BelaSagres.blogspot.com

Divulgar Sagres. Bem-vindos ao melhor surf, pesca, mergulho, ciclo-turismo, e às praias vicentinas. Comentar a actualidade. Debater Ambiente, cruzeiros, aviação, excursões, hospitalidade, eno-gastronomia, desportos, cultura, eventos, formação e conhecimento. Aberto a contributos e críticas.

Tuesday, December 20, 2011

 
Portugal tem emenda? Sim. Se a maioria quiser!

Humberto Ferreira

Novo ano, novos planos e votos. Vamos ter que mudar de vida mais uma vez. Vamos unir-nos e trabalhar mais para reconstruir um País mais justo e produtivo, sem depender tanto de cada governo nem da subsídiomania. Vamos apurar mais o nosso saber colectivo e pessoal, ao serviço do ramo em que temos mais experiência. Vamos concentrar-nos nas âncoras em que Portugal tem potencial para obter maiores êxitos externos. Vamos afastar as rivalidades regionais e ser mais abertos à mudança estratégica que se impõe realizar em cada actividade, projectando com viabilidade a nossa capacidade técnica, económica, cultural ou científica. Vamos acompanhar de perto e contribuir para a evolução europeia e mundial. Vamos trabalhar melhor em equipa para o bem colectivo e aconselhar o governo e as instituições públicas e privadas, a produzir melhor informação e comunicação, apontando alternativas e não apenas vias falhadas mas preconcebidas para beneficiar os habituais lóbis instalados.

DIREITO Á INFORMAÇÃO CORRECTA – A democracia exige que se proporcione a cada grupo a melhor opção, mas que a proposta maioritária vencedora em cada acto eleitoral exerça o poder com imparcialidade. O fortalecimento do tecido produtivo, por sua vez, exige que os sectores vitais disponham de dados periódicos bem ordenados e rigorosos, que permitam avaliar, por exemplo, a tendência das exportações e importações, para se poder analisar os saldos de cada fileira activa a actuar da melhor maneira.
Em resumo, importa apetrechar a gestão com mais dados úteis e práticos, em vez de se lançaram tantos palpites avulsos na comunicação socia. E importa, sobretudo, travar ou neutralizar as intervenções negativas (ou menos felizes) dos líderes partidários, que continuam a disparar aos alvos errados (os seus preferidos), como o actual governo, que só transmite austeridade, cortes, despedimentos (na função pública) e avisos de novos sacrifícios em 2012. Esquecendo a reorganização, racionalização, promoção e crescimento.
Abracei a carreira de jornalista profissional em Maio de 1975, num período também muito difícil, mas o primeiro dinheiro que ganhei foi em libras esterlinas, a escrever para o Glasgow Herald em 1953, sobre a marinha mercante portuguesa.
Ouso, assim, dar mais um conselho a este governo, empossado há seis meses: a solução da crise não passa mais pela austeridade, nem pela subida dos impostos, cortes nos proveitos das empresas e dos trabalhadores, nem por constantes provocações e desconfiança sobre o futuro. Passa, sim, por planos concretos e urgentes para cada um dos sectores prioritários a apoiar e desenvolver. E, por outras palavras, por uma postura de comunicação correcta e à prova de mal entendidos.

EXEMPLO ESPANHOL – O novo presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, já anunciou o esquema racional das prioridades do seu programa:
1 - cortar 15,5 mil milhões de euros nas despesas do sector público;
2 - apresentar a Lei da Estabilidade Orçamental, visando a redução da dívida pública para 60% do PIB até 2020);
3 - congelar contratações na função pública (não irá contratar quadros para os novos gabinetes? A administração pública terá quadros da confiança de ambos os partidos?);
4 - alterar todos os feriados para segundas e sextas-feiras (com excepção do Natal e Ano Novo),evitando “pontes” mas garantindo o funcionamento normal do calendário do Turismo Interno;
5 - cobrar IVA após a liquidação das facturas às empresas (para apoiar as PME e abreviar, assim, os prazos de pagamento aos privados);
6 - manter o nível tributário vigente (sem aumentos);
7 - e implementar com urgência o Plano Integrado de Desenvolvimento Turístico.
Aparentemente, os partidos em Espanha fazem melhor o seu TPC, atacando as prioridades dos sectores que criam mais empregos.

