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Friday, January 15, 2010

 
BALANÇO DO PASSADO ANO TURÍSTICO E SUGESTÕES PARA O ANO CORRENTE
2009: o ano mais longo. 2010: a incógnita da mudança atrasada

Humberto Ferreira
////TRABALHO PUBLICADO NO SEMANÁRIO DE TURISMO "PUBLITURIS"
EM 15 JAN. 2010 (EDIÇÃO BTL2010)

O ano findo não foi bom para a maioria dos portugueses nem para os países e povos afectados pelo desemprego, deslocalização de fábricas, insolvências sucessivas em muitas àreas, fracasso de iniciativas locais e quebras específicas no Turismo e Transportes. E foi um ano de equívocos. Quis-se fazer acreditar, por exemplo, que o Turismo português não seria afectado, pois o sector estava bem preparado para suportar e superar a concorrência, presumindo-se erradamente que os gastos no lazer são hoje tão essenciais quanto os da alimentação e habitação. Também se subavaliou a tendência das metas apontadas em Copenhaga para suster o aquecimento global, ou seja, a redução de 40% das emissões mundiais de CO2 nos próximos 20 anos. Ignorando-se que transportes e turismo seriam dos ramos mais afectados, caso não se disponibilizem com urgência combustíveis e motores menos poluentes e mais práticos. Apresentou-se o “carbon trade-off” como opção sem efeitos negativos. Mas as empresas e os consumidores é que acabam sempre por pagar o custo das teorias dos políticos e cientistas contemporâneos.

Por cá, adeus à política da concorrência favorável aos consumidores, com a inevitável subida dos preços, pela pressão tanto sobre combustíveis fósseis como renováveis, acrescida do novo comércio dos direitos e quotas de emissão. A aviação e o turismo podem deixar de ser low-cost para serem privilégio das élites. Pode passar tudo a ser controlado pelo Estado, desde a pégada ecológica individual às férias repartidas e escapadas. Mas vozes de alerta ou planos B escassearam!

ESTAGNAÇÃO
Os nossos organismos e empresas turísticas poucas mudanças trouxeram nos seus ambiciosos planos, metas, produtos e inovações para 2009, apresentados com euforia durante a BTL2009. E mesmo depois dos primeiros desaires, poucos inverteram o rumo. Apenas foram revistos programas em baixa e feitos cortes em projectos de expansão. Esperam, em 2010, pelo milagre adiado ... chamem-lhe retoma com novos financiamentos a crédito, ou mais procura que dinamize o mercado de trabalho, ou captação de clientes com maior poder de compra, ou mapas de vendas a crescer ... A Irlanda, Grécia, Islândia e Argentina ficam no fim do mundo! Ir à raiz do problema, nem pensar! Quem vier atrás que feche a porta ...

O primeiro grupo turístico a admitir a situação em Portugal foi a rede de agências de viagens Halcon, com uma reorganização mais ajustada ao mercado. Os outros operadores, hoteleiros e transportadore, limitaram-se a reduzir preços. Mas há duas formas: reduzir os encargos, ou enfrentar a adversidade com opções mais agressivas de marketing. Só a restauração de topo seguiu esta segunda via, conseguindo-se manter ... pela menos na Grande Lisboa, Porto e Algarve.

Proponho-me analisar, em seguida, o comportamento de alguns factores críticos na transição do binómio Turismo-Transportes de 2009 para 2010.

PROMOÇÃO DOS DESTINOS TURÍSTICOS
Foi um ano de intenso trabalho para os nossos destinos turísticos com mais capacidade e experiência, pois a maior fatia de “hard-selling”, num período de crise da procura, coube aos destinos e operadores.

À partida destaca-se a diferença proporcionalmente desequilibrada entre os investimentos no ALLGARVE e na Serra da Estrela face às campanhas no resto do país. Deixou de se falar no Minho e Trás-os-Montes, assim como das belas praias atlânticas, para se projectar mais rios e spas. Mas o top da promoção foi dedicada a concertos musicais no Verão, Outono, Fim de Ano e Carnaval... Um apelo perverso aos consumidores "mais passantes que turistas" do mercado doméstico. E deixou de se divulgar, entretanto, enredos sobre os melhores hotéis para se enaltecer o Turismo Residencial. Houve municípios que promoveram as suas iniciativas e eventos, e outros não. Há que esboçar nova estratégia mais equilibrada e objectiva entre a informação que visa atrair novos consumidores ao turismo interno e a promoção que se faz aos concertos musicais.

