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Saturday, November 06, 2010

 
RADIOSCOPIA DA REPÚBLICA CENTENÁRIA - I
* Ciente das dificuldades de financiamento externo para pagar a despesa corrente do Estado Português em 2010 e anos seguintes, prescindi da radiografia, bastando-me as radioscopias mais baratas!

LUSITANAS VAIDADES
Humberto Ferreira
Portugal-2010 é uma enorme feira de vaidades. Um terço da população finge que trabalha, outro terço finge que é rico, e outro terço finge que está satisfeita com a vaga cor-de-rosa-choque, pois já não trabalha, vive mal com pensões de miséria, mas consegue fazer fingir que “adora” Sócrates e o seu fingido “Estado Social” cada vez mais fragilizado.
Apenas duas elites se livram deste estatuto: a financeira e a política, constituídas por banqueiros e executivos dos maiores grupos empresariais, mais centenas de autarcas e deputados, membros do governo, assessores, titulares de cargos públicos e os mal-amados gestores do sector empresarial do Estado e do crescente núcleo empresarial municipal. Um painel tríptico, que resta saber até quando dura?
POLÍTICAS DESNORTEADAS - Foi criado e desenvolvido, nestes 15 últimos anos, o “Portugal faz de conta”, com um numeroso contingente de pobres de espírito, beneficiários do regime, a fazer de conta que trabalham e são importantes (imprescindíveis) para as respectivas comunidades.
Uns são diplomados com os cursos mais teóricos da história da civilização ocidental (quando não em universidades duvidosas). Outros são indivíduos a quem falta o culto da pontualidade no trabalho e nos prazos, onde sobra a rivalidade, a crispação e a defesa prioritária dos seus direitos, esta sempre à frente do cumprimento dos seus deveres cívicos e pessoais. Outros ainda, a quem falta a cultura da cooperação, do trabalho em grupo e do profissionalismo bem organizado, mas onde avultam em excesso o egoísmo e o individualismo. Perguntam-me: mas o que tem a ver os Estado com essa falta endémica de civismo? Respondo: tudo!
PAPEL DO ESTADO - Cabe ao Estado criar as condições para desviar a sociedade de eventuais vícios de ostensivo mau comportamento colectivo, seja através do bom exemplo dos seus altos representantes seja pelo ensino público adaptado às exigências do século XXI, seja ainda quando facilita, pela via legal, a cooperação e o trabalho colectivo, em vez do pendor para o facilitismo, a cunha, a artimanha, o egoísmo e o individualismo.
Uma coisa é querermos todos ser empreendedores e “empresários” quando se sabe e se pode. Outra é iludir as pessoas com falta de preparação para tomar conta da responsabilidade do binómio social e económico de uma loja, oficina, atelier, empresa ou fábrica! O regime fiscal acabou com comerciantes, comissionistas ou artífices, para promover todos a empresários. Creio que a reforma foi do PSD, na década de 1985/95 mas o resultado está à vista.
A iniciativa privada não é apenas exclusivo dos audazes e “espertos” mas, sim, dos que trabalharam, estudaram e aperfeiçoaram a liderança através de formação adequada para tais responsabilidades. O documento a exigir a quem queira abrir uma “empresa na hora” deve ser um atestado público nem que seja das Novas Oportunidades, em como está habilitado para o efeito. O resto enquadra-se no leque viciado das lusitanas vaidades.

RADIOSCOPIA DA REPÚBLICA CENTENÁRIA - II

LUSITANOS VÍCIOS
Humberto Ferreira
A III República praticamente destruiu, desde 1974, o aparelho produtivo na agricultura, pescas, indústria, serviços e comércio. Este governo tentou apoiar as Novas Tecnologias, como se fosse a panaceia para a nossa falta de produtividade e competitividade. Mas o maior erro foi à custa do criminoso abandono da agricultura, construção naval, indústria pesada, ligeira, química e outras. Aqui só valeram obras, alta-costura e alta tecnologia. O pior é que quando os empresários aceitam reformular fábricas ou escritórios, equipando as instalações e procedimentos com novas tecnologias, a primeira coisa que procuram é: quantos empregados posso dispensar?
Mas nem a falência da exemplar Quimonda (caso que Sócrates se apressou, como sempre, a imputar a causas externas, ou seja ao fracasso da casa matriz alemã) serviu de emenda. O governo e grupos económicos lusos têm ignorado que nenhum País deve assentar a esperança das gerações futuras numa grande fábrica (nem que tenha a maior quota de exportações anuais e 1800 trabalhadores) num único sector. Muito menos num produto com uma venda muito limitada, para um tipo específico de fabricantes.
Aos primeiros sinais da crise global de 2008, não obstante a sua avançada tecnologia, a Quimonda Portugal cessou a actividade e despediu o pessoal, não obstante as imediatas medidas de apoio portuguesas e europeias (aliás, a ajuda comunitária aos pessoal, só foi desbloqueada em Outubro de 2010). Resta desejar o êxito da sua reconversão parcial. Basta de Aerosoles, Rhodes, Bombardier e tantas outros casos lamentáveis. Não a mais governos e empresários que vendem tão mal o talento e a qualidade nacional a terceiros.
PREFERÊNCIA POR MARCAS ESTRANGEIRAS - Qualquer análise destes 15 últimos anos passa pela descaracterização do alto valor do made-in-Portugal. Sei que no tempo em que a Covilhã foi a capital das fazendas para as alfaiatarias de Saville Road, em Londres, também se fabricavam cortes e padrões que faziam a delícia dos gentlemen ingleses com a marca made-in-Great Britain na ourela.
Mas com mais de sete anos de crise, nas lojas nacionais, sobram as grandes marcas mundiais ao lado do “pechebeque” chinês, numa corrida desenfreada a tudo o que é marca “made” no exterior …mesmo por vezes contrafeita, não obstante as “visitas” da Asae!
E sobre marcas mundiais, Portugal está ausente dos mercados externos. Hoje, apesar do inegável aumento das exportações, não há vinho, outra bebida ou outro produto alimentar de marca portuguesa à venda nas melhores cadeias internacionais de hotéis, restaurantes, bares, cruzeiros, nem nas lojas francas, cadeias de armazéns e supermercados de marca. Lembro-me quando encontrei nas Ilhas Fiji, vinho Mateus Rosé, vinho do Porto, e entre outras marcas, atum Tenório, sardinhas La Rose, porcelanas Vista Alegre, ou na Europa fazendas da Covilhã, fósforos, máquinas Oliva, veículos todo-o-terreno UMM, navios construídos na CUF e Gafanha, etc. Agora, além dos computadores infantis Magalhães, canoas Nelo, e alguns catálogos de turismo, Portugal desapareceu dos centros comerciais. Até cá, no nosso comércio de luxo e no gourmet, o made-in-Portugal está em franca desvantagem!

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