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Saturday, January 22, 2011

 
De Rosa Ramalho a Ernâni Lopes … dois génios a dignificar
Humberto Ferreira
Texto publicado no semanário PUBLITURIS - JORNAL DA INDÚSTRIA DO TURISMO (fundado em 1 de Março de 1968, em Lisboa) na edição de 21 janeiro 2011

Ouvi na TV uma artesã dizer que o artesanato actual nada tem a ver com o Galo de Barcelos. É mais estilizado, artístico e valioso. Desejo, pois, que as vendas deste renovado artesanato cresçam bastante, mas sem ignorar o que Rosa Ramalho fez para tornar o galo de Barcelos conhecido em todo o mundo.
De Tóquio a Sydney e de NYC a Punta Arenas. Pois qual é a peça que identifica agora a nossa cultura e turismo? Se não for o Mourinho e o CR7, quem se lembra de Portugal? Mal do Povo que despreza a tradição e o génio.
E não é desvalorizando os nossos génios, que a RTP faz serviço público!
Assisti em Osaka ao Dia de Portugal na Expo-1970 e vi bem como Amália e as danças do Verde Gaio foram aplaudidas pela assistência internacional, que também admirou o nosso artesanato, saboreou a gastronomia e comprou milhares de galos de Barcelos, rendas e tapetes no Pavilhão de Portugal.
Na Expo Xangai-2010, o revestimento em cortiça do nosso pavilhão também foi um êxito, que seria multiplicado pela venda de mais produtos lusos de arte, utilidades, e supermarcas, para atingirmos os tops mundiais com o apoio dos portugueses estabelecidos lá fora. Siga-se o êxito do pastel de nata, com o indispensável toque de marketing, que o Turismo contemporâneo bem precisa!
Entretanto, crescem as vendas das marcas de whisky escocês e irlandês, relógios suíços, carros alemães, moda italiana, francesa e inglesa, e produtos de entretenimento em inglês, enquanto as gerações portuguesas contemporâneas preferem absorver a moda oriental e africana e optar pela cerveja em vez do vinho, pela comida rápida em vez da tradicional, pelas marcas internacionais em vez do feito em Portugal.
Os têxteis, azulejos, louças, vidros, mármores, conservas, vinho do Porto, lavoura e rolhas de cortiça estão em fim de ciclo, augurando-se o esforço no crescimento nas exportações concentradas em “drawback” e mão-de-obra mal paga. Receita repetida de políticos e economistas teimosos.
LISBOA TLx14 – Enquanto Londres, Berlim, Paris, Milão, Madrid e Barcelona se modernizaram nas últimas décadas, Lisboa “grafitou-se”.
Mas agora quer jogar na liga TLx14 com um parque temático para quatro milhões, um centro de congressos para oito mil, mais hotéis para 4500 hóspedes, um aeroporto para voos de baixo custo, um terminal TGV central, um distrito dos museus (que já tem em Belém), e a integração dos cruzeiros como produto prioritário. São todas ideias maravilhosas.
Não sei é quando poderão concretizar-se, pois até 2014 são anos de apertar o cinto sob mais PEC e o EFSF e FMI.
É preciso entender, primeiro, se o TGV e a (mais fácil) expansão da "ponte aérea de voos de baixo custo" Madrid-Lisboa, são ambos viáveis?
Se o poli-terminal do Oriente tem capacidade para o TGV + linha de Alcochete + tranvias Sintra-Vila Franca + Linha do Norte e saída principal das linhas de longo e médio curso que servem Lisboa + o Metro e as redes rodoviárias (urbana e suburbana). E onde fica a base de voos de baixo custo? Na Portela, Ota, Tires, ou Montijo?
E se o terminal de cruzeiros Santa Apolónia-Doca da Marinha basta para um escalão mais alto nos cruzeiros.
Por outro lado, a reabilitação de centenas de prédios em ruinas quantos anos demora? E as obras para evitar mais cheias nas avenidas?
E quem garante mais segurança e limpeza na Grande Lisboa, hoje conhecida pela "Havana europeia"? Está à vista de qualquer residente ou visitante!
Além de não se saber ainda quem garante a defesa da nossa língua-mãe nos hotéis, alojamentos, comércio e publicidade em geral?
Lisboa ganhou em 2009 o prémio WTA de melhor porto para cruzeiros mas em 2011 o SEF vai passar a cobrar três euros por passageiro embarcado e desembarcado, dois euros por passageiro em trânsito (baixa nas excursões) e um euro por cada tripulante que vá a terra fazer compras, saborear a nossa comida ou passear.
Nada pior para afastar armadores, dada a intensa concorrência entre destinos turísticos. Tudo isto é triste mas é o nosso fado!
FESTAS DO FIM DO ANO – Do Porto às praias do Algarve são 600 km. A elite anda a dizer mal todo o ano do produto sol e praia, mas a ERTA, ATA e municípios algarvios mais dinâmicos lançaram no fim do ano anúncios na TV sob o mote O Segredo mais Famoso da Europa. Sabe qual é? Para afastar recentes chuvas e ventos fortes, apostaram em imagens de concertos ao ar livre, mergulhos e surf, como no verão. E não é que o Algarve atraiu centenas de milhares ao São Silvestre! Mais do que as parcerias no Tejo e Douro!
QUADRO DE HONRA 2010 – O Conselho da Europa premiou o MUSEU DE PORTIMÃO como o melhor museu europeu; VINHOS E ARTE NA BAIRRADA – iniciativa de Joe Berardo com novo roteiro de sete colecções de arte nas Caves Aliança; TURISMO DO OESTE: A Oeste Tudo de Novo, visitoeste.com, e Há Sítios que Vale a Pena Visitar.
Coroas de Glória:
A expansão de ofertas sazonais de A VIDA É BELA e o prémio do Turismo de Portugal com o MELHOR STAND DE NEGÓCIOS no World Travel Market 2010.
RECURSOS ASSOCIADOS – Não se limita aos nomes dos hotéis a fraca defesa da nossa língua, pois há programas e aviões que primam por slogans em inglês.
É positivo criar apelos em inglês para atrair turistas dos países onde este idioma é corrente. Mas é negativo forçar clientes nacionais a usar firmas que parecem estrangeiras!
Ao folhear um recente preçário da KFC vejo quase só nomes e textos em inglês. Dentro de anos, a juventude nem distinguirá um bife de um FKC Bucket?
A vila Natal e do chocolate é Óbidos. A capital do Gótico, gastronomia e touradas é Santarém. A rota do vinho do Porto e cruzeiros no Douro passa no Porto, Gaia e Régua. A ria dos Moliceiros e doce de ovos é Aveiro.
Mas falta cada município apurar as suas âncoras mais representativas e a sociedade civil apostar nos municípios turísticos e na constelação dos recursos associados à cultura, desporto, economia, turismo, elevando a imagem externa de Portugal, em homenagem póstuma a Ernâni Lopes – outro génio lusitano, cuja memória lembro aqui, prestando a minha singela e sentida homenagem, pelo alto contributo dado ao Turismo e ao nosso futuro. Na obra que nos legou, bem apontou as rotas a seguir!

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