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TURISCÓPIO IIMOPTC pode valorizar redes de transportes e lazerHUMBERTO FERREIRA
Este segundo artigo, propondo soluções e apontando dúvidas, orienta a "visita" ao MOPTC de 24 de Abril, cujos investimentos falta integrar num Masterplan Articulado Transportes-Equipamentos. Os planos sectoriais das obras públicas relacionadas com transportes e equipamentos afins(TGV, TTT, NAL, PRN, portos e terminais, etc.) revelam opções avulsas sem aprovação na AR por maioria de 2/3. Como pode um governo executar dispendiosos projectos contra toda a oposição? Sem conciliar estratégias, antes empenhando as gerações seguintes? Sem saber se o mundo daqui a anos será de fartura ou pobreza? Nem a incógnita da 1ª crise tóxica global? E o que leva os partidos políticos a ignorar gabinetes de estudos estratégicos, rejeitando ad-hoc uma modernização planeada e faseada para satisfazer utentes, empresas, a economia e o turismo?
Devem os governos, em especial em época de profunda e prolongada crise, assumir encargos a mais de quatro anos? Nas eleições seguintes, as obras rejeitadas pela oposição e confederações (afinal a voz dos utentes) serão reavaliadas pelos vencedores, dando azo a mais desperdício, num ciclo sem fim! Exemplo? Há dois autódromos privados mas para agradar ao lobi do betão fez-se outro temporário no estádio público do Algarve para um rali! Depois destrói-se a pista até se fazer outra para novo evento! Não cabe à oposição e sociedade civil contribuirem com inputs de gabinetes estratégicos para melhorar propostas extravagantes? Pelos vistos, a intriga, culto da personalidade, e enriquecimento ilícito importam mais?
PLANEAMENTO ORGANIZADO Caberá ao futuro MOPTC propor o Masterplan Articulado Transportes-Equipamentos, que siga estratégias europeias ao nosso alcance. Há países que dispensam ligação ao TGV. Este plano deve integrar as grandes redes estruturais de âmbito doméstico e internacional, visando atrair mais tráfego, sempre aliado ao potencial do turismo, indústria, comércio, agricultura e serviços! O dinamismo do Lazer pode optimizar a parceria MOPTC-Turismo! Tudo o que de positivo se faz no nosso País passa pelo empreendimento do Turismo. E o Portugal moderno passa pela promoção de terminais, pontes, portos, marinas e aeródromos funcionais, que garantam acolhimento verdadeirmente ESPECIAL a visitantes e executivos que viajem com destino ao nosso País! A coordenação portos-transportes marítimos ficará melhor entregue à parceria MOPTC+Turismo! O Ambiente e a Defesa só complicam!
1 -
Rede Ferroviária – mal divulgada a complementaridade da rede convencional de longo curso e duas rotas de alta velocidade, qual o calendário espanhol para a chegada às nossas fronteiras? Como se enquadram as tranvias (altas geradoras de tráfego intermodal) e os ramais regionais, aos corredores de longo curso? Subsistirão outros “casos Cais do Sodré” com controlo autónomo de bilhetes e passes? São indispensáveis duas redes de bitola distinta? E como vai, afinal, a CP e a nova empresa do TGV competir com os voos low-cost?
2-
Rede Aeroportuária – a aviação está em mudança. Portanto faz falta a aliança entre aeroportos, aeródrómos, operadores de turismo, executive-air e linhas aéreas. Ainda não há voos domésticos articulados com circuitos intermodais! Há sub-aproveitamento das pistas, entre outras, de Vila Real, Bragança, Fátima (por licenciar), Tires e Évora! Já houve problemas nos voos de Porto Santo e Bragança, por falta de fluxos viáveis de tráfego. E que contratos com operadores aéreos, logísticos e turísticos, tem o aeroporto internacional de Beja para 2009? O projecto do terminal de Alcochete não contempla a construção modular por fases, como Roissy CDG (o principal aeroporto de Paris já vai no terminal F), mas sim do tipo Tecto Único (como o novo terminal 4 de Barajas/Madrid,ou Malpensa,ambos com ligações muito difíceis quando os voos chegam atrasados). Diz o MOPTC que, quando o tráfego exigir, faz-se um segundo terminal satélite (tipo Figo Maduro ou terminal 2 - para voos domésticos - na Portela), desprezando opções experimentadas em Paris, Munique, etc. Mas, afinal, o projecto da Naer foi aprovado pela APPLA - pilotos associados. Eles lá sabem!