ESCLARECER CONSUMIDORES – Enquanto cá se prevê o agravamento da evasão fiscal com o aumento do IVA, em Janeiro, e a descida do consumo devida ao aumento dos preços e aos cortes salariais, a Espanha tem uma visão de expansão e de justiça.
Muitas empresas lusas já não pagaram o subsídio de férias em Agosto nem podem agora pagar o 14º mês. Portanto, não foi só a função pública atingida (falta saber como o governo vai cobrar metade de um subsídio não recebido? Daí a minha referência acima à justiça!).
Por outro lado, convém mandar afixar, em cada local de venda, bem destacado, o novo valor do IVA a partir de 2012, aplicável aos respectivos produtos e serviços. Os consumidores têm o direito de ficar a saber que o Estado arrecada mais 23% em cada transacção do escalão mais alto, o que se reflecte na subida inevitável do preço de venda ao público e do custo de vida.
Aliás, o nível do custo da vida familiar vai subir, quer pela cotação externa e interna da maioria dos serviços, bens, e produtos, quer pelo colossal aumento do IVA. As subidas variam de 6% para 13% e de 13% para 23% no IVA, mais em diversas percentagens, quanto ao aumento sucessivo dos custos de produção (energia, matérias-primas, transportes e impostos).
Não há volta a dar. O consumidor e o contribuinte pagam mais, mas o Estado arrecada menos receita. É linear para todos, menos para a troika e para o governo.
Compete por isso aos empresários esclarecer os clientes que o Estado é repetente. Não se contentando com a subida no IRS, IRC, IMI, IPP e outros impostos, penaliza mais a economia com a excessiva subida de 7% e 10% no IVA, provocando mau estar social nas empresas e nas famílias, e comprometendo o futuro de todas as gerações, sob a desculpa dos erros cometidos nas últimas três décadas e por três intervenções pesadas do FMI.

TURISMO CASTIGADO – Todos os sectores foram castigados pelas medidas de austeridade da troika, aprofundadas por este governo, mas o Turismo foi o maior mártir.
Com transportes reduzidos e mais caros (os cortes previstos no Plano Estratégico de Transportes representam um recuo de 20 anos e abrangem a CP, as rodoviárias municipais e privadas e as ligações fluviais, assim como os voos de cabotagem para os Açores e Madeira).
Com refeições mais caras e incompatíveis com os preços praticados na restauração espanhola.
Com animação mais cara e de menor qualidade, pela asfixia das câmaras.
Com menos promoção a nível externo, regional e local, idem.
Com taxas portuárias e de segurança mais altas.
E sem um Plano Integrado de Desenvolvimento do Turismo, como Rajoy prometeu em Madrid.

CONCLUSÃO – O anuário “XXI Ter Opinião 2012”, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, é leitura indispensável para quem se interessa pelo futuro de Portugal.
O tema desta primeira edição é: Portugal tem emenda?
Respondo convicto; Tem ainda uma pequena folga. Mas desde que a maioria da população saiba e queira remar avante num rumo certo. Mesmo que indignando-se, abertamente, contra as medidas erradas, seja de que governo for! O que importa acima de tudo à sociedade civil é propor alternativas, como acima!

Labels:


Comments: Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]





<< Home

Archives

October 2006   November 2006   December 2006   January 2007   February 2007   March 2007   April 2007   May 2007   June 2007   July 2007   October 2007   November 2007   December 2007   February 2008   March 2008   June 2008   July 2008   August 2008   September 2008   October 2008   November 2008   December 2008   January 2009   March 2009   April 2009   May 2009   June 2009   July 2009   August 2009   September 2009   October 2009   December 2009   January 2010   February 2010   March 2010   April 2010   May 2010   June 2010   July 2010   August 2010   September 2010   October 2010   November 2010   December 2010   January 2011   February 2011   March 2011   April 2011   May 2011   June 2011   July 2011   December 2011   February 2012   May 2012   June 2012   July 2012   September 2012  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscribe to Posts [Atom]