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Saturday, August 21, 2010

 
Sagres vai perdendo o seu encanto
As Sete Maravilhas Naturais de Portugal estão perto? Ou mais longe?

Humberto Ferreira em intervenção cívica

Para: Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo
Data: 17 de Agosto de 2010-08-17
Assunto: Obras em Sagres em Agosto

Com sugestões para melhorar algumas condições para residentes, veraneantes habituais e turistas nacionais e estrangeiros

Não sei quem é o responsável directo pelo planeamento e ordenamento urbanístico nem pelo licenciamento das obras na Vila de Sagres, mas creio que, em última instância, seja o próprio Presidente da Câmara, a quem dirijo os seguintes apelos e sugestões:

1 - Quem autorizou o início da “obra” não deve ainda saber que as famílias que trabalham em Sagres têm três meses por ano para facturar, trabalhar ou auferir cerca de dois terços do respectivo rendimento anual? Por outras palavras, o "produto interno local" está concentrado nas áreas do Turismo, Restauração, Pesca e Comércio Local, actividades que ganham, exactamente, maior expressão entre 15 de Junho e 15 de Setembro, assim como nas restantes “pontes” no Fim do Ano, Carnaval, Semana Santa, e Santos Populares. No resto do ano, Sagres é praticamente uma vila fechada para balanço!

Refiro-me à obra iniciada nos primeiros dias de Agosto, junto da via de entrada e saída principal da Vila. Na rotunda dos quatro caminhos/Sítio do Tonel, no acesso para a Fortaleza de Sagres, para o Farol do Cabo de São Vicente e para a Praça da República e zona da Baleeira.

Isto, em pleno mês de Agosto, antes e durante o Festival SuperBock SurfFest (dias 12 e 13 de Agosto) e as Festas de Nossa Senhora da Graça - padroeira do concelho - (dias 14 e 15 de Agosto), com todos os intensos trabalhos de montagem e desmontagem de vedações nos recintos reservados, tendas, palcos, instalações sonoras, parques alternativos e precários de estacionamento de viaturas, e até recintos para campismo selvagem, etc. ACTIVIDADE EM CRESCIMENTO, NÃO OBSTANTE AS CRÍTICAS DE VISITANTES E DOS EMPRESÁRIOS LOCAIS DE ALOJAMENTOS TURÍSTICOS E PARQUES DE CAMPISMO LICENCIADOS.


Esta medida denota, assim, uma forte irresponsabilidade por parte dos serviços camarários e do dono da obra. Para afugentar os forasteiros não pode haver medida melhor! Assim como para prejudicar residentes, turistas e veraneantes, além de provocar mais barulho, muito mais pó, menos segurança. E ainda o “aperto” da circulação de viaturas, repito, na principal via de acesso e de saída de Sagres.


É costume nosso - do povo - criticar quando o Governo espera pela época balnear para reforçar os areais, tal como aconteceu em 2009, na Costa da Caparica. Aliás A GESTÃO DAS PRAIAS EM PORTUGAL ENCONTRA-SE NUMA SITUAÇÃO CAÓTICA,com tantas entidades a tentar interferir (autarquias, câmaras e juntas, empresas Polis, autoridades marítimas, associações de empresários locais, autoridades de segurança pública,entidades desportivas e organizações de eventos, escolas e clubes de desportos náuticos, etc.) mas PERTENCENDO sempre A ÚLTIMA PALAVRA AO INSTITUTO DA ÁGUA E AO MINISTÉRIO DO AMBIENTE (que, afinal, nem consegue proteger as suas áreas da Natureza e Biodiversidade, do flagelo dos INCÊNDIOS FLORESTAIS NO VERÃO).
Afinal, a câmara DA VILA DO BISPO também parece não saber o que se passa a 8 km da sede em Agosto de 2010? O que poderá tornar-se uma marca negativa na avaliação deste executivo. Espero que, pelo menos, não seja repetida.

