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Monday, April 19, 2010

 
EUROPA CANCELADA E BARALHADA = comprova euro-ineficácia
À atenção da Comissão Europeia e dos Primeiros Ministros dos 27 Estados-Membros da União Europeia
Humberto Ferreira - Lisboa, 19 Abril 2010

Depois dos graves atentados e tentativas terroristas perpetrados, na última década, em linhas e terminais de transportes domésticos e internacionais, com incidência no Reino Unido e Espanha, e depois de um inverno rigoroso, com numerosas inundações, nevões, temporais, tornados, trombas de água, aluviões e greves, a Europa encontra-se, em Abril de 2010, paralizada, desorientada e suspensa do eventual percurso de uma núvem de cinzas perigosas, expelidas por um vulcão islandês, no paralelo 65, que, nas mais recentes erupções de 1996 e 2000, apenas provocou núvens para o Norte, enquanto desta vez seguiram a orientação Sueste.
Como termo de comparação o paralelo 40 passa pelo centro de Portugal. A núvem é composta de partículas de pedras, minerais abrasivos, e material vulcânico que não se dissolve na atmosfera, sendo além disso altamente corrosivas e condutoras de electricidade em ambiente húmido, podendo infiltrar-se e danificar muitas peças mecânicas e electrónicas, assim como os próprios reactores das aeronaves, podendo ainda bloquear filtros de ar, e neutralizar a pressurização das cabines e os tubos de alimentação do combustível.
MAIS VOOS ANULADOS DO QUE NO 11 DE SETEMBRO DE 2001
Além de praticamente todas as rotas intra-europeias terem sido suspensas, o fenómeno afectou rotas aéreas da Europa às Américas, África, Ásia e Pacífico. A IATA estima que as companhias associadas estejam a registar prejuízos que totalizam 200 milhões de dólares por dia, com esta grave suspensão do tráfego aéreo através da Europa.
A excepção positiva neste caso são os espaços aéreos que ficaram libertados dos efeitos da gigantesca núvem: em Portugal, Espanha, Itália e Península Balcânica (parcialmente), Suíça, Grécia e Turquia.
Entretanto, coube à Comissão Europeia, a coordenação do sistema de alerta e segurança de todo o espaço aéreo europeu, cujos responsáveis técnicos, científicos e operacionais, se apressaram a recomendar às respectivas entidades nacionais, o encerramento do espaço aéreo na Islândia, Reino Unido, Irlanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, Rússia, Ucrania, Bielo-Rússia, Polónia, Alemanha, Rep. Checa, Eslováquia, Dinamarca, Benelux, e cobrindo no total cerca de dois terços do território francês.
FROTAS ESPALHADAS POR TODO O MUNDO
Centenas de aviões de longo, médio e pequeno curso, da maioria dos operadores aéreos europeus e extra-europeus, ficaram retidos em largas dezenas de aeroportos por todo o mundo, com as respectivas tripulações, demorando agora algum tempo a reorganizar todas as redes e equipas de voo.
Entretanto, a Lufthansa, KLM, British Airways e Air France pediram, no domingo 18 de Abril, para realizar voos diurnos destinados a testar as condições de segurança e navegabilidade, assim como para tentar repor algumas unidades nas suas bases de origem. Tudo correu bem, incluindo as inspecções aos diversos modelos de aeronaves. Este conjunto de empresas, representando as três maiores frotas comerciais europeias, puseram logo em causa a decisão do encerramento total do espaço aéreo, quando se poderiam ter aproveitado muitas "abertas" da núvem de cinza, para o repatriamento dos passageiros em férias ou negócios no Sul da Europa. dando a entender que a Europa precisa de uma entidade mais experiente para gerir situações de emergência, pois os europeus não podem ficar cinco ou mais dias parados ... à espera que os cientistas estudem uma núvem de cinzas provenientes de um vulcão, quando há bastantes vulcões em actividade em todo o mundo, a expelir material para o mar, para as encostas e para a atmosfera, sem tais condicionalismos.
EUROPA QUER OU NÃO DESENVOLVER E APOIAR O TURISMO?
De facto, a falta de ministros do Turismo, a nível da maioria dos governos europeus, e a ausência, na equipa de José Manuel Barroso em Bruxelas, do comissário europeu do Turismo, situação agravada perante um pouco carismático comissário europeu de Transportes, resultou no facto da União Europeia e dos 27 governos membros, terem sido incapazes, ao quinto dia do encerramento de grande parte do Espaço Aéreo Europeu, tanto de apresentar o ponto da situação como implementar um plano de emergência, capaz de satisfazer mais de 150 mil deslocados.
ASSISTÊNCIA AOS PASSAGEIROS PELO ATRASO DOS VOOS
O que a Comissão Europeia até aqui se preocupou, accionada pelo lobi da protecção dos consumidores, foi em emitir, na sexta-feira 16, um comunicado, relembrando às operadoras aéreas os direitos dos passageiros. sobre acesso a informações atempadas e fornecimento de assistência pelo atraso nos voos (chamadas telefónicas, reembolsos, refeições e dormida, transferes, etc.). As companhias de aviação regular (full-service) estão a cumprir. As outras (charter e low-cost) nem sempre. Outros transportadores tão-pouco!
A TAP diz pela TV que vai fornecendo esses extras até poder. Se o valor acumulado for incompatível com a sua capacidade de tesouraria, num período em que as vendas estão paradas, poderá ter que suspender a assistência, perante o desconhecimento da duração do encerramento do espaço aéreo. Seria curioso verificar se Bruxelas também emite comunicados quando os governos demoram a pagar reembolsos de impostos e outras taxas cobradas em excesso? Ou se o alvo é sempre as companhias de aviação?