A campanha do Turismo Interno “Descubra um Portugal maior” pecou pelo excessso de argumentos: tantos museus, tantas igrejas, castelos, aldeias, ou tantos hotéis e salas de congressos. Sem imagens de pessoas emocionadas ou de eventos invulgares, mas com paisagens escuras, ignorando que a promoçãp evoluiu do Turismo de Contemplação e Fuga dos anos 60/80, para o Turismo das Motivações Activas dos anos 90, e para o Turismo de Emoções, Experiências e Expedições do século XXI. A Vida é Bela foi, sem dúvida, a aposta mais válida nesta onda.

PLANOS, OBJECTIVOS, PRODUTOS E MERCADOS
Licínio Cunha analisou muito bem, que os executivos do sector, público e privado, ainda não assentaram nos objectivos nem nos produtos e mercados que mais lhes convém cativar. Concordo, mas creio que a maior vantagem competitiva é a capacidade de flexibilizar acções e campanhas ... à medida que os mercados reagem, ou não, às estratégias de venda.
O experiente director do curso de Turismo da Universidade Lusófona, lembra que, entre 1997 e 2007, os planos estratégicos oficiais elegeram 24 objectivos todos diferentes e 35 produtos. E que a política do Turismo foi, nesse perído, mudada seis vezes. Sobre mercados prioritários a cativar e emergentes a desenvolver, a disparidade ainda é maior, incluindo a decisão da promoção nos EUA, Brasil e Japão ser feita em conjunto com a Espanha, quando a estratégia espanhola difere bastante da nossa. Basta lembrar que o TurEspaña decidiu este ano adiantar uma semana a realização da FITUR em Madrid,o que forçou a organização da BTL a realizar a primeira e maior feira do Turismo de Portugal entre 13 e 17 de Janeiro, num período em que os nossos operadores ainda não têm a contratação fechada nem os programas para 2010 concluídos.
E dos produtos turísticos nacionais mais consensuais, só o golfe foi comum a todos os programas de governo entre 1997 e 2007, assim como desde 1977.

Licínio Cunha concluiu que nessa década não fomos, pois, capazes de definir meia dúzia de produtos-âncora alvo do interesse na oferta e na procura, pelo que a definição oficial de produtos, de pouco tem servido. Tese lançada por mim há longos anos. A especialização em Turismo é um trunfo mas a vocação dos nossos políticos e empresários é, com raras excepções, para a polivalência. Tudo cozinhado na mesma panela e pelos mesmos técnicos. Também temos marcas de vinhos em excesso sem nenhuma alcançar o êxito do Mateus Rosé ...

HOTÉIS E ALOJAMENTO LOCAL
A reforma mais profunda da legislação deu-se nos hotéis e similares. O anterior governo eliminou as marcas “pensões”, “albergarias” e similares, agrupando tudo em hotéis e empreendimentos turísticos, mediante reclassificação das instalações e padrões de serviço adequados à “nova escala hoteleira” de uma a cinco estrelas. Abrangendo as unidades de alojamento local e ressalvando a exclusividade da marca “pousadas”. Simplex, não é?

Não obstante a lei 39/2008 vigorar desde 6 de Abril 2008, e de ter alterado o regime de instalação, exploração (ainda usam esta palavra?) e funcionamento de hotéis e empreendimentos turísticos, continuam a operar muitas pensões e similares, a par dos novos alojamentos locais (muitos com nomes em inglês: Boutique Hotel, B&B Beach Hotel, Baixa Brown’sApartments, etc. ), e das unidades de Turismo de Habitação, no Espaço Rural e Agro-Turismo.
Os alojamentos locais abrangem ainda apartamentos turísticos, aldeamentos, vilas, bungallows, apartamentos e quartos para alugar (nas praias, termas, etc., onde também há mais pensões ). E já temos o Thermas Pride Guest House & Spa for (Gay) Men, em Albufeira, o primeiro estabelecimento de alojamento local com entrada restricta a homens. Que avançadex?

Portugal merece constar dos recordes Guiness pela diversidade de alojamentos turísticos, contando ainda Pousadas da Juventude, colónias de férias do Inatel , estalagens e casas para convalescentes e reformados (unidades de turismo social e de saúde, pólos com forte potencial, em países concorrentes).

