BelaSagres.blogspot.com

Divulgar Sagres. Bem-vindos ao melhor surf, pesca, mergulho, ciclo-turismo, e às praias vicentinas. Comentar a actualidade. Debater Ambiente, cruzeiros, aviação, excursões, hospitalidade, eno-gastronomia, desportos, cultura, eventos, formação e conhecimento. Aberto a contributos e críticas.

Tuesday, June 23, 2009

 
Transportes, Turismo e Energias Renováveis
III artigo da série MOPTC publicado no semanário PUBLITURIS - O jornal da indústria do Turismo - em 5 de Junho de 2009

Humberto Ferreira - in TURISCÓPIO
////hsalvadorferreira@clix.pt

Com este terceiro Turiscópio sobre o MOPTC creio que os leitores fiquem esclarecidos sobre as vantagens e afinidades Turismo-Transportes! Hoje, apresento um Manual Simplex de Transição do carbono para as renováveis, alertando para o urgente estudo de redes adequadas à distribuição de energia limpa. Receio que o plano do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa em Alcochete, nem tenha contemplado o oleoduto, para agradar ao lobi quatro-em-um: camionagem, estradas, distribuição de gasolina e fabricantes de rodo-cisternas! É pena, pois se os políticos não podem ser experts em todas as matérias que são chamados a intervir, podem, pelo menos, seleccionar e ser bem aconselhados por assessores à altura destas novas responsabilidades ambientais, sociais e tecnológicas.

INDÚSTRIA LIMPA = GREEN TRAVEL – No programa "Prós e Contras" de 6 de Abril, nada ouvi sobre os inevitáveis combustíveis limpos? Os fósseis vão acabar, não pelos protestos verdes, realizados no Planeta Azul pela GreenPeace e Cª., mas pela forte especulação dos donos dos poços e gasolineiras, pois o barril já ronda os 60 dólares! Por outro lado, a redução de 60% até 2018 na emissão de CO2, equivale a condenar mais gerações à vida dura da primeira metade do século XX. Enquanto há uma crescente parte da população preocupada com o aquecimento global, as ameaças climatéricas e a qualidade de vida no planeta, por cá continua-se a gastar em obras faraónicas e a legar grandes pegadas carbónicas, à custa da miséria alheia. Repete-se a cena do Titanic: salvam-se os passageiros de 1ª ignorando os da 2ª e 3ª classes! E, afinal, onde viaja Portugal e os portugueses? Qual primeira classe?
BREVE INVENTÁRIO – Aplaudo as iniciativas das energias renováveis, embora não aprecie belas paisagens rurais e marinhas recheadas de aerogeradores. Mas aceito o valor desta fonte num país ventoso q.b., assim como as imensas placas de energia solar, nos campos e telhados do país. Mas acho exagerada a promoção da central foto-voltaica na Amareleja como atracção turística.
Já se aceitam excursões à Amareleja, para os voos que hão-de aterrar em Beja?

ALQUEVA – As albufeiras, além da energia e rega, valorizam bastante o interior, desde que a "Rota das Albufeiras" seja direccionada para valorizar a economia regional. Mas este produto é ignorado pelos empresários contemporâneos, salvo as poucas excepções no Alqueva e Esporão! O maior lago artificial europeu merece mais promoção que a Amareleja!
No 1º Plano de Desenvolvimento Turístico do Alqueva, em que colaborei em 1997, adiantei que o Alentejo será um pólo da procura turística, a par de Lisboa, Algarve, Madeira, Douro e Fátima! Passados 12 anos mantenho a previsão. Os radicais criticam-me, alegadamente, por na época “querer copiar para o Alqueva o modelo do Algarve litoral”! A cegueira não os deixa ver mais além! Nem entendem que as 10 barragens agora previstas são essenciais para reforçar as reservas de água e energia e reduzir a factura da nossa importação de produtos petrolíferos!Mas aos radicais não importam custos nem o bem-estar das gerações. Quanto mais atrasadas e sacrificadas melhor!

REGRESSO AO MAR – Nem Bruxelas (União Europeia) nem Oslo (Comissão Europeia de Segurança Marítima) têm politicas de incentivo à expansão do transporte marítimo, para compensar a retirada das mercadorias da estrada, e até para evitar os crescentes assaltos aos TIR nas estradas europeias – copiados dos navios ao largo da Somália! Para combater piratas, a NATO destacou uma mini-força multinacional de cinco fragatas, quando pelo menos três são precisas para escoltar comboios diários entre Aden e Mombassa e v.v. Não é com patrulhas de vigilância num mar tão extenso que os piratas vão ser derrotados! É com comboios organizados e vigiados por vasas de guerra dos aliados. Numa guerra terrorista, as forças aliadas devem adoptar estratégias de defesa logística, se não quiserem ser humilhadas. A vigilância aérea e electrónica é incapaz de evitar assaltos, nas longas rotas ao longo da costa oriental de África. E se na Europa continuarem a assaltar TIR, também devem ser criados comboios vigiados por militares nas principais auto-estradas. É este o preço do comércio livre!
Neste hiptético regresso da Europa ao Mar, sigo o advento da energia das ondas, lamentando o recente atraso na plataforma experimental ancorada ao largo da nossa costa Norte.

