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Friday, July 09, 2010

 
MANUAL PARA AS SCUTS LUSAS EM 2010
Relações ibéricas 4 dias em baixo,
resta agora isentar estrangeiros nas scuts


Humberto Ferreira
(Texto original publicado no semanário PUBLITURIS, na página 4 "Turiscópio", na edição de 9 de Julho de 2010)
"OS TURISTAS APRECIAM FÉRIAS NUM BELO PAÍS SEM PORTAGENS, OU COM ACESSO FÁCIL E GENTE FELIZ"


É errado ver a árvore e ignorar a floresta. Aponto seis erros recentes: “O mundo, no final de Maio, mudou numa semana.” Passado um mês, quase se declara guerra a Madrid e Bruxelas, quando a 30 de Junho se boicota a venda da parte da PT na Vivo à Telefónica, desautorizando os accionistas privados lusos e abrindo flanco a uma OPA hostil estrangeira. Mas, antes, desconhecia-se a proposta compra de 30% da TVI pela PT. A 2 de Julho, aceita-se com o PSD, afastar automobilistas com matrícula estrangeira do pós-pagamento nas scuts, esquecendo 50 mil estrangeiros de turismo residencial com diferentes matrículas, e milhões de espanhóis no importante tráfego transfronteiriço. A 18 de Junho, transfere-se os saldos das verbas do Jogo para as Finanças, congela-se parte do financiamento do turismo regional, e lança-se o slogan “Portugal, um país que vale por mil”. Entretanto, as forças vivas do País hibernavam ... na África do Sul.


VASOS COMUNICANTES
Tinha planeado para esta edição a análise SWOT para a mudança, mas devido ao "desgosto" sofrido na Taça Fifa e ao desafio de outros valores em debate público, optei por comentar os chips nas scuts (estradas sem custo para utentes?), a mudança nos feriados, e as verbas do Jogo entregues às Finanças pelo Turismo. Com uma mensagem simples: O PAÍS PRECISA DE TRABALHAR MAIS EM VASOS COMUNICANTES.

SIMPLEX
Sabemos como os estrangeiros avaliam o prazer de visitar Portugal. As experiências variam entre excelente, boa, média, ou para esquecer. Mas o que esperar, quando um destino inventa a burocracia do chip e portagens mais burocráticas que virtuais? E qual é a alternativa? Rodar por velhas vias rurais e suburbanas, carecidas de repavimentação e segurança?
O pior nem é o custo das portagens. Colegas e vizinhos devem associar-se na boleia, pois assim o exigem a subida do fuel e das scuts. O futuro é sempre pior que o presente.
Governo e PSD dizem que o chip "DEM" é facultativo e anónimo, mas isenções só as aplicam a quem comprar o chip permanente à SIEV, com tecnologia Multi Lane Free Flow, ou o cartão de pré-carregamento em ATM, CTT, ou payshops.
A 3ª opção é Via Verde - mas terá direito à isenção ou desconto?
E a 4ª opção cobre os não-aderentes e não-isentos. Estes passam sob “default” (proposta social-democrata), sendo a matrícula fotografada e registado o débito em nome do proprietário. Este, tem cinco dias para pagar numa loja dos CTT (onde se perde uma manhã para se ser atendido; faço ideia um estrangeiro em férias, com carro de matrícula portuguesa, o que não vai sofrer?).
Cuidado: carros com matrículas estrangeiras não passam neste canal, mas quem vai impedir? Não faltarão congestionamentos, por distracção.
Todos os condutores de carros estrangeiros, para circular nas scuts a partir de 1 de Agosto, são obrigados a adquirir o cartão temporário com pré-pagamento, ou o chip permanente,consoante a conveniência individual. Complicadex QB. A burocracia PIGS em pleno uso!

BIG BROTHER
Resumindo, sete scuts passam a ter vários tipos de pórticos virtuais para portagens pré-pagas, em conta-corrente com as concessionárias, ou a débito controlado . Um canal para os chips DEM (cor de rosa) permanentes e temporários. Outro para Via Verde.
E o canal vermelho em default, exclusivo para matrículas lusas não aderentes ao novo chip (escapada permitida no "paraíso" do Big Brother).
Proponho uma medalha de cortiça para o inventor deste negócio (vai vender milhões de dispositivos DEM). 1º - Não receou a reacção de Madrid, perante a dificuldade de acesso a Portugal de milhares de espanhóis. 2º - Extinguiu os portageiros do EuroStat. Acto duro, face aos 600 mil desempregados, fora os 150 mil que já perderam o subsídio. Esta coisa de extinguir profissões durante um dos mais graves picos históricos do desemprego europeu, não é um tiro no pé?
3ª - E, afinal, se as concessionárias Euroscut Norte, Ascendi, etc., são privadas, os seus portageiros seriam funcionários públicos? Já sei, é só para poupar custos e aumentar o desemprego!