PORTUGUESES “TAPAM” FALTA DE ESTRANGEIROS?
Os dados mais recentes do INE são de Outubro, mês em que foram registados um RevPar de 27,2 euros, uma taxa média de ocupação de 37,7% e um total de 3,2 milhões de dormidas na hotelaria, resultado este que corresponde a uma subida homóloga de 5,5% nas dormidas. Já no acumulado de Janeiro a Outubro, foi atingido o número de 33 milhões de dormidas na hotelaria, ou seja, uma quebra homóloga de 6,6%, sendo mais grave a descida de 8,1% nos turistas não residentes, enquanto os residentes ficam num patamar positivo, mas fraco, de 0,6%. Os portugueses tapam um buraco ... mas pequeno!
Madeira e Lisboa tiveram os melhores níveis de ocupação, enquanto o Algarve tem sido o mais afectado pela sazonalidade, acentuada fora da época balnear e exigindo o fecho temporário no inverno de mais unidades que o habitual. A estratégia seguida pela maioria das unidades foi baixar preços.

NOVIDADES NA HOTELARIA
O primeiro hotel português de seis estrelas (categoria ainda não contemplada), vai abrir no Algarve. É o Quinta da Vila Resort e Spa. Um investimento de 88,6 milhões de euros do grupo IMOCOM. O Algarve e o Litoral Alentejo têm o maior número de projectos para novos resorts, cujas obras foram atrasadas pela crise.

The Vine Hotel, na Madeira, ganhou o European Property Award para o hotel com o melhor design, da autoria de Nini Andrade Silva.

As termas tem sido um dos ramos que mais progride com remodelações, expansões e transformação de balneários em spas, algumas com hotéis de apoio. Em 1999fiz uma reportagem sobre as termas na Galiza, alertando os empresários e os responsáveis políticos e técnicos do Turismo Nacional para este fenómeno. Demorou 10 anos a entenderem!

Mais de 90% dos investidores em projectos de Turismo Residencial são portugueses, segundo um estudo da ILM Advisory. Em Novembro, investidores ingleses e irlandeses voltaram a mostrar interesse pelo parque residencial em Vale do Lobo, Quinta do Lago e Portimão, enquanto a Princesa Sara Phillips vai ter uma propriedade no Oeste, e a APEMIP anunciou a segunda explosão turística, com um programa de intensa promoção do Turismo Residencial na Rússia, Alemanha, Reino Unido, EUA e Canadá. Iniciativa privada digna de louvor. Resta saber se é à margem do TP?

Já em Agosto, Henrique Veiga, presidente da AHP, avisava haver sobreinvestimento nas unidades de 4 e 5 estrelas, e que a redução dos preços não é a solução para enfrentar a baixa da procura. Em Lisboa, o número de quartos de 4 e 5 estrelas já representa 35% da oferta total. Outro aviso sensato! Aparentemente ignorado!

CRUZEIROS E PORTOS

O ramo mais dinâmico em 2009 foi o dos cruzeiros. O porto de Lisboa continuou a movimentar mais passageiros, graças aos cruzeiros da Pullmantur. Também os principais operadores de cruzeiros conseguiram manter as quotas de vendas online e offline: RCI/Melair, Pullmantur, Costa, MSC/Nortravel – a MSC abriu agora a delegação em Lisboa, dirigida por Eduardo Cabrita – , CIC, Clube de Cruzeiros, Abreu/Douro+Thomson, James Rawes, etc.

Realço o crescimento das agências especializadas neste tráfego e a anunciada reestruturação do operador James Rawes, com o regresso de Lubélia Teixeira e Rute Tudela - uma dupla muito bem implementada no ramo.

O Porto de Lisboa conquistou o prémio do Melhor Porto Europeu para Cruzeiros, na gala dos World Travel Awards 2009, realizada em Óbidos, mas este valioso prémio foi conquistado, sim, pelo Turismo de Lisboa e pelo comércio, restauração, e agências Shorex e não tanto na perspectiva dos serviços portuários. Os votantes não foram armadores mas profissionais de vendas e operadores.

PORTOS EUROPEUS DE CRUZEIRO
Destaco a abertura do terminal Porta do Mar, em PONTA DELGADA, permitindo que maiores navios acostem numa boa zona comercial da cidade.
Louvo o projecto de expansão do porto do FUNCHAL (embora na passagem do ano, três dos seis navios presentes, tiveram de ficar ao largo, felizmente com bom tempo). PORTIMÃO e LEIXÕES vão também a expandir cais e terminais para receber mais e maiores navios.
Só LISBOA fica mais pobre, com a gare da ROCHA condenada a navios-contentores e a de ALCÂNTARA sujeita à boa vontade da LisCont, enquanto não chegam os milhões de contentores previstos. SANTA APOLÓNIA, dizem-me, vai ficar com um cais de mil metros, em vez de 600, permitindo apenas atracar três cruzeiros em simultâneo, se a TTT (Terceira Travessia sobre o Tejo) e a maré permitirem! A TTT é a nova ponte que vai acabar com o maior fundeadouro europeu de navios gigantes, no Mar da Palha. Se o estaleiro da Lisnave em Cacilhas ainda recebesse os maiores petroleiros do mundo, certamente optariam por um túnel, mas em plena crise financeira, económica e política, e com a actual febre das obras públicas magalómanas como cura para a retoma, a TTT vai avançar.