AGRO-ENERGIA – Acredito nos biocombustíveis, apesar do generalizado receio de que os agricultores troquem a produção alimentar pela energia, se der rendimento superior.
Aceito a estratégia e quotas do diversificado Plano Energético Nacional, salvo a recusa nuclear. Já na mudança para a Nova Ordem Económica Global, também devemos lutar para instituir reguladores capazes de equilibrar o circuito dos bens agrícolas (produção-pesquisa-reservas-exportação-distribuição-comercialização). Está provado que o mercado por si, começa por tirar as maiores vantagens para os membros de cada corporaçã, sobrando pouco ou nada para os produtores e transportadores. Por isso é urgente que os G20 mais os BRIC se entendam quanto a um sistema de produção e comércio equlibrado. Os agricultores dos países pobres têm sido ultra explorados, enquanto os “seis grandes” recebem chorudos subsídios de Bruxelas para travarem a produção! Talvez, mais áreas de cultivo em África (açucar, oleaginosas, bio-massa) possam ser a solução natural, tratando-se os bio-combustíveis da fonte mais adiantada ao uso da aviação e autos. Urge, por isso, implantar as primeiras redes de distribuição e o Brasil tem experiência neste âmbito.
Por fim, há o hidrogénio, que dizem vir a ser a energia mais popular, mas onde se desconhece qualquer iniciativa lusa. E estará o aquecimento global controlado e a economia bem abastecida até 2020? Não acredito!

CAPACIDADE REDUZIDA – Há diversidade de energias: eólica, solar, hidráulica, marítima, biológica e nuclear!
Até já naveguei em dois navios nucleares -Savannah e Nimitz- é uma fonte inevitável!
Quantos anos demora a transição energética do carbono para as fontes limpas? Nos transportes, indústria, iluminação urbana e entretenimento – este ramos é um pesado utente energético. É urgente planear novas redes de distribuição, pois algumas exigem carregamento frequente de baterias e outras os biocombustíveis para aviões e carros.
Mas, apesar de tanta diversidade, prevê-se que seja necessário reduzir voos, navios, combóios, e carreiras ferro-rodo-urbanas, suburbanas e de médio a longo curso, assim como o uso de carros privados.
Cabe ao MOPTC estudar e informar o País!

AVISO DO OAG: em Abril houve, na aviação, à escala mundial, menos lugares disponíveis e 6% de menos voos. Só no Reino Unido houve menos 13% de voos e menos 1,6 milhões de lugares.
Havendo privados a estudar e a investir em novas estruturas turísticas e de lazer, hotéis, convenções, animação, desportos, feiras, museus, etc, o MOPTC tem obrigação de se antecipar às novas exigências do mercado, nos transportes e energia, incluindo a evolução das actuais gasolineiras urbanas e de estrada, e na concepção de terminais rodo-ferroviários e aero-marítimos.
O plano geral e layout de Alcochete omite esta inevitável evolução energética. E urge, também, debater a expansão do "bi-terminal do Oriente" com uma solução para os anos 30/40: o "shuttle" para Alcochete e a estação central do TGV para Porto-Vigo e Badajoz-Madrid (com ou sem as tranvias Sintra-Alverca e os comboios intercidades, da rede ferroviária convencional à partida da capital. Mal localizada, no termo da cidade de Lisboa, a estação do Oriente, não tem o espaço da Portela, por exemplo, onde vai chegar em breve o Metro e onde já há carreiras rodoviárias urbanas e suburbanas!
Querem-nos vender gato por lebre? No próximo Turiscópio foco as oções sobre Alcochete, Alcântara e novas tendências de Transportes, Turismo e Mar, a que Portugal não pode ficar alheio.

Labels:


Comments: Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]





<< Home

Archives

October 2006   November 2006   December 2006   January 2007   February 2007   March 2007   April 2007   May 2007   June 2007   July 2007   October 2007   November 2007   December 2007   February 2008   March 2008   June 2008   July 2008   August 2008   September 2008   October 2008   November 2008   December 2008   January 2009   March 2009   April 2009   May 2009   June 2009   July 2009   August 2009   September 2009   October 2009   December 2009   January 2010   February 2010   March 2010   April 2010   May 2010   June 2010   July 2010   August 2010   September 2010   October 2010   November 2010   December 2010   January 2011   February 2011   March 2011   April 2011   May 2011   June 2011   July 2011   December 2011   February 2012   May 2012   June 2012   July 2012   September 2012  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscribe to Posts [Atom]