Na TAP murcharam as rosas! A PGA nacionalizada perdeu quatro milhões e ganhou uma crise laboral. A crédito da aquisição: a expansão da rede dos voos intra-regionais e ibéricos, nos hubs de Lisboa e Porto! A aliança à Varig foi miragem mas o buraco de 29 milhões na VEM é real. A compra de 50,1% da Groundforce beneficiou os horários mas somou um prejuízo de 35 milhões. Em 2008, a TAP SGPS perdeu 285 milhões de euros (320 milhões segundo a a Parpública) e gastou 703 milhões em fuel. Mas quanto recebeu em sobretaxas de combustível, até nos primeiros dois meses de 2009? O passivo acumulado soma 1467 milhões e o capital de 41,5 milhões vale hoje menos 212 milhões, configurando incumprimento do artº. 35 do cód. comercial (falência técnica). O MOPTC (em nome do accionista) quer recapitalizar a TP com 200 milhões, esquecendo aparentemente que Bruxelas proíbe desde 1994 mais injecções públicas. A TP não é low-cost mas concorre com a Ryanair, Easyjet, Air Berlin, etc. A Suiça, Bélgica, Áustria e Escandinávia optaram por parcerias com a Lufthansa (LH). A Holanda com a Air France (AFKL) e a Espanha com a British Airways (BA). A Irlanda, Grécia, Itália e Portugal são mais nacionalistas e adiam soluções! A TP tem recusado propostas da IB e TAAG. Em 2009, até Maio, a TP operou menos 5000 voos, a comprovar a quebra da procura! Agora procura capital fresco ou, quem sabe, a renacionalização?
3 -
Rede Portuária – somos um país marítimo que despreza o Mar! Curioso: o novo plano das descobertas científicas foca o fundo do Atlântico, como meio para aumentar a área subaquática exclusiva! O MOPTC evitou o erro da Ota, mas falta evitar o fluxo de um milhão de contentores pelo terminal de Alcântara, para libertar a jóia ribeirinha da capital! Os contentores vão afastar os navios de cruzeiros de Alcântara e Rocha para um novo cais de Santa Apolónia, cortando o ganha-pão aos taxistas. Mas o que pensa este PS dos cruzeiros? Que não vale a pena? Barcelona fica a ganhar com mais de 600 cruzeiros/ano, sete terminais e nove armadores regulares. No Tejo, um cais de 600 metros não chega! Navios pós-Panamax medem mais de 300 m. No domingo 19 de Abril havia quatro navios de cruzeiros no Tejo: Atlantic Star, Funchal, Windstar e Princess em três cais, um do grupo Mota! Também faltam investidores para uma parceria dinâmica de cruzeiros!
4 –
Rede rodoviária – existe o PRN que assenta na maia alta taxa de auto-estradas para o menor número de utentes. Há nove AE que NÃO atingem os índices de tráfego médios europeus mas estão previstos novos investimentos, que dão mais votos do que escolas e maternidades? E os empreiteiros aplaudem para entrar no Guiness das auto-estradas!
5 –
Pontes rodo e ferroviárias – são complementares do sistema intermodal de transportes, dadas as funções mistas que representam: continuidade dos percursos rodoviários e ferroviários interrompidos por vias fluviais,sem condicionarem a navegação nos estuários do Tejo, Sado, Vouga e Guadiana entre outros. Por isso na TTT (3ª Travessia do Tejo) querem meter o Rossio na Betesga: duas redes de CF, seis faixas de rodagem, e pistas para ciclismo e peões? Sem sequer debater o enquadramento alargado do projecto nem as opções alternativas - por exemplo, as vantagens de um túnel sob o Tejo! É tudo lamentável, mas é um RX de Portugal em 2009! No terceiro Turiscópio, focarei Transportes, Turismo e Energias Renováveis.
Labels: TRANSPORTES E TURISMO
posted by humberto salvador ferreira #
10:32 AM