Enquanto Lisboa teve 308 navios em 2008, Barcelona recebeu 892, Valência 164, Málaga 271, Cadiz 256, Vigo 110, e Bilbau 276, operando em Espanha a maior parte de cruzeiros em turn-around. O movimento de cruzeiros nos restantes portos continentais portugueses foi negligente, comparado com as 1077 escalas nos restantes cinco portos homólogos espanhóis.
O movimento de escalas em Lisboa em 2009 foi de 295 mas o programa para 2010 atinge 324 escalas. Em 2009, Lisboa, com 415.804 pax (subida anual de 2%), bateu o recorde de embarcados, desembarcados e trânsitos, assim como com 83.771 pax, bateu novo total dos turn-around (embarcados e desembarcados numa escala).

Entretanto, a Pullmantur Cruceros volta em 2010 a operar com o Pacific Dream e o Empress, uma partida semanal Lisboa-Lisboa, para Gibraltar, Málaga, Casablanca, Agadir e Lanzarote. O que animará este segmento e despertará os portugueses para este tipo de férias integradas.

FROTAS RENOVADAS
Todos os anos entram ao serviço das 25 companhias que integram a CLIA – Cruise Lines International Association - mais de uma dúzia de novos navios – a maior parte dos quais são maiores e mais luxuosos. Entre os navios de 2009 destaco sete: o Celebrity Equinox de 122 mil GT; O MSC Splendida de 133 500 GT; o Norwegian Epic de 935000 GT, da NCL; o Carnival Dream de 110 mil GT; o Costa Luminosa de 92 700 GT e o Costa Pacifica de 114 5000 GT; o Ruby Princess da Princess Cruises, e o Oasis of the Seas da Royal Caribbean de 225 mil GT – o maior paquete do mundo, que começou a operar para a Royal Caribbean, na Florida, em Dezembro de 2009.

Para 2010 está prevista a entrada ao serviço de: Silver Spirit da Silversea Cruises (que visitou Lisboa em 1 de Janeiro); AIDAblu da Aida Cruises – Alemanha; Allure of the Seas da RCCL (gémeo do Oasis of the Seas); Azura da P&O (companhia que promete voltar com força renovada aos cruzeiros para o fidelissimo mercado britânico); Celebrity Eclipse; Costa Deliziosa; Independence da American Cruise Lines; Le Boreal da CIP Cruises; Marina da Oceania Cruises; MSC Magnifica; Nieuw Amsterdam III da Holanda America Line; Pearl Mist da Pearl Sea Cruises; Queen Elizabeth III da Cunard; Seabourn Sojourn da Seabourn Cruises; Stella Australis, para a Australis Cruceros, da Patagónia.

BREVE BALANÇO DA AVIAÇÃO

Para o director executivo da IATA, Giovanni Bisagnani, 2009 foi o ano horrível da aviação em rede (full-service airlines). Menos voos, menos lugares vendidos e menos tarifas Premium cobradas. Logo, mais prejuízos, mais falências, mas mais consolidações.
A própria vertente low-cost (filiada na ELFAA) está em crise. Michael O’Leary, presidente da Ryanair, prevê que sobrevivam apenas quatro grupos europeus: Lufthansa e associadas; AF-KLM o primeiro exemplo positivo da consolidação de duas importantes transportadoras aéreas europeias; BA-Iberia-Qantas; e a Ryanair (apostará em concretizar a OPA à Aer Lingus, que não conseguiu em 2008? E em alargar o porfolio com outras low-cost aflitas?). As outras ficam "encalhadas", ou serão absorvidas por outras mais pequenas mas mais dinâmicas. Em crise está a Japan Airlines (com duas companhias americanas interessadas) e a Air Comet espanhola que já içou a bandeira branca da rendição.

A TAP, em 2009, apostou mais forte em África, com voos para Argel, Bissau, e Cidade da Praia, e reforçando outros destinos, passando de 42 para um total de 54 voos semanais para África, com resultados encorajadores. Moscovo, Varsóvia e Helsínquia deram também bons indicadores.
Mas fora estes êxitos caseiros, a aviação continua em 2010 com núvens no horizonte.

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