultados viáveis.
Mas acompanho há mais de meio século um indesmentível e acentuado crescimento sócio-económico, intervalado por pequenas crises, quer à escala nacional quer à global!
Esta crise talvez seja uma das piores, depois dos efeitos da primeira grande queda da bolsa de Nova Iorque (1930-39), da destruição, genocídios e fome na II Guerra Mundial (1939-1945), e da reconstituição tripartida pós-guerra na Europa Ocidental, União Soviética e Japão, em clima de guerra fria entre o bloco soviético e os aliados (cujos picos se deram entre 1948-1961).
Com a queda do muro de Berlim em 8 de Novembro de 1989 e a democratização do bloco soviético que se seguiu, iniciou-se nova conturbada mudança, mais liberal, mais farta e mais global, mas provocando sempre novos perigos e crises. As décadas de 1990/2010 terão sido extremas, entre a abastança e grandes lucros, por um lado, e mais falências, deslocalizações e desemprego, por outro.
Será na próxima década que tudo vai mudar? Eu mantenho tudo sob incógnita!
Com este resumos, ao longo das últimas décadas, chegou a hora de muitos países e grupos populacionais mudarem de vida e de habitos.
Disso poucos duvidam, embora muitos resistam a dar o primeiro passo, para preparar e suavizar gradualmente a previsível perda de qualidade de hábitos de vida e lazer nos países que, graças ao excessivo endividamento, têm gasto demais e produzido de menos.
Toda a preparação prévia é recomendável, seja a nível dos grandes debates mundiais, seja ao nível dos governos e das empresas. De preferência, com rigor, objectividade, transparência e ... honestidade! Cinco qualidades que deixaram de ter o devido valor.
O óptimo é inimigo do bom, mas o facilitismo e a fasquia baixa da sstisfação popular também não vai resolver qualquer dos problemas prementes da sociedade. Desde a crise ao desemprego, desde as perspectivas negativas de recuperação da procura interna e externa ao clima instalado de falta de confiança nos actuais actores políticos, financeiros, empresariais e operacionais.
.
A HOSPITALIDADE COMEÇA NA HOTELARIA ...
No meu canto, dirijo a tolerância zero à manutenção da qualidade e inovação no Turismo. E uma das prioridades em Portugal aponta para melhores e mais inovadores hotéis, restaurantes, transportes, praias, atracções, programas, assim como empresários e profissionais!
Portugal precisa de hotéis, não de templos de austeridade! E destaco os hotéis e outros alojamentos complementares porque traduzem o trunfo mais forte do nosso Turismo: a HOSPITALIDADE!
Nos últimos anos, as melhorias do produto hoteleiro concentraram-se nas spas! Enquanto os hoteleiros deixam os hóspedes saírem para se divertir e comer na concorrência, não vão longe! Houve algumas mudanças negativas! Cortes de encargos à cega, cortes indeferenciados de serviço. Há poucos directores de hotel e muitos gestores de receitas despersonalizadas!

CONTINUA EM BREVE ...
Mas nesta série de crónicas sobre a "Mudança no Turismo na segunda década do século XXI", vou debruçar-me sobre múltiplos aspectos a mudar no Turismo em Portugal, produto da minha observação e experiência desde 1955. Dividi o trabalho em crónicas mais pequenas ... para facilitar a leitura! Até breve ...com outro tema.

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