PRIMEIRO APELO: O lançamento e início de obras no Verão deve ser vedado nas normas municipais, depois, evidentemente, de aprovado pelos órgãos autárquicos. E deverá ser, de futuro, evitado ao máximo, por causa dos transtornos causados à prática turística e à imagem de uma das mais históricas vilas de Portugal. Só podendo ser consentido em situações de emergência.

Espero que o dono desta obra, agora, afixe sem demora, o alvará camarário obrigatório, para todos os interessados poderem tomar conhecimento do teor e volume da construção para um local que deveria, antes, ter sido reservado e protegido, para valorizar, através da aguardada reformulação do perfil e do novo pavimento previsto para a dita principal via de acesso e saída de Sagres. Onde, POR ACASO, o território de Portugal Continental acaba e começa a rota oceânica para África e América…
NOTA - O ALVARÁ FOI AFIXADO NO DIA 20 DE AGOSTO, E LÊ-SE QUE A OBRA VAI TER 500 METROS QUADRADOS DE CONSTRUÇÃO, COM UM PISO SUBTERRÂNEO E MAIS DOIS ACIMA, QUE SE DESTINA A APARTAMENTOS TURÍSTICOS, E QUE TEM UM ANO DE PRAZO PARA CONCLUSÃO! Omite a quantos metros fica do eixo da estrada. As casas mais modernas t~em de ficar agora a 10 metros do eixo da estrada. Veremos o que se vai passar com este bloco de apartamentos?

A CÃMARA OMITE TAMBÉM O VALOR HISTÓRICO DESTE LOCAL - De facto é a ÚLTIMA ARTÉRIA TERRESTRE DE PORTUGAL CONTINENTAL, EM DIRECÇÃO AO SUDOESTE DA EUROPA O que terá passado despercebido aos responsáveis camarários, mas não aos residentes e veraneantes habituais... mais atentos!

SEGUNDO APELO: Aliás, apreciaria ser informado quando espera a Câmara, ou o Governo (penso ser ainda obra da responsabilidade das Estradas de Portugal), levar a cabo essa tal obra da transformação da EN268 em avenida de Sagres, com passeios pedonais, espaços para estacionamento, requalificação das paragens de autocarros, além da ciclovia europeia pintada recentemente no asfalto?
Não há um Programa Polis para a Costa Vicentina? (EU PARECE QUE ADIVINHAVA, NO DIA SEGUINTE, LI NA IMPRENSA, QUE TINHA SIDO ASSINADO, NA VÉSPERA, O CONTRATO PARA A PROGRAMA POLIS DA COSTA VICENTINA, ENTRE O GOVERNO E AS CÂMARAS MUNICIPAIS). PERGUNTO, COM QUANTOS ANOS DE ATRASO, EM RELAÇÃO AO POLIS DA COSTA DA CAPARICA?)

2 - OUTRA TEMA: Constatei, aliás, com agrado que foi pintada no asfalto uma passadeira (zebra) para facilitar a travessia dos peões, em frente à Casa da Alda (Alojamento Local), sensivelmente a meio do troço nascente da rua de São Vicente. Parabéns à Câmara. Pois fazia ali falta. Tal como faz na EN268 no Sítio do Tonel.

Mas neste troço final da EN268, onde há uma estação de serviço da Galp, o acesso ao cemitério, um popular restaurante local, e paragens das carreiras de autocarros que servem Sagres, ainda não há ainda qualquer passadeira para peões, ... nem mesmo 500 metros mais abaixo, nessa via, em frente ao novo espaço Intermarché.

TERCEIRO APELO: Pede-se, assim, a atenção dos serviços para a urgência desta medida – pelo menos duas passadeiras (zebras) no Sítio do Tonel, entre as ruas transversais do Tonel e de São Vicente.

Atravessar agora a estrada, com a visibilidade cortada sobre os carros que vêm, por vezes, do Nascente da Rua de São Vicente, a velocidade acima dos 50 KmH, é um PERIGO, especialmente nos dias em que entram em Sagres largos milhares de carros, O QUE É QUASE TODO O ANO.. E nenhum automobilista sente "que deve abrandar para deixar as pessoas atravessar a tal via – mistura de estrada e de artéria local", pois nem sabe que as pessoas do Sítio do Tonel não têm outra passagem para se dirigirem ao centro da vila!

