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CRÓNICA MATINAL: Em que país eles vivem? À minha volta vejo vidas adiadas e carreiras desmoronadas. Depois leio o que por aí se escreve sobre um povo que não sabe viver com o sacrifício e pergunto-me: em que país vivem os nossos colunistas?
ANTES PELO CONTRÁRIO - Blogue de Daniel Oliveira - COLUNISTA DO EXPRESSO Texto divulgado no Expresso.pt em 28Dez2010
Em frente a mim, um amigo com uma longa carreira almoça. Percebo que não o faz há dias. Demasiado velho (((ou será NOVO?))) para se reformar, demasiado novo (((ou será ENTRADO?))) para começar de novo, vive no limiar da sobrevivência. Mantém-se bem vestido para tratar das aparências. Tenta manter aquela dignidade que sempre me mereceu admiração.
No chat, converso com um amigo emigrado. Excelente no que faz, quando chegou a Lisboa parecia que a sua carreira não encontraria grandes entraves. Até que, cansado de viver de recibos verdes mal pagos em ateliers que tratam o talento como coisa irrelevante, decidiu partir. Sem nada que o esperasse no destino. Lá se está a safar. Mas, apesar disso, quer saber como isto vai porque ainda não perdeu a esperança de voltar.
Olho em volta e vejo os meus amigos mais promissores a dar aulas em universidades estrangeiras, com condições que aqui seriam virtualmente impossíveis. Outros a trabalhar em call-centers ou a viver de biscates, com as suas vidas adiadas para sempre. Vejo os pais deles a carregarem até à velhice o fardo de garantirem a sua sobrevivência. E a dos netos, quando os filhos tiveram coragem para tanto.
(((CRUZO-ME))) Diariamente cruzo-me com a angústia de vidas impossíveis, onde tudo é contado. De trabalhadores menos qualificados aos melhores quadros que o nosso sistema de ensino produziu. Tanto desperdício de talento que perco a esperança neste país.
Isto é o que vejo. Depois leio textos de colunistas e economistas. Vivemos acima das nossas possibilidades. Habituamo-nos ao bem bom. Perdemos a ética do trabalho. Já não sabemos o que é o sacrifício. Fico agoniado e assalta-me uma dúvida: sou eu que conheço demasiados azarados ou esta gente que escreve nos jornais e fala na televisão vive num País diferente do meu?
COMENTÁRIO DE HF – Daniel Oliveira é um dos colunistas mais “beneficiados” do nosso actual sistema de comentadores e colunistas da política, economia e do sistema em que vivemos. E não lhe nego talento, apesar de raramente concordar com as suas bizarras opiniões como esta. Escreve no Expresso e tem um blogue bastante popular. Faz parte, portanto, do rol de COLUNISTAS eleitos pelo mais conceituado semanário do nosso País.
Como classifica então Daniel de Oliveira um país que “consome” e “desperdiça” por ano o dobro do que produz. Sejam os privados, em bens, produtos e serviços que vendem no mercado interno ou ao exterior, seja o Estado em impostos, taxas, sobretaxas, coimas, multas, receitas ordinárias (na Justiça, Educação, Saúde, Segurança Pública, Museus e Monumentos, Portagens, Equipamentos Públicos, Ambiente, Segurança Social, Apoios Comunitários, etc.) e receitas extraordinárias (ainda há privatizações a fazer, vendas de imóveis do Estado e dos municípios, aumentos de impostos, taxas e sobretaxas, coimas, multas e outros serviços estranhos, pagos pelos utentes nas contas da electricidade, esgotos e outros)?
Talvez: um País Porreiro, Pá? TRINTA E SEIS ANOS PERDIDOS
Estragaram tudo. O
Ensino com cursos superiores que talentosos jovens tiraram com brilho e distinção mas que não servem para NADA A não ser para trabalhadores precários em centros de mau atendimento telefónico! Nem a Função Pública os quer! Nem os meios de comunicação social têm capacidade para absorver estes brilhantes compatriotas que passam a vida nos cafés, esplanadas e bares, sustentados pelos pais que lhes fizeram a vontade, para lhes evitarem traumas previstos pelos psicólogos!
Mas também estragaram a
Saúde com maternidades instaladas numa centena de concelhos para agora haver dezenas de portugueses que nascem por ano nas ambulâncias enquanto outras centenas nascem em Badajoz e Tuy.
Estragaram a
Agricultura e o
Planeamento Demográfico, alimentando a vida de idosos nas aldeias mais pobres da Europa, instalando escolas, juntas, postos da GNR, guardas florestais, guarda-rios, cantoneiros e fiscais, ignorando que o minifúndio tradicional só gera pobreza e individualismo egoísta e até a rivalidade doentia.
E, assim, afectaram as esperanças das gerações activas futuras com uma dívida do tamanho da pá da lendária padeira de Aljubarrota ou da espada do Afonso Henriques!
E AINDA QUEREM CONTINUAR A MAMAR NA TETA DO CONTRIBUINTE URBANO?
Contribuinte velho, doente, abandonado, com reformas de miséria, e sacrificado até à medula?
Ou do pessoal entre 45 e 65 anos, desempregado, mal preparado e pouco produtivo, sem futuro à vista, que enchem os dormitórios das cidades mal planeadas, mal urbanizadas e mal aproveitadas?
Ou dos jovens que não estudaram cursos com futuro, ou nada estudaram, preferindo associar-se em gangues que geram violência em bairros onde nem a polícia entra?
ALTERNATIVAS MAIS INTELIGENTES
O QUE DANIEL OLIVEIRA poderia fazer (COMO EU TENTO, QUASE TODOS OS DIAS) era avançar com algumas sugestões para o Governo planificar melhor e preparar, desde já, um
equilibrado plano de desenvolvimento a longo prazo, que possa suscitar a aprovação de uma responsável maioria partidária, nos planos económico, tecnológico, cultural, social e financeiro, para assegurar o futuro de Portugal e dos portugueses nos próximos 30 anos.
TODOS NÃO SOMOS DEMAIS PARA, NESTA BORRASCA, LEVAR PORTUGAL A BOM PORTO!
Labels: PORTUGAL ... ESPERANÇA E FÈ EM 2011
posted by humberto salvador ferreira #
3:02 AM 