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Saturday, November 06, 2010

 
Unir esforços e reorganizar para Portugal e Turismo avançarem – I

Humberto Ferreira

Crónica publicada no semanário PUBLITURIS em 5 de Novembro de 2010

Sem consenso, seremos um povo marginal” - Artur Santos Silva no Centenário da República. É verdade, mas com o OE2011, o Governo vai amputar do Turismo a Inspecção Geral dos Jogos. Ouviu-se algum protesto?
O organismo data de 1927 mas o governo decretou a extinção em 2007 com o Prace, que extinguiu a DGT, Icep-Turismo e Inftur, mas encalhada numa irregularidade, a IGJ foi mantida. Insiste agora este governo que a Asae é adequada para inspeccionar casinos e recolher as verbas legais destinadas a obras do foro turístico. Aguardo o desfecho sob protesto, pois com casos destes torna-se difícil unir esforços e reorganizar Portugal e o Turismo, para enfrentar duros desafios.

TANDÉM TURISMO-TRANSPORTES – A minha tese é reforçar a parceria Turismo-Transportes e não reduzir a competência nos casinos. Os Transportes reforçariam o cluster. Aliás não há Turismo sem Transportes e vice-versa! Transportes internacionais e Turismo ambos captam divisas e o MOPTC já é um ministério tão complexo, com tantas obras e equipamentos públicos e comunicações a dirigir, que dificilmente chega para planear e dinamizar os intensos elos externos inerentes às rotas aéreas, marítimas, ferroviárias e rodoviárias.

Por sua vez, o Turismo oficial deve assumir que às regiões e áreas metropolitanas importa mais apoiar o turismo receptivo (externo e doméstico) em articulação com os indispensáveis transportes, do que subsidiar festas e iniciativas locais à conta do duvidoso retorno turístico avulso.

Temos pois um País a reorganizar e melhorar, numa convergência de excelência colectiva super partidária, sabendo-se que os organismos e empresas devem ser periodicamente adaptados à inovação e tendências de cada década, sem cortar a linha da tradição, tão cara aos turistas. Estes procuram emoções, contrastes, aventura mas também tradição e cultura!

PRÓS E CONTRAS NO TURISMO – Não sendo o único a criticar o status-quo, lembro o que Vitor Neto (ex-secretário de Estado do Turismo do governo de Guterres) revelou nesta página a 22 Outubro: O Turismo já trazia antes de 2009 problemas a que se tem furtado, como a estagnação que não foi invalidada pelos bons indicadores de 2007, nem muito menos pelos dados de anos anteriores ou seguintes. A euforia apressada, gerada a seguir aos dados deste verão, permitiu chutar para a frente, decretando-se a recuperação. O que hoje não tem sentido, muito menos quando se anuncia mais do mesmo. Ignorando saber-se porque o Algarve perdeu 3,2 milhões de dormidas entre 2001 e 2009.

E agora a Tui e a Thomas Cook anunciam a suspensão de operações para o Algarve até Abril 2011, depois de mais de quatro décadas de presença nas férias do mais ameno inverno europeu. A Aheta bem avisa que a actual fragilidade do Turismo algarvio pode voltar a encerrar unidades.

Fui o único a propor a isenção de portagem nas scuts aos autos ligeiros estrangeiros, para Portugal se afirmar como Destino de Turismo, mas prevaleceu a tónica “Os turistas que paguem a crise!”, aliás tal como o “alcaide” de Lisboa ao querer taxar as entradas aéreas, marítimas e ferroviárias, mais as dormidas na capital. Quem cá vier paga desde 20 cêntimos nas extintas pensões a 1,90 euros por cabeça nos hotéis de luxo, estimando um encaixe de 13 milhões de euros/ano para compensar o corte do OE2011. Proposta recusada pelos hoteleiros, deve ser abortada para os restantes 337 “alcaides” desistirem da corrida aos bolsos dos turistas. E de candidato ao Top10 mundial, Portugal passa a destino maldito do lóbi dos turistas motorizados e das empresas internacionais de rent-a-car.

E DEPOIS DE SETEMBRO ... – No Turiscópio de 8 Outubro apelei à esperança em Portugal, no Turismo e no Mar, avisando para os efeitos do “fraco Agosto turístico no Algarve”.

Agora o INE, sempre a subir, revela que as dormidas na hotelaria portuguesa, em Agosto, atingiram 5,7 milhões e as receitas 291,8 milhões de euros, com uma receita média por quarto disponível (revPAR) de 54,7 euros, ultrapassando o recorde histórico de 2007. As dormidas registaram um crescimento mensal homólogo de 5,9%, graças aos não-residentes (+8%) e residentes (+3,1%). Em Agosto de 2009, ano da maior quebra geral na economia, as dormidas registaram 5,4 milhões e os proveitos 259,4 milhões de euros, depois de em 2008 terem também caído 1,1% as dormidas e 1,3% as receitas, relativamente a 2007.

Agosto de 2010 registou ainda a subida homóloga dos principais emissores: França com + 14,7% e Alemanha + 14,6%. As quebras vieram da Holanda com menos 0,5% e Irlanda com menos 4,2%. E o total de hóspedes subiu 4,9%, um recorde de 1,767 milhões.

Entretanto, o Observatório do Turismo de Lisboa (não bastaria uma entidade nacional de estatística turística?) assinala para Setembro 2010, uma baixa geral na hotelaria de Lisboa, onde um quarto de 5-estrelas custou menos 30,6% do que em Setembro 2008; um de 4-estrelas menos 16%, e um de 3-estrelas menos 3,4%. Mas o mesmo OTL prevê a recuperação para breve, pois entre Janeiro-Setembro 2010/2009, o RevPAR em Lisboa, subiu nos 5-estrelas 11,1%, nos 4-estrelas 5,8% e nos 3-estrelas 2,3%. Então em que ficamos? É sempre uma no cravo e outra na ferradura! Resta saber como foi o Outubro turístico?

PART-TIME NO ALGARVE – Passo boa parte do verão, há mais de 50 anos, no Algarve e lembro que este foi o Agosto mais fraco deste século, com menos ingleses e alemães. Vi espanhóis, italianos, turistas do leste europeu, e portugueses “tesos”. Onde? Nas praias, restaurantes, bares, esplanadas, supermercados, centros comerciais e hotéis, onde se pratica a economia real e não a ”macro”!
Foram os nossos compatriotas que “livraram” certas empresas do colapso no Algarve, mas de outros destinos também me chegaram “novas” de menos turistas, hóspedes, comensais e automobilistas, enquanto os dados do INE reflectem um cenário diverso de afastamento da crise. É certo que as praias, do Algarve à Grande Lisboa, encheram-se de Junho a Setembro, graças ao bom tempo e aos desempregados – numa ida à praia pouco se gasta. E creio que o resto do País não escapou a este “aperto”. Desejo que se unam esforços, reorganize-se o Pais e se avance! Para rasgar o rótulo de País periférico pouco competitivo!
Tema a continuar no próximo Turiscópio

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