QUARTO APELO: Pelo menos, impõe-se a colocação urgente dos sinais de estacionamento proibido, ao longo do referido tapume da tal obra. Ontem e hoje já vi várias viaturas estacionadas junto do tapume, a ocupar parte da faixa de rodagem.

3 - NOVO TEMA: A requalificação desta futura avenida de Sagres, parece cada vez mais difícil e com menos alternativas de projectar qualidade urbanística. Mas a culpa é do mau aproveitamento daquele espaço e de quem dificulta ainda mais o estacionamento, para preferir o investimento em mais apartamentos para turistas em Sagres.

MODELO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL PRECISA DE SER ALTERADO - Aliás, uma situação que se estende por esse Portugal fora. Como se não houvesse outros negócios mais viáveis, na indústria, na agricultura e fruticultura, na pesca… nos serviços e na ciência ... marinha, por exemplo ... E o que é feito do projecto do Oceanógrafo de Sagres? FOI ABANDONADO?

Tenho pouca esperança, enquanto do excesso de imobiliário não resultar o rebentamento da bolha que tem afectado os Estados Unidos, Espanha e outros países apostados no betão, os autarcas e governantes portugueses vão autorizando mais betão!

O que não faltam é apartamentos, vivendas novas e terrenos à venda nas cidades e vilas de Portugal, quando falta tanta coisa mais produtiva por fazer!INCLUINDO EM SAGRES E TODA A ORLA COSTEIRA DO ALGARVE! Quanto investimento desperdiçado?



A principal e mais comprida avenida de Sagres, que vai desde a entrada da Vila até à Fortaleza, merece um enquadramento mais vasto na ponta final, permitindo avistar-se toda a imponência do mar e do Promontório de Sagres.

De modo a orgulhar os habitantes e familiares de Sagres. E os portugueses em geral! As populações precisam de bons motivos para elevar a auto-estima!
SAGRES merece o museu - passeio das Descobertas e Globalização ... das primeiras viagens transoceânicas aos primeiros voos espaciais! -, merece o OCEANÓGRAFO, e merece um enquadramento mais panorâmico, ambiental e histórico. Mas não pode ser um destino turístico de massas, conforme Clara Ferreira Alves pressente na sua página semanal na revista Única (Expresso de 14 de Agosto 2010)sob o título "Selvagens nas Dunas"!

NEM OS EXEMPLOS EXTERNOS COMOVEM OS PORTUGUESES CONTEMPORÂNEOS - Os espanhóis têm Finisterra, os sul-africanos o Cabo da Boa Esperança, (do Cabo Horn nem falo, porque é um local inóspito), e os portugueses têm o Promontório de Sagres e o Cabo de São Vicente, na fronteira marítima do Sudoeste da Europa! Protejam o Património. Valorizem a Natureza. Acolham melhor os visitantes e turistas mais civilizados! E não permitam "acampar" nas frágeis falésias da Costa Vicentina aos novos "invasores" selvagens, portugueses ou estrangeiros!

Mas, entretanto, a tal artéria de Sagres está a ficar afunilada com construções de alta densidade e sem espaço para o estacionamento normal de viaturas numa via urbana, nem para atenuar a circulação automóvel tão perigosa, na ausência de patrulhamento frequente da GNR.


QUINTO APELO: A Câmara Municipal deve votar um programa de requalificação geral sobre a circulação e estacionamento em Sagres, contemplando unidades de alojamento, restaurantes, bares, esplanadas e residências, após um debate público esclarecedor, em conjunto com as autoridades e as entidades promotoras das diversas modalidades de turismo e desportos praticados em Sagres.

4 - CASAS ABANDONADAS E EM RUÍNA - A Câmara deve também, certamente, preocupar-se com o mau aspecto da casa abandonada e em ruínas, na rotunda dos 4 caminhos (dos herdeiros da Família Regêncio), que representa um péssimo cartão de boas vindas aos milhares de turistas nacionais e estrangeiros que visitam diariamente Sagres.

