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Tuesday, June 14, 2011

 
Turiscópio 10 Junho 2011

Esperança no novo ciclo e nas constelações

AUTOR+FONTE: Humberto Ferreira - publicado no semanário PUBLITURIS em 09 Junho 2011

QUADRO DE HONRA – Apontei a distinção mensal aos dois grandes eventos náuticos realizados em Cascais e no Arade. Mas Portugal continua a não projectar os eventos que valorizam o turismo receptivo. A comunicação social ignorou a 1ª etapa de 2011 das regatas da AudiMedCup em Cascais. Mais badalada foi a F1 em Motonáutica em Portimão mas sem desmobilizar os adeptos da bola, política e concertos rock.
Agora, de 6 a 14 de Agosto próximo, Cascais acolhe o “circo” da Taça América para a 1ª etapa das eliminatórias dos dois finalistas em 2013, na Baía de San Francisco. Esta nova série faz parte da mais prestigiada prova mundial de vela desde 1851. Espero bem que se conjugam os indispensáveis esforços para projectar, desde já, este evento entre o público português, e que este novo ciclo governamental facilite, promova, sensibilize e divulgue online os calendários programados em cada época em Portugal.
Poderia ainda recorrer à falhada hipótese da Ryder Cup 2018, que acabou de ir para França. De tantos países, nunca me passaria pela cabeça a França, mas também que país pensaria em apresentar uma importante candidatura internacional na Comporta, um destino de golfe no papel? Este foi o atestado de distracção que faltava a quem tem gerido o nosso Turismo Oficial há 6 anos. Neste período, não faltou a duplicação de organismos, nomes, decretos e teimosias. A mais recente farpa: os operadores turísticos passam a “agências organizadoras”. É bom Portugal ser diferente, mas daí a mudar os nomes mundiais correntes? É desfaçatez ou teimosia impulsiva?
Assim, para o Quadro de Honra de Maio avanço com o colóquio ”Turismo e Mar – 2000 km de Oportunidades”, organizado pelos mestrandos da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, a 31 de Maio. Cerca de 20 talentosos oradores cumpriram o vasto programa de produtos, normas, oportunidades e tendências do Turismo no Mar. E os jovens licenciados com poucos meios tiveram um desempenho a 100%. Proponho ainda duas menções honrosas para as campanhas do Turismo da Madeira (Festa da Flor) e dos Açores.
OPORTUNIDADE PARA AS CONSTELAÇÕES – A ideia foi do saudoso prof. Ernâni Lopes: criar as Constelações do Turismo e do Mar. Há hoje bastantes seguidores, entre os quais me incluo.
Ora com tanto fórum, confederação, missão, e tantas ideias úteis, há que enquadrá-las em “constelações” de saber e liderança. É um termo português que exprime o popular “cluster” do prof. Michael Porter. É a forma fácil de dinamizar a economia numa fase de esperança. O Turismo e o Mar são os sectores mais adiantados nesta onda, cabendo à sociedade civil formalizar estas constelações de base associativa, para mudar Portugal.
MELHORAR- Quando se muda o governo, ou a direcção de uma empresa, a tendência aponta para se ignorar todo o anterior trabalho feito. Encomendam-se mais estudos, contratam-se novas caras e demora-se a inventar alternativas para se melhorar, por magia, o país ou o ramo. A herança é má mas se empresários e técnicos se unirem até se esquecem da burocracia. Tal como os bons árbitros pouco aparecem nos bons encontros de futebol.
Na situação de devedores comprometidos com a Troika, não há espaço nem verbas para se mudar tudo, pois começa-se logo a trabalhar na época alta do Turismo. Confio que o novo SET, vindo da área do PSD, seja conhecido, experiente e com provas dadas. Um dos males é a inconsistência dos programas eleitorais e de governo, dispensando governos ”sombra” e responsáveis por cada área, que estudem as mudanças a introduzir na legislatura seguinte. Creio que o novo ciclo dignificará mais os secretários de Estado.
FIXAR METAS – Não mudar por mudar nem sequer o esquema esquizofrénico da regionalização polarizada. Estancar sim a histeria da liberalização europeia, visando a instalação de empresas e serviços adhoc, sem gestores e profissionais habilitados em cada ramo, que possam garantir a prestação de serviços ao nível das normas europeias de qualidade. Um antigo objectivo europeu ignorado pela Comissão e Parlamento Europeu. Oxalá me engane, mas a directiva Bolkenstein vai, por si, fomentar fraudes e abusos, nos múltiplos serviços desregulados e prestados no espaço da UE a milhões de consumidores de todo o mundo. A competitividade não pode ser uma desculpa para a expansão do intrusismo!
DEFENDER O PORTUGUÊS – E estancar outra histeria lusa: o abuso de nomes ingleses para atrair mais clientes estrangeiros aos hotéis e outras unidades. O governo que implementou a escrita à moda dos Palops foi o mesmo que transformou os nomes de hotéis portugueses em ”sucursais” dos quartos com pequeno- almoço em Blackpool. Tarefa imediata: expedir banners nos portais do TP, entidades e pólos de turismo, apelando à descontinuidade desta moda. Pedindo mesmo apoio aos principais grupos hoteleiros, restauração, animação e indústria alimentar. A oferta não pode abdicar da nossa língua nem da nossa identidade e cultura mas deve evitar nomes nasalados, ou com demasiados R, X ou Z, para facilitar o uso do português aos estrangeiros, pois até há nomes portugueses lindos, como AMIGO.
SEGMENTAR TAREFAS – O novo governo deve dar mais protagonismo aos empresários e gestores mais dinâmicos e com capacidade de reunir consenso e parcerias inovadoras. Empresários e gestores ficam gerações, políticos e “boys” mudam com frequência, e os substitutos demoram anos a aprender, excepto quando vêm do privado.
Importa definir melhor a segmentação, promovendo mais os destinos “premium” e menos os populares (low-cost), pois convém-nos, a nível externo, cativar e vender os produtos mais caros. Portugal tem uma óptima oferta, cobrindo vastos segmentos da procura. Mas há países a adoptar, durante décadas, factores que valorizam a sua imagem externa e se identificam com a sua cultura, através de um bom slogan. O que o que mais nos identifica, hoje, é o Desporto e as provas internacionais. E o desporto está ligado ao clima, gastronomia, eventos, animação e sobretudo à hospitalidade. Logo, a 1ª ferramenta a melhorar é o calendário online de eventos patrocinados pelo Turismo de Portugal, destacando com um selo de garantia os eventos de maior projecção internacional, como a cultura europeia em Guimarães ou a regata dos grandes veleiros no Tejo em 2012. Mas há mais!

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