QUANTO VALEM AS PORTAGENS?
Os turistas apreciam férias num belo país sem portagens, ou com acesso fácil e gente feliz. A previsão oficial divulgada sobre as receitas nas primeiras scuts pagas (Litoral Norte, Grande Porto e Costa de Prata), atingiria 125 milhões de euros no 1º ano (com uma quebra de 35% no tráfego), enquanto para as sete scuts subiria para 270 milhões de euros/ano.
Enquanto, nas quatro scuts extra (outra proposta do PSD), as portagens começam em 2011. A "beleza" do Sistema é que funciona com pouco pessoal. Pergunto: vale a pena viver e visitar esta Europa do auto-serviço, automatismo, robotização e humanos descartáveis? Mas, uma coisa é certa, Portugal continuará no Guiness das auto-estradas menos usadas.

CARROS ESTRANGEIROS ISENTOS
E qual é a estimativa da cobrança a viaturas estrangeiras? Sejam privadas, de lazer, de empresas, de mercadorias, autocarros e autocaravanas?
E quem analisa os tipos de tráfego e apura as isenções? Algum especialista? De que área? Desculpe, de que partido?
Na crise, a responsabilidade social cabe principalmente a empresários e cidadãos activos. Por isso, transportadoras de pessoas e mercadorias, nacionais ou estrangeiras, vão ter que pagar estas novas portagens, cujos custos terão que reflectir aos clientes. A medida não favorece a economia, mas cumpre o PEC e os indispensáveis Planos de Austeridade complementar!
Mas se o Turismo é um sector estratégico e se queremos apostar no crescimento do movimento receptivo, que se conceda, então,isenção aos carros ligeiros estrangeiros. A proposta original(do Governo) não abarcava tantos residentes e tantas empresas registadas nos 46 municípios com PIB abaixo da média nacional? Um fartote travado (mal) pelos "fiscais" do PSD.
Eu, então, mais preocupado com o Turismo, proponho a vantagem de se permitir a passagem aos carros ligeiros e de lazer, de matrícula estrangeira, na faixa do default, mas sem débito.
Duvido, porém, que haja contas feitas dos montantes e das vantagens das várias isenções possíveis?
Sei, no entanto, que tanto os turistas estrangeiros, hoteleiros e promotores dos destinos regionais, apreciariam o gesto e fariam promoção positiva, se as matrículas estrangeiras ainda vierem a ser isentas. Vamos lá apoiar esta opção!
Seria uma medida com retorno garantido!
Apesar da minha proposta beneficiar também portugueses com carros de matrícula estrangeira, se estes são emigrantes com contas e depósitos de poupanças na banca nacional, bem merecem este bónus. Os outros, que compram carros no exterior, só os podem usar durante seis meses, após o que devem ter registo nacional. É, pois, uma questão da polícia da estrada ficar atenta ao fim da regalia.
E o que tem o "trade" do Turismo a adiantar, ou a contrapor, a esta proposta?

FERIADOS VARIÁVEIS
Quanto à proposta de alterção dos feriados, cortam dias santos e o 5 de Outubro sem mexer no 25 de Abril. Não está certo.
Creio que se justifica, sim, articular antes os feriados no espaço europeu. A Itália tem 12 feriados. A maioria são santos fixos e, poucos, móveis.
Em Inglaterra, os feriados são duplos, sendo os "bank holidays" fins-de-semana prolongados ... para animar o turismo interno.
Cada País deve festejar os dias nacionais, honrando heróis, santos e líderes, mas, de preferência em dias variáveis, articulados para a maioria dos europeus poder festejar os tempos livres em intercâmbio. Falta, sim, festejar o dia da Europa (Tratado de Roma a 25 Março 1957), e o Dia do EuroTurismo? Penso que também deve ser criado! Basta fazer as contas do movimento económico extra provocado pelos Dias Nacionais e Internacionais focados no consumo, na cultura, no desporto, nas regiões e o seu impacto no Turismo e na Economia.

TAPAR BURACOS
Os casinos entregam diariamente altas receitas ao Estado, provenientes do imposto de jogo, desde os Planos de Fomento. destinados para obras nas respectivas zonas e para as campanhas geridas pelo TP (não confundir com TAP. este é o Turismo de Portugal).
O País tem atravessado muitas crises, a que eu tenho assistido, mas só “mês e meio após o mundo mudar”,no final de Maio de 2010, foi exigida a entrega destes fundos ao Tesouro.
Perda de autonomia? E qual foi a reacção do "trade"? O silêncio!

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