Sei que a casa esteve em leilão até 31 de Julho, no Portal das Finanças, por dívidas ao fisco. A câmara não poderá agora tentar influenciar o arrematante a construir ali uma casa unifamiliar com um projecto de qualidade? Ou vai deixar construir mais apartamentos ou alguma pizzaria? É o que está a dar em Sagres e Costa Vicentina?

Nada há que não se resolva com boa vontade e diálogo entre as partes interessadas, a comunidade, as entidades do Ambiente, Património, Turismo, Regionais e Municipais.

Em relação a este tema, lembro dois casos louváveis:

A demolição de três moradias existentes há cerca de 50 anos, no trecho final da EN268, entre a rotunda dos quatro caminhos e a entrada da Fortaleza. O Estado nessa época cumpriu a sua missão!

Nos governos de Cavaco Silva (1985-1995) foi encomendado um estudo de ideias para valorizar o Promontório de Sagres (salvo erro pelo então Secretario de Estado da Cultura Pedro Santana Lopes) e um deles previa a geminação de Sagres com Cape Canaveral (hoje Cape Kennedy), integrando a construção de uma extensa galeria (subterrânea para não obstruir a paisagem marítima), com duas exposições permanentes: de um lado, com quadros e objectos representativas da epopeia portuguesa das Descobertas nos séculos XIV e XV, e do outro lado, com objectos, instrumentos e figuras da epopeia espacial norte-americana no final do século XX.

O Passeio das Descobertas e da Globalização, dos Oceanos ao Universo!

O museu que ainda falta ao Algarve e que poderia deslumbrar os visitantes e turistas nacionais e estrangeiros, ADOPTANDO EXCELENTES SOLUÇÕES DE ARQUITECTURA E MUSEULOGIA MUNDIAL.

Todos se lembram, ainda, quando apareciam em Sagres, milhares de jovens da Austrália, Nova Zelândia e outros países longínquos, por ano, com o guia das Pousadas da Juventude, interessados em visitar Sagres! Esse filão desapareceu quando a pousada foi extinta e Portugal não se soube alimentá-lo com outra atracção histórica, desportiva ou científica equivalente!

SEXTO APELO: Não estamos em época de nos endividar mais, pois não há excesso de rendimentos dos negócios nem de superavit da fazenda, mas não seria louvável, desde já, a Câmara Municipal tentar proteger este espaço para ali se instalar, no futuro, um projecto mobilizador da auto-estima lusa e para homenagear a coragem, o talento, a presciência e a ambição dos pioneiros das viagens transoceânicas e espaciais?"


5 - DESPORTOS EM SAGRES - A Câmara Municipal sabe certamente que há muitos atletas, corredores de meio-fundo, amadores e profissionais, que costumam correr com frequência, ao longo da Rua de São Vicente e/ou da EN268 até ao Farol de São Vicente, onde, aliás, tem início a "ciclovia europeia" precariamente “instalada” ao longo de todo o litoral do Algarve. É MAIS UMA OBRA PORTUGUESA DE FACHADA. ESTÁ NO PAPEL, NO DIÁRIO DA REPÚBLICA, e PINTADA NO ASFALT0, já que as bermas das estradas em Portugal são um pesadelo!

Só que, na ausência de fiscalização e vigilância da GNR, esses praticantes de atletismo, encontram carros estacionados no percurso pintado na berma, ou outros empecilhos, que não deveriam ser sequer permitidos num país europeu.

SÉTIMO APELO: O que pode a Câmara fazer nesse sentido? Para valorizar o cicloturismo e o atletismo? Tornar a organizar provas para estas modalidades, através dos clubes e atletas existentes?

Agradeço, antecipadamente reconhecido, a resposta da Câmara Municipal a estas questões. E com os melhores cumprimentos, fico à vossa disposição para colaborar com a Câmara, na possível solução destes e de outros problemas locais.
humberto salvador ferreira
CUMPRIDO UM DOS MEUS DEVERES DE CIDADANIA. ALERTAR AS ENTIDADES RESPONSÁVEIS PARA OS PROBLEMAS LOCAIS.

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