Entretanto cerca de 50 mil cidadãos mais expeditos, já alugaram táxis, autocarros ou rent-a-car para chegarem aos seus destinos e compromissos. Outros, conseguiram passagens em ferries e combóios internacionais. Mas os meios alternativos ao avião (operadores de ferries, combóios e autocarres) ficaram abalados com o aumento da procura, provocando imensas filas nas bilheteiras e postos de atendimento, a tal ponto que, se Santa Apolónia e os Terminais de Autocarros de Sete Rios e do Parque das Nações, em Lisboa, tiveram no fim de semana milhares de pessoas à espera horas a fio, por uma informação, reserva ou emissão, hoje, segunda-feira, a "fama" negativa afastou as pessoas, que acabaram por se "desenrrascar" contratando téxis e outros meios alternativos, privados e, por vezes, nem licenciados, para regressar a casa. Seria assim,tão difícil organizar, anunciar, e operar umas dúzias diárias de combóios e autocarros de desdobramento para Madrid, Bilbau, Paris, etc. Vi na internet, o desdobramento da CP Lisboa-Paris. E falta de autocarros certamente não há! Talvez de pessoal mais vocacionado para o transporte de passageiros?
O "REGRESSO" DO SUD-EXPRESS
Mas mesmo assim, em Portugal, valeram as únicas ligações diárias do Sud-Express a Paris (via Hendaia) e do Lusitânia Expresso a Madrid, assim como algumas carreiras e desdobramentos, das linhas de autocarros de turismo e expressos para os países europeus, onde vivem e trabalham dezenas de milhares de emigrantes portugueses, que permitem manter essas linhas internacionais.
Muitos portugueses, cansados de ouvir e ler tanto sobre o TGV nos últimos quatro anos, surpreenderam-se agora ao saber que o Sud-Express ainda opera diariamente entre Lisboa e Paris - o que sucede desde 1887, excepto durante um curto período durante a II Guerra Mundial. Lisboa e Portugal continua, pois, ligado a Paris por um combóio de prestígio, apesar das redes da CP e da Renfe em Espanha, terem sido construídas com a bitola ibérica, mais larga que a bitola do resto da Europa. A mudança de carruagem faz-se em Hendaye, fronteira francesa, para o TGV regional. Funcionando as carruagens-cama e carruagens-restaurante apenas no percurso ibérico.
Mas verificuou-se que as operadoras públicas e privadas, destes serviços ferroviários e rodoviários, também não estão preparadas para uma emergência desta grandeza. Praticamente só ao quinto dia se ouviu falar em desdobramento. O primeiro (do Sud-Expresso) foi programado para partir hoje, segunda-feira 19, tendo sido difícil obter todas as licenças indispensáveis em Portugal, Espanha e França, assim como o apoio e o pessoal. Afinal, mais uma prova que o Sistema de Transportes InterEuropeu, por terra, ar e mar, ainda não funciona bem, nem há planos de contingência para enfrentar crises, greves, fenómenos naturais, ou atentados.
LOUVÁVEL INICIATIVA BRITÂNICA
Mas é legítimo louvar o governo britânico, que tomou a iniciativa de se reunir (no domingo 18) com os operadores de turismo, ferries, caminhos de ferro e aviação, para encontrar eventuais soluções para o mais breve repatriamento de 150 mil deslocados em diversos países do Sul, desde a Turquia e Egipto até Portugal. Nesta reunião foi decidido encaminhar os britânicos em África e Ásia para Madrid, de onde seguirão para os ferries britânicos à partida de Bilbau.
Só a Monarch Airways têm cerca de 8000 passageiros retidos nas praias mediterrânicas. Os turistas "apanhados" no Norte de África e Baleares devem usar ferries e concentrar-se em Barcelona, seguindo depois para Bilbau ou Calais. O grupo TUI - maior operador europeu - propõe-se repatriar 5000 clientes de Espanha para Calais até dia 22. Este grupo admite ter cerca de 100 mil clientes espalhados pelos seus múltiplos destinos de férias, incluindo o Algarve.
De Portugal, a única menção diz respeito ao uso do "Island Escape" - navio de cruzeiros bem conhecido no nosso mercado - que vai repatriar 300 britânicos da Madeira, com chegada prevista a Falmouth na quinta-feira 22. Seria esta a atitude que gostariamos de relatar, por parte de outros governos e entidades comunitárias. Mas confirma-se aquilo que temos vindo a avisar: o Turismo pouco importa à actual liderança europeia.
INFORMAÇÃO NA HORA, SEM DEMORAS NA FILA
Curiosamente, ficou provado nestes dias, que os terminais dos aeroportos em Portugal e em toda a Europa, devem ser equipados, com brevidade, com placards eléctricos, contínuos, capazes de manter blocos de informações e instruções para os passageiros retidos em situações desta natureza.
Uma das queixas ouvidas nas entrevistas televisivas centraram-se nas horas de espera nas longas filas, para se obter informações genéricas, que bem poderiam estar a ser projectadas em permanência nos diversos espaços internos e até externos de cada aeroporto (como há nas famácias, centros comerciais, estradas, e cidades).
Lamento que os especialistas de transportes europeus e os construtores e operadores de terminais de passageiros, nunca se lembraram de que os placards das partidas e chegadas, com a indicação CANCELADO, não bastam nem permitem variar os textos mais adequados para cada situação!
A função fundamental nesta actividade não é informar os passageiros com rigor e brevidade?

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